Observatório Alviverde

07/08/2014

A COPA DO BRASIL PODE SALVAR UM CENTENÁRIO SEM LUSTRO!




Ainda não fiz qualquer crítica a Paulo Nobre e à diretoria do Palmeiras, em face do ano do centenário, quase perdido.

No entanto tenho lido muitas matérias sobre o assunto, concordando com umas e discordando de outras, sobretudo quando sinto o cheiro de política e conveniências pessoais dando contorno a certos pronunciamentos.

Em suma, -os próprios números da campanha palmeirense em 2014 não me deixam alternativa diferente-, sou obrigado a admitir que nossas chances de reverter a situação são, efetivamente, mínimas.

Entretanto, vejam que nunca foi tão fácil ganhar um Paulistão como em 2014. Por que não ganhamos? 

Simplesmente porque Nobre preferiu correr atrás da administração de gabinete, enfatizando o pagamento de dívidas pretéritas ou a rolagem das mesmas, em detrimento do carro-chefe de nossa Sociedade Esportiva, o time de futebol .

Fossem tais atitudes tomadas em qualquer outro segmento ou ramo de atividade, eu concordaria, plenamente, com o nosso jovem presidente e, até o aplaudiria!

Assim fosse ele estaria, de fato, priorizando as prioridades, se vocês me permitem a redundância, proferida em termos de uma melhor compreensão dos fatos. Só que a verdade é outra, muito outra!

Em se tratando de um ramo de negócios sui-gêneris, extremamente volátil e imprevisível, o futebol, cuja matéria-prima principal é a emoção, ouso dizer que Nobre errou feio e pecou pela ampla falta de visão mercadológica.

Com um pequeno investimento no time, ainda que o clube estivesse no vermelho, as perspectivas de um título -mesmo regional- mexeriam com a massa e trariam motivação redobrada para o Brasileirão, com a certeza absoluta de melhora de faturamento e ampliação do corpo associativo do futebol, leia-se o "Avanti"!

Com dois ou três jogadores experientes para determinadas posições carentes, o Palmeiras teria chegado, sem qualquer dúvida, ao menos, à disputa do título paulista. 

A falta crônica de jogadores importantes -cite-se a contusão de Kardec por exemplo, ele que não tinha um único substituto à altura- foi o fator preponderante do fracasso palmeirense no Paulistão, cujas consequências estamos pagando, até hoje, e temo ter de pagá-las de forma tríplice, com um tri-rebaixamento!

Ontem, confirmando todas as expectativas, o Palmeiras derrotou o Avaí e confirmou a sua passagem às oitavas de final da Copa do Brasil, a partir de agora muito mais difícil, em face da chegada dos clubes que disputaram a Libertadores. 

Crédito e méritos para Nobre que investiu em Gareca, nos jogadores argentinos e já obteve algum retorno.

O adversário do Palmeiras para a próxima fase, será decidido através de um sorteio que, em meu entendimento, será nivelado por cima, considerando-se que todas as equipes classificadas, mesmo as consideradas menores, provaram que chegaram à classificação por competência, não por acaso, política ou auxílio da arbitragem.

Sem analisar com profundidade o jogo de ontem, quero dizer que o Palmeiras esteve bem contra o Avaí em vários quesitos como empenho, espírito de luta e vontade de vencer, mesmo deixando a desejar no que respeitou ao toque de bola, e, principalmente, à força ofensiva.

Foram bem todos os homens da defesa do azulão palestrino, desde o seguríssimo goleiro Fábio, passando por Wendel, que melhorou muito de produção, pela dupla Lúcio, Tóbi que se entrosa a cada jogo e, principalmente o jovem lateral Victor Luiz, que, sem qualquer dúvida, é um forte candidato à craque.

No meio de campo Renato - de grande potencial - esteve muito bem, o que não ocorreu com Wesley, excessivamente confuso e trapalhão. 

Wesley foi até substituído por Marcelo Oliveira, o que não é usual, mas Gareca precisava fechar o miolo para garantir o 1 x 0. Fechou, e, muito bem, por sinal!

Felipe Menezes cumpriu seu papel de mediano dedicado, tendo melhorando a sua atuação no segundo tempo, após um primeiro discretíssimo.

Mouche substituiu Leandro por volta de 20 minutos do segundo tempo e cumpriu bem a sua missão fazendo o gol da vitória e decidindo o jogo. 

Leandro continua sem render o que pode e sabe, mostrando-se, sempre, nervoso, confuso, atabalhoado e  precipitado! Ontem conseguiu perder o gol mais feito da partida.

Mouche, repito, decidiu o jogo, apesar do pouco tempo dentro de campo!

Não se diga, porém, que Leandro esteve, de todo, mal. É um atleta que tem algumas qualidades e que precisa readquirir, urgentemente, a confiança perdida, a fim de que possa reivindicar e assumir a titularidade. Creio que, domingo, aqui em Belo Horizonte, ele vai esquentar o banco!

Henrique, ontem, foi apenas e tão somente, um lutador, sem a estrela de outros jogos! Desta vez, passou em branco e não deixou a sua marca nas redes do Avaí. 

Henrique, talvez, se ressinta da ausência de Valdívia ou de alguém que o habilite, seja pelo alto, no jogo aéreo para o "cabeceio", no espaço vazio ou "ponto futuro", a fim de que ele possa penetrar por trás dos beques ou antecipar-se a eles, na melhor função de um autêntico homem de área, aos quais chamamos de centroavante!

Henrique foi substituído por Bruno César que parece, definitivamente, ter esquecido seu futebol na europa, haja vista que, ao menos até agora, ele não conseguiu jogar com eficiência e suficiência nenhuma partida com a camisa do Verdão.

O craque de Palmeiras 1 x 0 Avaí, sem qualquer dúvida, foi o "hermano" Allione que, embora carregador de bola -ao menos pelo que mostrou nos dois últimos jogos- é um jogador provido de ampla visão de jogo, de enorme capacidade de drible e de uma leitura de jogo, simplesmente, espetacular.

Embora seja cedo e precipitado se fazer qualquer previsão, aposto que, com a chegada de um armador categorizado ou com a reabilitação de Valdívia, Allione será peça fundamental no novo time do Palmeiras que Gareca vem montando com muito vagar, paciência e eficiência.

Sei que a Copa do Brasil é importante, mas, na ordem natural dos eventos, o Brasileirão é, muito mais! 

Ganhar o Brasileirão, creio, só teremos condições de fazê-lo no ano que vem ou em anos subsequentes. 

A não ser que o Palmeiras, de uma hora para outra, desabroche, se acerte, se transforme e comece a ganhar seus jogos sem cessar, na mesma medida em que aqueles doze clubes que estão a sua frente tenham uma grande sequência de perda de pontos. Isso é -quase- impossível!

Em todo o caso, vale lutar por uma vaga na Libertadores, a última delas, até agora, ocupada pelo Cu-ríntia, com 24 pontos, do qual o Palmeiras dista 10 pontos!

Espero que o alviverde se lance de corpo e alma nessa campanha pela reabilitação no Brasileiro e que logre êxito em sua pretensão de, ao menos, conseguir chegar na Libertadores. 

Ao mesmo tempo, esperamos que o time possa mergulhar e entrar de corpo e alma na fase final da Copa do Brasil, a única estrada aberta para que o Palmeiras ganhe um título e salve a grandeza, a honorabilidade, a magnificência e suntuosidade da comemoração de seu primeiro centenário!

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NA TV

Tentei ver o jogo pela ESPN conforme fora anunciado, mas esse canal não exibiu o Palmeiras x Avaí.


Em razão disso, fui obrigado a acompanhar um relato desanimado de Milton Leite, em autêntica transmissão de acalanto, daquelas que fazem o torcedor dormir.

Eu já disse N vezes e vou repetir:

Milton Leite, por mais que se esforce, não é bom para transmitir os jogos do Palmeiras, diferentemente do que ocorre quando narra os eventos de outras equipes, mormente os bambis e, principalmente, os gambás! Falta-lhe espontaneidade!

Mas não vou censurá-lo pela transmissão sem empolgação e entusiasmo de ontem, porque o jogo em si foi um horror, fraco e desmotivado! 

Nota 6 para ML pela falta de vibração e pelo excesso de cacos que impediu-nos de identificar -na maioria dos lances- quem estava com a bola.

Noriega, considerando-se o seu estilo ameno de comentar, foi bem porque o jogo exigiu pouco em termos de opinão e, principalmente da interpretação de lances de arbitragens cruciais. Nota 7,5. 

Foram bem os repórteres, nota 7 para cada um dos dois Felipes, o Diniz e o Brizola! (AD)