Observatório Alviverde

24/02/2019

PALMEIRAS JOGA MAIS POREM SÓ EMPATA COM O SANTOS NO ALLIANZ PARK!


Não, não estou entre aqueles que imaginam ou acreditam que tudo esteja perdido para o Palmeiras no decorrer de 2019, em face de um início mediano, ou, vá lá, pouco auspicioso desta temporada. 

Pelo contrário, parto do princípio inteligente de que o Paulistinha (especificamente no caso do Palmeiras) não passa de mero torneio de preparação e ajuste, visando aos torneios mais importantes do ano, sobretudo à Libertadores, cujo vencedor carimba o passaporte para o Campeonato Mundial de Clubes desta temporada. 

Preparando-se para encarar os rigores de outra temporada inóspita e difícil, o Palmeiras, ao contrário do que eu imaginava e previa, parece estar atrás -muito atrasado mesmo- em termos de ajuste do time em um início de trabalho que, ao menos pelo que se viu e mensurou até agora, parece estar longe de ser o ideal.

Ontem, malgrado ter dominado amplamente o adversário, o Palmeiras pecou (muitíssimo) pela falta de objetividade e de mais chegadas fortes tanto e quanto de arremates mais constantes ao gol adversário em decorrência, sobretudo, da economia de avanço dos armadores e dos laterais. 

De qualquer forma, não há que se reclamar da qualidade do clássico, haja vista o empenho dos dois times e o espírito de luta dos dois contendores que esbarraram em sistemas defensivos sólidos, cujos goleiros, mormente o santista, esteve muito mais exigido, fizeram a diferença.

No entanto, nem o Palmeiras que chegou mais, atacou mais, foi mais objetivo e dominou amplamente as ações) e nem o Santos que defendeu mais, atacou menos e foi dominado em campo, conseguiram tirar o zero do placar "oxo" em um confronto que foi tudo menos monótono, monocórdico ou "chocho"! Quem esteve no Allianz ou ligou o "pay-per-view" assistiu a um bom espetáculo de futebol.

A análise midiática de antes do jogo, segundo a qual Felipão e Jorge Sampaoli proporcionariam um concorrido duelo tático configurou-se plenamente.

Não sei se pelo fato de estar jogando em casa, amparado em campo por torcida única e por dispor de um time um pouco melhor (melhor ainda quando completo) a vantagem aparente esteve sempre com Scolari, mas, de um ponto de vista prático o empate premiou -como não reconhecer?-  o esforço e a raça do adversário.

Em todo caso como deixar de realçar que a vitória palmeirense no primeiro tempo só não ocorreu em face de outro gol que Borja, (outra vez, mais uma vez), conseguiu perder e de uma defesa espetacular de Everson (goleiro que o Santos foi buscar no Ceará Sporting) em um chute desferido da entrada da área, de sem pulo, pelo -mais uma vez-  melhor palmeirense em campo, o volante Thiago Santos.


Foi bom o clássico deste sábado, no Allianz Parque, mas os times não conseguiram balançar as redes. 

Depois de um primeiro tempo caracterizado, apenas, por duelos táticos e outro gol incrível perdido por Borja, a partida ganhou muito mais emoção na etapa final e os dois times pararam em grandes defesas de Weverton e, sobretudo, de Everson. Pior para o Verdão que viu os quase 34 mil pagantes vaiarem o desempenho da equipe após o apito final. Pra mim, houve exagero!

Com o empate, o Palmeiras segue líder do Grupo B com 15 pontos e só volta a campo diante do Ituano, na próxima quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque.

O Santos, além de liderar o campeonato, também lidera sua chave, somando 19 pontos, só voltando a jogar pelo Paulistão no sábado, diante do Oeste, às 19h, no Pacaembu. Antes, o Peixe encara o River Plate pela Copa Sul-Americana, às 19h15 também no Pacaembu.

De qualquer forma pode-se dizer que Palmeiras e Santos embora não houvessem conseguido balançar as redes, fizeram um clássico de boa qualidade neste sábado no Allianz Parque. 
 
Com o empate, o Palmeiras segue líder do Grupo B com 15 pontos e só volta a campo pelo Paulistinha diante do Ituano, na próxima 4ª-feira, às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque. 

O Santos só volta a jogar pelo Paulistão no sábado, diante do Oeste, às 19h, no Pacaembu. Antes, encara o River Plate pela Copa Sul-Americana, às 19h15 no Pacaembu.

Voltando ao interessante clássico de sábado no Allianz Parque que começou com Palmeiras e Santos buscando marcar um ao outro a partir da linha de defesa do inimigo (sua própria linha de ataque) a pressão, reciprocamente, durou poucos minutos. 

Logo, a apatia de Miguel Borja e o despreparo físico de Raphael Veiga pesaram para que o Verdão perdesse  o ritmo e concedesse espaço ao jovem e voluntarioso time do Santos.

Visando a surpreender o Palmeiras Sampaoli, recuou Yuri, colocando-o como terceiro zagueiro e deu liberdade para Jean Lucas aparecer no jogo. 

Quando Moisés avançava para tentar impor-se à dura marcação que sofria , Yuri virava elemento surpresa e jogava às costas dos volantes palestrinos, embora nada de produtivo mais sério tenha decorrido pela ótima chegada e cobertura do sistema defensivo do Verdão. 

A rigor, o Santos frequentou muito pouco a grande área palmeirense sem criar nada que pudesse ameaçar seriamente o reduto defensivo do Verdão. 

De qualquer forma, há que se dizer que ontem Felipão contrariou suas declarações de meio de semana, quando afirmou que iria definir apenas um time para a temporada, time esse que sofreria as alterações necessárias a partir  das informações dos departamentos físico e médico do clube à véspera de cada congrontação. 

Em razão disto, dormiu de touca e não colocou em campo para o clássico nem o time A nem o B, mas, antes de tudo, tentou uma mesclagem que "não deu liga".
 
No Palmeiras, registre-se que, na primeira fase, apenas Felipe Pires se destacou entre os homens de ataque. Tudo em razão de ter sido marcado por um atacante improvisado à lateral, o colombiano Copete.  

Dudu, como sempre, esteve em vários locais do campo no primeiro tempo e fez tudo o que pôde, até dobradinha com Victor Luis pelo lado esquerda, mas pouco apareceu. 

Aos 42 minutos da primeira fase, Vitor Luís construiu a chance mais visível de gol desfrutada pelo Palmeiras, indo ao fundo e cruzando rasteiro em direção à pequena área.

O goleiro santista Everson e Raphael Veiga tentaram, sem sucesso, alcançar a bola que chegou no segundo poste, onde Borja penetrava livre e fez o mais difícil ao tentar um carrinho com o pé direito, com o goleiro batido e o gol livre.

So que a bola, após amortecer no pé esquerdo de Borja perdeu a força na hora de entrar e permitiu que Gustavo Henrique aliviasse o perigo e salvasse o gol palmeirense.

Segundo tempo ganha emoção no Allianz Parque!

Considero que o jogo, na etapa complementar, melhorou muito em competição e emoção pela ação dos dois times que voltaram dispostos a lutar pelos três pontos. 

Em razão disso a etapa final foi diferente, muito mais palatável e digerível do que a primeira, e os dois times, mormente o Palmeiras, passaram a jogar mais ofensivamente e a arriscar mais.

Logo no início do 2º tempo o Santos chegou com muito perigo através de  Derlis González que arriscou de fora da área e assustou Weverton.

Um minuto depois, Raphael Veiga recebeu um presentaço de Yury e, após dominar sozinho, arrematou da meia-lua duas vezes seguidas, porém sobre os zagueiros santistas que correram desesperadamente para a cobertura e conseguiram fechar o ângulo do arremate. 
Na etapa complementar a mídia, como quase sempre acontece, apontou duas penalidades máximas que teriam sido cometidas por zagueiros palmeirenses e não marcadas pelo árbitro Flávio Rodrigues de Souza.

A primeira, teria decorrido de um toque de mão de Gustavo Gómez em finalização de Jean Lucas. 

Assim disse o global Gaciba, a propósito do lance:

"Dentro da interpretação nova, não interessa se há intenção ou não. O Gustavo Gómez está se colocando em ação de bloqueio, ampliando a área do corpo. Deveria ter sido marcado pênalti, sim".

Tanto Gaciba na Globo quanto Loebling no Esporte Interativo se equivocaram quando afirmaram que o pênalti existiu! Discordo, frontalmente, dois dois.

Primeiro porque não acredito nas chamadas interpretações novas, até porque não houve intenção do paraguaio em por a mão na bola. 

Contrariando, também, o argumento de Gaciba, notório anti-palmeirense, ficou claro que o braço de Gómes não fez parte do bloqueio que impediu a passagem da bola como quer decretar o ex-árbitro gaúcho Gaciba e atual contratado da Globo. 

Na realidade, Gómes não abriu os braços visando a aumentar seu espaço em campo, tanto e quanto fez tudo para evitar que a bola tocasse em seu braço. 

Se nas vezes em que qualquer jogador está com o braço colocado ao corpo e a bola choca-se contra o seu membro superior , os Gacibas da vida sempre afirmam que como o braço estava colocado ao corpo não houve intenção e como não houve intenção não houve pênalti.  Por que, agora, ele quer mudar? Só por que é Palmeiras?

Foi digna de aplauso a atitude do apitador Flávio Rodrigues, magnificamente bem colocado na hora do lance.

O comentarista (?) Gaciba não foi muito claro e explícito a propósito de um outro lance em que alegam um empurrão em Jean Mota após cruzamento na área e que teria caracterizado outro pênalti contra o Verdão.

Conversa mole pra boi dormir. Loebling sequer entrou no tema. 

Na verdade, no 2º tempo, o Palmeiras partiu pra cima do Santos, envolvendo-o completamente mas sem conseguir chegar ao gol em  face das seguidas bobeadas de Borja e do excesso de toques de bola longos de um lado para o outro que o time praticava, com muito pouca inspiração e pouca produtividade ofensiva.

Por volta de 15 minutos o Palmeiras quase marcou em uma bola alçada por Dudu e que passou pela cabeça de três palmeirenses sem que nenhum deles conseguisse mandar a bola à rede.

Aos 16 minutos mais uma vez Dudu, descambando pela esquerda do campo, pressentiu Felipe Pires pela direita penetrando livre de marcação e cruzou-lhe, mas a bola chegou um pouco mais alto do que esperava o ponta-direita que acabou batendo errado e perdeu a chance.

Por volta de 25 minutos Felipão fez entrar Ricardo Goulart, ainda em fase de recuperação de cirurgia, colocando-o no lugar de Raphael Veiga. A torcida vaiou porque esperava que o sacrificado fosse Borja. Tinha razão a torcida! Como negar o óbvio?

Embora longe de sua conhecida condição de craque, Goulart esforçou-se bastante e realizou três ou quatro ótimas jogadas, "amostras grátis" do seu imenso arsenal técnico e de sua imensurável capacidade produtiva. 

Tanto o Palmeiras quanto o Santos desfrutaram de condições para tirar o zero do placar. 

A melhor chance alviverde ao final do jogo passou pela cabeçada de Dudu da entrada da pequena área e defendida milagrosamente pelo goleiro Everson que, diga-se de passagem, fez a torcida santista se esquecer, completamente, de Vanderley.

O Santos, uma vez, aos 47 minutos em contra-ataque quando de um arremate de Jean Lucas que saiu em velocidade da ponta esquerda, penetrou pelo meio e bateu pelo alto tendo a bola passado longe de Weverton mas muito perto de seu ângulo esquerdo com imenso perigo.
 FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 x 0 SANTOS
Local: Allianz Parque, em São Paulo-SP
Data: Sábado, 23/02/19
 
Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza. Muito bom NOTA 8
Assistentes: Alex Ang Ribeiro. NOTA 8
e
Tatiane Sacilotti. NOTA 6

Público: 33.980
Renda: R$ 2.144.518,00
Cartões amarelos:
PALMEIRAS: Weverton e Antonio Carlos;
SANTOS: Yuri, Jean Lucas e Cueva

ESCALAÇÕES: 
SANTOS:
Everson, Victor Ferraz, Felipe Aguilar, Gustavo Henrique e Copete (Orinho);
Yuri, Jean Lucas, Diego Pituca (Carlos Sánchez) e Cueva;
Rodrygo e Derlis González (Jean Mota)
Técnico: Jorge Sampaoli

PALMEIRAS:
Weverton - Boa atuação e uma defesa providencial. NOTA 7.
Marcos Rocha - Mostrou condições de sobra para a titularidade. NOTA 7,5.
Luan - Deixou o campo precocemente. Lutador, mas, SEM NOTA.
(Antonio Carlos) - Bem, mas teria optado por Dracena. NOTA 7.
Gustavo Gómez - Melhor performance do ano. Vai melhorar mais. NOTA 7,5.
Victor Luis - Assistente de uma perda de gol de Borja. Sério. NOTA 7.
Moisés - Esforçado, lutador, mas hoje faltou bola - NOTA 7.
(Bruno Henrique) - Deveria ter entrado de cara. Entrou tarde e foi bem. NOTA 7.
Raphael Veiga - Apenas lutador. Limitadíssimo em campo. NOTA 6.
(Ricardo Goulart) - Imenso potencial, ainda em adaptação.  NOTA 6,5.
Felipe Pires - Carece de autoconfiança para explodir. Vai chegar lá. NOTA 7.
Borja - Apenas luta, rendimento pífio. Esta é sua pior fase. NOTA 5.

PERSONAGEM DO JOGO
Dudu - Começou sumido e depois se firmou. Pela péssima performance de Borja deixa de render o que sabe e pode e perde  muito de seu potencial de decisão. Nota 8.

O CRAQUE DO JOGO 
Thiago Santos - Outra atuação espetacular do melhor volante marcador do futebol brasileiro. Cumpriu, novamente, mais uma estupenda apresentação. NOTA 8,5.

TÉCNICO:
Luiz Felipe Scolari - NOTA 7
Time que melhora na etapa complementar sempre tem em seu bojo o dedo do treinador.  
O Palmeiras voltou muito melhor para a segunda fase do clássico contra o Santos.
A minha restrição a Felipão diz respeito  apenas à bobagem do rodízio dos times e dos atletas, fator esse que em meu entendimento, pode levar o Palmeiras para o buraco. 
Respeitosamente, sou contra!
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