A torcida do Palmeiras, não sem justa razão, manifestou-se domingo passado em São Caetano contra Gagliote e a diretoria do Palmeiras.
Não, não foi por causa do time, mas em decorrência dos preços abusivos que o clube vem cobrando na bilheteria, quando de seus jogos em um verdadeiro assalto ao bolso do torcedor.
Vejam que enquanto o Santos estabeleceu preços módicos para os ingressos do clássico contra os Bambis, entre 40 e 80 reais, o Palmeiras tem cobrado -em média- entre 100 e 250 reais de sua torcida. Um absurdo!
Agindo assim, Gagliotte imita as empresas aéreas estabelecidas neste Brasil dito "moderno", construído pelos pulhas FHC, Lula, Dilma e Temer, que preferem viajar com poucos passageiros a promover baixas no preço das passagens e cumprir integralmente as suas responsabilidades sociais.
O Palmeiras, que praticou o preço de ingresso mais caro de 2018 e arrecadou perto de 80 milhões, virou o ano com a voracidade arrecadatória de um agiota e, em razão disto, faz a sua torcida de baixa renda sofrer mais. Cada dia mais!
Em razão da política de confronto estabelecida contra a Rede Globo, com a qual bate de frente já há algum tempo reivindicando maiores verbas, a solução encontrada pelo marketing palmeirense tem sido a de buscar o dinheiro necessário para a manutenção e suficiência do clube nos patrocinadores e, sobretudo, na torcida.
Como diz o velho ditado: "é do couro que se faz o cinto e a bolsa". A diretoria palmeirense aperta o cinto e esvazia a bolsa de seus torcedores!
Sei, perfeitamente (quem não sabe?) da necessidade premente de o Palmeiras prestigiar seus sócios torcedores e manter forte o plano Avanti.
Mas para que esse importante segmento de captação de renda possa manter-se saudável, necessário se torna que a diretoria conceda todos os direitos e privilégios que fazem parte do contrato adredemente estabelecido entre ela e àqueles que aderiram ao plano. Até agora as informações mais recentes garantem que tudo vem correndo bem.
Isso não impede, porém, que existam queixas, dissidências e desistências, sobretudo no que concerne aos custos cada vez mais caros e proibitivos praticados pelo clube, superiores a qualquer outro de qualquer outro clube de nomeada do Brasil.
O pior de tudo é que a perspectiva da prática de melhores preços, ao menos neste momento, é zero. Gagliotte (seguramente provindo de família abastada) não está nem aí para o sofrimento da parte pobre da torcida do Palmeiras que, queiram ou não os elitistas, é um "clube de massa".
Na verdade o presidente tem se mostrado insensível às demandas e feito ouvidos de mercador às reivindicações da "galera", ainda que hajam ocorrido tantas desistências e afastamentos de sócios-torcedores, por absoluta incapacidade de acompanhar a impiedosa escalada dos escorchantes preços praticados pelo Verdão! É lamentável!
Muito embora eu concorde com Gagliote no sentido de que um grande elenco, repleto de tantas estrelas valha mais do que outros (talvez todos os demais) sem investimentos e que, em razão disso, o preço cobrado deva ser mais alto, só não posso concordar com a inflexibilidade da diretoria em relação ao assunto.
Nem tanto ao mar nem tanto à terra, em vez de manter-se indiferente em relação ao problema, Gagliote deveria encontrar uma solução de integração também para a torcida menos dotada do ponto de vista financeiro, estabelecendo algo mais ou menos assim ou algo parecido:
O estádio tem capacidade para 35 mil expectadores, mas mesmo nos jogos de meio ou médio porte o público pagante chega, no máximo, aos 30 mil.
Por que não vender, antecipadamente, 10% da provável lotação, no caso, 3 mil ingressos a preços módicos, que seriam colocados à venda exclusivamente em só dia para um único setor do estádio?
Seria uma forma de atender àquele segmento mais modesto da torcida e dar uma oportunidade aos que amam o Palmeiras de assistir aos jogos ao vivo e "in loco"!
Ps - quem tiver outras ideias, por favor, publique-as ou as faça chegar ao presidente!
Para encerrar eu quero dizer que, infelizmente, a miopia administrativa de Gagliote tem sido imensa, haja vista que ele não consegue entender que o futebol não consiste exclusivamente nas quatro linhas do jogo e nem, exclusivamente, no presente.
Há que se pensar nos bastidores, na torcida e preparar o clube também para o futuro. (AD).
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