Observatório Alviverde

07/05/2018

PARABÉNS ROGER MACHADO, MAS É MUITO CEDO PARA O VERDÃO DORMIR EM BERÇO ESPLÊNDIDO!



Este velho escriba, há duas semanas, bateu forte em Róger Machado, exercendo o sacratíssimo dever da crítica construtiva.

Ao mesmo tempo solicitamos paciência aos bloguistas mais exaltados e até pedimos para que dessem mais um tempo a Róger, a fim de que ele pudesse se reabilitar e retomar o leme da nave palmeirense que não voava, verdade seja dita, em céu de brigadeiro.

Hoje, porém, sentimo-nos na obrigação de elogiar e parabenizar o treinador pela maiúscula e indiscutível vitória palmeirense sobre o Atlético Paranaense em plena Arena da Baixada, aquela do gramado artificial.

Não, meus amigos, não foi uma vitória dessas, qualquer, sobre um timeco qualquer, mas um triunfo daqueles a que chamamos de imenso em face do cartel e do cartaz que acompanhavam o time araucariano.

Mais do que isto, foi um triunfo incontestável  em decorrência do domínio pleno, amplo e avassalador do "Green-Team".

Para que eu não amplie demais, nem o texto e nem as (merecidas) loas a um time obediente tático, altamente técnico, cem por cento físicamente, bastante motivado e muito determinado, quero, antes de tudo, dizer isto:

a especialíssima vitória alviverde -forçoso é reconhecer-, teve, algo mais do que as digitais de Róger, o que pode ser traduzido pela participação efetiva do treinador, ontem muito diferente daquele Róger introvertido, passivo, tíbio e tímido que se via no banco alviverde.

Ontem parecia até que Róger estava em campo e que o Palmeiras jogava com doze, tal a constante movimentação dele no banco palmeirense, disposto a interferir, motivar e influenciar o ânimo dos comandados.

Do início ao fim do jogo ele nunca parou de falar e de orientar os comandados, sem se desligar deles, um só segundo...  

Manteve atenção e dedicação totais, fosse cobrando, incentivando ou advertindo a rapaziada, fazendo isto o jogo todo, sempre focado, plugado e antenado, em perfeitas conexão e simbiose com o seu grupo. Que continue assim!

Eu sempre disse aqui que Róger não era um estrategista, mas um formador de gladiadores, isto é, um técnico conservador e de pouca inventividade, cujo modo de jogar, é sempre o mesmo, dogmaticamente, inalterável.

Ontem ele confirmou perfeitamente tudo o que dissemos de suas características e estão enganados aqueles que pensam que o Palmeiras, em face de uma vitória fácil em um jogo difícil se metamorfoseou, se transformou. 

Na verdade, o time não apresentou nenhuma novidade tática, jogando exatamente como sempre joga, com uma ou outra imperceptível diferença. 

Em termos de jogadas diferentes, de distribuição de peças para marcar, atacar ou contra-atacar, tudo esteve igual, rigorosamente igual.

No que respeita a jogadas e manobras inéditas, às cobranças de falta (há mais de dois anos o Palmeiras não faz um gol de falta), de córneres ou em termos de deslocações das peças no tabuleiro "tudo esteve como antes no quartel de abrantes". 

E, se querem saber, o que mudou, mesmo, foi a atitude, a disposição dos jogadores, ontem, sim, com postura profissional em consonância com o alto salário que recebem.

O bom trabalho de Róger (marcação alta, toque rápido quando de posse da bola, pouco avanço dos laterais e o acerto das jogadas de saída dos contra-ataques) verdade seja dita, foi bastante facilitado pela fórmula corriqueira e manjada de o Atlético atuar.

A concepção singular do sistema de jogo do técnico Fernando Diniz, que, do ponto de vista da criatividade ao menos a mim deixou muito a desejar, deixou bem claro que ele, enquanto treinador e apesar da fama, é "samba de uma nota só". 

Tivesse ele explorado o "boqueirão", sim, aquele antigo e imenso espaço, que se abre à frente de Antonio Carlos pelo lado direito da defesa em face dos avanços não cobertos de Bruno Henrique, talvez estivéssemos contando uma outra história do confronto neste blog. 

A falta de "feeling" e de percepção de Diniz para uma situação de jogo elementar, clara e muito visível, fizeram com que eu me decepcionasse com ele, por sua estreita visão, ao menos no jogo de ontem.

Abordo o tema, porque muita gente tem sugerido a perspectiva dele ser contratado pelo Palmeiras.  

Em meu entendimento, ele pode até ter boas ideias, mas o jogo de ontem, ao menos a mim, prova, comprova e ratifica que ele ainda não está preparado para um desafio imediato no Verdão!

Voltando a Róger, ao escalar o time (surpreendentemente) sem Borja e lançando os seus jogadores mais leves e velozes quebrou as expectativas de Diniz e alterou, por antecipação, o panorama tático do jogo. 

O técnico paranaense não esperava que o Palmeiras marcaria alto e procuraria impedir a saída de bola da defesa, ponto alto e positivo do time que comanda.

Ele jamais deve ter suposto que o Palmeiras, num repente, mudasse a marcação, alterasse o sistema e voltasse deliberadamente a atuar como sempre atua, atraindo o adversário para contra-atacar. 

Da mesma forma, jamais poderia imaginar que, novamente num repente o Verdão retomasse o sistema de marcação alta que ele imaginava o time não teria mais fôlego para reatar e asfixiasse o seu time na defesa em nova movimentação constante e alucinante.

Por outro lado o Palmeiras sempre estave fechado na defesa, considerando-se que os laterais, muito mais, guarneciam as suas posições do que, propriamente, atacavam. Nas raras vezes que apoiavam, subia apenas um. O outro ficava!

Estou dizendo tudo isso, não para deslustrar ou desvalorizar o trabalho de Róger, mas, apenas, para alertar a todos acerca de uma coisa importantíssima, esta:

a facilidade encontrada no jogo de ontem não será a mesma quando o Palmeiras encontrar pelo caminho times que fazem uso de outros sistemas de jogo, sobretudo aqueles que como a Chapecoense atuam fechados em seus campos defensivos.

O mérito maior de Róger no jogo de ontem, foi aquele de ter privilegiado a marcação, o desarme e o roubo de bola para, a partir daí, partir com força por sobre o adversário.

Como se sabe, o time parananense costuma sair  da defesa para o ataque tocando de pé em pé, e o fato de o Palmeiras ter impedido que seus atletas jogassem à vontade, enervou os jogadores rubro-negros acostumados a envolver os adversários pelo toque de bola e a ditar as normas e o ritmo dos jogos através desse estratagema. 

É óbvio que o Palmeiras não marcou individualmente o campo todo, o tempo todo. Só seria possível se o time fosse formado exclusivamente por maratonistas. 

Entretanto há de se considerar que o time soube dosar seu sistema de marcação da saída de bola, alternando-o com a marcação por zona exercida no meio de campo para a cabeça-de-área, onde o time conseguiu, também, se impor e levar vantagem.

Mas isso tudo não seria possível se não houvesse entrega e disposição para o jogo, virtudes essas que Róger conseguiu introjetar na alma de cada jogador. 

O empenho de todos e a união do grupo (evidenciada pela comemoração de cada gol com a participação de todos os suplentes), ainda mais que o sistema de jogo que Róger inteligentemente concebeu e acertou, foram os fatores determinantes da belíssima e indiscutível vitória palmeirense sobre o Atlético Paranaense. 

Para encerrar, que bom que Róger tenha sido feliz e aproveitado a oportunidade que o Palmeiras e a torcida lhe concederam.

Isto faz com que, em sã consciência, ninguém reivindique ou sequer cogite de sua  demissão, ao menos por enquanto. Dependerá dele e dos resultados do time, até aqui muito bons.

Na verdade tanto no Brasileirão como na Libertadores, o Palmeiras, um pouco menos preocupado com as arbitragens infames e demolidoras vai cumprindo excelentes performances.

Isso, em parte, pensa as feridas morais de um time sofrido, escandalosamente roubado no Paulistinha da baixeza, da abjeção, do aviltamento, do descrédito, da torpeza, da infâmia e da desonra, mas que ressuscita firme e forte no Brasileiro e na Libertadores, competições que ainda contém ao menos um pouco de honradez e de virtude

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FICHA TÉCNICA 
ATLÉTICO-PR 1 x 3 PALMEIRAS
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Data: 06 de maio de 2018, domingo
 
Árbitro: Claudio Francisco Lima E Silva – SE (CBF) NOTA 7 ao Trio
Assistentes: Cleriston Clay Barreto Rios e Ailton Farias da Silva – SE
Cartões amarelos: Thiago Carleto (Atlético-PR); Felipe Melo (PALMEIRAS)
Público: 20.417 pessoas (Proporcionalmente a torcida palmeirense foi maior)

GOLS
Do ATLÉTICO-PR:
 
Pablo, aos 44 minutos da etapa inicial
Do PALMEIRAS: 
Bruno Henrique, 43 minutos do 1ºtempo; Marcos Rocha, aos 14, e Willian, aos 39 da etapa final

ESCALAÇÕES:

ATLÉTICO-PR: Santos; Zé Ivaldo, Pavez e Thiago Heleno; Matheus Rossetto (Renan Lodi), Camacho, Lucho González (Jonathan) e Carleto (Bergson); Nikão, Guilherme e Pablo
Técnico: Fernando Diniz

PALMEIRAS: 
Jailson; Marcos Rocha, Edu Dracena, Antônio Carlos e Diogo Barbosa; Felipe Melo (Thiago Santos), Bruno Henrique e Moisés (Lucas Lima); Keno (Hyoran), Dudu e Willian
Técnico: Roger Machado

NOTAS
Em relação às notas do time, dou 8 para o time todo. 

Personagem do jogo, RÓGER MACHADO, nota 8,5.

Craque do jogo,  KENO, nota 8,5, também.

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