Observatório Alviverde

17/03/2011

NEM LUAN, NEM KLÉBER E NEM VALDÍVIA. O CRAQUE ONTEM EM UBERABA FOI FELIPÃO!

 

A atuação soberba e impecável do time do Palmeiras ontem, em Uberaba remeteu-me aos tempos em que o Verdão exercia a supremacia absoluta no futebol paulista e brasileiro.

Foi uma vitória, como se dizia antigamente, lídima, insofismável, e absolutamente incontestável da melhor equipe em campo.

Quem é que pode negar que o Palmeiras exerceu o domínio absoluto e o controle completo das ações do começo ao fim do jogo?

O que será que os setores reacionários da mídia, que tanto trabalham contra o Palmeiras vão alegar após a vitória retumbante de ontem?

Será que vão falar que o Verdão ganhou o jogo com sobejo e jogou bem?

O que dirão sobre a eliminação do jogo número dois que seria em São Paulo?

Será que, ao menos terão a hombridade de dizer que o Palmeiras, entre os grandes paulistas, é o time que menos perdeu nesta temporada e que mesmo perdendo para o Corinthians jogou muito melhor?

Será que vão mencionar que o Palmeiras tem, hoje, a melhor defesa entre todos os grandes do futebol brasileiro?

Ou vão continuar o trabalho de solapa e depreciação do Palmeiras, a serviço claro e óbvio do SP, condestável inconteste dessa vergonhosa trama midiática contra a imagem e os interesses palestrinos?

Agora, por algum tempo, eles vão se calar. Vão colocar o galho dentro, mas, traiçoeiramente, tal e qual as cobras venenosas, ficarão à espreita do primeiro tropeço palmeirense para vociferar, mais uma vez, que o Palmeiras entrou em crise.

Enquanto isso não ocorrer, trabalharão com outros referenciais e permanecerão na expectativa de alguma queixa de Felipão, do grupo de jogadores, ou alguma palavra comprometedora proferida por engano pela nossa diretoria.

Se nada disso for ao encontro de seus propósitos, procurarão registrar as manifestações maledicentes dos quintas-colunas que pululam há anos nos bastidores palestrinos a fim de continuarem trabalhando pelo esvaziamento e destruição de nosso Palestra.

A diretoria precisa estar unida, coesa e dar toda a força possível a Felipão e ao elenco, porque a imprensa gambambi excluidas as exceções de praxe, tudo fará para evitar que a Leal comemore mais um título.

Voltemos ao jogo.

Não pensem, apesar da goleada, que o jogo de ontem tenha sido fácil, daqueles a que chamam de “mamão com açúcar”.

Se o Uberaba houvesse saído na frente, como quase saiu, as nossas dificuldades seriam decuplicadas, em razão do péssimo estado do campo de jogo e poderíamos ter corrido limitados riscos.

Entretanto, pelo que jogou e rendeu, o Palmeiras, ao meu sentir, teria futebol suficiente para reverter e inverter qualquer placar adverso.

O Palmeiras de ontem, foi um time pesado e solto como requeria o jogo, altamente competitivo, como de há muito não se via.

Ainda que tenha evidenciado muito empenho e competitividade em todos os jogos deste ano, o time, ontem, esteve muito melhor.

A grande diferença é que, até ontem, o time vinha ganhando com extrema dificuldade, fazendo um ou outro gol na “bacia-das-almas” , fechando-se em retrancas para administrar e segurar os resultados.

Essa atitude transmitia à torcida desalento e desconfiança. A falta de ofensividade da equipe era notória e preocupante. Todos sentiam que faltava algo mais a Felipão, justamente o acerto da peça ofensiva da equipe.

Então, se o time mostrava em campo muita luta, muito eforço, determinação e comprometimento,  carecia do rendimento satisfatório também de nossa peça ofensiva. Isso ocorreu ontem em Uberaba.

Se houve um jogador decisivo ontem em Minas, foi Luan, a quem tantas vezes criticamos por ter ser um jogador absolutamente óbvio,marcável e de pouca produtividade ofensiva.

Ontem ele foi a antítese de tudo isso, jogando um partidão, com muita propriedade e personalidade, arrematando muito ao gol, cruzando sempre bem em direção à área, tabelando com perfeição e arriscando, com sucesso, dois ou três lances individuais, levantando a torcida.

Isso tudo, aliás, sem prejuízo de sua função tática de marcação pelo lado esquerdo em constante revesamento com Rivaldo, que, pela primeira vez cumpriu atuação satisfatória na função de lateral esquerdo.

Falar mais o que sobre Luan? Que marcou dois belíssimos gols?  Que jogou muita bola? Que foi o bambambam do jogo?

Isso é chover no molhado, com muito mais força, aliás, do que choveu, ontem, em Uberaba. Luan, entre todos, foi, inegavelmente, o melhor, a expressão superlatIva do espetáculo!

Kléber, em paz com Felipão, mostrou os mesmos atributos que o consagram como um dos melhores atacantes do futebol brasileiro. Força física, condição técnica, tenacidade, coragem para encarar zagueiros de maior porte físico, facilidade para tabelar e mira de atirador de elite nos arremates ao gol. Fez dois gols maravilhosos e esbanjou personalidade e categoria.

Valdívia, mais uma vez, esmerilhou. Mesmo com o campo pesado, encharcado, impraticável, incompatível com a prática do futebol arte, o Mago mostrou que é, quer queiram ou não, um craque no atual futebol brasileiro.

Ele nos brindou com uma série infindável de jogadas de efeito que também o colocam na condição de malabarista e de prestidigitador da bola, um verdadeiro saltimbanco verde dentro de campo.

O chileno fez de tudo, Marcou (não deveria ser obrigado a exercer essa função desgastante porque o time atua compactado atrás e ele precisa estar inteiro para criar) correu, se deslocou, recebeu, lançou, virou o jogo, enfiou ótimas bolas e habilitou Kléber com uma notável assistência no lance do terceiro gol.

Numa partida em que até o inseguro Rivaldo conseguiu jogar bem, o elenco todo conduziu-se a contento, a começar do ótimo Deola, passando por toda a defesa, meio de campo, até chegar ao ataque, surpreendentemente, ponto alto do time em Uberaba.

Deixei por último aquele que, em meu modo de analisar futebol, foi o responsável maior pelo triunfo com folga e pela conseqüente classificação antecipada para as oitavas de final da Copa do Brasil.

Mais do que Luan, Kléber e Valdívia, Luiz Felipe foi o grande artífice da vitória, na medida em que ele mostrou uma ousadia que não teve nas substituições processadas na equipe do Palmeiras em jogos anteriores.

Mais do que ousadia, ressalte-se a coragem de Felipão, mostrando que, efetivamente, ele tem o grupo nas mãos e quem realmente manda no time é ele mesmo e mais ninguém.

Isso ficou comprovado pelas alterações profundas que introduziu na equipe antes de começar o jogo, ao constatar que, apesar do campo encharcado,o árbitro manteve a realização da partida.

Mostrando um raro senso de lógica, incomum entre técnicos comuns, Felipão ousou sacar um dos mais importantes jogadores do time, Cicinho, pela sua condição de atleta leve e sem força para o jogo de contato sob a água e sobre a lama.

Por motivos idênticos, também sacou o jovem Gabriel Silva, substituindo-o pelo forte e rústico Rivaldo.

No meio de campo manteve Assunção mas introduziu o fortíssimo Chico, um canhoto que deu consistência à marcação pelo meio e assistência, nas coberturas, aos jogadores que ocupam o lado esquerdo da defesa.

O grande mérito de Felipão foi o de retirar do jogo os atletas leves, que poderiam comprometer a marcação e o esquema tático, aliás os pontos mais fortes da equipe.

Pelo comando firme e pela decisão insólita e inteligente tomada com determinação e coragem, Felipão merece, com todos os méritos, encômios e louvores, ainda mais do que Luan, Kléber ou Valdívia, o título de “senhor absoluto do jogo”. Parabéns!

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TELEVISÃO

Band, Sportv e ESPN Brasil transmitiram Uberaba X Palmeiras.

Como é bom para nós, telespectadores, poder escolher o Canal pelo qual vamos assistir ao jogo.

Ontem assisti 60% com Milton Leite e Noriega pelo Sportv 2, 30% com Rogério Vaughan e PVC pela ESPN-Brasil e 10%, se tanto, pela Band com Nivaldo Prieto e Neto.

Avalio como a melhor entre as três, a de Milton Leite, ontem, aliás, inspiradíssimo. Parecia, até, que ele transmitia, como mais gosta, um jogo de seu time de coração, o Corinthians.

Leite deu um show no primeiro tempo mas perdeu um pouco a vibração no segundo tempo, talvez em decorrência da queda do ritmo do jogo. Noriega, mais uma vez, esteve sóbrio e eficiente, dentro de suas características.

Gostei, também, da transmissão do Vaughan que passa pela telinha a impressão de que é palmeirense. PVC o acompanhou nos comentários os quais às vezes aprecio, outras não, pois se trata do maior teórico da imprensa brasileira. Especificamente ontem, nos momentos em que o acompanhei, esteve, surpreendentemente, bem!

A transmissão da Band, apesar da qualidade de Prieto, potencialmente, eu disse potencialmente, em minha opinião, o melhor narrador do país, foi muito fraca. Não tanto pelo Prieto, mas pelo Neto, um comentarista de lances, não de futebol.

Neto encarna aquela função que nem sei mais se existe, pois há vários anos não acompanho um jogo pelo rádio, a de ponta de transmissão. Essa função é exercida pelos locutores que se posicionam atrás das traves e complementam a fala do narrador nos lances de área.

Neto não foi, não é, e, sequer será, nunca, um comentarista de rádio ou tv, mas, simplesmente, um ponta de transmissão, “faláverdade” fraquíssimo, por sinal. A Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão está morrendo, só o Johnny não vê.

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