Observatório Alviverde

28/08/2011

FERNANDÃO ENTRA DE IMPROVISO E LEVA O PALMEIRAS À VIRADA E À VITÓRIA!

 

Estou escrevendo no intervalo do jogo.

O jogo está diferente do que diz Luiz Ademar, comentarista do Sportv.

Ele afirma que o Corinthians jogou melhor e dominou até os 30 minutos, mas não é verdade.

Será que Luiz Ademar está vendo outro jogo?

O Corinthians não jogou melhor do que o Palmeiras senão nos quatro ou cinco primeiros minutos.  Depois, só deu Verdão.

Na verdade, se Ademar dissesse que o Palmeiras tinha maior posse de bola e o Corinthians era mais agudo, mais ofensivo, aí, sim, estaria definindo a realidade da partida.

O Palmeiras só tornou-se agudo após sofrer o gol e a partir da entrada de Fernandão.

Não que Fernandão tivesse jogado o fino da bola ou arrebentado a boca do balão nos quinze minutos que jogou, mas, a partir de sua entrada os zagueiros do Corinthians, passaram a ter uma coisa grande pra se preocupar.

Por isso, esqueceram-se um pouco de Kléber e Valdívia e, muito mais, de Luan, libertando-os para jogar.

Luan, menos pelo gol, mais pela movimentação aproximação e chegada, foi, novamente, disparadamente, o nosso melhor atacante ao menos nesta primeira fase..

Viram, vocês todos, a partir de uma pequena amostragem porque, eu venho me debatendo há tantos anos, propugnando pela contratação de jogadores altos, fortes e ATACANTES NATOS?

Sem ataque à altura nenhum time pode e nem vai ganhar campeonatos. O Palmeiras, há muitos anos só contrata baixotes e enfeitadores para formar os seus ataques e tem pago um altíssimo preço preço por isso.

Às vezes é necessário que se tenha um jogador desse porte físico para fazer a diferença e ajudar a marcar os gols. Voltarei a esse assunto.

Ademar disse que Valdívia foi nulo, neste primeiro tempo. Olha, nulo, mesmo, foi Luiz Ademar nos comentários. Não sei porque os caras têm uma tendência a radicalizar sempre o lado negativo quando se trata de jogadores do Palmeiras.

Se ele dissesse, Valdívia teve altos e baixos neste primeiro tempo, mais baixos do que altos, aí, sim, estaria de bom tamanho, mas o comentário mais sensato seria dizer que Valdívia, que joga muito, esteve sem inspiração.

A arbitragem é que está uma calamidade contra o Palmeiras, não em erros de grande monta, mas em lances até certo ponto primários nos quais não poderia errar e que somam muito no rescaldo final do jogo.

É, meus amigos: definitivamente, essa família Oliveira não se dá bem com o Palmeiras, mesmo!

O cartão amarelo a Gabriel Silva que tocou, primeiro, na bola, em lance no qual, sequer ocorreu falta, foi aplicado porque Oliveira aceitou a pressão dos jogadores do Corinthians.

Houve uma cotovelada de Chicão no pescoço de Valdívia que ele sequer dignou-se  a marcar a falta. Uma vergonha!

Quando Luiz Ademar, justificando o erro de Luiz Flávio (que vergonha, presidente da ACEESP, até tu?) disse que os árbitros fazem isso porque Valdívia é manhoso, todos nós, mentalmente lhe perguntamos:

‘”- Quem, senão os próprios comentaristas de rádio e tv, principalmente os da Globo e Sportv, criaram essa imagem negativa para o chileno? Quem o apelidou injustamente de “cai-cai”?”

No finalzinho deste primeiro tempo, Assunção foi disputar uma bola, antecipada pelo beque corintiano que mandou à lateral. Com a maior desfaçatez, o bandeirinha e o árbitro deram a bola  para os gambás.

Linhares, que transmitiu, visivelmente, com direito a gol maior e tudo, o jogo pro Corinthians, imitou os demais companheiros e proferiu o famoso “segue o jogo”, a expressão mágica que os locutores usam para se omitir da opinião e para encobrir os erros de arbitragem, quando favorecem aos gambás, bambis e outros times aos quais a mídia tanto protege.

Pelo que depreendi do jogo até agora, temos melhores condições de vencer, mas em se tratando de nosso maior adversário, todo o cuidado é pouco.

(Texto escrito no intervalo do jogo)

================================

O SEGUNDO TEMPO

O domínio do Palmeiras, na etapa complementar, foi amplo.

Além de continuar com muito mais posse de bola, o Verdão, ao contrário do que ocorrera no primeiro tempo,  criou as melhores situações para a feitura de gols.

O belíssimo gol de Fernandão, assinalado logo aos seis minutos, deu tranqüilidade ao Palmeiras, invertendo a psicologia do jogo, fazendo o “transfert” da necessidade de vitória para os corintianos.

Sob o aspecto tático, verificou-se a mesma situação, pois o Palmeiras recuou a marcação, encastelou-se na defesa, e, teoricamente, passou a explorar os contra-ataques;

Quando se diz, teoricamente, é porque o Palmeiras, a rigor, usufruiu de  uns dois ou três contra-ataques, se tanto, que não redundaram em nada e não foi dessa forma que ameaçou o gol corintiano.

Quando saia tocando, a partir de sua própria defesa, fazendo o jogo de envolvimento, tocando de pé em pé ou lançando no costado da defesa, o Palmeiras chegava com muito mais perigo.

Outra alternativa utilizada foi a dos lançamentos longos para o homem de referência, Fernandão, disputar pelo alto com os beques e servir Kléber, Valdívia ou a quem fizesse a aproximação, especialmente Luan. 

O gol da vitória surgiu de uma jogada assim, quando Assunção cruzou na medida para Fernandão penetrar, matar no peito e fulminar, no lance que decidiu o jogo.

Na seqüencia, a falta de entrosamento atrapalhou  o desfecho dessa jogada, tentada novamente em várias oportunidades, mas, certamente, quando estiver mais bem ensaiada, será uma ótima alternativa.

Aliás, a partir de agora, poderemos acrescentar ao nosso arsenal de jogadas ofensivas, também, o jogo aéreo. Nossa bola aérea era restrita às cobranças de córneres ou de faltas quando os nossos zagueiros iam para a área tentar cabecear.

Nossa bola parada a partir de agora, ficou ainda mais forte, quase mortal, com a vantagem de que, na mesma proporção,  também aumentaram as nossas alternativa defensivas. Viram como o jogo aéreo fortíssimo dos gambás, não fez nem cócegas em nossa defesa?

MAIS UM ÁRBITRO PARA SER AFASTADO

A vitória sobre o maior rival não pode se sobrepor à necessidade de uma posição forte da diretoria contra o segundo integrante da família Oliveira, que a exemplo de seu irmão Paulo,  também é useiro e vezeiro em prejudicar o Palmeiras.

O Verdão, hoje, como sói acontecer na maioria dos clássicos, teve de vencer, além do adversário, o parcialismo explícito do árbitro.

Minimamente, a diretoria tem de ir à imprensa e protestar contra o facciosismo de um árbitro que favoreceu, e-s-c-a-n-c-a-r-a-d-a-m-e-n-t-e, os gambás. Se houvesse profissionalismo, reclamariam na Comissão de Arbitragem e na própria CBF.

GRAVÍSSIMOS ERROS

Se, no primeiro tempo, a arbitragem cometeu um grande número de pequenos erros, exclusivamente contra o Palmeiras, no segundo tempo cometeu um número de grandes erros contra o Verdão, também de forma exclusiva.

Aos l8 minutos Flávio marcou um impedimento inexistente de Luan,  daqueles em que o árbitro mostra, definitivamente, para que lado está conduzindo  a arbitragem em um lance que cheirava a gol.

Não sei o nome do bandeirinha que sinalizou aquele impedimento, mas tanto ele quanto o árbitro, deveriam ficar ao menos uma rodada sem apitar, em decorrência do erro,  primaríssimo.

A partir dos 22 minutos, Oliveira começou a marcar uma série infindável de faltas, todas contra o Palmeiras, uma atrás da outra.

Num curto espaço de três ou quatro minutos assinalou seguidamente umas dez, entre algumas que existiram e muitas que não existiram.

Entrementes, os jogadores corintianos abriram a caixa de ferramentas e bateram, a vontade, com o habeas-corpus preventivo da arbitragem, nos jogadores do Palmeiras. A maior vítima, é óbvio, Valdívia, que apanhou o tempo todo.

Na única entrada em que Chicão, já com quase 70 minutos de bola rolando, não fez falta sobre o Mago, o árbitro paralisou irregularmente o jogo apontando uma suposta infração,

Luiz Flávio preferiu não aplicar a lei da vantagem quando Valdívia driblou Chicão e mais dois corintianos no meio de campo, deixando-os para trás, na saudade e batendo as cabeças.

O Mago arrancou em alta velocidade pela meia direita, em um boqueirão aberto na defesa gambática, com boas perspectivas de chegar ao gol, mas foi parado, inexplicavelmente pelo apito do juiz. Foi outro erro crasso!

Quando Emerson perdeu a bola para Luan na lateral direita do Palmeiras e este partiu em contra-ataque pelo flanco direito do campo, foi derrubado pelo corintiano que, sequer, foi admoestado com o cartão ao impedir a corrida do palmeirense e matar outro contra-ataque..

Não satisfeito por ter paralisado a jogada com violência, Emerson bateu com os dois calcanhares no corpo do palmeirense que estava caído, de forma covarde e proposital. O Sr. Paulo Schimdt vai apresentar denúncia contra Emerson, como, fatalmente, o faz com os jogadores do Palmeiras por muito menos?

Chicão, o grosso, o tosco, o ruim de bola, deu uns tapinhas de desdém no rosto de Valdívia que retribuiu a deferência. Entretanto, Chicão aplicou sobre o chileno um tapa mais forte e nada aconteceu: Detalhe. o árbitro estava a um metro do ocorrido e preferiu fazer-se de desentendido.

Aos 35 minutos Ramon cometeu uma falta muito feia sobre Valdívia, o mais caçado em campo, e  também não foi devidamente amarelado.

O pior, entretanto, ainda  estava por vir. Ao sentir que o jogo acabava e o time que tentava ajudar estava perdendo, Oliveira tratou de ampliar o tempo de acréscimo, na expectativa de um empate reabilitador, concedendo exagerados 5 minutos de acréscimos.

Onde é que esse faccioso soprador de apito foi buscar tamanho tempo de acréscimo em um jogo no qual houve tão poucas paralizações?

---------------------------------------------------

 FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 2 X 1 CORINTHIANS
Estádio: Prudentão, em Presidente Prudente (SP)
Data: 28/8/2011 - 16h (de Brasília)
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (SP)
Auxiliares: Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa-SP) e Vicente Romano Neto Renda: R$ 962.666,00  Público: 36.299 pagantes                              GOLS: Emerson, 18'/1ºT (0-1); Luan, 34'/1ºT (1-1); Fernandão, 6'/2ºT (2-1);
PALMEIRAS: Marcos, Márcio Araújo, Thiago Heleno, Henrique e Gabriel Silva; Chico, Marcos Assunção (João Vitor, 31'/2ºT), Patrik (Fernandão, 31'/1ºT) e Valdivia; Luan e Kleber. Técnico: Murtosa.
CORINTHIANS: Julio Cesar, Wallace (Edenilson, 34'/2ºT), Chicão, Leandro Castán e Ramon; Ralf, Paulinho e Danilo (Willian, 13'/2ºT); Jorge Henrique (Morais, 23'/2ºT), Liedson e Emerson. Técnico: Tite.                        Cartões amarelos: Gabriel Silva, Chico (PAL); Leandro Castán, Jorge Henrique e Chicão (COR)]

--------------------------------------------------

O QUE EU QUERO DIZER:

1) Que Marcos tem de continuar operando os seus milagres em nossa meta. Deola é ótimo, mas Marcos, apesar a idade, é um fora-de-série.

2) Que Araújo substituiu Cicinho com vantagem na porta da cozinha, mas, para atacar, deixou a desejar.

3) Que a dupla de zagueiros Tiago-Henrique está afinadíssima, jogando o fino da bola, mormente Henrique.

4) Que Gabriel Silva ainda tem muito o que aprender para tomar conta da ala esquerda.

5) Que Chico começou o jogo mal, mas, depois, se firmou.

6) Que com mais jogadores de estatura, leia-se Chico e Fernandão, nossa defesa perdeu a vulnerabilidade constante no jogo aéreo e, de quebra, ganhamos também a condição de ter o jogo aéreo ofensivo contundente.

7) Que com mais canhotos no time, já não somos mais um time ofensivamente tão previsível.

8) Que Kléber fez um primeiro tempo espetacular, com muito empenho e doação, mas caiu demais, fisicamente, no segundo tempo.

9) Há como que um ódio dos adversários contra Valdívia que apanha, apanha e apanha sem que os árbitros sequer marquem as faltas. A mídia, como fez hoje o Luiz Ademar, apenas o chama de manhoso. Providenciem, urgentemente, uma lupa ou um binóculo, por favor, para o presidente da Aceesp e para a maioria de seus colegas de Sportv , Première e Organizações Globo.

10) Fernandão foi a personagem do derby. Contribuiu decisivamente no gol de empate e fez uma pintura de gol que, fosse feito com a camisa de qualquer outro clube que não o Palmeiras, disputaria em qualquer rede de televisão, a condição de o gol mais bonito da semana.

11) Quem jogou melhor? Henrique, Thiago Heleno ou Luan? Entre os três necessariamente, terá de sair o melhor em campo. Para mim, foi Luan!

12) Quem jogou mal? Talvez Patrik, pelo fato de não cumprir a missão que lhe foi determinada, embora, do ponto de vista individual, seja um ótimo jogador.

13) Valdívia jogou aquém de sua capacidade no primeiro tempo, mas não foi nulo como disse o comentarista do Sportv. No segundo tempo cumpriu bem o seu papel tático, subiu de produção e foi peça importante na vitória alviverde sobre os gambás, mesmo sem render tudo o que sabe e pode.

14) Marcos Assunção executou a sua missão de cruzador e batedor de faltas com brilhantismo e foi o artífice da vitória. Defendeu bem e comandou o time enquanto teve fôlego para correr e marcar. Foi substituído aos 31 do segundo tempo. Parece que Felipão começa a enxergar que Assunção não resiste mais noventa minutos de um futebol cada vez mais exigente e competitivo, fazendo entrar João Vitor que correu bastante e ajudou a manter o resultado favorável.

15) Para encerrar, que seja feita a justiça a Felipão e Murtosa  A entrada antecipada de Fernandão logo aos 30 minutos em lugar de Patrik  evidencia que a dupla enxergou a principal nuance tática e decifrou código do jogo. Fernandão, ao contrário de Patrik, obrigou a defesa adversária a nomear um zagueiro para a marcação pessoal constante ao galalau, propiciando mais liberdade a Kléber, Valdívia, e, principalmente Luan. A entrada de Fernandão foi um divisor de águas e definiu o jogo para o Palmeiras.

TELEVISÃO

Linhares narrou muito bem sem encher tanto o saco com firulas e comentários desnecessários. Foi uma narração superior à do palrador, digo, locutor Milton Leite (o melhor do canal quando se limita a narrar) no Palmeiras x Vasco

Faço-lhe críticas, porém, pelo corintianismo evidenciado em várias oportunidades. Não sei se ele é corintiano, mas os narradores adoram fazer média e agradar as torcidas dos times de massa se esquecendo que falam para todas as torcidas.

Imperdoável foi ele dizer, assim que começou o jogo, que Kléber estava em jejum de gols. Isso evidencia desinformação.

Os profissionais da mídia, mesmo os que têm a rodagem e a experiência de Linhares, têm de se preparar para transmitir qualquer evento de somenos importância, quanto mais um clássico da grandeza e dimensão de um Palmeiras X Corinthians.

Se ele se preocupasse, menos, com os jogos do passado e, mais, com aquilo que está acontecendo não teria incorrido em semelhante “barriga”. Aliás a crítica vale, também, para a maior parte dos narradores.

O presidente a Aceesp, a exemplo de Valdívia foi mal no primeiro tempo, mas reabilitou-se na etapa complementar. Entretanto, como ocorre com a maioria esmagadora dos comentaristas de tv, ele não tem boa qualidade vocal, e, muito menos, veemência.

Aliás, na TV tudo é dito na maciota, quase que à socapa e a maioria dos profissionais parece ter medo de expressar com a ênfase que os assuntos requerem.

Vou falar contrariado,  porque detesto e abomino os invasores de minha profissão, mas, atualmente, o melhor comentarista  entre os da Globo matriz e os canais alternativos globais tem sido o ex jogador Muller.

Além de conhecer a mortadela, Muller não tem escorregado nas reentrâncias e nem caído nas armadilhas fatais da complicada língua portuguuesa e fala, sem medo, ressalvas ou melindres, com a veemência necessária que os fatos exigem, doa a quem doer.

Muller vem dando um banho de conhecimento e coerência, ocupando um importantíssimo espaço entre a conveniência e a acomodação dos comentaristas globais e a incontinência verbal de Neto, da Band.

Ele se situa exatamente no meio das duas tendências e como diz meu velho Tio Valdomiro lá em Pederneiras, certamente satisfeitíssimo com a vitória do Verdão, “no meio é que está a virtude! “

Fernandão garante que sim!

ESCOLHA O ASSUNTO E DEIXE A SUA OPINIÃO.

COMENTE COMENTE COMENTE