Observatório Alviverde

25/11/2014

SOCIEDADE ESPORTIVA VERSUS PALMEIRAS!



 

Nobre e Mustafá, pelo que se depreende de suas declarações e manifestações, representam, nas atuais eleições, os segmentos mais retrógrados e conservadores da Sociedade Esportiva. 

A julgá-los por suas teses, percebe-se lhes a disposição de impor ao Palmeiras, uma filosofia prioritária de clube de lazer, que faria do Verdão uma espécie de C.A. Juventus, elitizado! 

A reboque, montariam um time de futebol mediano que, vestido de verde e branco iria se assemelhar a um Guarani da Capital. Já não chegamos a esse ponto?

Ao contrário do que apregoam os adversários, Nobre e Mustafá jamais liquidariam o futebol. 

Mas não o fariam por uma única e específica razão: o futebol fatura e traz lucros. E como fatura! Ainda mais, a partir de agora, com a nova Allian'z Arena.  

Ao propalarem seus ideários administrativos de austeridade e contenção, no futebol, no futebol, no futebol, sempre no futebol, incompatíveis com a grandeza de nossa marca, zombam de nosso amor-próprio e escarnecem de nossos  mais puros sentimentos palestrinos.

Pelo que demonstram e declaram, nem se preocupam que o time, dono da terceira maior torcida do país, patrimônio nacional e mundial, razão de ser e de existir da Sociedade Esportiva, será, como vem ocorrendo há anos, cada vez mais, diminuído, contido e encolhido, relegado a um plano prioritário e de arrecadação visando, exclusivamente, a lucros.

Por tudo isso, como contestar alguns detratores da mídia, aos quais tanto execramos, de quem tanto reclamamos, quando afirmam, com com desprezo e com sadismo que o Palmeiras se apequenou?

Fazendo uso das metáforas mais rebaixantes, garantem que seremos, em breve, socialmente, tão grandes quanto o Juventus, e, futebolísticamente, do tamanho do Guarani. 

Com Nobre e Mustafá, imagino e admito que sim! Como negar "o óbvio ululante" (NR)?

Entendo, porém, em relação a Nobre, e o aplaudo, pela posição de preservação da saúde econômico-financeira do clube, louvando-lhe as boas intenções! 

Mas, como concordar com o radicalismo com que ele e o ex-presidente, seu tutor e mentor administrativo, levam adiante, dessas filosofias ultrapassadas em que confundem uma gestão de equilíbrio financeiro com uma gestão voltada essencialmente ao lucro, ainda que tardio?

Como consta um velho ditado, "o inferno está cheio de bem-intencionados". Nobre, Mustafá e companhia já estão lá e aos poucos, carregando, também, para lá,  a própria torcida!

Fosse o Palmeiras um banco, uma indústria ou uma casa de comércio, sem qualquer dúvida que Nobre e  Mustafá estariam absolutamente certos, cobertos de razão e teriam o meu integral e irrestrito apoiamento. 

Mas a circunstância envolve uma matéria chamada futebol, e, neste caso, é, deveras, diferente do trivial e de tudo o que se conhece, pois o buraco é mais embaixo.

Os débitos macro do Palmeiras, fundamentalmente, são de âmbito fiscal, isto é, o Palmeiras, como 99% dos grandes clubes brasileiros, prioritariamente, deve ao governo. 

A diferença é que os outros clubes, mormente os nossos três maiores rivais, (Bambis, Gambás e Sereias) continuam investindo no futebol, ganhando títulos e ampliando a torcida e aumentando a aura de poder, influência e prestígio, assim como o próprio faturamento, em decorrência de suas conquistas. 

Ao contrário dos "cagões" que têm administrado o Palmeiras, os nossos concorrentes, todos eles, são cônscios de que as dívidas com o governo federal, serão, sempre, procrastinadas, desde que os clubes estejam unidos.

Por isso e para isso, o novo presidente precisa lutar pelo restabelecimento do Clube do 13, reiterando aos co-irmãos dissidentes que o perdão das dívidas junto ao governo, muito mais importante do que a mísera e escravagista quota da Globo, dependerá, fundamentalmente, da união entre todos. 

Só unidos conseguirão acabar com os privilégios de Flamengo e Cu-ríntia, que, se quiserem, criem o clube dos dois e joguem entre si, sozinhos, o ano inteiro.

O governo, além dos refis sazonalmente oferecidos (o Palmeiras inscreveu-se em algum deles?), a qualquer momento, segundo se propala, irá apresentar algum incentivo, programa ou, quem sabe, até uma anistia ampla, total e irrestrita desses débitos.

O molusco, presidente de fato deste país grande e bobo, tem interesse em salvar os dois clubes de massa do país e já emitiu sinais nesse sentido. 

Os demais, certamente, pegarão carona na medida e o Palmeiras, não será exceção. Para que, então, esquentar tanto a cabeça e ser mais realista que o rei?

Além de tudo, estado brasileiro, tradicionalmente protetor e paternalista, tem como hábito, há largos e longos anos,  prestigiar os maus pagadores e e incentivar sonegadores!

Na boa, na real, o Palmeiras é, mais que um clube, um time de futebol cujos objetivos, desde a fundação, prioritariamente,  estão, muito mais, circunscritos à esfera esportiva. 

Nas primeiras reuniões visando à criação do clube, (o time preexistiu ao clube)  os participantes chegaram a discutir se os seus objetivos seriam "filodramáticos" ou esportivos.

Prevaleceu a vontade da imensa maioria dos 46 sócios-fundadores, interessada nas práticas esportivas, e, mais especificamente, no florescente futebol recém chegado da Europa. 

O próprio nome com que foi batizada a Societá Sportiva, de Palestra Itália, por sugestão do imortal Luigi Cervo, comprova que a vocação do clube sempre foi, como se dizia à época, o desporto. Palestra vem do grego (palaistra) e cujo significado aproximado é "local em que se faz ginástica"!

Conquanto se reconheça que no mundo material em que vivemos, os sonhos, per si, não contratam jogadores, não remuneram funcionários, não mantêm as estruturas e, sobretudo, não saldam os débitos e nem os impostos, é imperioso que se diga:

os produtos desses sonhos têm o dom mágico de encaminhar as soluções e de gerar a suficiência material. Para isso, é necessário que prevaleça o trinômio trabalho, aplicação e competência.

Para administrar esse colosso denominado Palmeiras, instituição de amplo espectro e influência, mundialmente conhecida e reconhecida, muito mais do que austeridade, seriedade e boas intenções, é necessário, também, ambição, arrojo, coragem, e uma vontade, inquebrantável, de vencer! 

A tudo isso, acrescento, uma dose acentuada de vivacidade, sagacidade, maldade, ginga, cintura, e, na melhor acepção do termo, de "m-a-l-a-n-d-r-a-g-e-m".

Será preciso, constantemente, superar os obstáculos que possam impedir que a dicotomia realidade e emoção entre em conflito e perca o equilíbrio, conquanto, no Palmeiras de hoje, não exista nem uma coisa, nem outra! 

Pescarmona e Belluzzo, em meu entendimento, representam a antítese de Nobre e Mustafá, porquanto são atirados, ousados e amam o futebol sobre todas as coisas. É disso que, há tantos anos, estamos carentes.

Vai faltar-lhes, em meu entendimento, caso eleitos, um pouco de austeridade, haja vista que, segundo consta de Pesca e pelo que constatei de Belluzzo "ambos os dois" são um tanto ou quanto perdulários. 

Pouco ou nada posso acrescentar a respeito de Pescarmona, a quem não conheço nem de vista, mas duvido que ele possa, no futebol, no futebol, no futebol, ter um QI inferior à Dedé e Didi, digo,  a Brunoro e Nobre, absolutamente apedêutas na matéria.

Sobre Belluzzo, hoje, sem a influência e interferência do desatualizado diretor de futebol de sua época, com quem, ouso dizer, o atual candidato travou, certamente, uma batalha de egos, nos episódios Luxemburgo/Keirrysson/Muricy/Antonio Carlos, espero que ele, além da influência e competência em gerar recursos extras ao clube, não se tome de mais amores por nenhum atleta, como fez com o meia-boca Kléber, investindo milhões de reais em um centro-avante baixote para a função, lento, limitadíssimo, mercenário.

Não, por favor, não pensem que,  pelo fato de considerar a dupla Pescarmona e Belluzzo como a mais indicada e consistente para a atual transição palmeirense, que marca o retorno e a retomada do velho estádio palestrino, a mais bela arena do planeta, que eu os esteja apoiando ou cabalando-lhes votos.

Reduzido às minhas insignificância e desimportância no processo eleitoral palmeirense, recluso à minha casa, em BH, há mais de mil quilômetros do palco dos acontecimentos, torço, sinceramente, com todas as forças de meu resistente coração palestrino, apenas, para que o melhor venha a acontecer na vida do Palmeiras.

Em relação a Nobre, uma palavra final. 

Em se tratando de seu segundo e derradeiro mandato, espero, que, ele, se reeleito (é a tendência) e empossado no cargo, tenha aprendido a lição de seus dois anos de mandato.

Agora, completamente livre dos tentáculos limitadores do grande polvo, que ele possa realizar uma administração melhor para o nosso povo!

QUE VENÇA O MELHOR! 

O MELHOR, naturalmente, PARA O PALMEIRAS!
  
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