Observatório Alviverde

30/05/2012

SEMANA CHATA SEM O VERDÃO EM CAMPO!

 

Falo por mim.

A seleção Brasileira não me empolga há muitos anos.

Muitas pessoas de tantas gerações com quem converso dizem o mesmo.

E, no entanto, a mídia continua criando imagens e expectativas irreais referente à Seleção.

Nada que reflita o ânimo ou o espírito do torcedor brasileiro em face do grupo ungidos que, de Seleção, só tem, mesmo, o nome.

Esse ajuntamento de jogadores que a CBF escolhe a cada ano para o cumprimento de um calendário repleto de  amistosos caça-níquel e para a disputa de algumas competições, não passa de uma “ação entre amigos”.

Sim, amigos milionários residentes na Europa, que se reúnem anualmente, sem o menor compromisso com o povo brasileiro.

Há quanto tempo é assim!

Nem com a nova administração na CBF, deve mudar!

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Desde que ficou decretado que jogador, para figurar na Seleção Brasileira, tinha, necessariamente, de atuar no Velho Mundo, coloquei um freio e um paradeiro em meu entusiasmo em relação à “Canarinha”.

As convocações por critérios misteriosos ou interesses comerciais, são uma constante e a “Selenike”, como é desprezivelmente alcunhada pelo povo, virou um balcão de negócios, a maioria escusos, para aqueles que, nos dias de hoje, são os verdadeiros proprietários do futebol brasileiro, os empresários.

Por isso e por tantas outras coisas mais que nem vale a pena declinar, a Seleção jogando amistosamente contra qualquer seleção ou clube do planeta, tem, para mim, o mesmo significado e sabor de um jogo entre dois times que não conheço.

Perde-se em rádio, tv, jornais, revistas e internet, latifúndios de espaço em um assunto que parece interessar mesmo, apenas aos cronistas esportivos e a alguns “gatos-pingados”.

Prefiro assistir a um jogo dos “fraldinhas” ou dos “dentes de leite” do Palmeiras a um amistoso dessa armação empresarial apelidada de Seleção, que muitos ousam afirmar que está representando o futebol e o povo brasileiros. A mim, ao menos, não representa!

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Quando ganhamos pela primeira vez uma Copa do Mundo no distante ano de 1958, Julinho Botelho, melhor do que Garrincha - acreditem no que digo porque é verdade - que jogava, então, na Fiorentina, recusou a convocação alegando que ele não se sentiria bem em usurpar um lugar que deveria ser de alguém que atuasse no Brasil.

Caráter é isso! e era o senso comum Seleções, eram aquelas!

A de 58 que conquistou o primeiro título na Suécia, ganhou, também, a Copa de 62 na qual qual Garrincha, com a contusão de Pelé logo nas primeiras rodadas, foi o grande protagonista.

Mané jogou demais na Copa do Chile e ganhou a fama que levou muitos jornalistas, principalmente os cariocas, ao delírio hiperbólico de afirmar e garantir que Garrincha foi maior do que Pelé

De fato, ele foi maior do que Julinho, posto que jogou muito em duas importantes copas do mundo, e 58 e 62..

Mas, seguramente, jamais foi melhor do que o grande craque palmeirense, a quem considero o maior alquimista da história do futebol mundial que, por seus méritos, colocou Garrincha no banco e segurou a onda..

Julinho transmutou o chumbo pesado das vaias unânimes de um Maracanã inteiro, lotado e apaixonado por Garrincha, no reluzente ouro de aplausos de reconhecimento a uma das maiores atuações individuais de um jogador brasileiro com a camisa da Seleção no templo do futebol brasileiro.

Naquele dia, 120 mil tiveram de render-se a um cracasso ao qual a história do futebol jamais fez, se não a merecida reverência, ao menos a necessária  j-u-s-t-i-ç-a.

Desculpem-me, mas, por um momento, esqueci que Julinho era jogador da SE Palmeiras…

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O Brasil era bicampeão mundial e caminhava para o tri quando grassou o jogo de interesses das ambições políticas de João Havelange, em detrimento do trabalho sério do Dr. Paulo Machado de Carvalho. Deu no que deu, Perdemos a Copa de 66 e o tricampeonato. Melancolicamente!

Em 70 participei da cobertura da preparação da Seleção para a Copa o México, na qualidade de repórter e comentarista.

Desde a unção de João Saldanha como treinador, passando pela definição antecipada dos convocados aos quais ele chamou de “feras”,  passando pelas eliminatórias, pelas concentrações, pelos amistosos de preparação por todo o Brasil  e pela troca de Saldanha por Zagalo no comando técnico.

A Copa, propriamente dita eu só acompanhei pela televisão em excelente imagem em preto e branco.

Mas não será nenhum exagero se dissermos que o colorido daquela copa foi o futebol exuberante da Seleção que jogou o futebol mais artístico e vistoso e consistente na história de todas as Copas.

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Fala-se muito, hoje, na qualidade do futebol do Barcelona, mas quem é o Barça diante daquela seleção?

O Barça tem Messi, uma espécie de Tostão dos dias de hoje. O Brasil mais do que Tostão, tinha Pelé. De quebra tinha Gerson, Rivelino e o artilheiro Jairzinho.

Tive sempre um ótimo relacionamento com João Saldanha a partir de quando o conheci como cronista, mas, assim como Telê, ele é uma personagem superdimensionada pela mídia.

Tanto um quanto o outro, conquanto bons, foram menos, muito menos do que quer fazer supor aquela parte da mídia, vassala e subserviente.

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Certa feita, no Hotel Presidente, em Bogotá, onde estávamos hospedados para a cobertura da Seleção, então dirigida por Osvaldo Brandão,questionei Saldanha pela não convocação de Ademir da Guia em 70.

Antes de relatar a reação e a resposta de Saldanha, vou usar, para o esclarecimento dos mais novos, a mesma imagem que usei na comparação entre Júlio Botelho e Garrincha:

Rivelino, o rival convocado, inquestionavelmente, foi maior, Ademir, muito melhor!

Exclua-se a Copa de 70 e se compare o rendimento de ambos em seus respectivos clubes, os confrontos diretos e os tíitulos conquistados. 

Voltando a Saldanha, ele  sentiu-se um pouco incomodado com a pergunta importuna, mas, sem perder a pose, respondeu que Ademir tinha, sim, condições de ser convocado, como tantos outros bons jogadores  que ficaram fora da convocação.

Não aprofundei a discussão pois senti que se tratava de uma preferência pessoal e gosto, não se discute.

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Nessa época, sim, valia a pena falar sobre a Seleção, discutir a Seleção, torcer pela seleção…

Por isso, quando a CBF suspende o Brasileirão para amistosos preparativos da Seleção, sinto-me completamente frustrado.

E você?

Prefere assistir a um amistoso de uma seleção de novatos, ou assistir aos jogos do Brasileirão na efervescência das rivalidades tupiniquins?

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A PÉROLA DE FRIZZO, A RESPEITO DA ANUNCIADA VOLTA DE OBINA, PRONTAMENTE DESMENTIDA:

"Você já voltou com ex-namorada? Sempre é uma decepção. Depois de cinco anos, ela já não é a mesma pessoa. E você também. Tudo mudou, a situação mudou e a volta é frustrante. O Obina fez seu papel, mas não é o mesmo. O Palmeiras também não" !

Como se observa, estamos cada vez mais profissionais.

A não ser que seja um comentário com o fito de fazer parar as especulações e facilitar a transação.

Estamos bem de diretor de futebol, não estamos? 

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