Observatório Alviverde

17/08/2016

QUEM TEM TRÊS TEM DOIS, QUEM TEM DOIS TEM UM E QUEM TEM UM NÃO TEM NENHUM!



Jailson, o sucessor "torto" de Fernando Prass no gol do Palmeiras -ninguém no clube acreditava nele-, é a prova provada de que grandes jogadores podem estar ocultos em um time qualquer do futebol brasileiro, ainda que seja no banco de  reservas.

Jailson, esse que vem demonstrando que é um goleiro acima da média e em nível de um clube da magnitude do Palmeiras, era reserva e esquentava o banco no Ceará Sporting, da segunda divisão brasileira. 

Não sei de quem partiu a ideia de buscar Jailson, mas quem o fez tem de ser parabenizado pelo garimpo de um goleiro que passou por sucessivas equipes do interior paulista, sobretudo do Vale do Paraíba, sem ter sido visto ou notado.

A contratação de Jailson, inexplicável, enigmática, que colide com os princípios elitistas palmeirenses, pode significar o epílogo de um ignorante preconceito que ainda domina boa parte da torcida palmeirense, que, mesmo sem saber, é influenciada e até tangida pela mídia adversária.

Explico: se o Palmeiras contrata um jogador desconhecido os comentários negativos se sucedem desde o momento em que ele chega ao clube, gerando no atleta um ambiente psicológico negativo e ele, invariavelmente, acaba fracassando.

O fenômeno se repete quando o Palmeiras lança jogadores da base, criticados e exigidos -sempre- de maneira desproporcional em relação aos jovens lançados por outros clubes e com excessiva dureza, como se "não tivessem eles condições de jogar no time principal sob a imaginária alegação que a camisa pesa". 

O pior é que tem muito palmeirense que acredita nessa falácia do peso da camisa e acredita que, na realidade, isso ocorra ...

E acredita talvez porque mexa com o ego de muitos, e pressuponha  superioridade em relação aos adversários. 

Na verdade, ninguém precisa nos ensinar que a "maglia" palestrina é, de fato, a maior entre todas, mas essa conversa de que os jogadores sem marketing que chegam, sentem-se incapazes de vesti-la é lançada ao ar simplesmente para dificultar a vida do clube explorando a vaidade incontrolável da torcida e seu grande amor pelo clube . É preciso acabar com isso!

Em contrapartida, se são os Gambás ou os Bambis que contratam atletas jovens desconhecidos ou promovem alguém da base, as camisas nunca pesam, não há críticas antecipadas aos mesmos e ninguém os ameaça com histórias de terror.

Em relação ao Santos chegam a cobrar da diretoria o aproveitamento da base a quem chamam de "garotos da vila" dando sempre ao clube o tempo necessário para que lance novos valores, estimulando a torcida e sempre pedindo paciência nos momentos de crise.

O que se verifica claramente em todos os clubes (noves fora o Palmeiras) é uma recepção diferenciada da maior parte da mídia aos jogadores que chegam ou aos que sobem das categorias de base.

Mesmo que nas primeiras atuações ele não apresentem bom rendimento têm as condutas em campo sempre relevadas sob a argumentação de que estão ainda em observação.

Mas se isso tudo ocorre no Palmeiras eles já têm clichês prontos que já conheço de cor e salteado há muitos anos: 
"o Palmeiras só contrata jogador meia-boca", 
"já chega de bonzinhos no Palmeiras", 
"a camisa é muito pesada para jogadores sem nome", 
"o Palmeiras não necessita de principiantes". 
"a base do Palmeiras é muito fraca e o clube não tem nenhum jogador de destaque para esta temporada" e assim sucessivamente...

Sabem o resultado disso? O Palmeiras nunca tem craques! Além de custarem caro é difícil descobri-los e, sobretudo, contratá-los pois a concorrência é brutal.

Quando o Palmeiras descobre por mero acaso um Valdívia, a mídia arranja um jeito de "queimar" o jogador e colocá-lo para fora do clube, colocando-o contra a torcida! 

Da mesma forma o clube nunca dispõe de ninguém para vender e fazer $$$, entrando cada vez mais no vermelho contábil!

Este ano -ainda bem-, além da inesperada "revelação" do veterano goleiro Jailson, Gabriel Jesus fez a "cronistaiada" (com poucas exceções) engolir a língua e as palavras e o futebol palmeirense já está em superavit, dentro e -principalmente- fora de campo.

É preciso que acabe o elitismo que domina boa parte de nossa torcida, que tem de parar com essa história de chamar de "refugo" qualquer jovem atleta que chegue ao clube em busca de uma oportunidade.  

Em relação a Jailson, (destaco que ele fez apenas dois jogos e sob meu critério de análise ainda está sob teste).

Domingo contra o Atlético ele sentiu dores no músculo posterior da coxa direita, mas, ao que tudo indica, não deve ser problema para o jogo de domingo na Allianz Arena contra a Ponte.

A reavaliação da contusão deve ocorrer ainda hoje, mas mesmo com a garantia de que Jailson entre em campo no domingo, fica uma preocupação em pleno ar: 

"E se ele não puder jogar?" 

Eu, particularmente, acredito no reserva Vagner e considero que embora ele tenha falhado, trata-se de um goleiro capacitado a vestir a camisa palmeirense a qualquer momento, desde que ele se recicle psicologicamente, sem se deixar abater pelas críticas da mídia, da torcida e por todas as circunstâncias que geraram o seu afastamento.


Apesar de todo o aparente apoio que recebeu, Vagner deve estar se sentindo neste instante o pior goleiro do mundo ao tomar conhecimento de que o Palmeiras está procurando um novo camisa um e que parece até já ter acertado com Felipe Alves, o goleiro do Audax.

Nobre, não o censuro por isto, parte do princípio que titulou o blog nesta quarta-feira, segundo o qual 

"QUEM TEM TRÊS TEM DOIS, QUEM TEM DOIS TEM UM E QUEM TEM UM NENHUM!"

O Palmeiras está certo em contratar um terceiro goleiro?

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