COMO PREVIMOS, O SIMPLES AFASTAMENTO DE BORJA TRANSFORMOU COMPLETAMENTE O PALMEIRAS, JÁ CLASSIFICADO PARA AS SEMIFINAIS DO PAULISTINHA!
Não, por favor, não venham com aquela piada que o Palmeiras alterou a sua forma de jogar, foi mais ofensivo mais isso e mais aquilo, que atuou dessa ou daquela forma e que, em razão disso, goleou o Novorizontino.
Não, não e não. Absolutamente, não!
O Palmeiras jogou com o mesmo desenho tático de sempre com dois elementos de diferenciação.
O primeiro: jogou com mais aplicação, com mais raça e interesse.
O segundo: jogou sem Borja que há vários jogos vinha comprometendo totalmente.
O empate de sábado passado em Novo Horizonte, apesar do incômodo, disparou o alarme e fez o time descer do assento etéreo em que repousava.
A saída do colombiano tirou o ataque palmeirense do marasmo e recolocou o Palmeiras na condição de time que joga com onze jogadores e impede o adversário de atuar com doze.
O resumo do jogo é exatamente esse. O resto é a imposição do time de melhor qualidade e de muito melhores valores individuais.
Em relação à arbitragem nem tudo correu como vaticinei.
Eu imaginava uma arbitragem à beira da perfeição que assinaria um pênalti inexistente para o Palmeiras com a convalidação do Var.
Vinicius Araújo, logo de cara, ao deixar de marcar uma falta escancarada na entrada da área com agressão sobre Dudu, a partir daí passou a ser tolerante e conivente com o jogo bruto, os pontapés e as agressões do time do interior.
O pênalti inexistente pró Palmeiras (do jeito que eles sempre assinalam e a mídia justifica quando a jogada é a favor do Curica) veio no segundo tempo.
Aí (parece tudo ensaiado) vem o tal Meira Ricci na TV para dizer que o árbitro errou, coisa e tal, insinuando que o Palmeiras foi prejudicado e que os árbitros acertam e erram a favor ou contra todos os times.
É maquiavelismo demaaaaaaaais para a minha compreensão. O Palmeiras tem de continuar batendo forte nos árbitros e nas arbitragens pois, em caso contrário, morrerá nas mãos dessa cambada como vem ocorrendo há tantos anos.
Com a goleada de ontem, o Verdão já sabe que vai jogar a semifinal do Paulistinha.
O resultado não foi daqueles que se chama de "sofrente ou de "sofrência" dada a intensidade do domínio palmeirense que, definitivamente, não deu chances para o time do interior.
Após onze minutos de uma pressão incontível, o Palmeiras já ganhava de 2 x 0 e, do ponto de vista prático garantia a sua passagem para uma fase mais aguda do Paulistinha.
O time mostrava entrosamento entre as peças, sincronismo de jogo e, o que era muito mais importante, disposição e espírito belicoso para buscar a classificação.
Consequência: O Palmeiras, por seus próprios méritos, contra a FPF, contra a mídia, contra tudo e contra todos, contra a manjadíssima turma do quanto pior melhor e até contra alguns segmentos da torcida que insistem em rejeitar Felipão e pedem-lhe a cabeça, está na semifinal do Campeonato Paulista apresentando a melhor campanha entre todos os times do futebol paulista.
Sei, perfeitamente, e quem raciocina sabe também, que o time perfeito não existe, jamais existiu tanto e quanto o técnico perfeito, o jogador perfeito, o dirigente perfeito, o jornalista perfeito e até o blogueiro perfeito.
Não podemos, definitivamente, exigir que o Palmeiras ganhe tudo o que dispute e nem que seja o time perfeito porque isso é utópico, não existe. Vamos ganhar, perder e empatar em processos naturais de disputa.
Claro que é importante ganhar, levantar taças, exibir troféus e impor a presença nos campeonatos porquanto esse sempre foi, é, e será o grande objetivo do futebol.
Esta semana (respeitando todas as opiniões que divergiam da minha) me insurgi contra uma campanha que visava à dispensa imediata de Scolari.
Nós, eu você que me lê e outros que por aqui postam, nós todos criticamos o time e batemos forte em Felipão no sentido de alertá-lo em relação a alguns erros e omissões por ele cometidos.
Vários companheiros até o agrediram com palavras e expressões fortes que simbolizavam a indignação de todos os que o viam mantendo equivocadamente Borja e Lucas Lima, especialmente Borja na qualidade de titular.
Parecia que só Felipão e a comissão técnica não enxergavam essa mazela tática que nos levou à derrota contra o retrancado Curica e a empates desnecessários contra adversários de muito menor estofo técnico.
Hoje ficou provada a nossa tese relacionada à desnecessária insistência com Borja. Foi só ele sair e o time se transformou, metamorfoseou-se completamente e passou a ter o que não tinha, profundidade ofensiva, poder de ataque e a fazer o que não vinha fazendo, os gols.
Para encerrar essas considerações quero dizer que não é por tudo o que discorri que considero que os problemas do time estejam, todos eles, resolvidos, mas estou convicto de que estão, no mínimo, encaminhados. É só Felipão não ter uma recaída.
Os testes mais difíceis estão, ainda, por vir e alguns deles já nas próximas duas semanas.
FICHA TÉCNICA de PALMEIRAS 5 X 0 NOVORIZONTINO
Data: 26 de março de 2019, terça-feira Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araújo
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Evandro de Melo Lima
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araújo
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Evandro de Melo Lima
Obs: o trio não comprometeu mas marcou um pênalti pro Palmeiras, talvez para que digam que os árbitros também erram pro Palmeiras. Deixou o pau cantar solto, em cima de Dudu (jogou o tempo todo sob agressões) e de Goulart. NOTA 4 ao juiz e 6 aos bandeiras
Público: 26.706 pessoas (Ótimo) Renda: R$ 717.272,50 (Ótima)
Cartões amarelos: Cléo Silva e Dudu Vieira (Novorizontino) (só dois, seu juiz?)GOLS
PALMEIRAS: Felipe Melo (6' do 1º), Ricardo Goulart (11' do 1ºT), Gustavo Scarpa (6' do 2ºT) e 33 do 2ºT) e Dudu (17' do 2T)
TIMES:
NOVORIZONTINO:
Oliveira;
Lucas Ramon, Everton Sena, Edson Silva e Paulinho;
Jean Patrick (Dudu
Vieira), Adilson Goiano, Danielzinho (Carlinhos) e Murilo Henrique;
Felipe Marques (Paulinho Moccelin) e Cléo Silva.
PALMEIRAS:
Fernando Prass
Além de duas defesas espetaculares, comandou a defesa e garantiu a integridade do gol palmeirense. NOTA 8
Mayke
Para defender é melhor que Marcos Rocha, embora sem atacar tão bem quanto ele. Teve campo para avançar, mas obedeceu Felipão e quase não apoiou. NOTA 7.
Antônio
Carlos
Esteve muito bem, sem manter a velha escrita de sempre cometer falhas quando dos jogos decisivos. Jogou com aplicação e seriedade, sempre atento ao jogo. NOTA 7,5.
Edu Dracena
Claro que está mais lento do que no início de carreira, mas nada (ao menos até agora) que o comprometa pode ser ao menos insinuado. Joga com a experiência. NOTA 7,5
Diogo Barbosa
Inferior a Vitor Luís para apoiar e superior para defender, transmite-me mais confiança pela segurança que impõe na lateral esquerda palmeirense. Seu setor, que levara um baile de Lucas Ramon e Felipe Marques sábado passado em Novorizonte, desta vez se impôs e ganhou muito mais do que noventa por cento das disputas de bola. NOTA 7,5.
Felipe Melo
Em média, tem sido o melhor jogador do Palmeiras. Ontem não fugiu à regra, realizando outra soberba atuação. NOTA 8.
(Thiago Santos)
É o reserva versátil que todo time gostaria de ter. Não decepcionou. NOTA 7.
Bruno
Henrique
Subiu muito de produção em relação aos últimos jogos. Além de correr muito, marcar forte e cobrir com eficiência, desta vez atreveu-se mais ofensivamente, tentou várias vezes o arremate e foi o mentor intelectual do gol do gol que fechou o placar, recebendo a cabeçada "quadrada" de Artur, mas arredondando-a para a conclusão de Scarpa. NOTA 8
Ricardo Goulart
Muita luta, muita disposição, muito empenho embora se note que ele ainda não alcançou a plenitude de sua condição física. Excelente atuação na qualidade de um meia altamente técnico, insinuante, que encosta para as tabelas e tenta sempre o gol. NOTA 8.
(Lucas Lima)
Pareceu-me, ontem, um pouco mais interessado apesar de haver entrado um pouco tarde quando o jogo já estava definido. Enfiou algumas bolas, lançou outras a maior distância e efetuou um belo arremate ao gol. NOTA 7.
Deyverson
Diferentemente de Borja, além de ajudar na marcação, movimenta-se constantemente, se apresenta para as tabelas, tem presença de área, é perigoso no jogo aéreo e bom no "cabeceio" e arremata ao gol sempre que possível. Sua simples presença em campo obrigou o Novorizontino a prender seus zagueiros e seus laterais, desafogando o meio de campo e a própria defensiva palmeirense. NOTA 8.
(Arthur Cabral)
Ainda tímido e procurando seu espaço, outra vez deixou a sua marca ao participar do lance do quinto gol, escorando de cabeça uma bola difícil, habilitando Bruno Henrique que arredondou para o arremate de Scarpa. NOTA 8.
A PERSONAGEM DO JOGO
Dudu
Muito longe de estar rendendo tudo o que sabe e pode (como destacar-se tendo Borja ao lado?)
ainda assim consegue a condição de personagem não apenas pelo gol que assinalou, mas, principalmente pela participação marcante em outros dois. NOTA 8,5.
O CRAQUE DO JOGO
Gustavo Scarpa
Disparadamente o melhor em campo. Foi uma atuação quase perfeita, fazendo lembrar os seus bons tempos de Fluminense. Ou vocês duvidam que a soberba atuação do "canhotinha" tenha sido pela ausência de Borja? Sem querer perseguir o disciplinado colombiano, mas o ataque palmeirense, ontem, (do ré mi fa sol la si) jogou por música. NOTA 9
TÉCNICO
Felipão
A reação de Felipão contra alguns segmentos parciais, arbitrários e ordinários da mídia, per si, já merece uma nota 10.
Deu pra sentir porquê precisamos sempre de Felipão ou de alguém como ele no comando da equipe?
Hoje, tenham certeza disto, em todos os programas esportivos de TV e rádio, Scolari sofrerá um bombardeio intenso e violento de críticas por não ter permitido que os jogadores do Palmeiras concedessem entrevistas no intervalo, como de costume, e ao final do jogo.
Por causa disso o acusarão de tudo, de grosseiro, antipático, malcriado, anti profissional, de velho, de arcáico, de superado e de tudo o mais que queiram.
E usarão isso para que não sejam obrigados a elogiar o time que odeiam, os jogadores que não toleram e o técnico que os enfrenta, depois da mais perfeita performance de qualquer dos times que disputam o Paulistinha.
O tempo dos programas será (todo ele) usado para críticas e para desviar a atenção do público em relação ao time de melhor campanha deste campeonato.
NOTA 10 a Felipão por sua conduta extracampo, e NOTA 8 por seu trabalho de campo.