Observatório Alviverde

28/10/2017

A PACIÊNCIA PODE SER A GRANDE ARMA DO PALMEIRAS CONTRA A RETRANCA DO CRUZEIRO!


Há muitos anos assisto aos clássicos Cruzeiro x Palmeiras, jogos, via de regra, de ótima qualidade em que sobram rivalidade, disposição, espírito de luta e disputa.

Na mesma medida também são muito equilibrados, extremamente duros e difíceis para ambos os times sob quaisquer situações, circunstâncias ou números.


Da primeira à segunda academia palmeirense pode-se dizer que quase todos os times palmeirenses sofreram bastante, com raríssimas exceções, quando tiveram de enfrentar o Palestra Mineiro, fosse  em São Paulo, BH ou qualquer estádio ou cidade em que se encontraram. 


Na realidade, o Cruzeiro, por pior que esteja, sempre cresce e se agiganta quando joga contra o Verdão.

Apesar do leve domínio cruzeirense no cômputo geral da história dos confrontos, há que se realçar o enorme equilíbrio ainda reinante.

Como espectador antigo e privilegiado de Palmeiras x Cruzeiro, a que assisto ao vivo ou pela TV desde a década de 60 e cheguei a narrar muitos pelo rádio posso garantir-lhes o seguinte:

em que pese o equilíbrio de forças prevalente na maioria dos confrontos, o Cruzeiro consegue se impor na maioria dos jogos por obra e graça de seu imenso respeito ao Palmeiras, por sua grande dedicação e aplicação nos jogos, tanto e quanto seus extremos cuidados defensivos, atuando sempre na retranca.

Na verdade, toda a vez que enfrentou o Verdão, ressalvadas raríssimas exceções de alguns jogos, o time mineiro acostumou-se a povoar o meio de campo, a jogar como time pequeno, recuado, sempre atraindo o Palmeiras para que seus jogadores, possam ter campo e espaço para exercer o poder devastador do jogo de contra-ataque.

Então, sempre que se encontra com o Verdão, o Cruzeiro faz questão de atuar assim, sem abrir mão de uma postura de time pequeno. O resultado é que, na maioria absoluta das vezes, tem levado vantagem, superando o Verdão!

Se quiser dispor das maiores chances de vencer 2ª-feira e ficar vivo para disputar a liderança com o Curica, Valentim, prioritariamente, vai necessitar de uma defesa muito forte, muito bem postada e guarnecida em que, em determinadas situações, até abdique de atacar, esperando que partam dos mineiros tal iniciativa.

O Cruzeiro de Mano Menezes, a exemplo do Curica de  Carille, deixa a desejar quando tem de tomar a iniciativa do jogo. Esta, em meu entendimento, é a grande chave para a vitória do Verdão. 

Esperar com paciência as iniciativas do adversário e, a partir da exploração dos jogadores de bom pique que tem no ataque, aplicar o mesmo veneno dos mineiros, matando-os no contra-ataque é a tática ideal para o Verdão.

A não ser que "o melhor ataque do Brasileiro" consiga se impor logo de cara abra não apenas a contagem, mas a própria retranca cruzeirense.

Uma análise superficial da história dos Palmeiras x Cruzeiro em Campeonatos Brasileiros evidencia que todas as vezes em que a habitual retranca cruzeirense não funcionou, ou. em contrapartida o ataque palmeirense funcionou, o Verdão impôs placares que o Cruzeiro só uma vez conseguiu impôr ao Verdão em toda a história do jogo.

Nos tempos do Onça, década de 30, o Palmeiras goleou o Cruzeiro duas vezes por 4 x 2 e 5 x 1 em plena BH. 

Em 70, o Palmeiras, já pelo Brasileiro, goleou: 4 x 2. Em 97, aplicou 4 x 0 e em 2008, um exagerado 7 x 3 em jogo que valeu pelas quartas-de-final da Mercosul de 1999. 

Há jogos nos quais um time precisa, primeiro, estar forte no ataque, fazer os gols necessários e garantir a vitória. 
 
Há outros nos quais o time tem de, em primeiro lugar, não sofrer o gol e, só depois tentar marcá-lo, objetivando a vitória, procurando atuar aproveitando os erros do adversário.

Contra o Cruzeiro, depois de amanhã, e, contra o Curica, no domingo subsequente, 05 de novembro, o Palmeiras precisa ter humildade para fazer o jogo da espera e, principalmente, da paciência, sem qualquer dúvida a melhor forma de enfrentar e derrotar os times retranqueiros. (AD) 

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