Observatório Alviverde

15/11/2010

DESDE A DÉCADA DE 50 QUE ACOMPANHO O FUTEBOL. SEMPRE FOI ASSIM, NO TEMPO DO RÁDIO, DO JORNAL, DA REVISTA, DO RÁDIO E, AGORA, DA TV: SE O PÊNALTI FAVORECE OS GAMBÁS, O JUIZ ESTÁ SEMPRE CERTO, AINDA QUE TENHA ERRADO! SE O PÊNALTI É CONTRA ELES, O JUIZ ESTÁ SEMPRE ERRADO, AINDA QUE TENHA ACERTADO! COMO PREVI, O PRESIDENTE DO CRUZEIRO FALOU MUITO MAIS CONTUNDENTEMENTE DE RICCI DO QUE BELLUZZO DE SIMON, MAS A IMPRENSA NÃO DISSE NADA, APENAS UMAS POUCAS PALAVRAS DE REPROVAÇÃO. PERRELA AFIRMOU EM ALTO E BOM TOM, EM CADEIA NACIONAL, QUE A ARBITRAGEM FOI COMPRADA, NA MAIS PESADA ACUSAÇÃO DOS ÚLTIMOS ANOS CONTRA A IDONEIDADE DO FUTEBOL BRASILEIRO. CHAMOU O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ARBITRAGEM DE PICARETA E O ÁRBITRO DE FILHO DA PUTA! ENTRETANTO A IMPRENSA PERMANECE CALADA E NÃO PARECE TER VONTADE DE AVERIGUAR NADA DO QUE DISSE O DIRIGENTE! TODOS PERMANECEM MUDOS PARA NÃO ATRAPALHAR A CAMINHADA DOS GAMBÁS RUMO A MAIS UM TÍTULO MANCHADO! DEPOIS DO SWEITÃO, DE MÁRCIO REZENDE E COMPANHIA, AGORA É A VEZ DO SANDRÃO 2010!

 

Não, não vou tratar do jogo em Goiânia em que perdemos por 3 x 0 e poderíamos ter perdido por mais.

Nosso time de baixotes e jogadores de pouco físico esbarrou no time de galalaus  do Atlético GO.

Ver aquele time e ouvir o narrador escalado pelo Sportv (Oh, dor no saco) era demais para o meu áudio-visual.

Preferi assistir ao calvário do Flu, dirigido pelo "melhor técnico do Brasil", HA-HA-HA-HA-HA.

Uma coisa é dirigir um time que ganha nos bastidores, outra é dirigir um time que ganha no tribunal!

 

Acontece que acabo de ver o Arena Sportv.

Deu-me asco!

Não foi à toa.

Explico porquê!

 

Pênalti à parte, o Cruzeiro foi garfado, operado, estuprado, escolham o termo que quiserem.

Então Ricci, opinião unânime da mesa, deixa de marcar ao menos dois pênaltis contra o Corinthians e eles dizem que a arbitragem foi boa?

Elogiam o árbitro, tecem loas ao seu trabalho por assinalar um pênalti "mandrake" que, como eu disse, só é marcado quando se trata de favorecer Flamengo, bambis e gambás?

Por quê elogiaram um árbitro que deixou de marcar dois penais claros para um time e um discutível para o outro?

 

Hoje, na Globo Minas, a  produção colocou no ar o lance ao qual me referi ontem, que a temerária produção do Sportv não teve a dignidade ou a coragem para colocar no ar.

Foi o pênalti, a que me referi, no Wellington Paulista.

Márcio Rezende de Freitas (aquele) disse que existiu.

Ele viu e relatou o prejuízo do Cruzeiro, mas concordou que houve o pênalti sobre Ronaldo.

Da mesma forma como Marsíglia!

Mas, no Brasil, quem acredita em Márcio? Quem acredita em Marsiglia?

Só a Rede Globo!

 

Voltemos ao lance do suposto pênalti em Ronaldo.

Quando colocaram a segunda câmera ficou claro e explícito tudo o que eu disse:

(SIC)

Não existiu porque o zagueiro do Cruzeiro saltou em direção à bola e não ao corpo de Ronaldo.

Foi Ronaldo quem fez a parede. O choque seria inevitável.

Ademar salientou que o zagueiro cruzeirense saltou de olhos fechados.

Se ele atingiu Ronaldo, também foi atingido por Ronaldo que o empurrava com as costas.

Na verdade um empurrou o outro na disputa aérea pelo espaço e pela melhor posição, nada mais do que isso.

 

Se pudesse existir alguma dúvida agora não tenho mais nenhuma.

Noriega (respeito-lhe a opinião, mas não concordo), disse que Ronaldo já houvera amortecido a bola com o peito quando sofreu a carga.

Não foi nada disso.

Houve uma simultaneidade de ações entre a chegada da bola e a chegada do zagueiro, torto, espichado, cabeça para a frente.

Ronaldo ainda não tinha a posse de bola.

Lutava para equilibrar-se e para matar a bola no peito.

Como dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, Ronaldo "abriu as asas" e, ninguém disse isso, projetou o braço esquerdo, em pleno ar, em direção ao beque cruzeirense.

Não o atingiu porque a cabeça de Gil e a precipitação do zagueiro ao solo tiveram mais velocidade.

Como as cargas costais são imperceptíveis, ninguém disse que Ronaldo forçava o corpo em direção ao zagueiro.

Dizem, apenas, que ia para matar a bola.

Não chegaram ao cúmulo de dizer que ele já havia dominado a bola?

Ninguém disse que o choque ocorreu na disputa pelo espaço e que ambos estavam em pleno ar no momento da colisão.

A imagem mostrou o choque em pleno ar.

Enfim, fosse o Palmeiras o protagonista, quase todos daquela mesa iriam, sem nenhuma dúvida, afirmar que o pênalti não aconteceu.

Já nos acostumamos a isso.

 

Meu asco em relação ao programa de hoje não se prende ao apresentador, aos debatedores em si e nem às opiniões emitidas.

Opinião, cada qual tem a sua e todas, e mesmo as estúpidas, têm de ser respeitadas.

O que incomoda é o fato de as pessoas serem convenientes na hora de opinar.

Para dizer " foi pênalti, ponto", ficam argumentando infinitamente, indo pra lá de Bagdá.

Analisam o jogo inteiro, falam dos pênaltis sofridos pelo Cruzeiro, porém apenas  en passant, sem profundidade de análise e contundência nas palavras, ao relatarem os graves erros contra o Cruzeiro, que consideram de somenos relevo e importância.

Só após múltiplas justificativas antecipadas, é que chegam à afirmação apoteótica e festejam: " O pênalti existiu, sim e o árbitro, como disse VaseLino tem de ser condecorado pelo que ele viu e  nós não conseguimos ver, nem com o auxílio das câmeras". HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Essa é uma frase antológica que vai para os anais da história da tv brasileira. 

 

Aliás, em matéria de construção de muros, Lino é o melhor empreiteiro verbal do Brasil.

Se perder o emprego no Sportv, tem mercado aberto em Belo Horizonte, de preferência na Globo Minas, Rádio Itatiaia ou "Estado de Minas".

Usou a surrada metáfora jurídica "os juízes não fazem justiça, aplicam a lei" para justificar o pênalti que, confessou, ele mesmo não  marcaria.

Frisou, enfaticamente, que por si, queria justiça, mas  que o juiz, corretamente, aplicou a lei.

Alguém consegue entender ?

Se ele próprio, por suas próprias palavras, não marcaria o pênalti, como é, então que afirma, peremptoriamente, que o juiz está certo?

Isso é linguagem de psiquiatra? Ou assunto para psiquiatra?

Ou seria o que os loucos chamam de constatação fictícia?

Existem duas verdades?

Ou seria, só, meia-verdade?

Cadê o bom-senso, a clareza, a objetividade, a realidade, o pragmatismo, o realismo?

Já chega de fantasias, de metáforas ou de outras figuras de pensamento ou de linguagem!

Cadê a consciência, a argumentação com consistência, cadê a coerência?

O que ele disse é coisa de doido, varrido!

 

Oscar Ulisses, como sempre, foi ambíguo e cauteloso na análise.  Fez uma baita média com os Gambás. Está em seu DNA. Tem para quem puxar!

Cavalcanti, meu velho conhecido, foi correto ao dizer que o pênalti não existiu, mas ele entende muito mais de F1 do que de futebol.

O que faz em um programa de debates sobre futebol?

 

Havia um quarto participante, de sotaque carioca, cujo nome desconheço.

O Sportv tem o péssimo hábito de não dar o necessário crédito referente aos comentaristas e convidados dos programas. Se o apresentador não falar, ninguém fica sabendo.

Esse carioca, talvez pela origem, foi um pouco mais objetivo na análise, e é assim que deveriam ser as coisas.

Foi um debate  desnecessariamente longo, prolixo, que não teria mais do que meia hora (quando muito) de duração, houvesse sinceridade e objetividade dos participantes.

Por isso, desisti de assistir a ele. ( o "a ele" é corretíssimo, como me ensinou pessoalmente um dia o inesquecível Ayres da Mata Machado)

 

MINIMIZARAM AS DENÚNCIAS DE PERRELA

Na história recente do futebol brasileiro, não me lembro de críticas tão pesadas e contundentes de um dirigente quanto as proferidas pelo presidente cruzeirense.

O pior, em circuito nacional, em cadeias de rádio e tv.

Em vez de fazerem o que fizeram com Belluzzo por questões muito menores, os cagões da imprensa ficaram, convenientemente, quietos e não repercutiram os fatos.

Averiguar as denúncias de Perrela? Nem pensar!

Ele chamou o árbitro de filho-da- puta, ( Belluzzo,não), chamou o juiz de safado, disse que Sérgio Correa era picareta (Belluzzo, não) insinuou que o adversário comprou a arbitragem (Belluzzo, não) .

Em resumo, cometeu delitos muito maiores do que o presidente do Palmeiras, mas a imprensa fechou os olhos e fez ouvidos de marcador.

Permanece muda, calada, silente…

Belluzzo foi execrado porque reclamou de um lance claro e cristalino num dos maiores "roubos" como se diz em bom futebolês, da história do futebol brasileiro.

Foi uma jogada de craque, de mestre, maquiavelíssima, pois, ao mesmo tempo em que tirou o Palmeiras da rota do título, salvou o Flu da degola e encaminhou o Flamengo para o título.

Fizeram programas inteiros na TV, principalmente na ESPN para incriminar o presidente do Palmeiras, conhecido por sua fleuma, cordialidade e cavalheirismo.

Em vez de falarem sobre o erro clamoroso de Simon e dos prejuízos do Palmeiras, abriram, criminosamente, as baterias contra Belluzzo e abafaram o erro arbitral.

Agora, em circunstâncias muito mais sérias, pois envolve a honorabilidade não apenas de um árbitro, mas do presidente da comissão de arbitragem e, por extensão,  do próprio futebol brasileiro, pouco ou nada falam a respeito da conduta reprovável do presidente cruzeirense.

É, principalmente por isto, que manifesto o meu nojo e a minha reprovação para com o programa do Sportv.

Um pequeno exemplo da conduta costumeira da mídia, de dois pesos e duas medidas em relação ao Palmeiras.

Os gambás, forçoso é reconhecer, tem time suficiente, sim, para ganhar o Brasileiro.

Com o reforço constatado da maior parte da mídia e dos árbitros é de se perguntar:

Por que e para que realizar-se as rodadas finais do Brasileirão?

 

E, depois, os caras vem à público para dizer que tudo não passa de mania de perseguição ou de " teoria da conspiração".

Eles acham que nós, palmeirenses, não passamos de trouxas.

Trouxas são eles, que pensam assim!

O presidente do Cruzeiro denunciou, abertamente, escancaradamente, pra o Brasil inteiro ouvir, que tem maracutáia.

Mas eles continuam indo ao ar e afirmam que duvidam que isso exista.

Burros somos nós, ou eles?