Observatório Alviverde

20/08/2014

BELUZZO PERDEU UMA GRANDE CHANCE DE FICAR CALADO!



Estou em Pederneiras, minha terra natal, padecendo de frio e de raiva, prospectando, intima e mentalmente, os revoltos mares da mediocridade diretiva de nossa Sociedade Esportiva, que vão engolindo e destruindo -cada dia um pouco mais- o que ainda resta do Palmeiras!  

Busco, mais do que explicações ou respostas, bolar uma saída honrosa e plausível para a humilhante, degradante e vexatória situação em que está mergulhado o meu, o seu, enfim, o nosso clube de coração!.

Entretanto, quanto mais o tempo passa, mais me convenço de que o Palmeiras, a continuar, administrativamente, da forma como está, prevalecendo e perdurando a mentalidade arcaica que domina os nossos dirigentes é uma causa perdida! 

O depoimento inoportuno de Belluzzo, ontem, à turma (inimiga) da ESPN deu-me, mais do que certeza, plena convicção do que afirmo!

Não pretendo neste post, incursionar pelos meandros da sordidez humana (não faz parte de meu show) fazendo acusações gratuitas ou ilações maliciosas a quaisquer de nossos ex ou atuais dirigentes!

Digo, porém, que, se pedissem a Jesus Cristo que os julgasse e definisse de que lado está a razão, tenho certeza de que o mestre repetiria o mesmo que disse aos lapidadores da prostituta: quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra.

Creiam, pois, todos, que, nesse maligno universo de prepotências, vaidades e ambições, verdadeira babel multilíngue em que cada um fala o que bem lhe aprouver ou convier, sem se preocupar -jamais- com os interesses do Palmeiras, não existe nenhum anjo! Nem Belluzzo, nem Nobre, nem ninguém.

O Palmeiras de 2014, -exatamente- sem tirar e nem por, corresponde àquele Curíntia de meados do século passado, que, bateu todos os recordes de jejum de títulos, permanecendo sem ganhar, rigorosamente, nada, de 1954 a 1977, pelos mesmos motivos que, nos dias de hoje, arrebentam o Palmeiras: a vaidade descomunal de nossos dirigentes, a ambição desmedida, descontrolada e desenfreada da maioria deles e a luta tresloucada, insana e eterna pelo poder! 

Na verdade, falta-nos alguém com o temperamento, a força, a esperteza, a liderança e, principalmente do carisma de um Vicente Matheus que aparou as arestas e aplainou os caminhos de nossos adversários! 

Eu lhes pergunto, porém, se nos quadros diretivos alviverdes existe, porventura, alguém que reúna todos esses caracteres e creedenciais? 

Imaginei, um dia, que Beluzzo os reunisse, mas, hoje, sou convicto de que não, desde que ele demitiu Luxemburgo por repreender e ameaçar um "moleque" chamado Keirrisson. Pra mim, Belluzo administrador acabou alí! Alí e não após o erro proposital de Simon ele perdeu o Brasileiro!

Fique claro, gostei da gestão de Belluzzo sob muitos aspectos, embora ele, picado pela mosca verde da administração grandiloquente, tenha mergulhado o clube em uma situação extremamente difícil, do ponto de vista econômico financeiro, que Nobre tenta, hoje, contornar através de uma linha gerencial pobre e franciscana, diametralmente oposta, igualmente equivocada. 

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. É necessário, mais do que tudo e do que qualquer outra coisa, que haja equilíbrio no investimento em jogadores e nos gastos, naquilo que se chama de rolagem simultânea do elenco e das dívidas. Qualquer dos setores que for privilegiado, gera uma crise no clube.

O Palmeiras, reconheço, tem, sim, de economizar, mas não pode e nem deve cortar investimentos no setor vital e razão primordial da existência do clube, o time de futebol. 

Sem um time à altura das tradições e das responsabilidades da marca Palmeiras, como é que o clube pode faturar? Como irá, enfim,  sobreviver?

O que eu vou dizer agora é banal, todo mundo sabe, mas Nobre, inexperiente, parece não saber. 

Gerir um time de futebol é como andar de bicicleta... Se parar de pedalar, a gente cai. Nobre, faz tempo, parou de pedalar, caiu! Agora tem de levantar e voltar, imediatamente, à luta!

Beluzzo, ao conceder a bombástica entrevista de ontem à ESPN, evidenciou, das duas, uma: ou é um inocente (duvido) ou, na realidade, já está assumindo um posicionamento político de oposição a Nobre em face das próximas eleições (sou convicto disso!). Ele parece já estar trabalhando, abertamente, por Pescarmona.

A inconsequência foi a marca registrada dessa entrevista, não tanto pelo conteúdo em si, (concordo com muito do que disse o ex-presidente) mas pela intempestividade da mesma. 

Com o time entrando na zona de rebaixamento, entendo que o discurso de Beluzzo tenha sido, mais do que inconveniente, extemporâneo, inoportuno, altamente danoso e prejudicial ao time que está precisando ganhar moral, a fim de que possa, consequentemente, ganhar, também, os jogos. 

Francamente, eu não esperava isso de Beluzzo, a quem sempre tive como um homem ético e de um extremado amor ao Palmeiras. 

Não vou, porém, chamá-lo de aético, pois sei de seu extremado amor ao clube!

Da mesma forma, também não posso me omitir em face de sua falha, pois, entendo, ele extrapolou, exorbitou de seu prestígio e ajudou a intensificar a enorme crise que paira sobre o Palmeiras!

Ao atacar Nobre frontalmente e sem um motivo instantâneo que o levasse ao gesto, estou convencido de que ele foi outro de nossos dirigentes usado pela turma do Trajano!

Por que não o procuraram antes e só agora quando o clube está mergulhado na crise e no Z4? 

Trajano, se sabe, nunca morreu de amores pelo Palmeiras e faz parte daquele grupo de jornalistas estúpidos que deseja a desgraça do Verdão, se esquecendo que se o Palmeiras se apequenar e virar uma nova Portuguesa, na mesma proporção, a mídia também  se apequena. 

Quem leu o que escreveu na web esta semana, esse arrogante chefete da ESPN à respeito da situação do Palmeiras, tem uma idéia bem clara do que ele, efetivamente, deseja ao clube.

Entrar na pilha dele e daqueles que desejam que o Palmeiras "vá à tonga da mironga do kabuletê" ´num momento grave como o que estamos vivendo é amadorismo demais para o meu gosto. Beluzzo , mais do que amador, foi varzeano!

Mas pode ser maldade política, também, cercada das melhores intenções de um futuro melhor para o Palmeiras! O que eles, os dirigentes, não fazem quando o assunto é política, ainda que a política pequena de um clube de futebol! Vale tudo!

E você, o que acha?  

Diga, também, o que espera do time esta noite no Recife?

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