Observatório Alviverde

26/04/2012

O PALMEIRAS MELHOROU, MAS NÃO BASTA MELHORAR, TEM DE SARAR!

 

Pelo que vi e depreendi do jogo de ontem, o Palmeiras melhorou.

Melhorou, mas não sarou.

Para que se transforme naquele time competente, estável e confiável que tanto esperamos, falta muita coisa, ainda.

Aliás, tenho as minhas dúvidas de que sob Felipão, alcançaremos esse estágio.

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Algumas razões me tornam incrédulo de que o Palmeiras atinja o patamar da regularidade.

A primeira delas é permanente situação interna de conflitos e a politicalha rasteira que há anos envolve os dirigentes do clube, na eterna luta pelo poder..

Em seguida, pela instabilidade emocional que denoto sob as imaginadas segurança e personalidade de Felipão.

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Do ponto de vista psicológico creio que Felipão, no fundo, no fundo, seja um inseguro.

Sua excessiva braveza, suas bravatas e, principalmente, sua constante incontinência verbal, são sinais reveladores de insegurança emocional. 

Essa insegurança fica clara quando ele, de repente, sem nenhum motivo aparente ou que justifique a ação, muda as escalações e troca as peças, jogo a jogo.

Como é que um grupo, vivenciando situações de incerteza e insegurança vai ter autoconfiança para poder render satisfatoriamente?

Como é que um time mudado jogo a jogo pode ter entrosamento?

Essa indefinição constante gera ansiedade entre os jogadores. em um grupo no qual, tirante Marcos Assunção, Márcio Araújo, e, agora, Juninho e Barcos, ninguém tem a certeza de ser titular.

Isso gera excessiva competitividade entre os atletas, o que, a princípio, seria salutar, mas em última análise é danosa e prejudicial, pois aflora a rivalidade e aumenta os atritos.

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Um outro aspecto evidencia a insegurança do Homão. 

Notaram que ele cultiva a mania de promover, sempre, uma substituição aos 13 minutos do segundo tempo?

Pode, até ser uma grande coincidência, mas sou convicto de que se trata de superstição.

Os supersticiosos, via de regra, são inseguros.

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Uma das raras lições corretas e positivas deixadas pelo mitômano fanfarrão do futebol e ídolo da mídia, João Saldanha, é a de que qualquer elenco, para se firmar, tem de ter, obrigatoriamente, a definição das titularidades.

Essa definição, perfeita, delimita o “status” de cada atleta diante do grupo.

Acima de tudo, proporciona confiança a quem está jogando, que sabe que, mesmo que erre ou não renda bem em determinado jogo, não será sacado

Ao mesmo tempo, faz com que, quem esteja no banco, saiba que terá de esperar uma oportunidade para entrar no time principal.

A definição do papel de cada jogador na chamada estratificação do grupo normatiza e estabiliza as relações individuais, amenizando o ambiente.

Quem faz parte da equipe titular joga com mais confiança e tranqüilidade e quem está fora tem de trabalhar muito para conquistar o seu lugar ao sol.

Do jeito que a coisa tem rolado, Felipão, inseguríssimo, parece lotear e dividir as posições de titular, para poder reinar com tranqüilidade!

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Outra razão para que eu não acredite que o Palmeiras vai deslanchar e atingir o estágio que tanto desejamos é a postura tática da equipe, manjadíssima, imutável há dois anos.

No futebol de hoje, essa postura tem de ser diversificada e variada, de acordo com o adversário e as suas características.

A não ser que se tenha um time de grande qualidade, categorizado, entrosado, pronto, e que passe para o adversário a necessidade de ele, sim, se preocupar.

Não é o caso do Palmeiras!.

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O Palmeiras, sob Felipão joga, repito, há dois anos, de uma única forma, que ele não altera, sob qualquer hipótese. circunstância ou pretexto.

Vejam quanto que a diversificação do modo de jogar é importante.

Gilson Kleina, o técnico a Ponte, estudou o time do CU-rintia através de vários tapes, durante toda a semana que antecedeu à decisão.

Observou tudo!  Posicionamento, movimentação das peças, jogadas ensaiadas, características e movimentos de cada jogador e estratégias.

O Corinthians de Tite, a exemplo do Palmeiras de Felipão é um time também engessado taticamente e só consegue atuar de uma única forma, embora com melhores variantes ofensivas em razão da versatilidade de suas peças.

Kleina percebeu, também, que Paulinho, ex-Bragantino, (jogador que se o Palmeiras contratasse a nossa torcida queimaria alegando que era “bom e barato”) é o grande articulador corintiano. Cerca de 80% das jogadas de gol das galinhas, nascem ou passam pelos seus pés.

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O treinador pontepretano, então, adotou a estratégia de marcar forte e de forma individual esse jogador.

Com isso,  a Ponte, muito menos time, estabeleceu o equilíbrio no jogo e, em muitos momentos, esteve melhor do que o adversário.

O final todo mundo sabe! Deu no que deu!  A Ponte eliminou a galinhada do Paulistão.

A partir desse momento a mídia CU-rintiana já passou a chamar o Paulistão de Paulistinha!

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A vantagem do CU-rintia de Tite sobre o Palmeiras de Felipão é a de ter muito mais entrosamento, já que Tite mantém o time base e mexe pontualmente no time, de acordo com as necessidades.

Outra vantagem é que a galinhada tem melhores valores individuais, jogadores mais cascudos, versáteis  e, principalmente, um banco à altura de suas necessidades..

Creio, sim, que um time pode se dar ao luxo de atuar de uma única forma, quando joga junto há muito tempo, se entrosa e adquire um padrão de jogo suficiente para que não se preocupe com os adversários, mas que os adversários, sim, se preocupem com ele.

Estamos muito longe disso!

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Outro aspecto a ser considerado é que, no futebol de hoje, os times não contam mais com os pontas especialistas. Telê acabou com eles e a cronistada o chama de “mestre”. HAHAHAHAHAHA

Já que todos os times brasileiros abdicaram dos pontas especialistas, se os laterais não se apresentarem para o trabalho de apoio, o ataque não terá força. É o caso do Palmeiras!

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Raciocinem comigo!

O auge de nossas vitórias, este ano, coincidiu com as grandes atuações de Juninho fazendo com perfeição o “overlaping” pelo lado esquerdo, contando, na maior parte das vezes com a presença de Maicon Leite, deslocado pelo setor.

Pelo lado direito nunca tivemos esse tipo de jogada, porque Cicinho tem a tendência de afunilar. Com isso, ninguém ocupa o flanco direito, quase sempre despovoado e desguarnecido, uma terra de ninguém!

Precisamos aproveitar esse espaço porque, hoje, temos, além de ótimos zagueiros cabeceadores, centro-avantes altos e capazes de decidir um jogo expirando o espaço aéreo.

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O estremecimento recente de Maicon Leite (não tenho a convicção de que ele está, realmente, contundido) com Felipão, ocorreu em decorrência de o treinador exigir que ele fizesse jogadas de flanco e cruzasse para a área adversária no jogo contra o Guarani.

A relutância de Maicon em obedecer o treinador e cumprir a missão que lhe era destinada, irritou Felipão e custou-lhe a substituição imediata no jogo contra o Guarani e o afastamento do time titular.

A atitude do jogador ao sair de campo, ainda que discreta, protestando contra a alteração e seguindo direto para o vestiário, azedou, de vez, a relação

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A exemplo de Cicinho, Maicon Leite também só se sente bem quando afunila as jogadas e arremata ao gol. Ele é um atacante nato e não se dá bem no trabalho de articulação 

O episódio Maicon Leite também me faz supor que um treinador que quer impor o seu esquema às peças, ao invés de adaptar as peças ao seu esquema, em consonância com as características individuais de cada jogador, dificilmente vai ter futuro.

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Ontem contra o Paraná o time foi bem sem ser brilhante, sobretudo por um aspecto, a dedicação e a entrega de todo o grupo, sem exceção. Este é um bom sinal, mas, apenas e tão somente, um sinal!

A entrada de Bruno como titular transmitiu mais segurança à defesa que portou-se um pouco melhor do que nas últimas partidas.

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Ontem, também, tivemos jogadas de ponta, mas, exclusivamente pelo lado esquerdo.

Primeiro pela estréia surpreendentemente ótima de Mazinho um jogador de muito talento e capacidade para driblar, cruzar e, até, individualizar as jogadas.

Depois pelo fato de Juninho, diferentemente dos últimos jogos,  apoiar muito pelo seu setor e, principalmente Valdívia, que voltou a jogar bem, ter trabalhado muito por essa faixa do campo.

Mazinho provou, tanto quanto Cicinho e Juninho haviam provado, que “o bom e barato” é a fórmula ideal para que se contrate grandes jogadores, para que se possa formar grandes times e, principalmente, para que se possa ter craques.

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Mas a vitória de ontem sobre o modestíssimo Paraná não me ilude e nem da azo para que eu projete grandes resultados nesta Copa do Brasil.

O Paraná, clube atualmente de segunda divisão, tanto em âmbito regional quanto nacional, é um adversário muito fraco para servir de parâmetro e mensurar as nossas possibilidades.

Se o Palmeiras vencê-lo em Barueri, certamente vai vencer em razão de jogar em casa e da vantagem obtida.

Depois disso, aí sim, terá dois jogos dificílimos a cumprir, contra o Cruzeiro ou contra o Atlético PR.

Só após essas duas partidas teremos condições de medir as nossas reais possibilidades de vencer a Copa e do que poderemos fazer no Brasileirão.

Ontem, ganhamos fora de casa, um bom indício de que as coisas estão melhorando.

Mas não fizemos mais do que a nossa obrigação.

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PS – Fiquei sem Internet desde ontem à meia noite. Peço desculpas pela demora da postagem.