Observatório Alviverde

11/01/2020

ADEUS MEU GRANDE ÍDOLO VALDIR JOAQUIM DE MORAIS!


Não tenho palavras suficientes para definir a minha tristeza em decorrência do falecimento de Valdir Joaquim de Morais, gaúcho, excepcional figura humana e um dos maiores jogadores da história do Palmeiras em todos os tempos.

Valdir foi um dos meus maiores ídolos de infância em razão de tudo o que ele fez no gol do Verdão,  a partir de sua contratação junto ao futebol gaúcho no final dos anos 50s.

Considerado baixo para a função (1,70 m), ainda assim ele conseguiu se tornar um dos maiores da posição todos os tempos, não apenas no Palmeiras, mas no próprio futebol brasileiro.

Além da incrível elasticidade, da perfeição nas bolas rasteiras, do excepcional arrojo na saída do gol, do extraordinário reflexo e de sua coragem em brigar pela bola com jogadores de muito maior envergadura, Valdir sempre foi um mestre em posicionamento e em orientação da defesa. 

Enganam-se aqueles que imaginam que foi o Palmeiras quem o revelou e promoveu. Na verdade Valdir era gaúcho de Porto Alegre e o único clube importante que defendeu em toda a carreira foi a SE Palmeiras.

Ao chegar ao Verdão provindo do extinto Renner, Valdir já era um profissional experiente e houvera sido campeão gaúcho em 1954 pelo próprio Renner, time da conhecida marca de roupa que lhe emprestava o nome.

Depois disso, Valdir ganhou o Panamericano de 1956 realizado no México em que o Brasil foi representado por uma seleção de gaúchos, exatamente este:

Waldir; Oréco, Florindo e Duarte; Odorico e Ênio Rodrigues (Figueiró); Luisinho, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Chinesinho.  

Sem poder pesquisar de uma forma mais fluente, recorro ao que resta de minha memória e me lembro que desse time campeão e de tantas revelações, o Palmeiras contratou, além de Valdir,  Enio Andrade e Chinesinho.

Na estreia de todas essas feras e de outras contratadas para reciclar o então fraco time do final da década de 50, o Palmeiras meteu quatro a zero no Curica, proporcionando-me uma das maiores alegrias da história, maior até do que o Mundial conquistado em 51 ao qual assisti pelo rádio. 

E depois vêm os imbecis teleguiados ou tangidos por aquele publicitário de merda, que vivia aparecendo na tevê há alguns anos, Washington Olivetto, curicano fanático e inconsequente que criou o infame e mentiroso "mantran" segundo o qual o Palmeiras não é campeão mundial. Fui testemunha auditiva do jogo pelo rádio, visual das reportagens dos jornais (os arquivos estão livres) e presencial da festa de campeão.

Valdir que lamentavelmente  está nos deixando neste final de semana, além dessa alegria proporcionou-me tantas outras...

Além dos títulos de que veio precedido, conquistou pelo Verdão os paulistas de 59, 63 3e 66, sendo que o título de 59 foi conquistado em cima do Santos com Pelé no auge da forma e da fama!

Da mesma forma Valdir venceu os campeonatos brasileiros de 60 e 67 e levantou a Taça Brasil de 1967. Dois anos antes, isto é, em 1965 ajudou o Palmeiras vencer o Torneio Rio-São Paulo.

Neste momento em que o Palmeiras fica privado da presença material de um dos seus maiores líderes de toda a história do futebol profissional, quero levar aos palmeirenses a minha solidariedade e o meu conforto.

 À família desse gaúcho de boa cepa levo os meus mais sinceros sentimentos, rogando ao criador que  o receba em seu reino, glória e dimensão! 

Siga em paz, Valdir Joaquim de Morais e que a terra lhe seja leve! (AD)