Observatório Alviverde

03/08/2015

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO, SÓ FICOU MAIS DIFÍCIL!



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Criticar pontualmente os jogadores do Palmeiras após os jogos (ganhando ou perdendo), não os destrói. Elogiar em demasia, sim. Esse é o motivo pelo qual prefiro, muito mais, criticar construtivamente, a elogiar irresponsavelmente!

Semana passada, em meio ao clima de festa e à euforia incontida da "Leal" pelos sete jogos sem derrota,  fui (propositadamente) econômico em discursos laudatórios ao time. 

Muitos, até Marcelo Oliveira, garantiam que, a partir da mini-série invicta, o Palmeiras já estava inserido entre os candidatos ao título. Era (é) cedo demais para isso!

Meu discurso -diferente- foi de prudência e precaução, ainda que acompanhado do reconhecimento comedido e discreto à algumas excelentes atuações e resultados da equipe, tanto e quanto a sua produtividade e mudança de atitude em campo, sob o comando, do, até então, indefectível Marcelo Oliveira.

Eu, em vez de tecer loas e elogios, de comemorar irresponsavelmente ou de fazer festa antes da hora (isso é muito fácil), preferi, conscientemente, advertir o elenco e dirigir um apelo por humildade aos jogadores, chamando-os à atenção para o fato de que nada fora ganho até então e que havia, ainda, um longo, pedregoso, espinhoso e difícil caminho a percorrer .

Por minha posição antipática, que muitos imaginavam ser oposta e antagônica à alegria contagiante da torcida, fui (nas entrelinhas) repreendido por alguns blogueiros.

Eles davam a entender que eu estava sendo ranzinza  demais em minhas manifestações, quando, na realidade, estava sendo, simplesmente, realista!

Ao reivindicar cuidados, humildade e moderação ao elenco, fui apoiado isolada e exclusivamente pelo londrinense Ney Verde que recomendava ao time não ir com sede excessiva ao pote e a comer pelas beiradas. Verdade verdadeira!

Convenhamos, portanto, todos, na reflexão decorrente da inesperada derrota de ontem: muitos dos nossos bem que exageraram, comemorando efusiva e absurdamente as cinco vitórias e um empate -pequena parcela no universo de uma tabela de 38 rodadas-, como se valessem o próprio título. É carência demais para a minha realidade!

O título, se vier -tomara que sim-, só daqui a  4 meses ou 22 jogos, a 06 de dezembro, quando o Verdão cumpre seu derradeiro compromisso neste Brasileiro, enfrentando o Flamengo no Maracanã. 

Ontem, contra o Atlético Pr., todo o time do Palmeiras parecia envolvido por uma aura letal de excesso de confiança, em face da hipervalorização da série de seis jogos sem perder no Brasileiro.

A forma passiva e acomodada com que iniciou o jogo, abdicando, completamente e inexplicavelmente da marcação alta, da correria e do abafa inicial, (habituais nos outros jogos), foi o sintoma claro e detectável de que o time, ontem, era outro. Acertei novamente!

A autoconfiança era tal  que os jogadores imaginavam e passavam a impressão de que poderiam ganhar o jogo na hora que melhor lhes aprouvesse. Ledo engano!  

Não é válido o argumento de que foi a força de marcação do time paranaense o fator que  impediu o Palmeiras de impor o estratagema tático habitual adotado no início dos outros jogos que, além dos frutos táticos e técnicos que promovia, impunha ao adversário o nervosismo, o medo, o pavor, o terror e, enfim, o desequilíbrio emocional. 

Na realidade o Palmeiras, acomodado, sequer, tentou!

Ao contrário do que fizera com todos os clubes que enfrentou no Allianz, o Verdão não conseguiu encaixotar o Atlético, talvez, repito, por subvalorizar o rival e imaginar que pudesse ganhar o jogo na hora em que quisesse. 

O castigo chegou depressa! Além de não ganhar, o Palmeiras perdeu, justamente quando não poderia ter perdido! 

A derrota de ontem teve um lado didático, despertando Nobre, Mattos, Marcelo Oliveira e o grupo de jogadores para a indesmentível realidade dos embaraços, da dureza e das dificuldades do mais difícil e espetacular campeonato de futebol do mundo, no qual ninguém ganha os jogos com a fama, com a tradição, com boca ou sem suar a camisa...

A rude esfrega sofrida pelo Verdão em pleno Allianz, subjugado por um adversário considerado fraco e desimportante, entendo como uma lição exemplar, capaz de conduzir a equipe, a partir de agora, pela senda  virtuosa da humildade e do respeito ao adversário, capaz de levar ao título.

O Palmeiras, ontem, convém que se diga, não pesou, mediu, respeitou e nem encarou o seu rival paranaense  com o cuidado que  deveria.

Em momento algum ninguém analisou a posição que o time araucariano ostentava na tabela, tanto e quanto o seu real potencial técnico e a sua tradição de ex-campeão brasileiro. 

Fica, -repito para que aprendam-,  como uma duríssima lição ao Palmeiras, do presidente ao diretor de futebol, deste ao técnico e à comissão técnica e, principalmente, aos jogadores, e, sobretudo, à própria torcida.

Impõe-se, a partir de agora, a necessidade de que o time passe a encarar todos os jogos com a maior seriedade possível sem menosprezar quem quer que seja.

É absolutamente necessário que entre em campo perfeitamente identificado com o espírito do guerreiro. Mais do que isto, imbuído de responsabilidade e  da vontade de vencer.

É preciso que o time seja, sempre, provido de alto astral, confiança plena, garra, empenho e espírito de luta, sejam os jogos contra os grandes, os médios ou os pequenos times, sejam amistosos ou valendo por quaisquer campeonatos.

Prestem a atenção agora ao que vou dizer porque não está nos livros e só agora estou colocando na Internet.

Há (quase sempre) a partir da chegada de um novo treinador,  uma fase de superação  e de entusiasmo em qualquer grupo, em que cada jogador dá tudo de si pela titularidade, os reservas, inclusive.

Chamo essa fase de lua de mel entre o novo técnico e o grupo. No Palmeiras essa fase de realizações e de esperanças durou seis jogos! Se vai voltar, só o futuro dirá. Espero que sim!

Em razão disso, entendam porque também tenho sido econômico nos elogios a Marcelo de Oliveira, que, não pela derrota, mas pela forma que mexeu no time ontem contra o Furacão, mostrou que não é perfeito e como todos os mortais, também tem os seus dias infelizes, tanto e quanto os seus erros, defeitos, vulnerabilidades e as suas limitações.

Tudo bem que, ontem, ele colocasse Girotto no lugar de Gabriel, contundido, mas era jogo, muito mais, para o experiente Amaral em função de sua maior presença física, por sua vocação pela marcação e por seu estupendo senso de cobertura, fatores que o levaram a ser contratado pelo Palmeiras.

Ligue-se, também, a entrada de Giroto a um outro fato e verifiquem como, de fato, faltou visão a Marcelo Oliveira.

Rafael Marques não estava bem fisicamente e mesmo antes do jogo já se anunciava que ele poderia ser substituído a qualquer momento, no transcurso da partida. 

Aconteceu, no intervalo! Entrou o jovem Kelvin, de características diametralmente opostas às de Marques que vem se constituindo no cérebro da equipe e que é o representante do técnico dentro de campo.

Se, por um lado, a alteração, ainda que errônea e equivocada,  mostrou a visão ofensiva de MO, por outro, em face das características individuais de Kelvin, foi o fator que liquidou, completamente, a conexão que deveria existir entre o meio de campo ao ataque. O Palmeiras perdeu o jogo aí!

Estava mais na cara do que barba, bigode e sobrancelha que o lugar de Marques deveria ser ocupado por alguém mais experiente e de melhor controle de bola, que conseguisse ler bem o jogo, que passasse bem a bola e que se desmarcasse e que fosse, sempre, uma opção para receber, que representasse uma liderança em campo e que, acima de tudo acionasse e habilitasse ofensivamente os atacantes...

Era tudo, enfim que Kelvin, atacante driblador e de velocidade, acostumado, exclusivamente,  à frequência na área adversária não sabe realizar com eficiência.

Isso impediu que o Palmeiras ocupasse o setor mais importante do jogo, o meio de campo, a fim de  equilibrar as ações em um setor onde o rubro-negro paranaense passou a deitar e rolar, tão logo Marques deixou o jogo.

Foi um erro imperdoável de Marcelo, considerando-se que ele tinha no banco nada mais nada menos do que Zé Roberto e Cleyton Xavier.

A prova contundente e expressiva de que MO não viu o jogo, ficou estampada na alteração processada por ele por volta dos 20 minutos do segundo tempo.

Mesmo percebendo que seu time era completamente envolvido pelo adversário e que perdera, completamente, o meio de campo, Marcelo, em sua ânsia por ofensividade, mais uma vez incorreu em outro erro crasso.

Em vez de tentar dominar novamente a zona de raciocínio, colocando em campo um meio campista nato e de qualidade, ele preferiu retirar Leandro Pereira (ontem, irreconhecível) colocando em campo o moroso, modorrento e ainda inadaptado Lucas Barrios.

A partir daí o Atlético Pr. exerceu um domínio territorial quase completo, e o Palmeiras começou a ser sufocado em seu próprio campo de defesa, sem capacidade suficiente para dar o troco e reagir.

Outro erro (de muitos palmos) de Marcelo foi aquele de gastar a terceira e última opção de alteração (Barrios no lugar de Leandro Pereira) aos 20 minutos do segundo tempo, quando o jogo estava indefinido e estabelecia um 0 x 0.

Ele correu, desnecessariamente, um risco enorme de ter seu time reduzido a dez ou menos homens em campo em um jogo no qual, pelas circunstâncias apresentadas pelo time após as saídas de Gabriel e Rafael Marques, um empate seria um bom resultado. 

Menos mal que MO tenha sempre tentado jogar pra frente e tentado ganhar!

A minha mensagem final, apesar de tudo o que aconteceu, é de otimismo.

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO, SÓ FICOU MAIS DIFÍCIL!

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