Observatório Alviverde

21/12/2012

CHEGA DE FALAR EM CUSTO BENEFÍCIO NO PALMEIRAS!




Chamou-me a atenção meu irmão, quando de minha estada recente em Pederneiras, para uma interessante faceta que caracteriza a torcida da S.E. Palmeiras.

Refere-se a manifestação doentia de grande parte de nossa coletividade, relacionada aos questionamentos financeiros, quando contratamos novos atletas ou quando renovamos contratos daqueles jogadores que compõem o nosso elenco.

Como esse procedimento ridículo de nossa torcida abria amplas possibilidades para criticas ao clube, muitos da mídia adotaram o discurso e, agora, seguem como fiscais palmeirenses, constituindo um COF paralelo a criticar e tentar auditar os negócios do clube.

Há sempre uma preocupação se este ou aquele jogador vai ganhar muito, se o clube está gastando acima ou abaixo de suas possibilidades, se vai se endividar ou não e outros aspectos que não são da alçada de quem torce ou de quem faz jornalismo, mas, exclusivamente, de quem administra.

Em outras palavras, trata-se, de intolerância e de intromissão indevidas na vida do Palmeiras! 

A FÁBULA DO FABULOSO

 

Em contrapartida, os bambis pagam um salário escandaloso, incompatível com a qualidade e a produtividade de Luis Fabiano, mas ninguém diz nada. Só elogiam!


GANSO 













Gastam um troco descomunal para contratar e apostar no imprevisível Ganso, recem operado, e a mídia proclama e consagra que foi a maior contratação ocorrida no Brasil em 2013.

A propósito da contratação do ex-santista, alguém da mídia levantou o enjoativo e surrado tema do custo-benefício como fazem, frequentemente, com Valdívia?

 BRENO










Contratam Breno, presidiário, recluso na Alemanha que nem se sabe quando será solto e ninguém murmura ou publica uma virgula de crítica. Nem a torcida deles, nem a mídia!

Apenas elogiam  Juju e os bambis afirmando que o SP é diferenciado porque é o único clube que ampara seus ex-atletas.

Tudo é motivo para enaltecê-los e elogiá-los, até a contratação duvidosa de um presidiário.

Uma vergonha!


 BRUNO, OS BAMBIS E A MÍDIA

 
Aposto que se os bambis contratassem o goleiro Bruno, preso em Contagem, na Penitenciária Nelson Hungria como mandante da morte da mãe de seu filho, os homens da mídia não fariam qualquer crítica a Juvenal. Pelo contrário, apoiariam a iniciativa e procurariam um tema ou bordão para tecer loas à hipotética e absurda contratação. Quem não sabe disso?

De passagem...


Se nem essas coisas graves a mídia divulga, como publicaria que os seguranças do São Paulo, desde que o Morumbi foi inaugurado, no início da década de 60, acuam árbitros, constrangem bandeirinhas, pressionam os representantes das entidades, aterrorizam os adversários e, implicitamente, pressionam a própria mídia.

A exibição de armas de fogo pelos "tontons-macoutes" tricolores é antiga, frequente e recorrente.

Eles funcionam como uma autêntica organização paramilitar visando a  intimidação e represália aos adversários a serviço do SPFC, dentro e fora do campo. A esse filme assisti "in loco" inúmeras vezes!

Em pleno "hall" do estádio, presenciei, certa vez, um desforço físico entre o profissional da TV Gazeta Osmar Garrafa e alguns gigantescos homens de terno preto que compõem a guarda-pretoriana bambi.

Surpreendeu-me a valentia do jornalista que não afinou e foi pra cima dos caras, todos gigantes, com corpo de fisiculturista, em uma briga desigual que acabou ficando barata para OG, pela providencial chegada e intervenção da "turma do deixa pra lá".

Por tudo o que foi exposto, como esperar (alguém esperou?) que a mídia denunciasse qualquer ação violenta intra-muros contra a delegação do modestíssimo Tigres da Argentina?

DE SÁBATO


E a prisão arbitrária de De Sábato por suposta agressão verbal-racial a Grafite?

Em vez de censurar a irresponsabilidade de um policial frustrado que fazia parte da diretoria bambi, que ordenou a prisão do argentino, a mídia, em peso, apoiou e, irresponsavelmente o massacre físico e psicológico imposto ao jogador argentino por mera e banal questiúncula de jogo.

Naquele dia tive vergonha de ser brasileiro! 

Um evento insignificante, supostamente ocorrido dentro de campo, transformou-se em um um espetáculo circense comando por Leco, Juju e outras figuras abomináveis sobejamente conhecidas pela cara de anjo e por procedimentos demoníacos.

Até hoje não sei como aquele triste espetáculo não se transformou em um gravíssimo incidente diplomático entre Argentina e Brasil. Confesso-lhes, torci por isto! 

 NEYMAR

 

Alguém da mídia ou da torcida santista questionou ou questiona quanto Neymar recebe no Santos?

Quando ele vai à balada alguém tenta fotografá-lo, ridiculariza-lo ou desmoralizá-lo por isto como fizeram com Valdívia?

Alguém da mídia questiona o fato de Laor ter endividado o clube, com a gana e o rigor como questionaram Belluzzo e como questionam Tirone?

 SHEIK DI ARAKI


Alguém na mídia expôs as contravenções de Emerson, desde a adulteração da certidão de nascimento para jogar no Bambi, passando por sua naturalização à cidadania do Qatar mediante documento falso para poder jogar na Seleção desse país?

Alguém o criticou porque ele adquiriu um carro de luxo mediante esquema ilegal de exportação?

Alguém disse que ele está sendo acusado pelo MP como integrante de uma rede de lavagem de dinheiro em caso que tramita na justiça?

Quem da mídia fala nisso? Quem critica essas figuras, suas ações erros e transgressões?

E, no entanto, criticam, até hoje, Valdívia pelo hediondo crime de ter frequentado uma boate e de ter beijado uma garota. Até com a família dele acabaram, sem dó, piedade ou respeito!

Voltemos ao tema da intromissão de tantos torcedores e jornalistas nos negócios do Palmeiras.

A impressão que fica é a de que alguns palmeirenses e a maior parte da mídia, sentem uma  ponta de inveja do que os jogadores recebem.

O exemplo mais recente é o de Barcos.

 
Tirone fez questão de dobrar-lhe o salário.


De quebra ainda lhe ofereceu a condição de deixar o clube na hora que bem aprouver ao argentino, sob qualquer circunstância.

 A mim, como torcedor, pouco me importa se Barcos vai ganhar aumento substancial com o contrato atual ainda vigente, pois, entendo, não se trata de gasto, mas de investimento.

Um dos erros crassos do Palmeiras através dos tempos é aquele de não segurar seus melhores atletas e de vendê-los à primeira oferta.

Voces acham que as negociações recentes de Cavalieri, Edinho, Cicinho, Danilo e  outros, resolveram os problemas financeiros do Palmeiras?

Por outra, contribuiram para o apequenamento do clube e para a nossa queda à segunda divisão?

Vendemos uma defesa quase completa que seria, sem qualquer dúvida, a melhor do Brasileiro de 2012.

Só não vendemos atacantes porque a filosofia equivocada predominante do Palmeiras, há anos, é a de não conttratar atacantes, só defensores e volantes, que sejam, preferencialmente, de contenção.

O que eu acho incrível é que aquilo que foi escrito em nosso hino no distante 1949, século passado, por Gennaro Rodrigues, pseudônimo de Antonio Sergi, seja a marca determinante de nossas ações e balize, até os dias de hoje, a vida do Palmeiras.

Refiro-me ao verso "defesa que ninguém passa" que parece galvanizar os dirigentes e a nossa torcida, constituindo-se em um mantra que, lamentavelmente, norteia as nossas ações práticas nos campos e nos bastidores.

Em homenagem ao verso criou-se até uma inútil e dispensável "escola de goleiros" que, ao cabo de trinta e tantos anos, tirante Veloso e Marcos, e após tantas e frustrantes tentativas, só conseguiu emplacar Cavalieri como um goleiro promissor.

Que não se fale em Zetti que começou no Capivariano, transferindo-se posteriormente para o Guarani de Campinas, indo para Toledo do Pr e para o Londrina antes de tomar o lugar de Martorelli como titular do Palmeiras em 1987.

O Palmeiras se esmera em contratar jogadores para posições de defesa e, principalmente por isto, nunca tem ataques eficientes, produtivos, senão quando a sorte, a coincidência ou o acaso o favorecem e possíveis erros acabam se transformando em acertos.

Na verdade, não existe no Palmeiras uma cultura de golear os adversários e de demoli-los em campo, mas a de fazer um ou dois gols e, a partir daí, tocar a bola e dar show para a torcida gritar "olé"!

Se precisássemos partir para o segundo critério de desempate no último Brasileirão, teríamos sido rebaixados por deficiência ofensiva posto que fomos uma das equipes de menor artilharia.

O tal "Olé", exigido por torcedores ignorantes e que não conhecem o regulamento das competições, impediu-nos de marcar muitos gols naquelas partidas em que tudo dava certo.

Ainda que fosse com o objetivo de treinar e de ganhar moral, tínhamos a obrigação de partir pra cima dos adversários, mas, em vez de pedir "mais um" as organizadas pediam "olé".

Herança maldita - por incrível que possa parecer - da segunda academia que tinha como líderes e protagonistas Dudu e de Ademir, a mais vitoriosa de nossas formações, mas muito longe de ter sido a melhor e a mais consistente.

A segunda academia palmeirense!


A segunda academia era forte defensivamente mas deixava a desejar ofensivamente e ganhava a maioria dos jogos apenas por 1 x 0, ou, quando muito, 2 x 1.

Na história do futebol brasileiro, Palmeiras (a segunda academia) e Fluminense (de Zezé Moreira, Denilson, Telê e Valdo) talvez tenham sido, no passado, os times que mais venceram os seus jogos por 1 x 0,  a exemplo do atual CU-rintia de Tite. 

Ademais, quando saia atrás no marcador, o que raramente ocorria, o Verdão, leia-se segunda academia, tinha grandes dificuldades em reverter ou inverter o marcador em decorrência do excesso de defensivismo. Ademir, o cérebro da equipe, antes e mais do que armar, defendia, mas poucos se lembram disso.

Entretanto é necessário que se diga, que o Palmeiras de Dudu e Ademir foi o time brasileiro que mais se aproximou da qualidade e do refinamento técnico do Barcelona de hoje, embora com menos velocidade, menor preparo físico e sem os atacantes de qualidade do Barça, mormente Messi, Xavi e Iniesta.. 

A semelhança reside no refinado toque de bola dos dois times, que conseguia e consegue envolver os adversários e os deixa sem a bola nos pés para jogar. Assim era a nossa segunda academia.


A PRIMEIRA ACADEMIA!
Vejam esse time que representou a Seleção Brasileira na inauguração do Mineirão

 
Valdir de Moraes Djalma Santos, Djalma Dias e Ferrari; Dudu e Valdemar ; Julinho, Servílio, Tupãzinho , Ademir da Guia e Rinaldo

Os reservas:
Picasso, Zequinha, Procópio, Germano, Ademar Pantera e Dario

Dudu e Ademir também participaram da primeira academia, inicialmente como coadjuvantes, e foram, gradativamente ganhando a posição.

Esse foi, sem qualquer dúvida, o melhor Palmeiras de nossa história, entre todos os que vi jogar. Sempre fazia muitos gols e, na maioria das vezes goleava impiedosamente os adversários,

Reinou por mais de uma década no futebol paulista e brasileiro, com sucessivas e diferentes formações, entre o final da década de 50 e o início dos anos 70, repleta de craques e jogadores consagrados, dividindo com o Santos de Pelé a hegemonia do futebol brasileiro.

O Parque Antártica era chamado pela torcida de Instituto Butantan, pois lá só havia "cobra", giria lançada na época, que era sinônimo de craque!

Respaldado pelo dinheiro farto das Indústrias Matarazzo o Palmeiras tinha um pensamento diferente daquele do Flamengo, segundo o qual "craque o Flamengo faz em casa.

O Palmeiras tinha como lema "onde houver um craque o Palmeiras vai lá e compra"!

A Matarazzo fechou, o dinheiro fácil e farto, praticamente sem juros, acabou e o Palmeiras mudou, mas essa mania de grandeza palmeirense perdurou por muitos anos até quando iniciou-se o processo de apequenamento do Palmeiras, a partir de 1976.

Hoje faturamos muito mais do que naquela época, mesmo se considerarmos os faturamentos proporcionalmente ao tempo e a situação.

Lembremo-nos que os clubes, naqueles tempos, só tinham como fonte de renda as bilheterias, pois os franceses ainda não haviam inventado a publicidade nas camisas e o marketing engatinhava no futebol brasileiro.

Como um clube de lazer e futebol, ao contrário do que pensa o Sr, Mustaphá Contoursi, não visa à aferição de lucros, o Palmeiras tem de investir e procurar proporcionar à torcida aquela que é a matéria prima maior e mais importante de qualquer esporte, a emoção das vitórias.

E, de nossa parte, vamos parar de implicar, de dar palpites e cornetar as finanças do Palmeiras.

Jogador bom é difícil e custa caro mesmo.

Barcos provou que é artilheiro e precisa ficar no Palmeiras.

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