Observatório Alviverde

03/03/2017

A MANCHA NÃO PODE ACABAR! COM TODAS SUAS VIRTUDES E DEFEITOS, É UM SEGMENTO MUITO IMPORTANTE NA VIDA DO PALMEIRAS!



O revoltante assassinato de um dos fundadores da Mancha Verde Moacir Bianchi, não pode representar o final da principal organizada palmeirense, um mal necessário.

Aqueles que criticam as organizadas e as repudiam, muitas vezes com justa razão, não podem imaginar o que sofriam (sofreram) os torcedores palmeirenses a partir do final dos anos 50s dentro e, principalmente, fora dos estádios de São Paulo, esmagados pela truculência curintiana sob as vistas complacentes da policia, da mídia e das autoridades. Fui testemunha ocular do que relato!

Ah, antes que eu esqueça, a torcida bambi também, conquanto em escala muito menor que a do Palmeiras posto que era muito menor, também sofreu "demaaais" nas mãos dos marginais curicanos.  

Isso gerou, por consequência, a formação da organizada deles para que seus torcedores, a exemplo dos palmeirenses pudessem sair incólumes dos campos de futebol, no tempo dos clássicos de duas torcidas.

A TUP e depois a Mancha que nunca representaram uma ação social cultural ou desportiva, também nasceram como uma indignada reação contra a torcida do Curica, que já naqueles tempos era temida pela imprensa, pelas autoridades e até pela polícia! 

Trata-se de  uma antiga vergonha paulista e nacional, contra a qual jamais foi tomada qualquer providência mais séria visando a erradicá-la.  

Não sei se o assassinato de Bianchi, vítima de mais de vinte projéteis detonados covardemente contra o seu carro, decorreu da rivalidade entre a Mancha e as uniformizadas dos bambis ou dos curicas ou teve motivações diferentes

O evento -é óbvio- pode até nem ter qualquer ligação ou motivação esportiva e, de mais a mais,  quem sou eu, a  mil quilômetros longe do palco dos acontecimentos, para afirmar algo!

Porém, de qualquer forma, a julgar pelos antecedentes dos confrontos entre os grupos de torcedores dos times paulistanos e por toda a truculência que sempre os envolveu, é bem possível que a sequência escondida da guerra entre as torcidas tenha ceifado precocemente a vida de mais um palmeirense.

Apesar das restrições fortes que sempre fiz às organizadas, às quais prefiro chamar, simplesmente, de uniformizadas, ouso dizer que nas circunstâncias atuais do futebol brasileiro, acabaram por se tornar um mal necessário, diante das ações cada vez mais econômicas da polícia e, principalmente, do poder público.

Qual a utilidade delas?

Funcionam como anteparo e escudo para os cidadãos pacatos que ainda ousam ir aos estádios com seus filhos, familiares e amigos

Na verdade as uniformizadas têm sido massa de manobra tanto no intra-grupo quanto no extra-grupo, servindo de meio de vida para alguns e de escada para outros.

No intra-grupo são os "donos" explorando os participantes como se pertencessem àquelas igrejas ou seitas que cultivam o pagamento compulsório de taxas sempre cobradas em nome da paixão clubística. 

No extra grupo, isto é, fora das sedes, as uniformizadas são exploradas politicamente visando a saciar interesses excusos de figuras, outras, que nada têm a ver com o clube e suas cores.

Mas  não foi -rigorosamente- assim que aquele promotorzinho de meia tijela, ilustre desconhecido, transformou-se, impunemente, em um deputado estadual depois de ter feito tudo o que fez?

Muitos estão interpretando ao pé da letra a informação de que a Mancha vai fechar ou ser extinta, divulgada pela própria entidade. 

Eu, particularmente, não acredito nessa radicalíssima hipótese mas, apenas, na interrupção do trabalho por algum tempo até que finde a comoção dos manchistas pela perda de um membro ilustre nas condições extremas e revoltantes que ocorreu.

O fechamento definitivo (pelo menos entendo assim) é uma informação apenas oficiosa que circula entre aqueles que, realmente, querem a continuidade de um dos grupos palmeirenses cuja simples presença na saída dos estádios sempre supre a ausência e o descaso da polícia.

Para encerrar sou convicto de que o próprio Moacir Bianchi, fosse por seu imenso palmeirismo ou pela raça e combatividade que sempre nortearam a sua conduta e não iria desejar (nunca, jamais e em tempo algum) que a Mancha viesse a ter um final tão melancólico e tão triste!

Eu, diante de tudo o que vejo e que sinto dentro e fora dos campos de futebol, ouso afirmar que, (repito), em face das circunstâncias que vivemos nos dias de hoje, também não quero!

O que eu quero mesmo é apresentar as minhas sinceras condolências à família de mais esse palestrino precoce e violentamente defenestrado de nossa convivência.

Aliás, já foram tantos os que seguiram esse caminho, que perdi a conta do número dos que se foram, com a agravante de que tudo sempre ocorreu sob o nariz empinado de tantas autoridades indignas do cargo que exercem.

Desejo ao Moacir, a quem não conheci pessoalmente, que ele descanse em paz!

Da mesma forma, que ele possa ter um destino mais feliz na esfera espiritual, um mundo no qual acredito piamente como uma nova dimensão a abrigar os espíritos à medida que deixam este planeta de expiação e de provas!

QUE A MORTE VIOLENTA DE MOACIR NÃO SEJA EM VÃO!

QUE SIRVA PARA MOSTRAR AOS COMPONENTES DE TODAS AS UNIFORMIZADAS PAULISTANAS QUE VIVEM ÀS TURRAS, BRIGANDO E SE DIGLADIANDO SEM CESSAR, QUE NINGUÉM NESTE MUNDO MATERIAL TEM BLINDAGEM SUFICIENTE PARA SER ETERNO, AO MENOS NA DIMENSÃO GROSSEIRA DA MATÉRIA!

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Quem quiser ignorar o assunto Mancha e se dispuser a falar apenas sobre o jogo desta noite entre RED BULL X PALMEIRAS e a ausência de Tchê-Tchê, pode fazê-lo livremente! (AD)