Observatório Alviverde

14/03/2016

SOU CONTRA A EXISTÊNCIA DO CARGO DE AUXILIAR TÉCNICO PERMANENTE NO PALMEIRAS!

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Não compactuo, definitivamente, com o entusiasmo esfuziante de tantos palmeirenses em face do importante triunfo de ontem, sobre os bambis, superfaturado na conta de pequeno saldo de Alberto Valentim.

Vejam que o auxiliar-técnico, antes exorcizado, no átimo de um jogo, foi beatificado, santificado e, do jeito que as coisas andam, esteve (e está) a pique de ser entronizado. 

É muito fácil, no Palmeiras alguém transformar-se em santo ou em demônio. Basta ganhar ou perder um jogo, sobretudo um clássico. Valentim, desta vez, ganhou!

Por causa da vitória, houve quem insinuasse nas redes sociais que Valentim é melhor do que Cuca. Como não ousam proferir enfaticamente a heresia, afirmam que seria melhor, mais prático e menos custoso se o Palmeiras promovesse o auxiliar. Pura hipocrisia!

De minha parte prefiro dizer que já basta de precipitações, de mitificações, de incoerências, de inverdades, de exageros e de raciocínios equivocados, fundamentados exclusivamente em emoções na vida do Palmeiras! 

A grande verdade é que a esmagadora maioria de nós, palmeirenses, pensa com o coração ou, com perdão pelo neologismo, somos cardiopensadores. 

Até eu que identifico o problema e que tanto o censuro os nossos neofilósofos, incluo-o me no pacote dos insistentes cardiopensadores verdes, que insistem em não amadurecer. 

Flagro-me muitas vezes assim, caindo das nuvens e cair das nuvens, creiam, machuca muito mais do que se caíssemos da elevada marquise do Allianz Parque. 

Todos nós, sanguíneos e emotivos palmeirenses, estamos constantemente desabando das nuvens de nossas visões, de nossas expectativas, de nossas alegrias, de nossos desejos, de nossas lutas, de nosso extremado amor pelo clube e de nossas frustrações. Por isto reclamamos tanto! Por isto sofremos tanto! 

Terminada a digressão quero apelar a todos no sentido de parar de incensar Valentim, insigne "ficante", com o intuito de  descadeirar o insigne "partinte" Marcelo Oliveira.

Infelizmente muitos seguem, cruelmente, a velha máxima que diz que "em um cão esquivo paus e pedras nele". Pensem, pois, racionalmente, porquanto não sabemos quase nada do que ocorreu nos bastidores. No máximo, desconfiamos!

Fique claro, também não tenho por objetivo desvalorizar o irretocável trabalho de ontem do atual auxiliar-técnico permanente, tanto e quanto de nada o acuso no processo de deterioração de ambiente verificado no time do Palmeiras de uns tempos a esta parte, que precisa ser averiguado e, sobretudo, esclarecido.

Há um vetusto ditado espanhol, por vezes citado neste OAB, o qual reedito não somente em face de sua constante pertinência, quanto pela falta de uma analogia ou expressão mais apropriada. "Non creo en las brujas, pero que las hay, hay". 

Nobre, Mattos e Cícero, a partir, sim, do resultado de ontem, que nos encheu de alegria, satisfação, entusiasmo e de fundadas esperanças de um melhor porvir, têm de ter uma certa dose prudência e de esperteza na visão técnico-amplificada dos fatos pretéritos...

Eles não podem se deixar levar pela leveza da hora e pelo refrigério dos bons ventos que começaram a soprar novamente sobre a nossa bandeira... 
  
Eles não podem, definitivamente, neste momento de transição, dar, também, uma de cardiopensadores e dormitar nas esferas da alegria ou da fantasia, desprovidos do realismo que o momento exige. 

Ao contrário, têm de agir como pensadores racionais e analisar e apurar o porquê da transformação radical (da água para o vinho) pela qual passou o mesmo time desfibrado e medíocre da semana passada que, domingo, parecia ser outro, muito outro e completamente outro quando do "Choque-Rei"! 

Ou, comodamente, vão acreditar na falácia de que o problema dos maus resultados se circunscrevia exclusivamente à inação e à incapacidade de Marcelo Oliveira, vencedor importante no comando de equipes que vestem outras camisas?

Se Nobre, Mattos e Cícero (este como homem de informação) não tiverem olhos para ver, ouvidos para ouvir e argúcia para interpretar os fatos pretéritos poderão permitir que os bastidores palmeirenses queimem Cuca, outro importante treinador do futebol brasileiro, como tantos outros (até Emerson Leão) esturricados pelo fogo amigo que crepita fortemente nas entranhas alviverdes.

Eles têm de apurar seriamente o que existiu por trás da súbita transformação de um time até então limitado, desunido e disperso em campo, desobediente às ordens do treinador e que, de uma hora para outra, sofre uma metamorfose tal que se transforma, de porco, em rei! Rei do Choque-Rei.  

Foram comoventes o esforço, a abnegação, o empenho, o desempenho, e o espírito de luta descomunal de cada atleta no clássico, tanto e quando o autêntico esforço de guerra dedicado ao jogo, como há muito não se via e se viu, apenas  pontualmente, na decisão contra o Santos na final da Copa do Brasil. Mas não deveria ter sido, o tempo todo, assim?

Ontem, até Zé Roberto superou-se fisicamente e arrebentou, considerando-se que jogar eu sei, você sabe, nós sabemos e todo mundo sabe que ele sabe!

O triunvirato que comanda o futebol tem de ter, neste instante, muito mais do que maldade, a chamada visão além do alcance! Se não for assim mestre Cuca não vai cozinhar nada. Pelo contrário, será cozinhado, frito, escaldado, esturricado e tudo mais que queiram!


Será que Nobre, Mattos e Cícero, tanto e quanto os cardiofilósofos palmeirenses, acreditam que em parcos três dias e dois treinamentos coletivos um time de futebol altera radicalmente o seu "modus faciendi", isto é, a sua maneira de jogar e altera o seu padrão de jogo como se fosse tocado por um mágico?

Sei, perfeitamente, que a chegada de Cuca incendiou os ânimos, levantou o moral do time e cada atleta deu tudo de si fazendo o que em futebol se chama de "o jogo da vida", o mesmo elemento motivador que levou o Palmeiras à Libertadores via Copa do Brasil.

Mas, perdão se mal pergunto, pelo salário descomunal que o Palmeiras paga a esses caras (muito maior do que qualquer país paga a seu chefe de estado),  tanto e quanto pelas premiações por objetivos nas mesmas proporções, não era para que eles mantivessem constantemente a alta produtividade, uma contínua regularidade e  atuassem sempre da forma como atuaram ontem?

O que ou quem os levou a ter jogado tão mal como vinham jogando, não como artistas do Metropolitan House ou do Scala de Milão, mas como reles figurantes de um mero teatro de arena ?

O Palmeiras, estupidamente, copiou os bambis ao criar o cargo de coordenador técnico, nos bambis ocupado por Milton Cruz e no Palmeiras por Alberto Valentim. O nome  pomposo, mas que na realidade só quer dizer que o time paga por mês, inutilmente, um técnico-tampão!

Sem acusar ninguém de nada, quem me garante que o maior sonho de um técnico-tampão, ou, vá lá, de um coordenador técnico não é sempre aquele de ser o técnico definitivo?

Quem me garante que no recôndito dos bastidores, com a estabilidade que o cargo lhes confere, os tais coordenadores técnicos (um cargo só aparentemente inócuo e inofensivo), não trabalham no sentido de desestabilizar qualquer técnico contratado com quem não se identifique ou com o qual não venha a se dar bem?

A grande performance do Palmeiras contra os bambis, ao menos para mim, escancara a altíssima periculosidade da presença constante de um interino! 

Torço, sinceramente, para que Valentim e Cuca e Cuca e Valentim estejam com as relações pessoais e de amizade sempre assim: de bem!

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PS - O técnico tampão ou emergencial tem de ser o técnico do sub-21!