Observatório Alviverde

13/08/2015

MARCELO OLIVEIRA PERDEU A REFERÊNCIA, O FOCO, O RUMO E O PRUMO, ONTEM EM CURITIBA!



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 Marcelo Oliveira só não perdeu, mesmo, os cabelos!


Se Nathan atuava improvisado como lateral direito, por que Marcelo Oliveira  permitiu que ele se aventurasse na função de ala ?
 

Na falta de um especialista que substituísse o capitão Lucas, por que o treinador não deu ordens definitivas ao garoto para que se limitasse à função de defender e guarnecer o setor, nada mais que isto?

Pode, ("seu" Marcelo), um zagueiro de área jovem como Nathan, lento, pesado e afeito, exclusivamente, ao desarme, à cobertura e ao chutão realizar tarefas de apoio, típicas de velocistas e de jogadores acostumados a atacar?


Como se isso tudo não bastasse, Nathan (excelente zagueiro de área) estava completamente desentrosado e sem ritmo de jogo. Ele não havia jogado nenhuma partida neste brasileiro. 

Ademais, desde "mil novecentos e oberdan catani" que se sabe que se um time está desprovido de poder de ataque nas laterais, haverá de fazê-lo por compensação, a partir do avanço de seus meio-campistas e do trabalho de deslocamento dos atacantes, na rotatividade natural das peças em torno da área adversária.

É da cartilha do futebol, mas parece que Marcelo Oliveira desconhecia ou, quem sabe, talvez não tenha se lembrado!

A escalação de ontem pressupunha e impunha a adoção dessa estratégia, sobretudo, claro está, pelo lado direito da defesa palmeirense, onde o Verdão não dispunha de um especialista. 

Mais do que uma tática óbvia, inteligente e a um só tempo cautelosa, seria o antídoto ao jogo de contra-ataques utilizado por Ney Franco, fácil de ser previsto, pois se tratava da alternativa única de um time tecnicamente fraco e psicologicamente desesperado.  

O gol precoce do Coxa, aos 17 do 1º tempo que decretou a abertura do placar, ocorreu em função disso e como uma consequência do fato de Marcelo Oliveira ter acreditado em demasia num alegórico potencial ofensivo de sua equipe, coisa que o Palmeiras não tem. 

Sem Valdívia, Sr. Marcelo, "forget, cést fini"! Esqueça e  "Zé fini"! Tudo virou cinza, pó, ou se querem, poeticamente, "reminiscência de lindas e imorredouras noites de verão"!

Marcelo, que é de Minas, a terra dos ditados e citações, parece ter esquecido de um velho adágio, segundo o qual "periquito, digo, passarinho na muda não canta"!  

Querem outro? Se grito resolvesse, porco não morria!

Ele tinha de ter pensado que o Palmeiras, ainda que em fase de muda e transição e mesmo desfalcado de peças de vital importância, não era um time desesperado. O Coritiba, sim!

Tinha de ter estudado a tabela (deveria ter lido a edição de ontem à tarde deste OAV) e ter jogado precavido.

Um empate, conforme eu frisei, se desenhava como um resultado capaz de fazer o Palmeiras encostar nos clubes que perdessem na rodada de ontem. 

Diminuiria as diferenças de pontos e abriria o caminho para a ultrapassagem e entrada no G4 já na rodada final do primeiro turno, domingo contra o Fla, no Allianz Parque. 

Por isto, MO deveria ter explorado o desespero do verdinho do Paraná, abdicando, se necessário fosse, do domínio do jogo ou da posse de bola estéril e inútil, atraindo o Coritiba e deixando que o adversário se desgastasse, para responder em contra-ataques. Foram alto demais os preços da vaidade de o Verdão ser grande e da ousadia.

O Palmeiras, na falta de um meia categorizado, organizador e desequilibrante, que lhe possibilite atacar com efetividade, deveria, (faz tempo), estar jogando de forma mais cautelosa e explorando, essencialmente, os contra-ataques. Só não enxerga quem não quer!

Mas cadê a humildade para a adoção de uma postura dessa natureza? 

Será que Marcelo teria coragem para adotar, por exemplo, a postura tática atual de nosso maior adversário?

Ou seria capaz de por o time para atuar à imagem e semelhança da segunda academia de Dudu e Ademir da Guia que ao contrário do que pensa a maioria, só jogava cautelosamente, no erro do adversário e que foi, em seu tempo, o time brasileiro que mais ganhava por 1 x 0 ?  

Aliás, estou certo de que, se adotada essa configuração tática pelo Verdão, ainda que o time vencesse, haveria quem o criticasse sob a alegação de que o Palmeiras não pode, jamais, jogar como time pequeno.

No começo do jogo de ontem no Couto Pereira, o Palmeiras exerceu, fortemente, a marcação alta e pressionou, sem esmorecer, a saída de bola do coxa no campo defensivo do adversário. 

Este, para mim, foi um formidável equívoco. Explico porquê!

Quando teve a posse de bola -e o teve, inicialmente, em mais de 70% das ações até sofrer o gol-, o Palmeiras soltou os laterais, liberou o meio de campo e foi pra cima do Coxa, do jeito que a torcida mais gosta, mas que, na prática, nem sempre é o mais indicado.

Em que, porém,  resultou, essa ação tão ousada e agressiva, tanto e quanto inócua e "irresultante"? 

Em nada, absolutamente nada, e, pode-se dizer que dela, levada ao exagero pelos jogadores, decorreu o cansaço que dominou a equipe na etapa complementar (tem ocorrido isso nos outros jogos) proporcionando o crescimento e a imposição física do time araucariano, levando-o à vitória. 

Jogadores não são máquinas! Um ou outro, de físico mais privilegiado aguenta esse "rojão"! A maioria, não!

Imediatamente após sofrer o gol, todo o time do Palmeiras sofreu uma espécie de baque psicológico, autêntico 'crack' mental e postural que o levou a partir, num primeiro momento, em ato reflexo, instintivamente, ao ataque.

Assim, o time criou duas situações seguidas de relativo perigo, através de um chute longo de Cleiton Xavier por cima e de uma finalização fraca de Rafael Marques endereçada, justamente, ao local em que se encontrava o goleiro Wilson. Foi só! 

Daí em diante, tomado pelo medo de perder e pelo desespero, o time se enervou e se apequenou. 

Ainda que com maior posse de bola, o Palmeiras esteve ameaçado de sofrer o gol algumas vezes, oportunidades em que brilhou a estrela de Fernando Prass.

 RESUMO DO 1º ATO:  

o Coritiba explorou com eficiência a deficiência decorrente dos avanços indevidos de Nathan, o lateral direito improvisado.

Em uma de suas projeções ofensivas desnecessárias, o Coritiba, nas costas de Nathan, com quatro passes rápidos chegou ao gol de abertura e abriu o caminho para a vitória reabilitadora.

Foi um lance em que a defesa palmeirense correu em bloco para tentar conter o cruzamento que veio do lado esquerdo, sem perceber ou se preocupar com Henrique, livre pelo meio, que lançado em ponto futuro vindo de trás, penetrou, livre e mandou a bola de forma indefensável para o fundo do gol de Prass. Coritiba 1 x 0 Palmeiras!

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O SEGUNDO TEMPO

Em que planeta estaria Marcelo Oliveira no intervalo do jogo, ao  recolocar o time em campo para a etapa complementar sem nenhuma alteração?

Pouco me importa se houve a coincidência do empate rápido (fator que o Palmeiras nem soube explorar), haja vista que o panorama do jogo na primeira fase exigia que o time sofresse alterações, nem que fosse a saída de Nathan!

Marcelo Oliveira desperdiçou dezesseis longos minutos até tomar coragem para tirar Nathan e promover a entrada de um especialista da função, Lucas Taylor que, no pouco tempo em que esteve em campo, mostrou que, muito mais do que Nathan, era credor da titularidade. 

Ficou evidenciado, então, outro erro palmar de MO e a lição segundo a qual, na falta de jogadores experientes para determinadas posições, a solução mais adequada estará, sempre, não no remendo das improvisações, mas no sopro renovatório das categorias de base. 

Ou Marcelo, porventura, não jogou no Galo, o maior exemplo disso entre todos os grandes clubes brasileiros?

Não gostei nada da substituição de Cleiton Xavier, em cujo lugar entrou Cristaldo, por volta dos 20 minutos. 

Na verdade a escalação do argentino proveio, exclusivamente, de sua imagem de amuleto, isto é, daquele jogador sortudo que entra e faz gols.

Entendi essa alteração como equivocada, não em função da entrada e Cristaldo, ou, menos ainda, de qualquer entusiasmo de minha parte em relação Cleiton, outro jogador contratado em plena vigência de contusão (Mattos é um especialista nesse quesito) para o time do Depto Médico do Verdão.

Questiono a alteração pelo fato de ser, ele, Cleiton Xavier, o único entre todos os nossos meio-campistas palmeirenses com capacidade para exercer, em pequenas porções, aquilo sobrava a Valdívia, e que tanta falta tem feito ao verdão, o último passe. Só por isto e nada mais!

Voltando a Cristaldo, se mal pergunto, ele entrou em campo para exercer que função? 

A de armador que ele nunca foi? 
A de centro-avante enfiado, para a qual não tem porte, corpo e envergadura apropriados?
A de homem de área para as cabeçadas, ele que não é um jogador alto?
A de atacante vindo de trás por sua habilidade e velocidade?  
A de atacante que trabalha pelos lados do campo por sua mobilidade? 
A de chupim, ou, como se diz no nordeste, a de garapeiro, isto é, do cara que fica à espera da bola que sobra para fazer o gol?

Fosse qual fosse a função para a qual Oliveira quisesse Cristaldo, a verdade é que o argentino, ontem, não jogou nada. Absolutamente nada!

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Sem medo de errar ou de incorrer em injustiças, sou convicto em afirmar que a defesa do Palmeiras sem o "anjo Gabriel", tornou-se confusa, sem confiança, atabalhoada, falha na antecipação, péssima na entrega de bola e sem o menor senso de jogo coletivo e cobertura. 

Como se diz no interior, a defesa palmeirense, atualmente anda mais furada do que tabuleiro de pirulito! 

Sobretudo depois que Marcelo e Mattos inventaram "Sobrenatural de Almeida" (royalties para Nelson Rodrigues) como zagueiro titular, no que penso tratar-se de flagrante tráfico de amizade!
 

Resta o lenitivo da volta de Vitor Hugo, cujo companheiro ideal, Vitor Ramos, punido, ficou fora do jogo.

A dupla de zaga ideal para o momento que vive o Palmeiras tem de ser aquela, a antiga, formada por Vitor Ramos e Vitor Hugo que já se entendiam muito bem atuando às costas de Gabriel, em perfeito sincronismo.


Todas as eventualidades decorrentes de qualquer ausência, prova provada, têm de ser cobertas por Jackson, bom zagueiro que atua com raça, dedicação, determinação e, principalmente, muita seriedade.
 

Em relação a Egídio (esta é uma opinião minha, muito particular) é um jogador desperdiçado na função de lateral.
 

Primeiro por sua condição de "moça", expressão que, sem nenhuma conotação sexual, significa, na gíria do futebol jogador que atua sem cometer faltas e sem impor virilidade.

Em resumo, por suas classe e habilidade e pelo fato de não ser bom marcador, entendo que Egídio é um jogador a ser marcado, não para marcar ninguém. Marcar, mesmo, só se for gols e nada mais.

Vou além de Egídio, de Zé Roberto e de todos. Mesmo que a política interna anacrônica e demodê anda reinante no futebol do Palmeiras e adotada, estupidamente, por mais de noventa por cento da torcida, não abre ensanchas para o aproveitamento da base, o Palmeiras deveria arriscar.
 

A Copa São Paulo de Juniores revelou aos palmeirenses de bom-senso que o Verdão tem em seu elenco um jogador promissor, espetacular, (muito mais pronto do que Gabriel de Jesus), que, infelizmente, não está sendo aproveitado e, pelo visto, ninguém cogita de aproveitar.

Refiro-me a Juninho, canhoto, muito mais maduro, talentoso e de um futebol mais prático e objetivo do que o garoto De Jesus, com potencial suficiente para vir a se tornar um Zinho, um Alex, um Pedrinho, um Djalminha ou outro jogador desse jaez, desde que suficientemente lapidado e bem preparado psicologicamente. 


Muito me admira que Marcelo Oliveira, com a saída de Valdívia, não consegue enxergar que não possúi no elenco, nenhum jogador das características de Juninho, o craque do Palmeiras na Copa São Paulo!
 

Diante da falta de confiança em relação a Juninho e na ausência de um grande armador, entendo que a melhor solução para o Palmeiras, na hipótese (parece definitiva) de não poder contar com um meia criativo e à altura das necessidades do time, seria improvisar Egídio como meio campista.

Voltando ao jogo, Nathan, Leandro Almeida, Robinho e Alecsandro estiveram (ontem) longe de ter cumprido boas atuações.

Desta vez não vou poupar o garoto Jesus,  porque ele não tem correspondido às inúmeras chances recebidas. 

Há, como citei, garotos mais competentes na base palmeirense que, até hoje, não obtiveram um tratamento isonômico ao dispensado a esse jovem jogador, tão decantado e paparicado!

Prass pareceu-me, entre todos, o mais empenhado em vencer. 

Além da habitual postura de defender as bolas possíveis e umas poucas impossíveis ajudou a comandar o time em campo.

Errou, ao subir para o ataque por volta de 44 minutos para uma tentativa de cabeçada e por pouco não sofreu um gol no contrapé, em chute desferido do meio de campo por Negueba. 

Esse tipo de jogada tem caráter de irresponsabilidade quando tentado intempestivamente ou de forma inconsequente. É válido, apenas e tão somente, exclusivamente, em situações especialíssimas de final de jogo!

O incansável Arouca e o cansado Rafa Marques, o autor do gol do Palmeiras, também se salvaram do naufrágio, mas RM, apesar do esforço, não conseguiu manter a condição física e o ritmo até o fim. Poderia, perfeitamente, ter sido, perfeitamente, substituído por falta de uma melhor condição física. 

Dudu, ontem, apesar de correr muito e de sempre se apresentar para o jogo, foi um verdadeiro campeão de passes errados, em que pese ter sid o autor do belíssimo passe, em ponto futuro, para Rafael Marques estabelecer o empate. 

A verdade, meus amigos, é que perdemos um jogo muito importante, embora isso não signifique que tudo esteja perdido.

Nada que uma ótima e possível vitória sobre o Flamengo, domingo, às 11 da manhã, no ensejo do encerramento do 1º turno não possa deletar de nossa sofrida alma palmeirense.

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NA TV

Independentemente de ser ele ou não um torcedor do Curintia, foi muito boa a transmissão de Milton Leite, ontem, no Coritiba 2 x 1 Palmeiras. 

Concentrou-se no relato, usou os "cacos" na medida do tolerável,  interveio pouco na análise do comentarista, manteve o entusiasmo do relato com um ou outro momento depressivo e não exagerou, como de hábito, nas expressões caricatas, marca pessoal de suas transmissões.

Noriega esteve muito bem na análise do jogo e nem tanto (como sempre) na análise da arbitragem que, segundo se deduz de seus comentários, nunca erra quando apita contra o Palmeiras! Só quando apita a favor! 

A repórter de Curitiba que cobriu o Coritiba, esteve melhor do que o repórter de São Paulo que cobriu o Palmeiras, sendo mais ousada na atuação e mais incisiva nas perguntas. 

Finalmente uma mulher que parece entender de futebol e que foge das trivialidades e dos lugares comuns de suas colegas, com um bom conteúdo de notícias.

Notícias! Está aí o recurso que Milton Leite poderia (deveria) usar para nos livrar dos constantes "pés no saco" de estatísticas retrospectivas.  
(AD)