Observatório Alviverde

11/10/2017

ADEUS VALDÍVIA? ou VOLTE LOGO, VALDÍVIA?


Não se julga a qualidade de um jogador por um único jogo.

Jogador algum pode ser chamado de craque por uma solitária apresentação, ainda que épica ou suntuosa.

Jogador nenhum pode ser tido como "cabeça-de-bagre" em face de uma desastrosa apresentação.

Valdívia, a quem conhecemos tão bem, não teve, ontem, no Brasil x Chile uma atuação de gala, muito longe disto.

Tampouco cumpriu a desastrosa atuação que muitos (os antipalmeirenses e os palmeirenses vingativos) procuram imputar-lhe.

Ontem, toda a vez em que Valdívia realizava um bom lance, Galvão, na Tv, parecia estar ausente e em outra narração e não valorizava o lance, como costuma fazer.

Nessas horas (em TODAS elas) ele conversava com os repórteres, chamava os comentaristas ou abordava algum outro assunto aleatório às imagens.

Teria sido apenas uma sequência de coincidências? 

São coincidências demais para que eu as admita como meras coincidências.

Valdívia, ontem, aplicou quatro ou cinco dribles desconcertantes em jogadores brasileiros (parecia até os jogadores de meu tempo) sendo que em um deles, no 2º tempo, o Casemiro, literalmente, capotou.

Mas isso o Galvão sequer registrou na transmissão global, optando for fazer o que prefere nas transmissões, bostejar "gossips" e inutilidades esportivas ou comentar aleatoriamente aquilo que interessa apenas e tão somente a ele mesmo.

Ainda bem que não sou deficiente visual e pude ver com os meus próprios olhos o emblemático drible de Valdívia em Casemiro, um atleta que, desde os seus tempos de bambi, sempre teve licença para jogar forte e pesado e bater impunemente. 

Na transmissão da RGT ficou bem claro que havia uma espécie de ressentimento contra o chileno pairando em pleno ar. 

Os globais, todos eles, até os ex-jogadores e invasores da profissão de jornalista faziam questão absoluta de registrar.

Mas a verdade verdadeira é bem outra: 

"no duro, no duro", se falassem em Valdívia para o bem, elogiando-o eles teriam que, consequentemente, falar bem do Palmeiras, assunto que -sempre que podem- procuram evitar.

Deu para perceber que quase não falaram sobre a beleza do palco do jogo, sobre o conforto do torcedor na Allianz Arena, estádio cujo nome eles fazem questão de omitir e não divulgar sob a desculpa de que não fazem marketing gratuito?

Imaginaram se as declarações de Neymar em relação a sua preferência infanto-juvenil pelo Palmeiras, fossem dirigidas ao Curintia ou ao Flamengo?

Supuseram todos, se aquele drible desconcertante de Valdívia em Casemiro, o drible do capote e alguns outros "comes" cruéis em alguns jogadores da defesa palmeirense fossem assinados por Neymar ou Felipe Coutinho?

Como são sofríveis e tendenciosos os globais, com uma ou outra exceção!

Voltando a Valdívia, convém dizer que "uma andorinha solitária é incapaz de fazer verão". Valdívia, ontem, não fez, não faz, nem fará... Nem ele, nem Pelé, nem Méssi, nem Cristiano Ronaldo, nem Neymar e nem ninguém!

De qualquer forma há que se registrar que, ressalvadas tantas atenuantes, a verdade nua e crua é que o tempo passou e Valdívia envelheceu. 

Que ele -atualmente- não é mais o mesmo, não resta a menor dúvida. Só não reconhecem os tietes, os fanáticos, os teimosos ou os incorrigíveis saudosistas. Não fosse a minha impagável vivência de 50 anos de bola adstrita ao jogo de ontem, quem sabe eu também não estaria entre eles?

Quem viu, viu! Quem não viu não está vendo, não vê (jamais verá) o extraordinário jogador que o Palmeiras, estupidamente,  não preservou. 

Luxemburgo e os bandidos das organizadas (não se sabe a título de que) desvalorizaram o craque chileno e o arremessaram, desprezivelmente, para o lixo da história do futebol.

Em relação a Luxa até se sabe! Ele jamais admitiu em seus times ninguém que considerasse mais importante do que ele. 

Nem Valdívia, um dos maiores craques do futebol sul-americano nos últimos 20 anos, foi a exceção!

Ontem, Valdívia, como de praxe, foi marcado individual  e implacavelmente por Casemiro, muito mais jovem, dotado de um físico mais avantajado e contando sempre com a cobertura de alguém.

Deu para perceber como a simples presença em campo de um jogador como Valdívia mobiliza e exige, no mínimo, dois adversários para que o "policiem" em campo?

Isto quebra a marcação, impedindo os marcadores de atacar com frequência, tornando o adversário menos eficiente defensiva e ofensivamente.

Curiosamente as jogadas de ataque do Chile (no primeiro tempo) passaram poucas vezes por Valdívia que quase não foi procurado pelos companheiros. 

No segundo tempo, quando o time chileno percebeu que a perda do jogo era iminente, aí, sim, começou a trabalhar com Valdívia, mas já estava escrito nas estrelas e nos Lusiadas que "Inês já era morta"!

Para encerrar quero dizer que sei, perfeitamente, que o assunto Valdívia é requentado, superado, ultrapassado e até "demodê"...

Entretanto, em face de sua presença no Brasil x Chile de ontem à noite, tomamos a liberdade de reabri-lo a fim de perguntar aos frequentadores deste espaço:

"Pelo que você viu e sentiu, Valdívia ainda seria uma boa contratação para o Palmeiras?"

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