Observatório Alviverde

13/07/2012

FELIPÃO: SE O REI VENCEU E NÃO MORREU, VIVA O RE! VIDA LONGA AO REI!


O mérito da conquista do Palmeiras se acentua a partir das dificuldades e das barreiras enfrentadas e transpostas pelo elenco em busca de um título que, embora de âmbito nacional, importantíssimo, valendo até vaga na Libertadores, em campo não foi, jamais, a dureza decantada por tantos em prosa e verso.

Pela primeira vez vejo o Palmeiras, ainda que inferior a pelo menos dois times que enfrentou, Grêmio e Coritiba, vencer essas equipes no confronto de 180 minutos e abiscoitar o título, impondo a força colossal de sua camisa.

O comum, o normal, o corriqueiro, sempre foi levantarmos títulos com times técnicamente muito mais fortes do que os adversários.
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Alguns aspectos importantes colaboraram para que a escrita da necessidade de o time ser muito superior ao adversário não se consumasse, entre os quais saliento, especificamente, três.

1º) A liderança indiscutível de Scolari sobre o elenco.

Isto ficou comprovado no momento dos gols, sempre comemorados pelos jogadores com o comandante!
A viagem de TODOS os atletas a Curitiba e a forma como os jogadores festejaram o título comprovou que havia união e que o grupo estava fechado.                                                                                                

A festa e toda a brincadeira com Felipão na hora da coletiva, comandadas por Maicon Leite, Márcio Araújo e Valdívia, coincidentemente três que não atuaram e que a mídia anunciava como "insatisfeitos" com o técnico, é a prova cabal e definitiva da união da prevalência do espírito coletivo sobre as individualidades.

2º) A raça e o espírito de luta dos jogadores.

Há anos não vi um time do Palmeiras tão focado e tão determinado. As várias contusões musculares apresentadas por tantos jogadores, entre os quais Thiago Heleno, Betinho e Luan mostram, claramente, que o grupo estava dando tudo de si pelo título. Luan, entre todos, foi o melhor exemplo de tenacidade, doação e espírito de luta.                                                                                                                      Sem medo de errar digo-lhes que não temi pela sorte da equipe nem no momento em que tomamos o primeiro gol. Algo, dentro de mim, me dizia que o título era nosso, como se isso estivesse sido escrito em 1914, data de nossa fundação.

3º) As arbitragens que não influenciaram no resultado dos jogos.

O Palmeiras sempre foi massacrado, trucidado pelas arbitragens em jogos decisivos. O problema era antigo e parecia insolúvel. Desta vez, não ocorreu! Sem qualquer dúvida essa foi a razão maior de nossa conquista a imparcialidade de Sandro Meira Ricci na partida final em Curitiba.

Enfim, um título importantíssimo, daqueles que a imprensa não terá argumentos para desqualificar, haja vista que, além de possuir abrangência nacional, coloca o Palmeiras na Libertadores 2013. Ou terão a petulância de chamar a Copa do Brasil de "copinha"?

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Na última postagem registramos o seguinte comentário: 

(Sic) 

Anônimo Bigodão de Passo Fundo disse...


Andei relendo umas postagens anteriores do editor do blog e de alguns participantes assíduos deste nobre espaço questionando veementemente o trabalho de Felipão e pedindo sua cabeça. E agora gente, como é que fica ? Estamos aguardando retratação desse pessoal entendido do futebol. Vamos lá, não sejam orgulhosos, abram seus corações e deêm o braço a torcer. Inclusive é uma boa idéia para uma postagem né Alcides ?


13 de julho de 2012 08:51


Anônimo Bigurrilho do Tio Paco disse...


Tem que fazer retratação para o Valdívia e o Marcos Assunção também.

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Agradecendo O Bigodão pela audiência, quero dizer, em primeiro lugar, que ele não usa bigode e nem é de Passo Fundo. É muito mais provável que resida em Sampa! 
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Na verdade Felipão ganhou um torneio de tiro curto que, embora importantíssimo, tem um enfoque diferente do chamado campeonato por pontos corridos. 

As críticas feitas por este blogueiro e por tantos bloguistas foram pertinentes. Tanto foram que se Felipão não houvesse "limpado a barra" com esta conquista, estaria sem o menor clima para continuar como técnico do Palmeiras.

As restrições a Felipão, feitas por mim e por outros bloguistas como o Mestre dos Magos, Ney Verde tiveram razão de ser e conteúdo, e continuarão, ao menos de minha parte, sendo repetidas, todas as vezes em que eu entender que o técnico esteja errado.

Quem não garante que as críticas construtivas feitas neste espaço possam ter influenciado o treinador e suas últimas escalações?

Não tenho desculpa nenhuma a pedir a Felipão ou a ninguém! O fato dele ter conseguido um título não corrige os erros táticos crassos que ele colecionou do início do ano até agora, nem as péssimas indicações de jogadores com os quais o Palmeiras gastou tanto e pouco ou nada obteve em termos de retorno.

A conquista do título, ao menos sob os aspectos psicológico e moral, o credenciam a ficar.

Sabemos da honestidade, seriedade, lisura e do palmeirismo de Felipão que sabia de cor e cantou o nosso hino nas comemorações. 

Jamais, nem eu ou os que contestavam o seu trabalho neste OAV colocamos isto em discussão.

A conquista do título evidenciou uma faceta importante que dão novo alento ao treinador e compreensão a nós, analistas e torcedores que, em um dado momento, vendo o barco afundar, ousamos contestar com veemência o trabalho do comandante: o elenco está unido como nunca esteve!                                                                     

Um elenco limitado como o nosso, carece de união! Estamos muito mal no Brasileiro e só a união de esforços dos atletas pode minorar a situação e livrar-nos do corredor da morte. Felipão, com o título e com as manifestações de apoio explícitas dos jogadores, a partir de agora faz por merecer o nosso crédito. Mas que ele saiba que estaremos de olho porque o Brasileiro não é a Copa do Brasil em que ganhando de sete equipes, cinco delas da segunda divisão, se chega ao título.

Fique claro que não estou deslustrando conquista tão importante, conseguida de modo irretocável pelo Palmeiras. Apenas estou sublinhando que o Brasileirão é, mais do que um simples torneio, um campeonato em que se disputa um clássico toda a vez que o time entra em campo.

Se Felipão teimar em continuar jogando na retranca, colecionaremos, com o no ano passado, um rosário de empates que poderão ter consequências fatais.

Uma coisa é jogar uma competição relâmpago como a Copa do Brasil em que o empate, muitas vezes, torna-se um resultado positivo. No Brasileirão o excesso de empates leva as equipes aos últimos lugares. O Palmeiras, mais do que qualquer outro clube, sabe disso. Teria Felipão aprendido a lição de 2011? Esta é a grande incógnita!

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A grande vantagem do Palmeiras neste Brasileiro é a de poder jogar de forma despreocupada, leve e solta, sem a responsabilidade de brigar pela vaga na Libertadores. Mas isso só será possível se a equipe livrar-se da incômoda posição de antepenúltima colocada do Brasileirão e deixar o corredor da morte.

A partir daí o que vier será considerado lucro, pois o Palmeiras entrará na fase de preparação e planejamento para a Libertadores.

De qualquer forma, se a reação for fulminante, quem sabe o Palmeiras poderá, ainda, brigar pelo título.

É uma possibilidade remota e distante, mas, perfeitamente, possível a depender inicialmente da reação do próprio Palmeiras.

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Eu, que pedi, sim, a cabeça de Felipão independentemente da conquista do título da Copa do Brasil, rendo-me às manifestações dos jogadores e ao novo sentimento de grupo manifestado na festa da comemoração pelo elenco do Palmeiras.

De minha parte, concedo novos créditos a Felipão e sua comissão técnica.

Aliás o grande Rui Barbosa já dizia do alto de sua cátedra que "o burro é o único animal que não volta atrás".

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Este, d-e-f-i-n-i-t-i-v-a-m-e-n-t-e, não é o momento de despedir Felipão!

Mas posso garantir a todos que continuarei desempenhando o meu trabalho crítico a partir do classico de domingo, no "choque-rei" contra os Bambis!

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