Observatório Alviverde

28/01/2018

BRAGANTINO 0 X 2 PALMEIRAS E UM SHOW DE BOLA DE DUDU!



Eu disse, quando do Palmeiras x Red Bull, que o Verdão perdia tempo ao poupar os titulares.  O jogo de hoje em Bragança deixou claro que sim.

Embora tantos do mundo da bola (até Róger Machado) sustentem aquela que é a tese da moda no futebol, da necessidade da preservação física dos jogadores em início de temporada, o tempo perdido nessa bobagem, nessa idiossincrasia, nesse mito, pode trazer consequências muito mais graves na preparação de uma equipe.

Fala-se tanto em contusões, em problemas musculares e tantas outras coisas negativas em função da paralização de dezembro/janeiro, mas eu não me recordo de nenhuma contusão muscular grave ocorrida nesse interregno, há muitos anos.

Se o Palmeiras houvesse entrado com sua formação titular básica contra o RBB, substituindo apenas uma ou outra peça mais queixosa e desgastada que poderia ir para o banco, não teria sofrido tanto para vencer o time de Campinas. 

Pelo que se conclui, além da perda do tempo de preparação correspondente a uma semana, o Palmeiras correu riscos desnecessários de perder um jogo em que o time principal, a exemplo de hoje, ganharia com um pé nas costas como define o melhor jargão futebolês.

Se houve algo positivo no lançamento do time misto contra o RBB pode-se dizer que foi a possibilidade de Róger ver e conhecer todos os seus jogadores em ação, atuando em um jogo final. 

Como dizia Didi, histórico e lendário jogador, líder do time que conquistou o primeiro título mundial da Seleção Brasileira em 1958 (e lá se vão 60 anos), em frase que jamais perdeu a atualidade, "treino é treino, jogo é jogo"!

A frase, tomada em relação ao time titular do Palmeiras, por incrível que pareça, adapta-se ao que dissemos e o ilustra. O time titular teria de ter entrado em campo e jogado contra o RBB, não, apenas, treinado.

Róger e comissão técnica sabiam que esta semana seria livre para a recuperação dos possíveis "danos à musculatura" da rapaziada que, sempre, nessa época do ano, são anunciados com toda a ênfase e alarde, mas que, na prática, não passam de alarmes falsos com uma ou outra exceção mais pontual.

O TIME E O JOGO
Em relação ao time e ao jogo, quero dizer de pronto que a entrada do experiente e categorizado Michel Bastos no lugar do jovem mediano e esforçado Vitor Luís deu muito mais robustez, segurança e agressividade ao lado esquerdo palmeirense, na defesa e no ataque. O time ganhou muito com isso.

Bastos passou-me a impressão de que -finalmente- concluiu e está convencido de que se não for na lateral esquerda não existe outra porta de entrada para ele no time principal. 

Do ponto de vista tático, o Palmeiras, a princípio, armou ontem um esquema para que Borja fosse o seu homem-gol.

Apesar de ter ditado cátedra no toque de bola e no domínio do jogo, o time não conseguiu ser prático e objetivo no 1º tempo nas finalizações, em face da falta de confiança do colombiano que sempre falhava no derradeiro passe assistencial ou na hora do chute ao gol.

Apesar do domínio avassalador, o Verdão só criou duas chances efetivas de marcar na etapa inicial, com Tche-Tche e com o próprio Borja. As outras chances criadas, várias, foram, apenas, relativas sempre com falhas na preparação ou na conclusão.

Há de se destacar que Borja , apesar de tudo isto, mostrou algumas qualidades até então desconhecidas nas matadas de bola, no duelo de corpo com os adversários, na visão de jogo, nas devoluções de bola, na complementação de tabelas e outras.  

Em razão disto renovei a esperança de que ele melhore e se consagre, a partir de quando (parece) ele passar a se sentir à vontade e sem inibições para comandar o ataque palmeirense.

O lance do primeiro gol, ocorrido apenas aos 19 do 2º tempo, foi marcado por Keno tão logo ele substituiu Borja, o que evidencia o azar do colombiano para quem pouco tem dado certo, ao menos até agora.

A entrada de Keno no segundo tempo, quando o adversário já está cansado, é outra prova contundente de que esse atleta tem de funcionar como uma espécie de Fedato dos tempos de hoje. 

Para quem não o conheceu ele foi considerado o melhor reserva da história pois ele que, quase sempre, entrava no time a partir do banco e mudava o ritmo e o desfecho de qualquer jogo, por mais difícil que estivesse. 

INDIVIDUALMENTE

No aspecto defensivo Jailson outra vez esteve bem e deu segurança e tranquilidade à defesa. Agora que ele, por seus próprio méritos, definiu a titularidade é hora da torcida dar-lhe respaldo. 

Espero que se Jailson venha a sofrer algum gol defensável ou tome algum frango, que a torcida não inicie nenhum processo negativo visando a tirá-lo do gol, mas que, pelo contrário o prestigie.

Marcos Rocha (eu o conheço muito bem) tem muito mais bola do que tem mostrado, conquanto, ao menos até agora, não tenha comprometido. 

Tem potencial de seleção e é um dos melhores laterais de apoio do país. Tem jogado um pouco mais recuado por determinação tática.

Antonio Carlos e Thiago Martins melhoraram demais o entrosamento entre ambos e isto sinaliza a perspectiva de que os dois jovens jogadores possam constituir uma ótima dupla para guarnecer a chamada "porta da cozinha".

Já falei sobre Michel Bastos. Se ele, de fato, entendeu que vai tentar entrar no time pela porta lateral esquerda, o novo contratado, Diogo Barbosa, apesar da juventude e da qualidade, que se cuide. 

Com MB no time, desde que ele exerça bem as funções defensivas, o Palmeiras ganha um "plus" da presença de um jogador categorizado, canhoto, muito experiente, bom batedor de faltas, bom lançador, bom cruzador e dono de um forte chute.

Felipe Melo, outra vez, mais uma vez, esmerilhou (royalties para o saudoso Loureiro Jr. meu grande amigo). 

Além da marcação implacável ao adversário, Felipe esteve ótimo na cobertura, na retomada de bola e, principalmente, nos passes à longa distância utilizados pelo Palmeiras em viradas de jogo impressentidas, várias vezes.  

Foi num desses lançamentos dele, à larga distância, que atravessou o campo em diagonal e encontrou Dudu na ponta esquerda, que o Palmeiras marcou o segundo gol, selando a sorte do jogo.

Foi um golaço, uma obra-prima que consolidou outra importante vitória palestrina que continua com 100%  de aproveitamento nos números do Paulistão. 

Tchê Tchê, ontem, melhorou muito em relação aos jogos anteriores e outra vez provou que joga mesmo é para o time. Foi substituído por Moisés que não teve tempo de aparecer.

Lucas Lima merece uma menção à parte porque, em meu entendimento, já se tornou o cérebro, o grande articulador do novo time do Palmeiras. 

Armando, atacando, defendendo, cobrindo, se desmarcando, se projetando, encostando para receber o passe de desafogo, ele foi um dos melhores jogador do Palmeiras (até agora regularíssimo) e a grande personagem do jogo.  

Dudu, decisivo como sempre, foi o craque do jogo

Além do gol de craque, foi o responsável direto pelo gol de abertura, ao bater inteligentemente uma falta em direção a Michel Bastos que cruzou da esquerda em direção a Keno que penetrava pela direita e o baiano fuzilou para estabelecer a abertura Palmeiras 1 x 0 Braga.

Dudu deixou o campo aos 26 do 2º tempo, mas apenas para ser aplaudido, entrando o venezuelano Guerra que cumpriu burocraticamente as suas funções.

Foi uma vitória justa do melhor time , o Palmeiras, que jogou muito mais e melhor que o time de Bragança Paulista.

 FICHA TÉCNICA

BRAGANTINO 0 X 2 PALMEIRAS
Data: 28 de janeiro de 2018, domingo
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista
 
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araújo (Sem reparos, excelente)
Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Fabio Rogério Baesteiro (Excelentes)

Cartões amarelos: Ewerton, Lázaro e Adenilson (BRAGANTINO)

GOLS DO :PALMEIRAS: Keno, aos 18, e Dudu, aos 26 minutos do segundo tempo.

BRAGANTINO: 
Alex Alves; 
Ewerton, Lázaro, Guilherme Mattis e Fabiano; 
Evandro, Adenilson (Diego Macedo), Vitinho (Rafael Silva) e Gerley (Hélton Luiz); 
Matheus Peixoto e Léo Jaime
Técnico: Marcelo Veiga

PALMEIRAS:  NOTAS
Jailson --------------------- Nota 8
Marcos Rocha ------------ Nota 7
Antônio Carlos ------------Nota 7
Thiago Martins ------------Nota 7
Michel Bastos -------------Nota 7,5
Felipe Melo ----------------Nota 7,5
Tchê Tchê ------------------Nota 7
(Moisés) --------------------Nota 6
Willian ----------------------Nota 6,5.
Lucas Lima-----------------Nota 8
Dudu ----------------------- Nota 8
(Guerra)---------------------Nota 6
Borja:------------------------Nota 7 
(Keno)-----------------------Nota 7,5
Técnico: 
Roger Machado------------Nota 7,0 (AD)

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BRAGANTINO X PALMEIRAS, O JOGO É HOJE EM BRAGANÇA PAULISTA!


Conheço, de perto, o Clube Atlético Bragantino desde a década de 60, nos tempos em que seu presidente era o famoso Nabi Abi Chedid e seu estádio ainda se chamava Marcelo Stefani.

Libanês de nascimento e brasileiro por adoção, Nabi (eu o conheci pessoalmente), inteligentíssimo,  anos depois, viria a se tornar um dos mais importantes e influentes dirigentes, não apenas nos limites do estado de São Paulo, mas de todo o Brasil.

Nabi e sua família, já naquela época, mandavam e desmandavam no Bragantino e, corintianos fanáticos , sempre fizeram questão de identificar o CAB com o Curica.

Isto explica porque o Braga sempre negociou e encaminhou os seus melhores jogadores para o Curica e raríssimas vezes fez negócios com o Palmeiras.

Reciprocamente, o Curica sempre emprestava seus atletas da base e profissionais inaproveitados ao time de Bragança, estabelecendo o que chamavam de parceria, mas que eu sempre entendi e defini como uma espécie de compadrio, muito íntimo para o meu entendimento de palmeirense.

Vou mais além e lhes digo que, mesmo sem ter nunca realizado essa pesquisa, "sou capaz de apostar que as piores fases do Palmeiras coincidiram com o tempo de Nabi no poder. Mas isso a imprensa, já naquela época, nunca fez questão de investigar e, ao contrário, sempre fez questão absoluta de omitir.

Acabei de ir aos arquivos (é uma benção essa tal Internet) e minhas suspeitas confirmaram-se plenamente.

Embora eu não possa acusar Nabi de qualquer delito, falcatrua ou ação explícita contra o Verdão, constatei que, coincidentemente, nos períodos em que ocupou a presidência da FPF, (de 79 a 82 e de 86 a 89), o Palmeiras não ganhou, absolutamente, nada,  fosse em termos domésticos ou nacionais, enquanto o Curica  abiscoitou os Paulistas de 79, 82, 83 e e 88.

Isso, ao menos para mim, me faz refletir que de 80 a 90 que os palmeirenses mais antigos ainda chamam de "década perdida", há muita coisa (ainda) a ser, senão totalmente esclarecidas, ao menos apuradas e explicadas, em face de tudo o que vivemos naquela época de obscuridade em que  palmeirenses acomodados e omissospermitiram que os curicanos e os bambis tomassem conta de tudo, até de nosso destino.

Nesse tempo, a administração das entidades, as arbitragens, os tribunais e a própria mídia demoliam o Palmeiras em campo ou fora de campo, e, coincidentemente ajudavam demais o Curica  e os Bambis.

Encerrando, peço a todos perdão pela digressão histórica, a qual citei, apenas, para que todos saibam porquê, ao contrário do que ocorre quando joga contra qualquer dos outros grandes, o Braga, toda vez que enfrenta o Palmeiras, faz o chamado "jogo da vida".

No jogo de hoje, malgrado o disparado favoritismo antecipado ostentado pelo Verdão, creiam, não será diferente. (AD)

DADOS ANTECIPADOS DO JOGÃO!
 
BRAGANTINO X PALMEIRAS
Local - Estádio Nabi Abi Chedid - Bragança Paulista (SP)
Horário - 17h00
Árbitro - Vinicius Gonçalves Dias Araújo
Bandeiras -  Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Fabio Rogério Baesteiro 
PROVÁVEIS ESCALAÇÕES:
Bragantino
Alex Alves;
Éwerton, Lazaro, Guilherme Mattis e Fabiano;
Adenilson, Evandro, Vitinho e Gerley;
Matheus Peixoto e Léo Jaime.
Técnico: Marcelo Veiga
Palmeiras
Jailson;
Marcos Rocha, Antônio Carlos, Thiago Martins e Victor Luis;
Felipe Melo, Tchê Tchê, Lucas Lima e Dudu;
Willian e Borja
Técnico: Roger Machado
Considerando-se o retorno dos titulares, você acredita que o Palmeiras encontrará facilidades para vencer?

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