Observatório Alviverde

13/01/2016

SOMENTE A VOLTA DOS REGIONAIS FORTES PODERÁ SALVAR O FUTEBOL BRASILEIRO!


HÁ UM ANO IA PUBLICAR ESTA POSTAGEM, MAS, À ÉPOCA,  POR INJUNÇÃO DE MATÉRIAS MAIS IMPORTANTES NÃO PUDE FAZÊ-LO. 

DECORRIDO UM ANO E CONSTATANDO QUE NÃO PERDEU A ATUALIDADE, VOU PUBLICÁ-LA.

QUERO COMPARTILHA-LA COM AQUELES QUE PROPUGNAM POR UM FUTEBOL BRASILEIRO MELHOR, MAIS BEM DESENVOLVIDO, COM O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE CLUBES FORTES E ADIMPLENTES, TODOS EM RITMO DE PLENO EMPREGO! (AD)

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O BRASIL INTEIRO PRECISA, 
U-R-G-E-N-T-E-M-E-N-T-E
DE OUTRAS AÇÕES COMO ESTA:




















Milton Neves, após destampatório verbal em pleno ar com o apresentador Boechat, acusou a FPF de ter acabado com cinquenta e três clubes do interior, mas, como se diz na gíria, "o macaco nunca olha para o próprio rabo".

Ninguém sabe, (exceto eu, você, as crianças do jardim da infância, as populações das capitais, do interior, do Brasil e do mundo) que o que MN está fazendo é, simplesmente, tentar, como se diz em Muzambinho, "saltar de banda", a fim de dissimular a autoria de um "delito" lesa pátria-de-chuteiras que ele, Kfoury, outros doidivanas da mídia e respectivos  seguidores, estupidamente, perpetraram!

É interessante como essa gente gosta de bater e esconder a mão! Como são mestres nas artes da simulação, dissimulação e, principalmente, da prestidigitação oral! Como mudam tanto e tão rapidamente os seus conceitos e opiniões sobre o mundo do futebol, muito mais, até, do que mudam, a própria roupa.

Quem desconhece que essa gente nunca assumiu, assume ou assumirá que toda essa situação de crise pela qual passam os clubes e, por extensão, o futebol brasileiro, mormente o futebol do interior, foi criada, cultivada e consagrada por eles próprios, assemelhados e seguidores?

Sei que jamais admitirão que o estado pré-falimentar (em alguns casos, terminal) dos clubes do interior, tem suas raízes fincadas na pretensa modernidade que eles próprios sugeriram, impuseram e continuam, irresponsavelmente, pregando e impondo, de forma contínua, insistente e resistente através de seus CPUs, câmeras e microfones.

Muito mais pelas robustas tribunas que ocupam e pelo perigo que podem representar aos dirigentes, muito menos por suas ideias equivocadas que, expostas, lograram êxito e encontraram (ainda encontram) eco nos despersonalizados "donatários" dos mais diversos escalões do futebol brasileiro.

E assim segue e prossegue a mediocridade que tomou conta do futebol brasileiro!

Em parte, ainda salvo a banda de Milton, um profissional de muito talento e que muito mais, serve do que (com perdão pelo galicismo) desserve o futebol brasileiro, em que pesem o provincianismo, a indigência e o primarismo de muitas de suas ideias.

Pelo excesso de brincadeiras que implica, necessariamente, em falta de credibilidade e seriedade, pelo clubismo exacerbado e fora da medida que adota, pela menção de discursos que, na prática, são substituídos incontinenti por outros ao sabor da corrente, não mais considero Milton Neves um cronista de peso (como sempre considerei), integrante do primeiro time da mídia, daqueles a quem se possa levar a sério.

Em relação a Kfoury (ele também tem virtudes) seu maior mérito reside no fato de escrever bem e corretamente (obrigação sine-qua-non do jornalismo) no que respeita à forma, à forma, exclusivamente quanto à forma... 

Longe de qualquer excepcionalidade sem lembrar ou passar perto, sequer, de um Armando Nogueira, JK eu defino como um mediano. Ainda assim, bastante abaixo do nível profissional de um Alberto Helena, de um Tostão, ou de qualquer outro profissional que, na mídia de hoje, consiga posicionar-se acima da condição de "normotipo", como dizem os espanhóis.

Não fossem (em termos de mídia falada e televisada) as fortíssimas tribunas as quais em meu entendimento, ele, indevidamente, as ocupa, não passaria de um profissional ignoto, comum e mequetrefe tal e qual posso ter eu sido, em minhas raríssimas incursões pela mídia escrita.

Apesar da fama e de tantos incautos seguidores, ouso afirmar, sobretudo aos doutos e aos que, de fato, entendem da matéria que ele, efetivamente, o é!

Alternando novamente a personagem, ontem, o abominável homem das neves mostrava-se aborrecido com o Paulistão e expunha a sua contrariedade em relação ao campeonato mais querido dos paulistas em pleno ar.

Parecia revoltado por estar cobrindo um certame que ele próprio, há tantos anos, ajudou Juca, Prado e outros doidivanas da mídia paulistana (primeiro) a implodir para, depois, impedido de explodir, reduzir, com seriíssimas consequências para o futebol e para a própria falência da mídia de comunicação esportiva do interior do país!

Infelizmente, sob a égide da modernidade, esses cronistas, que se arvoram direta ou indiretamente em profissionais de vanguarda, querem porque que querem que, na marra, o futebol brasileiro, outrora o maior do mundo (em um tempo em que a crônica e o futebol tinham personalidade) se adapte ao futebol europeu e não, como seria mais lógico, justo e mais certo, o contrário.

Submissos culturais eles exigem que um país de dimensões continentais como o nosso, cinco vezes campeão mundial se enquadre, em matéria de futebol, ao calendário e às práticas vigentes destes países minúsculos da Europa, se comparados ao gigantismo territorial brasileiro.

Querem que o Brasil com 8.513.844 km², adote o sistema, o calendário e o "modus vivendi" de países minúsculos e densamente povoados como a Inglaterra,130.395 km², como a Espanha,130.395 km², Itália 301.338 km², como a Alemanha 357.021 km2 e o maior deles, a França com seus 643.801 km².
Comparem as dimensões territoriais desses países com aquelas de alguns estados do Brasil: Rio de Janeiro 43.696 km², São Paulo, 248.209 km², Minas Gerais 586.528 km², Rio Grande do Sul 281.748 km², Paraná 199.315 km².

Expostos os números, peço-lhes que verifiquem se é lógico e se existem condições, como propalam esses ditos luminares da mídia, para que os clubes excluídos da elite do futebol brasileiro sobrevivam com dignidade e, acima de tudo, cumpram as suas funções de formação e renovação de "pé de obra" (royalties para Juca) do futebol brasileiro?

Vejam se é possível defender-se qualquer tese de campeonatos de primeira, segunda, terceira, quarta e outras divisões jogados de janeiro a dezembro em alternância com competições internacionais, simplesmente porque é assim que se faz no Velho Continente?

Um campeonato nacional jogado na Inglaterra, do ponto de vista das distâncias e da locomoção é menor do que um regional gaúcho ou paranaense, tanto e quanto esses certames da Espanha, Itália, Alemanha e França, são, no máximo um campeonato paulista ou mineiro.

A diferença reside no poderio econômico, haja vista que, não apenas pela própria valoração de suas moedas, mas pela grande capacidade de investimento que ostentam, esses clubes podem importar jogadores de qualquer parte do planeta para a formação ou reforço de seus times.

Como isso não ocorre no Brasil o futebol tupiniquim necessita, prementemente, de seu mercado interno para poder sobreviver e manter o seu estatus de liderança mundial.

Como fazê-lo, porém, se a situação dos clubes do interior, fonte mais pura e cristalina da renovação do futebol brasileiro, é terrível, detonada pela elitização sugerida por essa parte da mídia, cega e oportunista, e de pronto adotada por dirigentes medrosos, convenientes, incompetentes e interesseiros?

Em vez de promover os "regionais", os rebaixam se esquecendo que nada que não tenha raiz pode crescer, se firmar, florescer e frutificar.

Os Campeonatos Brasileiros, a partir da 2ª Divisão, teriam de ser mais bem bolados e racionais, tanto e quanto deveriam ser diminuídos em viagens tornando-se mais viáveis e mais baratos, a fim de proporcionar mais fôlego e vida aos times do interior através das rivalidades regionais.

Em razão dos altíssimos custos operacionais decorrentes de um país de dimensões e distâncias continentais, para chegar a eles os clubes deveriam necessariamente se classificar, primeiro em âmbito regional, depois em âmbito estadual e, finalmente, em dimensões nacionais, passo a passo, tudo isto em um mesmo ano.

Como fazê-lo, ou, melhor ainda, de que forma manter um time de janeiro a dezembro sem o apôio de um regional forte e motivado, com a presença imprescindível de todos os chamados grandes de cada estado? Sem eles a sobrevivência é temerária, para que não se diga impossível!

Mas com a Rede Globo ainda dando as cartas e jogando "de mão", nem se cogita de nada disso, que seria -de longe- o mais lógico e o melhor para o futebol brasileiro fazendo reemergir as grandes potências do futebol do interior do Brasil, as rivalidades, os craques e, principalmente, a outrora imponente, pujante e importante crônica esportiva do interior que Neves, Juca, Prado e assemelhados reduziram à condição de "subnitrato do pó de traque".

Interessante e lamentável é ter notícia de que os inocentes companheiros do interior e dos estados que estão fora do contexto principal do futebol brasileiro, não conseguem perceber o que se passa e continuam, ano a ano, convidando para as suas festas e congraçamentos aqueles que são os grandes algozes de seus clubes, de suas cidades e da própria profissão que exercem.

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PS - Tema livre para quem quiser falar sobre o Palmeiras!