Observatório Alviverde

16/06/2017

É HORA DE MUDAR O ENFOQUE EM RELAÇÃO AO PALMEIRAS DE CUCA!


Disse Willian Shakespeare, escritor inglês, dramaturgo, filósofo e autor de muitos dos mais belos sonetos da literatura universal:

"Há muito mais coisas entre o céu e a terra do que pode julgar a nossa vã filosofia!"

Espelhando-me em Shakespeare, eu, Alcides Drummond, cronista esportivo jubilado que acompanha o Palmeiras há largos e longos 66 anos, eterno aprendiz da profissão e da arte de viver digo-lhes, também, por analogia:

"Há muito mais coisas entre a RGT e o Fla e o Curica do que pode imaginar a nossa vã histeria" (AD)

A desclassificada rede televisiva, responsável maior pela derrocada moral que apodreceu parcela ponderável da sociedade brasileira tanto e quanto de nossas instituições, age agora, à socapa ou às escâncaras, como bem lhe apraz ou interessa, também nos meandros mais profundos do futebol do país. 

Só não vê quem não quer ou quem não se interessa em saber que os globais continuam no firme propósito de espanholizar o futebol brasileiro conforme já denunciou (royalties para ele) o jornalista Edyr Cunha. 

Espanholizar (o termo mais adequado seria iberizar, mais abrangente pois inclui também Portugal, França e Itália que também vivem o fenômeno) significa criar um pacote de clubes medianos em antítese a uma super elite de dois times, cujos orçamentos transcenderiam em muito todos os demais, visando a consolidar a liderança econômica dos ungidos, Fla e Curica, como se fossem eles Real Madrid e Barcelona tupiniquins. 

Os globais sabem, perfeitamente, que (também no futebol), quem detém o poder econômico cria plenas condições para deter, também, os poderes técnicos e os políticos dos campeonatos. 


A RGT quer, pela ordem, Fla e Curica ungidos, entronizados e eternizados nessas situações e vem fazendo tudo nesse sentido. 

Quando o Palmeiras ou um clube similar rouba a cena e sagra-se campeão Brasileiro o prejuízo dessa gente é imensurável, só compatível ao ódio que destilam por nada poderem fazer no sentido de alterar o ritmo da vida e mudar o rumo das coisas. Aconteceu no ano passado, em 2016, você se lembra?

Vivemos, hoje, o ano da graça de 2017 e a situação do campeonato, parece-me, caminha para um desfecho incompatível com os desejos e ânsias daqueles cidadãos e torcedores que propugnam pelo jogo limpo!

O primeiro passo rumo a iberização (espanholização)  já foi dado quando a Globo destinou a verba decorrente dos direitos de transmissão a Fla e Curica, supervaloradas e dobradas em relação à maioria dos clubes que disputam a primeira divisão.


Inobstante, os globais, mesmo sabendo de cor e salteado que o Fla tem (no máximo) uma torcida nacional do porte das do Palmeiras, do Vasco e dos Bambis, não ligam a menor importância à realidade.

Da mesma forma sabem, também, que o Curica apresenta um contingente massivo de aficionados apenas no estado de São Paulo (muito mais na capital e região metropolitana de Sampa do que no interior) e nas regiões limítrofes de estados vizinhos como norte do Paraná, Mato Grosso, Sul de Minas, Triângulo Mineiro, norte do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Fica por aí mas eles não estão nem aí!

O Curica, verdade seja dita, tem "torcida própria" numerosa nesses lugares, isto é, gente que torce, exclusivamente, por eles. 

Na soma geral, entendo que os curicanos tenham, possivelmente, a maior "torcida própria" do Brasil porém maior que a do Fla, este apenas o segundo time de muitos brasileiros! 

Colocados os fatos, acrescente-se que a torcida real do Fla, limita-se ao Rio (cidade e estado), Espírito Santo e zona da mata mineira! Se tanto, é apenas um pouco maior do que as torcidas do Palmeiras, Bambis e Vasco. 

Mas o que tem tido valor mesmo é a mitologia global estabelecida por gente da mídia para quem o importante não é o fato, mas, exclusivamente, a imposição da versão!

O Fla, tido e havido como o maioral do país alega ter seu reduto de torcida mais amplo no norte e no nordeste do país, regiões em que morei e posso avalia-las muito bem, começando por afirmar que a realidade dos fatos não são exatamente como colocam por aí, irresponsavelmente!

Em todos esses estados, de fato, há que se reconhecer um fenômeno popular denominado Fla, porém com uma ressalva jamais destacada pela RGT, pela Folha ou por todos os que insistem em afirmar (deslavada mentira) que realizam pesquisas nesses lugares.

O Fla em tamanho de torcida disputa rigorosamente e pau a pau com o Vasco a liderança entre o que os nortistas e nordestinos chamam de "clubes do Sul", sendo que em muitos lugares (Natal Rio Grande do Norte é um exemplo) a torcida vascaína é maior que a do Fla, mas "as pesquisas" -HAHAHAHAHAHAHA- escondem o fato.

Fique claro, entretanto, que os times do sul, também os cariocas, poucas vezes são o time principal da população nordestina que por eles nutrem e tem, apenas e tão somente, simpatia. 

Fla e Vasco, do Amazonas ao centro da Bahia e ao norte de Minas costumam ser sempre o segundo time da população, exceto em alguns casos. 

Como se não bastasse tudo isso, Botafogo, Fluminense também têm um número enorme de simpatizantes nessas regiões e, de uns anos a esta parte, Palmeiras, Curica, Bambis, Santos tanto e quanto os times mineiros e até os gaúchos também conseguem fazer a cabeça das galeras nortista e nordestina, subtraindo demais as simpatias e preferências antes dirigidas exclusivamente a Flamengo e Vasco.

Funciona assim: no Amazonas os torcedores do Fast Clube, Rio Negro e Nacional e dos demais clubes do estado gostam primeiro de seus times e só depois escolhem um time do sul com o qual se simpatizam para ser o segundo.

No Pará ocorre o mesmo processo, envolvendo os aficionados do Paysandu, Remo e Tuna e dos outros clubes, tanto e quanto no Maranhão com as inchadas do Moto Clube, Sampaio e Maranhão que detêm 80% da torcida do estado.

No Piauí, além de River, Piauí e Parnaíba, o único Flamengo que -hoje- tem torcida própria por lá é o Flamengo de Terezina, não o carioca.  

No Ceará pode-se dizer que Ceará e Fortaleza atraem para si a maior parte dos aficionados e têm torcida própria. Com as sucessivas participações dessas equipes em campeonatos brasileiros o interesse pelo futebol do sul declinou verticalmente

No Rio Grande do Norte ABC, América, Alecrim e os times de Mossoró, também criaram uma rivalidade que faz com que a torcida local se interesse pouco pelos times do sul, exceto quando se apresentam por lá. 

Treze, Campinense, Auto-Esporte, e Botafogo da PB polarizam as torcidas no estado embora ainda com alguma predominânca "estrangeira" que não ocorre na maior parte do estado da Bahia, dividida entre E.C. Bahia, Vitória e outros .

Em Pernambuco nada supera (nunca superou) a tríplice rivalidade entre Santa, Náutico e Sport, times cujas torcidas não nutrem simpatias, mas, antes disso,  cultivam rivalidades contra os times do sul, o Fla, inclusive!

Ademais, a cada promoção desses clubes e de clubes de outros estados para o Brasileiro, tanto e quanto as suas participações em Copas do Brasil e outras competições nas quais enfrentam o Fla, a rivalidade que aflora desses confrontos retira até essa condição de segundo time que os cariocas ostentam até agora.

Essa rivalidade foi construída, toda ela, nos românticos tempos do rádio esportivo, quando as emissoras cariocas eram muito mais potentes do que as paulistas e chegavam a essas regiões com um sinal muito mais forte dos jogos dos times cariocas, tanto e quanto o Rio de Janeiro era a cidade mais importante e capital do Brasil.

Na esteira do assunto que desmistifica a supremacia absoluta do Flamengo como a maior torcida do país, vocês ainda se lembram daquele Fla e Palmeiras da briga das torcidas em Brasília, no ano passado?

Os mitômanos da mídia não vinham bostejando e afirmando que em Brasília (cidade na qual o Fla reconheça-se tem torcida própria, isto é, que torce exclusivamente por ele), a torcida do Fla era a maior entre todas?

O que eles fingiram esquecer e fizeram questão de não mencionar é que  a galera do Palmeiras igualou-se à deles em número e presença no estádio, sendo que a Globo não dignou-se a mostrar como deveria a torcida palmeirense, certamente por questões de marketing.

Dito tudo isso, considerando-se o estratosférico investimento global no Fla e no Curica eu tenho um pensamento, que certamente será compartilhado por palmeirenses mais evoluídos, de que este ano os globais não estão querendo perder em suas apostas.

Eu fico muito desconfiado quando verifico que as arbitragens não estão, exclusivamente, afundando o Palmeiras, como anteontem em Santos e em alguns jogos anteriores do Palmeiras.

Causa-me espécie e, sobretudo, preocupação quando vejo o Curica jogar com os onze de praxe mais o árbitro central, os dois bandeiras, os dois árbitros auxiliares atrás dos gols, o árbitro reserva e os dois bandeiras, isto é, com dezessete homens. Isso é uma vergonha, como diziam os meus avós muito antes de Boris Casoy ter nascido! 

Para que não se vá tão longe, o que a arbitragem fez com o Cruzeiro anteontem em seu jogo contra o Curica foi deveras preocupante.

E o que foi feito com a Ponte, operada na ilha por uma arbitragem francamente favorável ao Fla?

E o que foi feito com o Avaí no jogo que travou com o Fla na rodada anterior?

Meus amigos, estamos todos exigindo isto e aquilo de Cuca e do time (é óbvio que reconheço que muitas coisas têm de ser corrigidas) mas o problema maior do Palmeiras, ao menos em minha forma de analisar o campeonato, transcende tudo isso.

Contra o Santos, o Palmeiras não foi esse time horroroso que quase todos os palmeirenses, feridos em seus brios e visivelmente frustrados tentaram pintar, haja vista o esforço de todos os jogadores, o espírito de luta de um time que não contou com o seu atual melhor jogador e líder -Mina- e nem com o seu centroavante, ainda em adaptação -Borja- ressalvadas algumas situações de escalação de jogadores individualmente erradas é claro.

Além de uma bola de Róger Guedes na trave e de vários arremates ao gol (Vanderley, o goleiro santista foi escolhido o melhor em campo) o lance do gol que deu a vitória ao Santos foi decorrente de uma escandalosa falta sobre Edu Dracena.

Como se não bastasse essa excrescência, o árbitro goiano Wilton Sampaio deixou de marcar um pênalti clamoroso sobre o mesmo Edu Dracena, seguro pela camisa na hora do arremate para a rede.

Mas não foi exclusivamente Sampaio que prejudicou o Palmeiras. O juiz que se colocava atrás do gol para acompanhar o ataque santista tanto e quanto o outro que, no segundo tempo, acompanhou o ataque palmeirense e até os dois bandeirinhas participaram decisivamente na verdadeira cirurgia de abate e do enorme prejuízo inflingido ao Verdão.  


Por tudo isso, meus amigos eu gostaria de propor que todos nós voltássemos as nossas vistas para o fator extra campo que tem sido determinante nas derrotas do Palmeiras e nas vitórias dos dois clubes promovidos pela RGT.

Vamos, todos, cobrar da diretoria providências imediatas para a resolução do crucial problema das arbitragens, muito mais do que escalaa e escalações o verdadeiro motivo da péssima colocação que o Palmeiras ostenta na tábua de pontos ganhos e perdidos deste Brasileirão!

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PARABÉNS,  Paulo César Oliveira
Um elogio a PCO comentarista de arbitragem da RGT pela coragem de afirmar em pleno ar que houve irregularidade no gol santista e um pênalti não marcado para o Verdão em cima de Dracena.

Elogio PCO porém mantenho as fortes críticas aos editores globais e até as amplio. 

No Jornal da Globo, após o jogo, o santista Abel, aquele negro gordo e forte que apresenta o noticiário esportivo no jornal do William Waak sequer tocou no assunto do gol irregular ou do pênalti em Dracena, como se tudo houvesse transcorrido normalmente.

A culpa não é dele mas de quem produziu o noticiário!

No outro dia, no jornal da manhã do Chico Pinheiro a moça que apresentava o esporte repetiu tudo da mesma forma.

Outra coisa:

No Sportv,  quando do anúncio da transmissão do sorteio da Libertadores, todos os times que estariam presentes no sorteio tiveram o anúncio de suas participações através de gols marcados por seus jogadores. 

Já o Palmeiras, mesmo classificado com folga (foi o 5º colocado) com 13 pontos, assim como Galo e Grêmio dos quais perdeu apenas no saldo de gols, teve o anúncio de sua participação na competição através de um gol sofrido o que evidencia o antimarketing contra o clube através da súcia de produtores globais que com essas atitudes deixam bem claro quanto odeiam o clube. Isso é profissionalismo?  Ou o mais atrasado e retrógrado amadorismo?

Cadê a diretoria da Globo que continua permitindo esse tratamento vergonhoso e desigual a um clube que além de ser o atual campeão brasileiro é o maior vencedor entre todos?


Cadê a diretoria do Palmeiras que não retalia essa gente e nem toma qualquer providência visando a coibir tais abusos?

Já chega de sacanagens com o Palmeiras!!! (AD