Observatório Alviverde

15/02/2021

O PALMEIRAS PRECISA MANTER O ENTROSAMENTO DO PRIMEIRO TEMPO DE ONTEM, CONTRA O FORTALEZA!

 

Teria sido bem diferente se o Palmeiras houvesse jogado o Mundial com o 'elan', a disposição e o espírito de luta com que encarou hoje o bom time do Fortaleza. 

Mormente no primeiro tempo quando realizou, segundo a definição de meu irmão, "o jogo perfeito". 

Só não dá para entender -dizem tantos- essa mutação constante da equipe para o bom e para o mau, para o bem e para o mal.

De minha parte compreendo, perfeitamente, a "mutância" e a coloco no pacote de equívocos provocados pela maior parte da mídia, teórica e inconveniente que, pasmem, consegue interferir nas entranhas dos clubes brasileiros.

Com raríssimas exceções, a maior parte dos palpiteiros de tela (também conhecidos como comentaristas) vive dando uma de médico e se travestindo de fisioterapêuta, criticando os técnicos e exigindo que mudem constantemente as escalações dos times sob a alegação de que os jogadores estão cansados.

Foi por isto, por chegar ao Q'atar sem um time definido, sem aqueles onze titulares que qualquer garoto deveria sabe de cor em relação ao time de coração (como era antigamente) e sem qualquer entrosamento, que o Palmeiras soçobrou e, como se diz modernamente "viajou na maionese".

E viajou mesmo, ainda que com um time individualmente em nível dos três adversários, mas muito mais bem preparados, todos definidos taticamente e afeitos ao jogo coletivo. A razão da decepção e da frustração resumiu-se a uma palavra: desentrosamento!

Mas não aconteceu o mesmo com o Flamengo a partir da saída de Jorge Jesus, aquele que ousou desafiar e enfrentar os paradigmas midiáticos mantendo os seus titulares em todos os jogos sem considerar ou admitir o tal cansaço? 

Jorge Jesus encarou, enfrentou e repeliu todas as críticas, dentro e fora de campo, afirmando sempre que -secularmente- jogador de futebol é preparado e programado para atuar 180 minutos por semana, o que corresponde a dois jogos semanais.

Essa balela de "descanso" (acompanho o raciocínio dele) não deveria ser aplicada a profissionais tão bem cuidados que ganham em um mês o que um trabalhador comum não ganhará em anos, exercendo profissões duríssimas e de alta periculosidade, que tanto exigem de um ser humano, física, orgânica e emocionalmente, no cumprimento de seis a oito horas diárias, quarenta e oito semanais.

Só pessoas de altíssimo poder aquisitivo poderiam usufruir do "tratamento vip" que recebem os jogadores de futebol, sempre hospedados em concentrações de alto luxo e hotéis de elite, com direito à fisioterapia, alimentação balanceada e outras mordomias com assistência médica de tal abrangência que inclui psicólogos, manicures e podólogos.

Dá pra falar em esgotamento e cansaço (em meu tempo chamava-se estafa) daqueles que exercem uma profissão recreativa, prazenteira e divertida? Claro que, como tudo na vida, o futebol também tem os seus momentos de crise e estresse, que pouco ou nada representam se comparados a outras profissões.

Não sei, exatamente, o número de jogos disputados pelo Verdão nesta temporada confusa que parece não terminar nunca, provavelmente setenta e sete.

Para aqueles que julgam um exagero, lembro-me de temporadas pretéritas em que o Palmeiras quase sempre ultrapassava essa quota. Anos houve em que o Verdão atuou quase cem vezes, sempre representado pelo seu time principal. 

Creiam, todos, essa mania de mudar constantemente o time destruiu o pequeno sentido de conjunto do Verdão que, do ponto de vista individual, ainda que com algumas peças defasadas, era do mesmo nível de todos os seus adversários do Mundial, o Bayern, inclusive.

Compreendo que, às vezes, pelo risco de um cartão, de uma contusão no jogo precedente a um jogo importante ou a uma decisão, pode-se poupar pontualmente uma ou outra peça, mas mudar completamente o time, ficou provado mais uma vez, é um tiro contra o próprio pé.

O Palmeiras está em vias de disputar mais dois jogos decisivos pela Copa do Brasil e, em meu entendimento, o português já deveria escolher os jogadores, escalar os onze titulares e colocá-los sucessivamente nos três jogos que o Palmeiras fará antes dessas finais.

Notem que quando ele mantém o time por largo tempo, provoca irritação e protestos contumazes da maior parte da imprensa, como se fossem eles, os jornalistas, que estivessem sendo submetidos ao exagero e "supremo sacrifício"do calendário futebolístico. Se mal pergunto, o que têm, eles, a ver com isso? 

Da mesma forma não me conformo que os treinadores sejam subservientes aos palpites de muita gente que sequer chutou uma bola no decorrer de sua existência. 

Por que não agem da mesma maneira que Jorge de Jesus e colocam as suas melhores formações em cada jogo?

O Palmeiras, ontem, encontrou uma de suas boas formações, calcada na base, esta:

Weverton, Rocha, Kuscevic, Gomez e Renan.

Danilo, Menino, Lucas Esteves, Lucas Lima e Scarpa.

Breno Lopes.

Em minha avaliação, Abel deveria robustecer essa formação com Luan substituindo Kusceviv, Viña no lugar de Renan e Zé Rafael no lugar de Lucas Esteves no meio de campo.

Nas demais posições, iniciar o jogo com os mesmos jogadores, com Scarpa mantido como um meia ofensivo e até com Lucas Lima na armação, ele que vinha jogando tão mal mas que, ontem, jogou muito bem. 

Colocando em ação esse time, mantendo-o nos treinamentos e nos três jogos que restam para o fim do Brasileirão o Palmeiras teria condições de, concomitantemente, melhorar a sua posição no Brasileirão, tanto e quanto preparar um time suficientemente entrosado para as duas partidas decisivas contra o Grêmio pela Copa do Brasil!  

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