Observatório Alviverde

09/06/2015

POR TUDO O QUE ROLOU E ESTÁ ROLANDO, OSWALDO NÃO PODE, SEQUER, SENTAR-SE NO BANCO DO PALMEIRAS, NEM PARA FAZER SUA DESPEDIDA!












Quando apoiei, em primeira hora, a contratação de Oswaldo de Oliveira pelo Palmeiras, o fiz, menos por considerá-lo uma sumidade ou um gênio do futebol, mas por suas integridade, honestidade, e, principalmente, por seu temperamento calmo, sossegado, quase fleumático.

Mas, verdade seja dita, chego à conclusão de que aquilo que faltou ao Palmeiras nestes seis meses de embromação e de tanta perda de tempo, foi, efetivamente, um técnico de enérgico, de temperamento sanguíneo, motivador, que tocasse fogo no circo, a fim de retirar de lá de dentro os muitos palhaços contidos e acomodados que não merecem vestir a nossa sacratíssima camisa.

Não sou daqueles que consideram que Oswaldo está saindo tarde! 

Ele está saindo, -se estiver mesmo, como garantem os noticiários- em hora certa e apropriada. 

Seis meses foram suficientes e bastaram para mostrar que ele estava longe de ser o técnico ideal para um clube da têmpera do Palmeiras.

Porém, ao contrário da maioria, não reduzo o trabalho de Oswaldo à "subnitrato do pó de nada",  pois considero, muito mais, culpados do que ele, pelo quadro tenebroso que vivemos, o "remunerado" e o presidente.

Os dois mandatários máximos, ou, mais que isto, os dois donos absolutistas e plenipotenciários do futebol palmeirense, promoveram um show kafkiano de como não se deve fazer futebol, subvertendo, completamente, as prioridades.

O remunerado ainda não aprendeu -será que vai aprender?- que um time tem de ser montado com planejamento, sobre uma base pré-existente, independentemente de ser, ela, excepcional ou não. 

Tirante os dinossauros dispensados como Lúcio, Wesley, Egurem, Vitorino e outros, que não serviam para nada, muitos jogadores poderiam ser aproveitados em outros contextos.

Sei, perfeitamente, que a maioria permanece no clube, porém, de que adianta se está completamente desprestigiada?

Foi muito dinheiro, dinheiro demais jogado fora pelo novo e empolgado diretor de futebol...

Prass, Fábio, João Pedro, Nathan, Wellington, Vitor Luiz, Gabriel Dias, Tóbio, Allione, Mouche, Cristaldo, Marcelo Oliveira, Patrick Vieira, Gabriel de Jesus, Leandro, Juninho, o meio-campista, Felipe Menezes, Renato, Henrique seria a base a ser retocada com muito menos jogadores, porém de alta qualidade que ajudassem a dar respeito e dignidade ao clube e a desenvolver os jovens valores.

Em vez de contratar vinte e dois medianos, o Palmeiras deveria, prioritariamente, ter resolvido a situação de Valdívia, o jogador desequilibrante que a maior parte da mídia quer, porque quer, ver longe do Palmeiras.

En passant: um amigo da diretoria do Cruzeiro disse-me que Luxemburgo, o novo manager do Cruzeiro, tem telefonado frequentemente a Valdívia, com o objetivo de contratá-lo, tão logo termine seu contrato com o Palmeiras.

A partir da resolução do caso Valdívia, o Palmeiras deveria ter contratado de cinco a sete jogadores de nome e bola acima da média, montando uma estrutura forte que poderia, devagarinho, de acordo com as observações do treinador, ser preenchida pela rapaziada da base e por jovens promessas que fosse encontrando nos times de menor expressão. É assim que se monta um time!

Mas, interessaria, isso ao remunerado? Ou, apenas e tão somente as contratações e os holofotes? 

Será que ele ainda não sabe que o futebol, simbolicamente, uma edificação que se começa a construir pelo telhado, contratando, em primeiro lugar, os atacantes, (se possível, em número maior do que se contrata, de hábito) e só depois se parte para as outras posições de maior oferta e mais fáceis de serem adquiridos?

Contratar goleiros, laterais, beques, volantes de contenção e até meias de razoável condição técnica se contrata com facilidade, porém, atacantes, nem com muito dinheiro na mão. 

Em razão disso os times têm que ficar de olho no mercado e antecipar-se contratando as promessas! Detalhe: Mattos acertou em cheio na contratação de Leandro que, em um esquema de jogo mais inteligente pode prosperar e acertar. 

Fica claro, também, que os clubes não podem contratar, exclusivamente, jogadores indicados pelo treinador, pois, além de incrementar a formação de panelinhas, gera um ambiente de ondas dentro do elenco. 

A bem da verdade, há que se destacar, porém, que as indicações de Oswaldo, em relação às escolhas de Mattos, foram muito superiores. 

Para que não se deprecie injustamente, a contribuição de Oswaldo, basta dizer que ele trouxe Lucas, Gabriel, Rafael Marques e Aranha (bom goleiro apesar das críticas) e lutou, abertamente, até quanto pode contra o amor-próprio de Mattos e o orgulho de Nobre pela renovação de Valdívia.

Ainda não está definido o nome do novo treinador, mas aqui em Belo Horizonte, o mesmo diretor do Cruzeiro que passou-me a informação  dos contatos do clube com Valdívia, garantiu-me que Marcelo Oliveira já acertou tudo (salários, inclusive) com o Palmeiras e que a confirmação da contratação é mera questão de horas.

É evidente que apesar da credibilidade que me merece esse prócer, eu fico, sempre, na expectativa e só passarei a acreditar que Marcelo estará contratado assim que o Palmeiras confirmar, oficialmente.

Mas uma coisa é líquida e certa. Não existe mais clima para que Oswaldo venha a sentar-se, novamente, no banco do Palmeiras.

Nem para se despedir!

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