Observatório Alviverde

06/04/2012

A EXTINÇÃO DO PALMEIRAS B, UMA IMPERIOSA NECESSIDADE ADMINISTRATIVA!

 

Dos grandes, apenas o Palmeiras mantém um time B, profissional, que milita nas divisões inferiores do futebol de São Paulo.

Ao custo de 350 mil reais mensais, o Palmeiras B  é um vexame em campo, ao mesmo tempo em que é um sorvedouro de dinheiro.

O time B está longe, muito longe mesmo, de atingir o objetivo para o qual ,supostamente, foi criado, de revelar novos valores para o time principal.

Aliás, há quem diga que o time B passou a existir muito mais para atender às demandas pessoais e financeiras de alguns dirigentes.

Mancomunados com empresários gananciosos e espertalhões, estariam envolvidos, até o gogó, em negociatas, digo, em negócios de compra e venda de jogadores mediante gordas comissões.

Se é verdade, não sei, mas grande parte do elenco do Palmeiras B pertence a empresários e quotistas.

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A criação do Palmeiras B remonta os tempos do turco, nos chamados anos de chumbo da ditadura que arrasou a S.E. Palmeiras dentro e fora do campo..

Nessa época, não se sabe a pretexto de que, foram criadas, também, várias franquias do Palmeiras pelo país, visando a revelação de jogadores.

A principal delas foi o Palmeiras da Bahia, mas houve, também, o Palmeiras de Alagoas.

Além desses “Palmeiras” o Palmeiras chegou a patrocinar pequenos centros de treinamento e escolinhas de futebol em várias cidades.

A idéia do Palmeiras B e das franquias até que não seria má, fosse o Palmeiras um time revelador de talentos, e promotor de atletas das categorias de base, mas esta, infelizmente,  não é a nossa praia.

Uma das razões para os fracassos sucessivos do Palmeiras através dos anos e o endividamento do clube é a de querer adotar mesmo com os reiterados fracassos, a política de contratações dos anos 60s.

Apesar de todo o investimento na base, o Palmeiras não abre espaços para promover a garotada e continua tendo como prioridade a contratação jogadores de nome e fama, os conhecidos medalhões, a maioria em fase final de carreira..

O que os dirigentes atuais não conseguem perceber é que aqueles anos eram completamente diferentes dos dias de hoje, em que vivemos outra realidade..

O Palmeiras, na década de 60, dispunha de caixa suficiente para investir pesado no mercado.

Respaldado pelas Indústrias Matarazzo, tinha condições de contratar um Julinho Botelho, um Vavá, um Djalma Santos, um Germano, um Djalma Dias, todos jogadores de seleção, três deles campeões do mundo.

E, melhor, na flor da idade, na melhor forma, no auge da fama!

Da mesma forma, o Palmeiras dava-se ao luxo de contratar as maiores e melhores revelações do futebol brasileiro investindo em outros centros, mesmo os mais desenvolvidos fora do eixo Rio/São Paulo.

No futebol gaúcho, por exemplo, o Palmeiras foi buscar, inicialmente, Valdir Joaquim de Morais, Ênio Andrade e Chinesinho, que chegaram todos de uma vez.

Depois, foi buscar Tupãzinho e Zeca.

Do futebol pernambucano importou dois destaques da chamada “seleção cacareco”, a seleção de Pernambuco, trazendo alguns jogadores que brilharam intensamente vestindo a nossa camisa.

Primeiro vieram Zequinha e Aldemar. Depois, Gildo e Rinaldo. Todos se tornaram ídolos

Do futebol carioca o Palmeiras trouxe, entre tantos,.Romeiro, o maior batedor de faltas de pequena distância da história do futebol paulista, a partir dos anos 50s aos dias de hoje.

De quebra, adquiriu o passe de um garoto do Bangu que viria a se tornar o maior ídolo o clube,  Ademir da Guia, o Divino!

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Com o declínio da Matarazzo. a maior potência da indústria brasileira na época e que tanto ajudava o clube, o Palmeiras teve de  mudar um pouco a sua política de contratações.

Para implementá-la contratou, de cara, um olheiro, Godê, ex-zagueiro do Guarani.

Grande conhecedor de futebol, com trânsito livre em todos clubes regionais, Godê passou a garimpar as grandes revelações do interior de São Paulo a serviço do Palmeiras..

Godê desempenhou um trabalho espetacular e o Palmeiras conseguiu, sempre, antecipar-se, contratar e ter os melhores jogadores da hinterlândia paulista, formando verdadeiros esquadrões ano a ano..

Como maior exemplo, citamos o time da longa série invicta dos anos 70, a segunda academia, bi-campeã brasileira.

Essa equipe vencedora dos brasileiros de 72 e 73, só não foi tri-campeã nacional porque, no auge do Brasileiro de 74, Zagalo convocou seis jogadores palmeirenses para o grupo que foi à Copa da Alemanha e acabou com as nossas chances das três conquista consecutivas.

Dirigida pelo saudoso “caçamba”, Osvaldo Brandão, aquele timaço do Palmeiras do início da década de 70, que jogava no estilo do Barcelona de hoje, era um time de base essencialmente interiorana.

Leão (Comercial de Ribeirão, Eurico (júnior do Botafogo de Ribeirão), Luís Pereira (São Bento) Nelson (América de Rio Preto) e Ferrari (Paulista de Jundiaí.

Dudu (Ferroviária de Araraquara) e Ademir (Bangu do Rio).

Edu Bala (Portuguesa de Desportos, Leivinha (Portuguesa de Desportos e Linense) César (Flamengo) e Ney (Ferroviária de Araraquara).´

Essa é a verdadeira política do bom e barato, lamentavelmente posta de lado pelos dirigentes que assumiram a presidência do Palmeiras através dos anos.

Pressionados pela cobrança exacerbada da mídia e de nossa inquieta e intolerante torcida paulistana. não modernizaram o clube e partiram para contratações suicidas de medalhões superados, a maioria  veteranos em final de carreira.

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É óbvio que o futebol do interior de São Paulo naquela época era muito mais rico e importante do que nos dias de hoje.

Os clubes eram bem estruturados, fortíssimos, repletos de grandes jogadores e celeiros de grandes talentos.

O futebol interiorano existia de janeiro a dezembro levando milhões e torcedores aos belíssimo estádios construídos nas principais cidades.de São Paulo e de todo o país. 

Hoje os clubes do interior são montados com rótulo de validade para três meses. Quando muito, seis meses e “c`est fini”!

Os estádios, construidos com luta e sacrifício pela brava população interiorana estão se deteriorando, apodrecendo e a maioria transformou-se em autênticos elefantes brancos.

Este, é o “grande” legado de Juca e seguidores ao futebol brasileiro.

Isto sem falarmos da estupida Lei Pelé que entregou numa bandeja os clubes e os jogadores aos empresários, a ser debitada na conta desses incompetentes. 

Eles, os mesmos que apesar do estrago irreversível causado ao futebol brasileiro têm a desfaçatez de se vangloriar, bater no peito  e se autodenominar “cronistas de vanguarda”.

Essa gente levou o futebol do interior de São Paulo e do Brasil à falência, à insolvência, ao cáos e ao ostracismo. 

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Na época das vacas gordas, os clubes dos pequenos e médios centros, tinham condições de abastecer com folga e sobejo as demandas e necessidades de todos os grandes de São Paulo e do Brasil.

Com isso, sobreviviam com dignidade vendendo dois ou três jogadores por ano e ajudando no processo de renovação do futebol brasileiro.

Tudo ia bem, funcionando dessa forma, até que o futebol interiorano  foi destruído pelas idéias elitistas, megalomaníacas e corrosivas de Juca e sua “trupe” de parlapatões.

Ocupando as melhores tribunas da mídia brasileira, cartelizando as opiniões sob o pretexto de reformular e modernizar o futebol, essa “tchurma”  conseguiu mudar o “status quo” vigente daquela época de ouro.

O  futebol de nosso país, a parftir de então, nunca mais foi o mesmo e virou o que virou.

Essa gente assassinou, fulminou, cremou e pulverizou os clubes que compunham a classe média do futebol brasileiro.

E o fizeram com a conveniência das Federações e da CBF, em conluio com os interesses da Rede Globo.

À Globo interessava elitização do futebol e a sua simplificação em um único torneio de âmbito nacional. de maio a dezembro, a fim de impor o seu domínio de audiência e esmagar a concorrência deixando-a sem opções no segmento esportivo..

Foi uma ação planejada, muito bem implementada, que liquidou inconsequentemente, irresponsavelmente, criminosamente, o terceiro mais importante mercado do futebol brasileiro.

Que moral tem, agora, essa turma de doidivanas, para continuar a dar palpites, deitar falação inútil afirmando que não existe suficiente renovação de valores no futebol brasileiro e “cagar regras” para orientar “novos rumos” ?

A falta de renovação tem como causa primária o esvaziamento do futebol interiorano e regional que eles mesmos destruiram. Quem desconhece isso?

Regras e orientações desses apedêutas, só se for para levar o futebol brasileiro, ainda mais, ao fundo do precipício!

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Vivemos, hoje, uma nova ordem no futebol, ditada pela televisão, mais especificamente pela Rede Globo.

Essa rede televisiva já mostrou, por A + B, que não tem um grama de simpatia ou de respeito pela S.E. Palmeiras, mesmo sabendo que se trata do clube mais vencedor do futebol brasileiro e dono da terceira maior torcida do país.

Essa nova ordem prevê a expansão e valorização dos chamados clubes de massa, tornando-os cada vez maiores e mais importantes;.

Mediante generosas verbas de direitos para a cobertura de seus jogos, muito superiores às pagas aos demais, a Globo proporciona a esses clubes a possibilidade de aumentar, brutalmente, os seus investimentos no futebol, em detrimento dos demais.

Como consequencia, verifica-se o encolhimento e a depreciação técnica dos clubes que possam se constituir em empecilhos para as conquistas dessas equipes detentoras das maiores torcidas do país.

É um fenômeno que o solerte jornalista Odir Cunha identificou e alcunhou de espanholização do futebol brasileiro,  Com justa razão, brilhante constatação!

O que a Globo deseja, por própria conveniência, é bipolarizar o futebol brasileiro entre Flamengo e CU-ríntia, nos mesmos moldes que ocorrem no futebol espanhol, entre Real Madrid e Barcelona.

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A abominável implosão do clube dos 13, que distribuía o dinheiro do televisamento dos jogos de forma equitativa, por importância e meritocracia clubística, tem as digitais da Globo e da CBF.

O trabalho sujo, isto é as bombas destrutivas foram colocadas por um ex-presidente das galinhas, também conhecido como “cara-de-areia”!.

Aliás. quem mais poderia ser?

Quem ainda não percebeu que onde tem desmando ou traição tem cu-rintiano na jogada!

Não é à toa que dizem por aí que nem todo cu-rintiano é marginal, mas todo marginal é cu-rintiano.

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A esta altura, muitos vão perguntar, o que tem a ver tudo isso com a extinção do Palmeiras B?

Tem muito a ver.

Como a esmola, digo, a verba da Globo destinada ao Palmeiras é, consideravelmente, mais baixa em relação aos dois clubes ungidos, o nosso orçamento no futebol não nos permite concorrer com os tais em igualdade de condições quando o assunto é contratações;.

Por isso, sem o mesmo poder de compra, deveríamos adotar a política de promoção de jogadores da base em  quotas semestrais ou anuais 

Assim, qualquer treinador que assumisse já saberia de antemão que teria a obrigação de escolher até cinco jogadores da base e promovê-los. Devagarinho teriam de ser lançados no time principal;

Nessa hipótese, até que valeria a pena a manutenção de um time B profissional.

Mas, a nossa realidade é outra! Perdemos o jato da história e pagamos um preço altíssimo por isso!

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O Palmeiras, diante da situação atual de agravamento de dívidas, dificuldades financeiras e baixo fluxo de caixa, tem de tapar a sangria decorrente da manutenção do inútilissimo time B.

Tirante Vagner Love, Edmilson e, recentemente, Patrick, o B não revelou nenhum jogador de recursos suficientes para que.fosse promovido ao time principal,

A julgarmos pelas declarações de Felipão e pelas atitudes repulsivas de outros treinadores que passaram pelo clube, exceto Marcelo Villar, a nossa base é fraca e incompetente. Será que é mesmo?.

Entretanto revelou Bruno César e Elias mas para o nosso maior adversário, posto que ambos jamais tiveram nenhuma chance de, sequer, treinar com o time principal;

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O dinheiro gasto, inutilmente, com o Palmeiras B pode ser, em parte, revertido para estruturar melhor as nossas categorias de base e outra parte para contratar  jogadores.

Tirone, que vem acertando mais do que errando à frente da presidência, já notou a esterilidade do Palmeiras B e está cogitando, seriamente, em extinguir a equipe. Tomara que o faça! Hoje, agora, Já!

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Para alguns “porcos pingados” que defendem a manutenção do time B eu lembro que não compensa, principalmente pelo fato de a SE Palmeiras insistir no erro crasso de não valorizar a base e de não aproveitar jogadores jovens.

Diante disso, nem a relação custo benefício se pode estabelecer, visto que só temos custos a contabilizar e nenhum benefício.

Ademais, o Palmeiras B vem pagando vexames nas competições, das quais participa, contribuindo para desgastar, ainda mais, a imagem da equipe principal. Este ano foi melancolicamente rebaixado à série A-3!

Um outro aspecto sacramenta a estupidez da manutenção da categoria: o o time, legalmente, não poder ser promovido à primeira divisão.

E, como se não bastasse tudo isso, se o time principal tiver urgência no recrutamento de algum jogador do time B, não pode fazê-lo de imediato, tendo de esperar a tramitação dos documentos na Federação e na CBF.

Por tudo o que foi dito, o Palmeiras B é um tiro em nosso próprio pé!

VOCE CONCORDA COM A EXTINÇÃO DO PALMEIRAS B?

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