Observatório Alviverde

28/02/2010

RIO CLARO 1 X 0 PALMEIRAS. A TRISTE CONFIRMAÇÃO QUE OS NOSSOS LATERAIS SÃO FRACOS, NÃO TEMOS CENTRO-AVANTE E O ELENCO NÃO É O QUE A DIRETORIA IMAGINA

Esse Rio Claro 1 X 0 Palmeiras expõe de forma gritante as fraturas expostas do elenco do Verdão, ainda longe de serem corrigidas e consolidadas.

Quem não enxerga que não temos laterais de qualidade num futebol que exige, cada vez mais, especialistas competentes nessas posições?

Nosso problema, aliás, é bilateral! Na direita e na esquerda!

Quem não enxerga que falta-nos um centro-avante de ofício, alto, forte, um pivozão oportunista, que saiba jogar de costas para a marcação e que seja, além de um preparador, um finalizador de excelência?

O esforçado Robert não passa de um bom sobressalente! Solução final, jamais!

Quem não enxerga que Lenny não é, nem de longe, o meia ideal para a titularidade? A exemplo de Robert, também não passa de mero coadjuvante nesse elenco de coadjuvantes e jogadores secundários que a diretoria insiste em chamar de ótimo.

Menos mal, agora, porque Ewerthon, muito melhor e mais maduro do que Lenny, acaba de chegar.

Quem não enxerga que, noves-fora quatro ou cinco posições em onze, nosso elenco é mais do que fraco, fraquíssimo, limitadíssimo?

Não, esta não é uma análise oportunista ou irresponsável, motivada pela contrariedade de um torcedor, em face de resultado negativo.

Ao contrário, engloba convicções e constações antigas, tipificadas pela perda do brasileirão e pelo fracasso na classificação para a Libertadores, cujos efeitos deletérios cronificaram e perduram até os dias de hoje.

Na triste retrospectiva desses fracassos, verifica-se que, entre outras razões, perdemos a maioria dos jogos pela fragilidade de nossos flancos defensivos.

O problema subsiste até hoje, e, contra o Rio Claro, não foi diferente. Pelo lado esquerdo do campo sofremos o gol da derrota, em falha gritante do homem de cobertura no setor, Souza, reeditando as trapalhadas fatais de Pablo Armero.

Por falar em Armero, por incrível que pareça, a nossa melhor opção para o setor ainda é o desastrado e desprezado colombiano, desde que se recupere emocionalmente. Mas, será que se recupera?

De uma hora para outra, marcado pela torcida, deixou de jogar o que sabe e "o melhor lateral das américas", como era aclamado pela imprensa sulamericana, acabou, melancolicamente, esquentando o banco no Palmeiras.

Voltemos ao jogo.

Deficiências à parte, o Palmeiras foi valente, mostrando garra e vontade contra o Rio Claro.

Nosso maior pecado residiu na falta de estratégia para um jogo em que, de antemão se sabia, nenhuma tática funcionaria, como, de fato, não funcionou porque o gramado era impróprio para o jogo de toques.

O Palmeiras demorou a se dar conta disso. O Rio Claro, não! Talvez até pelo fato de já estar condicionado a atuar dessa maneira, na base do chutão e da correria em qualquer campo e com qualquer tempo. Quando o Palmeiras abriu os olhos, já estava perdendo por 1 x 0.

Assim, pecamos pela teimosia de tentar o jogo pelo chão em gramado encharcado, com toques curtos, tentativas de tabelinhas pelo entrada da área, onde um zagueiro chamado água fazia a diferença e inviabilizava todas as nossas tentativas de fazer o "um-dois".

Na verdade, o piso requeria bola comprida, jogadas aéreas, arremates à distância e infiltrações individuais para tentar o espaço para o chute ou sofrer faltas nas imediações da área.

Isso tudo nos faltou, exceto as bolas alçadas, tentadas em profusão contra um miolo de defesa sólido, muito seguro, bem posicionado e um goleiro inspiradíssimo.

Faltaram-nos, também, bons cruzadores para que o jogo aéreo frutificasse.

Apesar de tudo, se é que há algo comemorar, louvemos o empenho e o espírito de luta dos jogadores em todo o transcurso de um jogo sem tática e sem lógica em que prevaleceu a estratégia do mais fraco.

O futebol de guerrilha do Rio Claro, foi, com méritos, o grande vencedor.

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