Observatório Alviverde

12/04/2011

LINCOLN E VALDÍVIA PODEM JOGAR JUNTOS?

 

Felipão tem dado a entender que Lincoln e Valdívia são jogadores da mesma posição, de características semelhantes, que exercem papéis táticos semelhantes no esquema do Palmeiras.

Em razão disso, parece pouco disposto a abrir mão de seu ordenamento tático tradicional, para tentar uma variante que encaixe seus dois atletas de maior talento, atuando juntos no time principal.

Quem não gostaria de ver essa dupla infernal em plena ação, ainda mais agora que o time vai contar com outra dupla de atacantes aguda, perigosa, e entrosada, Kléber e Wellington Paulista.

Ao meu pensar, se Scolari ouvisse o clamor da torcida, se aceitasse as sugestões e implementasse um esquema tático que contivesse a nossa dupla mais talentosa, daria um “up-grade” substancial ao time.

Com Lincoln e Valdívia na armação, o Palmeiras  passaria a ter um poder ofensivo que nem o Corinthians, com os atacantes que tem, Adriano, inclusive, nem o São Paulo com Dagoberto, Lucas, Luis Fabiano e seja lá mais com quem for, nem o Santos, de Ganso, Neymar & Cia teriam condições de reunir e possuir.

Um ataque assim, aumentaria drasticamente, consideravelmente, tremendamente, os cuidados e preocupações defensivas dos adversários, pois o seu poder de criatividade e de arremate cresceria de forma descomunal.

Passaríamos a ter dois garçons fantásticos, Lincoln e Valdívia, três chutadores temidos, Kléber, Wellington e o Mago, um razoável chutador, Lincoln. Não é qualquer time que pode se dar ao luxo de ter tanta gente qualificada para a preparação e o arremate das jogadas.

Tudo isso, porém dependeria da condição física de Lincoln, porque se for para ele andar em campo, como o fez em algumas oportunidades, o esquema não funcionará a contento. O time perderá, completamente, a sua força defensiva, fator que vem lhe dando equilíbrio e que o garante como líder deste Paulistão.

Você acha que Lincoln e Valdívia podem jogar juntos?

Eles devem jogar juntos?

Seria a nossa melhor alternativa tática?

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Destaque final: (apenas para ler. Se quiser comentar, pode.)

Ontem, no Bem-Amigos, o segundo maior teórico do futebol brasileiro, Carlos Alberto Parreira, disse que, no Brasil, nunca houve nenhum grande time só ofensivo ou defensivo.

Com tantos “luminares” da atual crônica esportiva presentes, não houve ninguém que ousasse contesta-lo a respeito da impropriedade proferida.

Até o Mestre Alberto Helena ficou quieto e eu não compreendi bem porquê. Será que os caras têm medo de Parreira? Ou o respeitam ao ponto de não querer contestá-lo?

Parreira, em sua frequente ostentação pessoal e auto-suficiência (ele é vaidosíssimo e ninguém percebe) pensou que estivesse ditando cátedra à frente da TV e assumiu ares de “harvardianos” de PHD.

Na certa, ele imaginava que hipnotizava o mundo naquele momento em que proferia o seu relato professoral, gastando a sua verve,  inteligência e seu vasto cabedal de conhecimentos futebolísticos, Ele devia estar pensando que, naquele momento, os telespectadores em suas poltronas iriam dizer: “Esse é o cara”.

Mas o conteúdo do que ele disse não correspondia às verdades históricas do futebol brasileiro. Ele disse que todos os grandes times da história foram equilibrados (HAHAHAHAHAHA) e que eram balanceados entre ataque e defesa, (HAHAHAHAHAHA). mas isso é “menas” verdade.

A Seleção de Flávio Costa em 50 era fortíssima, do meio campo para a frente, tinha um ataque arrasador com o maior goleador da época, Ademir Queixada e o maior armador da história do futebol brasileiro, Zizinho, mas tinha uma defesa fraca e vulnerável, que levava muitos gols, e jamais alcançou o decantado equilíbrio.

As Seleções de 58 e 62 não tinham equilíbrio algum, e as Copas que vencemos foram fruto de nossas individualidades, descritas com sabedoria, no frevo inesquecível de Jackson do Pandeiro, um sucesso à época: “Você vai ver como é, Didi Garrincha e Pelé, dando o seu baile de bola”!…

O Santos de Pelé, considerado o maior do mundo,  era um time exclusivamente voltado para o ataque. Fazia muitos gols, levava muitos gols. Onde estava,  aí,  o equilíbrio?

A primeira academia do Palmeiras, de Filpo Nuñez, Julinho e Djalma Santos era um time quase equilibrado, mas de acentuada predominância ofensiva

Tinha um ataque poderosíssimo, apoiado pelo primeiro lateral ofensivo da história do futebol brasileiro, o fantástico Djalma Santos a quem, por implicância ou birra, o maior comentarista da época, Mário Moraes, dizia que ele não era um craque, Era Mário contra o mundo, até o dia em que Mário capitulou e publicou uma crônica se redendo ao talento do mestre Djalma, daquelas que só ele conseguia produzir…

A segunda academia do Palmeiras, de Dudu e Ademir da Guia privilegiava o jogo defensivo e, talvez, tenha sido o time brasileiro de sua época que mais ganhou pelo indigente placar de 1 x 0 e o que menos perdeu. Nas raras vezes em que perdia também era por 0 x 1.

Detalhe: Você ia verificar o tempo de posse de bola e dava, invariavelmente, Palmeiras 60% ou mais! Por isso era a Academia. Era jogo de um time só, como alguns comentaristas gostam de dizer hoje. Aliás, o termo vem daí…

O time de coração de Parreira, o Fluminense de Zezé Moreira, de Telê e Valdo, infinitamente inferior aos times do Palmeiras em sua época, foi essencialmente defensivo. Será que Parreira não viu? Ganhou muito de 1 x 0, mas perdeu muito e raríssimas vezes foi campeão.

Há outros exemplos recentes de times ofensivos e defensivos em suas essências, entre os quais ressalto o São Paulo de Muricy, tri-campeão brasileiro.

Foi o maior exemplo de retranca que vi em cinquenta anos de futebol, sem que houvesse uma única crítica ou contestação ao treinador e ao clube. Se o São Paulo jogasse de grená, quem chegasse ao estádio de repente, iria imaginar que o time era o Juventus e o técnico o Milton Buzetto.

Por muito menos estão pegando no pé de Felipão dizendo que o Palmeiras só está ganhando neste Paulistão porque joga igual a time pequeno.

Após perdermos para os gambás e empatarmos com os bambis, a imprensa dizia que o Palmeiras só conseguia derrotar mesmo os times pequenos, porque o nosso esquema era igual ao deles e que jogando dessa forma não conseguiríamos ganhar dos grandes.

O empate contra os bambis não foi suficiente para que cessassem as criticas. Só calaram a boca e botaram o galho dentro quando o Palmeiras , mais uma vez, em plena Vila Belmiro, ganhou de seus protegidos, os marmanjos, digo, meninos da Vila.

Os elogios pela vitória sobre o Santos foram poucos, da mesma forma que nunca reconheceram ou disseram que o Palmeiras jogou melhor do que o Corinthians e que não merecia perder aquele clássico em que Júlio César, as traves e a macumba, foram os melhores em campo.

O Corinthians joga atrás, retrancadíssimo, há muito tempo. Era assim com Mano e está sendo pior com Tite, mas nenhum jornalista diz que  a gambazada não deva jogat dessa forma e nem os acusa de adoção de tática de time pequeno. Eles nos derrotaram, repito, jogando de forma covarde, completamente recuados e foram elogiados. As críticas sobraram pra quem? Simplesmente, para nós!

Moral dos fatos: Exceção feita ao Palmeiras, é permitido a todo e qualquer time grande do futebol paulista de jogar da forma que queira, mesmo que seja com onze atrás e concentrado na defesa.

Voltando a Parreira, devo dizer que concordo com ele em um único aspecto:

Se há, teoricamente, um ponto ideal no futebol, esse é o equilíbrio. Um time balanceado é, sempre, melhor. O Palmeiras está jogando assim!

Ah, eu disse que Parreira é o segundo maior teórico do futebol brasileiro e voces querem que eu diga quem é o primeiro… Querem saber mesmo? Perguntem ao PVC da ESPN!

------------------------------AtÉ AmAnHã ------