Observatório Alviverde

31/05/2010

AGORA QUEM NÃO SE ENTENDE É A DIRETORIA! DEL GRANDE PEDIU DEMISSÃO. CIPULLO, TAMBÉM! BELUZZO ESTÁ, DE NOVO, DANÇANDO NA CORDA BAMBA E MAIS APERTADO DO QUE CHARUTO EM BOCA DE BÊBADO. QUE CLUBE COMPLICADO E PROBLEMÁTICO É O NOSSO PALMEIRAS!

Vejam a que ponto chegou o Palmeiras. Como se já não bastassem as costumeiras crises técnicas eis que explode agora uma violenta crise administrativa, envolvendo homens da mais estreita confiança de Belluzzo, justamente os responsáveis pelo departamento de futebol, Cipullo e Serafim Del Grande.

O pomo da discórdia é a contratação do centro-avante Cléber, do Cruzeiro, anunciado como próxima e viável por Serafim, prontamente desmentido por Cipullo que alegou se tratar de uma contratação difícil e improvável.

Essa não foi a primeira vez em que ocorreu um episódio semelhante. O caso anterior, da contratação de Felipão já fizera surgir o primeiro episódio do atrito entre os dois importantes dirigentes alviverdes.

Serafim afirmava que era, sim, possível a contratação de Luiz Felipe Scolari, mas Cipullo, em plano superior negava peremptoriamente. Foi preciso que Belluzzo viesse a público para salomonicamente afirmar nas entrevistas que havia possibilidade sim, mas não naquele momento.

O fato é que desde o episódio Scolari, Serafim sentiu-se desprestigiado.

Ferido em seu amor próprio ele procurou o presidente Belluzzo a fim de entregar-lhe  o cargo que passou a ocupar, em posição de subalternidade em relação a Cipullo, o mesmo Cipullo que, na década de 90 fora lançado por ele, Del Grande, no Departamento de Futebol da S.E. Palmeiras e que fora, também,  seu subalterno.

Ontem foi a vez de Cippullo,  procurar o presidente para entregar o cargo, alegando ter sido ferido em sua susceptibilidade e desrespeitado em sua condição de vice-presidente de futebol. Que, em ocupando posição hierárquica superior a Serafim, teria de ser sempre dele, Cipullo, a última palavra.

Aproveitou, também, para reclamar da diminuição de sua autoridade, imposta pela própria presença de  Serafim, certamente um homem de personalidade mais forte do que a dele e de muito mais ação.

Belluzzo, desta vez, agiu certo. Em vez de por a boca no mundo, como de hábito, concedendo entrevistas inoportunas que só afundam o clube, nada declarou à imprensa. Sábia decisão,

Manteve, aparentemente, a serenidade, guardou para si as verdades dos compadres, e adotou a posição de magistrado. Exatamente como deveria ter procedido em crises anteriores. Até agora, não atendeu a nenhum pedido de demissão e trata de pensar em uma solução política para sanar tão grave e delicada situação.

Quando do episódio da contratação de Candinho, da simpatia de Cipullo mas rejeitado por Del Grande, o presidente, mais uma vez, acertou ao dispensar o profissional e declarar a vacância do cargo, até que o atual problema seja encaminhado e equacionado.

Até agora, nota 10 para Belluzzo. Vejamos daqui para a frente, no epílogo deste nó administrativo, como vai proceder o nosso presidente..

Não sou economista formado em escola, mas aprendi na universidade da vida que as crises exigem um caminho muito bem pensado para a solução de pendengas dessa natureza que podem por a perder todo o trabalho que de desenvolve dentro de uma empresa.

É imperioso que não se erre e que se encontre as soluções cabíveis, para que se harmonize a vida do clube, também fora de campo. Já não bastam os nossos problemas dentro de campo?

Está no lema da bandeira brasileira o exemplo a ser seguido pelo Palmeiras:  "Ordem e progresso". Primeiro, ordem na casa. O progresso virá como consequência.

A solução do "afair" Cipullo/Del Grande começa pela serenidade, passa pela discrição, continua pela reflexão, pela maturação das situações através da análise fria das mesmas,  com lógica e bom-senso.Como se diz no interior, é preciso, nesse interregno, esperar a poeira baixar.

Só cumprido esse longo processo é que se parte para a melhor solução. Até aqui parece que Belluzzo já concluiu a primeira parte do problema que está, aparentemente, resolvida.  Aliás, a primeira solução sempre deve ser tentada pela via do ajuste e da conciliação, isto é, numa boa.  È assim que o presidente está agindo.

Se não for assim, isto é, se a diplomacia e o jeitinho não resolverem, recorramos, então,  a outro símbolo patriótico, o Hino Nacional, que manda "erguer, da justiça, a clava forte". Se for preciso, baixá-la mesmo  (simbolicamente) e com força, que Belluzzo, então, o faça, doa em quem deve, realmente, doer.

Como já frisei, Belluzzo já cumpriu todo o ritual de encaminhamento exigido para administrar essa situação esdrúxula de desentendimento e estremecimento entre os seus dois principais assessores.

Esse tipo de briga, muito comum nas instituições, é sempre motivado por vaidade e amor próprio "feridos e ultrajados" e incompatibilidade de gênios. As posições dos protagonistas,  na maioria das vezes, costuma ser irreconciliável.

Belluzzo sabe disso e deve estar em palpos de aranha, sem saber o que fazer. como se estivesse protagonizando uma verdadeira " Escolha de Sofia".

Pensem que a solução de Belluzzo não é tão simples ou elementar quanto parece, de simples opção por um ou pelo outro diretor. Há aspectos muito importantes envolvidos na questão.

Tudo, na verdade,  tem consequências imprevisíveis e inimagináveis na política do Palmeiras. Envolve uma série de fatores e o presidente deve estar, certamente, em incômoda posição,  entre a cruz e a espada.

Não fosse isso, Cipullo, de há muito, já teria sido demitido, mas o buraco é mais embaixo.

Com a cizânia política vigente, o Palmeiras virou terra de ninguém. O presidente sabe, perfeitamente, que se agir precipitadamente, vai fragmentar ainda mais o grupo político que o ampara, correndo-se o risco de os oportunistas de plantão  voltarem ao comando do clube nas próximas eleições que estão tão próximas.

Com todos os defeitos, eu ainda prefiro a turma do Belluzzo no poder. Portanto, entendo que, neste momento, ele não pode agir por impulso ou simpatia, mas apenas por conveniência dos interesses maiores do Palmeiras.

Opção por Cipullo ou Del Grande, só em caso extremado. Neste momento, ou os dois, ou nenhum, ao menos em meu modo de entender, para pacificar os ânimos e fazer cessar as ondas. Depois da Copa, a conversa é outra e tudo pode acontecer.

Que conselho você daria ao nosso presidente?

Quem ele deve prestigiar, Del Grande ou Cipullo? 

Deveria manter os dois mesmo em em atrito?

Deveria tentar tentar uma improvável reconciliação, ainda que por respeito ou amor ao Palmeiras?

Deveria demiti-los, ambos, juntos,  e tentar um terceiro nome de consenso dentro do clube?

Ou deveria tentar numa reunião com os dois para a  lavar a roupa suja e pedir aos dois que se respeitem e coloquem o clube acima das próprias vaidades. 

O que você sugere a Belluzzo como colaboração para ajudar a solucionar a delicada questão?

Desta vez o nosso presidente está mais apertado do que "charuto em boca de bêbado"!
DEIXE O SEU COMENTÁRIO