Observatório Alviverde

19/10/2014

O DUELO VALDÍVIA X ROBINHO E AS FILIGRANAS DESNECESSÁRIAS DA MÍDIA!




Valdívia e Robinho. A bola está com Valdívia!


Aprendi, da profissão, que jornalistas esportivos medíocres cultivam ressuscitar números mortos e vasculhar as estatísticas em busca de coincidências e exotismos, com os quais, posando de sábios, procuram dar-se, a sí próprios, a importância que não têm, e, que, jamais, terão!

É óbvio que os acontecimentos pretéritos, ditos históricos, isto é, a saga dos clubes, têm, respeitados os limites, o seu valor e relevância, embora a tempo e hora adequados, nada mais que isto!

Que um narrador de TV divulgue, "en-passant", os números decorrentes dos enfrentamentos dos times cujo jogo transmite, tudo bem! Mormente quando a bola sai e sua devolução ao campo de jogo está demorando.

Mas, fazer como vêm fazendo muitos narradores televisivos, até o excelente Milton Leite, talento desperdiçado da narração na TV brasileira (ele insiste em ser folclórico e em ingerir nas opiniões e avaliações dos comentaristas), aí já é demais. 

Outro dia Leite apresentou um histórico dos enfrentamentos de dois clubes protagonistas do jogo que narrava (não me lembro mais qual). Até aí, tudo bem, mas, ao pé da letra, desnecessário. 

Não satisfeito com os números inúteis que divulgou nem com o tempo de tv -precioso- que desperdiçou, ML passou a destrinçar a velharia numérica em vários outros capítulos!

Assim, acrescentou à primeira informação o número de vezes em que cada clube se enfrentou, no próprio estádio, na casa do adversário e, até, em estádios neutros, pelo campeonato tal e qual e amistosos. Mas não parou por aí.

Discorreu, longamente, a respeito de quantos gols cada clube marcou e sofreu, introduzindo outros penduricalhos numéricos desinteressantes, desperdiçando, em seu relato, muitos lances, e, poluindo, inutilmente, a sua transmissão. Um verdadeiro pé no saco!

E, no entanto, dissertar sobre os números vivos do campeonato, não rolava, não rolou.

Identificar uma segunda vez, para os retardatários da transmissão quem estava no banco...

Esclarecer quem das equipes tinha o segundo cartão...

Nominar quem estava fora do jogo porque  passava pelo Departamento Médico...

Discorrer sobre as reações das duas torcidas presentes...

Divulgar as novidades sobre o novo estádio e as eleições de 29/11, em se tratando do Palmeiras...

Falar sobre possíveis vendas e contratações de jogadores e outras informações desse gênero e teor, "neca de pitibiriba"! 

Era o que interessava mas nada disso se ouviu! Só abobrinhas, gilós e outros legumes difíceis de deglutir!

Em sã consciência, raciocinem, todos, comigo, o próprio Milton, inclusive, se tiver humildade para tal. Dizem -não o conheço- que não tem! 

O que, de fato, interessa à torcida? 

Números mortos ressuscitados inutilmente, indevidamente, intempestivamente discorrendo sobre o passado remoto de um clube, ao alcance de todos a qualquer hora na Web? 

Ou as noticias atuais do dia a dia das equipes e do próprio jogo que está sendo transmitido? 

Os narradores de TV, em maioria, (Milton é um deles), subvertem os valores das matérias midiáticas, invertem prioridades jornalísticas e poluem as transmissões com inutilidades noticiosas. 

Bem-intencionados, imaginam estar levando ao público fatos relevantes, mas transmitem aos telespectadores o que lhes é mais cômodo e que, apenas, eles próprios e "meia dúzia de três ou quatro", de fato, gostariam de ouvir. Ledo engano!

Isso tudo veio à tona e foi dito, a propósito de uma divulgação exótica de quase toda a denominada grande mídia, envolvendo os grandes portais, sites e jornais, repercutidos pelo rádio e pela televisão!

Todos esses meios de comunicação, conjuntamente falam em "duelos" (como a crônica paulistana adora esta palavra!) preexistentes entre Valdívia e Robinho, as maiores "estrelas" do clássico Palmeiras x Santos desta tarde no Pacaembu.

Segundo a "otoridade jornalística" autêntica "sumidade" em assuntos aleatórios, que pesquisou e propalou tão "relevante" assunto, Robinho, não tem retrospecto positivo em seu histórico de enfrentamentos contra o Palmeiras. 

Já em relação ao "maestro" palmeirense, segundo leio (nem acredito no que leio) , no portal UOL, os números são bons, embora, aqui, haja a prevalência de jogos de seleção, atuando, Robinho, na brasileira e, Valdívia, na chilena.

O que ficou claro e notei da publicação da UOl é que, ao colocar Valdívia em um patamar de disputa com o verdadeiramente craque Robinho, o portal já reconhece, implicitamente, o Mago com "status" de craque!

Entretanto, faz questão de não admitir e publicar, chamando-o, eufemisticamente, de "maestro", o que, no fundo, em futebol, é uma expressão sinônima! 

Fazer o que diante de tanta ignorância e semelhante pequenez espiritual? Será que Tio Juca impediu? É possível, é possível...

É dissimulação e hipocrisia demais para um único jornalista, mas, o que importa é que, com isso, eu me divirto. Muito!
HAHAHAHAHAHAHAHAHA!

A simples comparação com Robinho e a nova promoção do Mago, a maestro, escancara, publicamente, que, embora os jornalistas do portal Uol, e, outros, de outros veículos, de uma maneira geral, admitam-lhe a condição, por tudo o que falaram dele e por tudo o que fizeram com ele, não se sentem mais em condições morais de chamá-lo de craque!  

Agora, chamam-no, simplesmente, ironicamente, de maestro! Mas maestro em futebol é sinônimo de que?

E ainda tem gente que se insurge e que não admite quando falamos neste blog, da existência de um cartel jornalístico, invisível, embora tácito e atuante, envolvendo, principalmente, os chamados jornalistas de ponta, detentores dos melhores espaços da maioria dos meios de comunicação.

Voltemos ao duelo!

Robinho enfrentou o Palmeiras seis vezes, mas venceu, apenas, uma. 

Os outros resultados foram três derrotas, dois empates e uma vitória. 

No Brasileiro/2004, foi a única vez em que o craque santista saiu-se vencedor do duelo, quando o Santos venceu o Verdão por 2 a 1 no returno da competição, no Palestra Itália.

Em resumo, Valdívia e Robinho se enfrentaram 6 vezes e a vantagem do palmeirense é arrasadora, em termos de clubes.

Em confronto de seleções, o jogo mais importante entre eles foi o da Copa do Mundo de 2010. O Brasil venceu por fácil, 3 a 0. 

A maior goleada ocorreu em 2007, na vitória do Brasil de Robinho por 6 a 1 na Copa América/2007. 

Nesse mesmo ano, a seleção brasileira ganhou da chilena por 4 a 0 e ambos marcaram presença no amistoso.

Agora, se mal pergunto, o que esses dados têm a ver com o clássico de daqui a pouco? 

Nada vezes nada, pois não passam de minúcias, curiosidades e coincidências estatísticas, nada mais. 

Cada jogo é diferente do anterior e será, sempre, escrito cada vez que se repita, de uma forma diferente por novos protagonistas à medida em que o tempo passa e que os times se renovam.

Para quem gosta dessas tolas excentricidades, aqui vai mais uma...

O único time do trio de ferro contra quem Robinho muito mais perdeu do que venceu, foi o Palmeiras! 

Em seis confrontos, vou repetir, perdeu quatro, ganhou uma e empatou, apenas, uma vez!

Mas, se mal pergunto me perdoem e relevem: o que isso tem a ver ou pode influenciar em relação ao clássico de daqui a pouco -16H- no Pacaembu? 

Noventa e cinco por cento (95%) ou mais dos protagonistas de hoje, do Santos e do Palmeiras, são outros atletas, diferentes daqueles que construíram a estatística negativa de Robinho.

Em razão disso, a história será outra, muito outra e o Palmeiras que se cuide!

Mas se o Verdão jogar o que jogou e como jogou contra o Grêmio, sou convicto de que vai ser "macuco no embornal", ou, melhor, "peixe fresco no samburá" ou se quiserem, "peixe assado"no picuá"!

COMENTE COMENTE COMENTE