Observatório Alviverde

09/05/2017

DECLARAÇÃO ATRIBUIDA A MATTOS: "CUCA NÃO É UM TÉCNICO DE GRUPO!"



Ontem almocei com um repórter amigo aqui em Belo Horizonte. Entre tantos assuntos conversados foi inevitável falarmos da volta de Cuca ao Palmeiras. 

No auge da troca de conversa fiz questão de dizer o que já disse tantas vezes neste espaço e não me canso de repetir:

O formidável e aguardado retorno de Cuca, técnico campeão brasileiro pelo Palmeiras e com o Palmeiras em 2016, não significa, necessariamente, que o Verdão será Bi como imaginam alguns incorrigíveis fanáticos que consideram a troca de treinador uma panaceia. Efetivamente, não é!

O retorno do controvertido treinador, mesmo não sendo uma aposta, me traz muitas dúvidas e incertezas em relação a sua próxima performance, a julgarmos pela forma esquisita e completamente fora dos padrões como Cuca deixou o Verdão no final da última temporada.

Ou você acredita na "conversa mole para boi dormir" segundo a qual ele iria descansar, dar um tempo e dedicar-se à família? 

Só inocentes, imaturos ou gente que não raciocina com o cérebro, somente com o coração, acredita nessa falácia!

O que conversei com meu amigo repórter de BH (ele é muito bem informado), confirmará no final da postagem que todos os que pensam como eu não estão enganados por olhar com uma certa dose de realismo e ceticismo a conquista de títulos que muitos já antecipam como líquido e certo. 

Líquido e certo, em meu entendimento, se pode contar por enquanto com a melhora do time técnica, física e espiritualmente. O resto, se vier, virá por acréscimo e como consequência.


Em primeiro lugar há que discutir a personalidade de Cuca.

Quem desconhece as suas tantas manias, costumes e superstições?

Quem não sabe que ele não leva desaforo (de ninguém) pra casa?

Como ignorar que ele defende intransigentemente a independência de seu ofício contra aqueles que queiram ou tentem interferir em seu trabalho?

E o faz com muito denodo e ênfase, sustentando, se preciso, guerras verbais com superiores, subalternos ou com quem quer que seja.

Lembrem-se, todos, que o regime centralizador de Nobre já não existe mais e que o Palmeiras está sendo movido a palpites e interferências diretas ou indiretas de sócios, conselheiros e até das organizadas! 

Como Cuca, real, verdadeiro, contundentemente franco, suportará ou transporá esses obstáculos?

Portador de tantas manias, a maioria construtivas, outras nem tanto, verdade seja dita, Cuca é daqueles treinadores trabalhadores, dotados de capacidade, conhecimento e carisma...

Todo mundo sabe que, em razão disso ele tem o condão e o poder de mudar o fácies e o esquema de qualquer time de futebol, por mais humilhado que esteja, retirando-o da mediocridade técnica e do fraco rendimento, transformando-o em time de ponta e de nomeada. O currículo dele mostra claramente tudo isto!

Então, por quê estou sendo tão metódico, sistemático e cartesiano em relação ao ano de Cuca no Palmeiras ?

Considerando-se que se trata de um treinador extremamente caro e desgastado com vários segmentos e com muitas pessoas importantes do clube, será que ele encontrará o mesmo ambiente e a mesma liberdade do ano passado para impor o seu trabalho?

Fique bem claro que tudo o que digo nada tem a ver com a capacidade, com o notório saber de Cuca, com sua imensa experiência, com sua indesmentível capacidade de gerir elencos de estrelas e com o seu potencial para dirigir qualquer clube do planeta, a Seleção, inclusive!

Da mesma forma não estão embutidos em minhas observações quaisquer sentimentos de antipatia, reprovação ou pessimismo. 

Digo-lhes, até, que a minha expectativa de um trabalho de amplas proporções e conquistas seria plena, houvesse ele continuado sem interrupção o seu trabalho de 2016 para 2017 sem o hiato medíocre e melancólico imposto pela vinda do estudioso, trabalhador, porém neófito, inexperiente e de tão pouco carisma, Eduardo Batista.

Tenho visto, ouvido e lido muitas "estórias" relatadas pela mídia abordando justamente esse tema das rusgas e das arestas decorrentes das relações de Cuca em sua passagem pelo Verdão.

Sei que a mídia carrega demaaais nas informações e até denuncia uma suposta manifestação aética de Cuca...

Ele "teria aproveitado o seu prestígio de campeão brasileiro para derrubar um jovem treinador e arrebatar-lhe o posto". 

Nunca vi tanta bobagem ser divulgada em rádio, tv, jornal, revista e principalmente na Internet. Que mídia!!!

É óbvio que a maioria exagera simplesmente porque não quer ver o Palmeiras chegar ao Bi e em razão disso a "tchurminha anti" faz de tudo para manter aceso o fogo da discórdia nas entranhas palmeirenses porque sabe que pode atrapalhar a vida do novo treinador e as suas relações dentro do clube. 

Voltando ao assunto do almoço, o repórter belorizontino falou-me de uma ligação estreita, verdadeiro canal de comunicação, existente entre Mattos e JK. Pode? Informou que os dois são amicíssimos, quase carne e unha!

Disse-me, também, que o famigerado cronista (linguarudo curicano, para quem o Paulistinha em um passe de mágica tornou-se, novamente, o Paulistão), teria publicado uma frase (o repórter garantiu-me que ouviu! Você ouviu? Eu não ouvi) em que Mattos lhe teria dito que "Cuca não é treinador de grupo"!

Isso, definitivamente, explica a saída do treinador e parece confirmar o meu receio de que deixaram Cuca sem alternativas na hora da renovação que acabou falhando e não acontecendo.

Esse novo ambiente que Cuca terá de superar é, efetivamente, aquilo que me mais preocupa!

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