BRAGANTINO 0 X 2 PALMEIRAS E UM SHOW DE BOLA DE DUDU!
Eu disse, quando do Palmeiras x Red Bull, que o Verdão perdia tempo ao poupar os titulares. O jogo de hoje em Bragança deixou claro que sim.
Embora tantos do mundo da bola (até Róger Machado) sustentem aquela que é a tese da moda no futebol, da necessidade da preservação física dos jogadores em início de temporada, o tempo perdido nessa bobagem, nessa idiossincrasia, nesse mito, pode trazer consequências muito mais graves na preparação de uma equipe.
Fala-se tanto em contusões, em problemas musculares e tantas outras coisas negativas em função da paralização de dezembro/janeiro, mas eu não me recordo de nenhuma contusão muscular grave ocorrida nesse interregno, há muitos anos.
Se o Palmeiras houvesse entrado com sua formação titular básica contra o RBB, substituindo apenas uma ou outra peça mais queixosa e desgastada que poderia ir para o banco, não teria sofrido tanto para vencer o time de Campinas.
Pelo que se conclui, além da perda do tempo de preparação correspondente a uma semana, o Palmeiras correu riscos desnecessários de perder um jogo em que o time principal, a exemplo de hoje, ganharia com um pé nas costas como define o melhor jargão futebolês.
Se houve algo positivo no lançamento do time misto contra o RBB pode-se dizer que foi a possibilidade de Róger ver e conhecer todos os seus jogadores em ação, atuando em um jogo final.
Como dizia Didi, histórico e lendário jogador, líder do time que conquistou o primeiro título mundial da Seleção Brasileira em 1958 (e lá se vão 60 anos), em frase que jamais perdeu a atualidade, "treino é treino, jogo é jogo"!
A frase, tomada em relação ao time titular do Palmeiras, por incrível que pareça, adapta-se ao que dissemos e o ilustra. O time titular teria de ter entrado em campo e jogado contra o RBB, não, apenas, treinado.
Róger e comissão técnica sabiam que esta semana seria livre para a recuperação dos possíveis "danos à musculatura" da rapaziada que, sempre, nessa época do ano, são anunciados com toda a ênfase e alarde, mas que, na prática, não passam de alarmes falsos com uma ou outra exceção mais pontual.
O TIME E O JOGO
Em relação ao time e ao jogo, quero dizer de pronto que a entrada do experiente e categorizado Michel Bastos no lugar do jovem mediano e esforçado Vitor Luís deu muito mais robustez, segurança e agressividade ao lado esquerdo palmeirense, na defesa e no ataque. O time ganhou muito com isso.
Bastos passou-me a impressão de que -finalmente- concluiu e está convencido de que se não for na lateral esquerda não existe outra porta de entrada para ele no time principal.
Do ponto de vista tático, o Palmeiras, a princípio, armou ontem um esquema para que Borja fosse o seu homem-gol.
Apesar de ter ditado cátedra no toque de bola e no domínio do jogo, o time não conseguiu ser prático e objetivo no 1º tempo nas finalizações, em face da falta de confiança do colombiano que sempre falhava no derradeiro passe assistencial ou na hora do chute ao gol.
Apesar do domínio avassalador, o Verdão só criou duas chances efetivas de marcar na etapa inicial, com Tche-Tche e com o próprio Borja. As outras chances criadas, várias, foram, apenas, relativas sempre com falhas na preparação ou na conclusão.
Há de se destacar que Borja , apesar de tudo isto, mostrou algumas qualidades até então desconhecidas nas matadas de bola, no duelo de corpo com os adversários, na visão de jogo, nas devoluções de bola, na complementação de tabelas e outras.
Em razão disto renovei a esperança de que ele melhore e se consagre, a partir de quando (parece) ele passar a se sentir à vontade e sem inibições para comandar o ataque palmeirense.
O lance do primeiro gol, ocorrido apenas aos 19 do 2º tempo, foi marcado por Keno tão logo ele substituiu Borja, o que evidencia o azar do colombiano para quem pouco tem dado certo, ao menos até agora.
A entrada de Keno no segundo tempo, quando o adversário já está cansado, é outra prova contundente de que esse atleta tem de funcionar como uma espécie de Fedato dos tempos de hoje.
Para quem não o conheceu ele foi considerado o melhor reserva da história pois ele que, quase sempre, entrava no time a partir do banco e mudava o ritmo e o desfecho de qualquer jogo, por mais difícil que estivesse.
INDIVIDUALMENTE
No aspecto defensivo Jailson outra vez esteve bem e deu segurança e tranquilidade à defesa. Agora que ele, por seus próprio méritos, definiu a titularidade é hora da torcida dar-lhe respaldo.
Espero que se Jailson venha a sofrer algum gol defensável ou tome algum frango, que a torcida não inicie nenhum processo negativo visando a tirá-lo do gol, mas que, pelo contrário o prestigie.
Marcos Rocha (eu o conheço muito bem) tem muito mais bola do que tem mostrado, conquanto, ao menos até agora, não tenha comprometido.
Tem potencial de seleção e é um dos melhores laterais de apoio do país. Tem jogado um pouco mais recuado por determinação tática.
Antonio Carlos e Thiago Martins melhoraram demais o entrosamento entre ambos e isto sinaliza a perspectiva de que os dois jovens jogadores possam constituir uma ótima dupla para guarnecer a chamada "porta da cozinha".
Já falei sobre Michel Bastos. Se ele, de fato, entendeu que vai tentar entrar no time pela porta lateral esquerda, o novo contratado, Diogo Barbosa, apesar da juventude e da qualidade, que se cuide.
Com MB no time, desde que ele exerça bem as funções defensivas, o Palmeiras ganha um "plus" da presença de um jogador categorizado, canhoto, muito experiente, bom batedor de faltas, bom lançador, bom cruzador e dono de um forte chute.
Felipe Melo, outra vez, mais uma vez, esmerilhou (royalties para o saudoso Loureiro Jr. meu grande amigo).
Além da marcação implacável ao adversário, Felipe esteve ótimo na cobertura, na retomada de bola e, principalmente, nos passes à longa distância utilizados pelo Palmeiras em viradas de jogo impressentidas, várias vezes.
Foi num desses lançamentos dele, à larga distância, que atravessou o campo em diagonal e encontrou Dudu na ponta esquerda, que o Palmeiras marcou o segundo gol, selando a sorte do jogo.
Foi um golaço, uma obra-prima que consolidou outra importante vitória palestrina que continua com 100% de aproveitamento nos números do Paulistão.
Tchê Tchê, ontem, melhorou muito em relação aos jogos anteriores e outra vez provou que joga mesmo é para o time. Foi substituído por Moisés que não teve tempo de aparecer.
Lucas
Lima merece uma menção à parte porque, em meu entendimento, já se
tornou o cérebro, o grande articulador do novo time do Palmeiras.
Armando,
atacando, defendendo, cobrindo, se desmarcando, se projetando,
encostando para receber o passe de desafogo, ele foi um dos melhores jogador do
Palmeiras (até agora regularíssimo) e a grande personagem do jogo.
Além do gol de craque, foi o responsável direto pelo gol de abertura, ao bater inteligentemente uma falta em direção a Michel Bastos que cruzou da esquerda em direção a Keno que penetrava pela direita e o baiano fuzilou para estabelecer a abertura Palmeiras 1 x 0 Braga.
Dudu deixou o campo aos 26 do 2º tempo, mas apenas para ser aplaudido, entrando o venezuelano Guerra que cumpriu burocraticamente as suas funções.
Foi uma vitória justa do melhor time , o Palmeiras, que jogou muito mais e melhor que o time de Bragança Paulista.
FICHA TÉCNICA
BRAGANTINO 0 X 2 PALMEIRAS
Data: 28 de janeiro de 2018, domingo
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araújo (Sem reparos, excelente)
Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Fabio Rogério Baesteiro (Excelentes)
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araújo (Sem reparos, excelente)
Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Fabio Rogério Baesteiro (Excelentes)
Cartões amarelos: Ewerton, Lázaro e Adenilson (BRAGANTINO)
GOLS DO :PALMEIRAS: Keno, aos 18, e Dudu, aos 26 minutos do segundo tempo.
BRAGANTINO:
Alex Alves;
Ewerton, Lázaro, Guilherme Mattis e Fabiano;
Evandro, Adenilson (Diego
Macedo), Vitinho (Rafael Silva) e Gerley (Hélton Luiz);
Matheus Peixoto e
Léo Jaime
Técnico: Marcelo Veiga
Técnico: Marcelo Veiga
PALMEIRAS: NOTAS
Jailson --------------------- Nota 8
Marcos Rocha ------------ Nota 7
Antônio Carlos ------------Nota 7
Thiago Martins ------------Nota 7
Michel Bastos -------------Nota 7,5
Felipe
Melo ----------------Nota 7,5
Tchê Tchê ------------------Nota 7
(Moisés) --------------------Nota 6
Willian ----------------------Nota 6,5.
Lucas Lima-----------------Nota 8
Dudu ----------------------- Nota 8
(Guerra)---------------------Nota 6
Borja:------------------------Nota 7
(Keno)-----------------------Nota 7,5
Técnico:
Roger Machado------------Nota 7,0 (AD)
COMENTE COMENTE COMENTE