Observatório Alviverde

08/05/2010

PALMEIRAS 1 X 0 VITÓRIA. ESTA É A MINHA ANÁLISE. DEIXE, VOCÊ, TAMBÉM, O SEU COMENTÁRIO SOBRE O TRIUNFO DO VERDÃO.

O JOGO
1 X 0 não refletiu a superioridade palmeirense sobre o Vitória, mas fez justiça ao time que se comportou melhor dentro de campo.
O PALMEIRAS, TATICAMENTE
O Palmeiras adotou um 4-4-2. Conseguiu se resguardar defensivamente, e dominar a meia-cancha, mas, mesmo escalando seus atacantes mais experientes não conseguiu impor o jogo ofensivo. Usou muito as laterais do campo no trabalho de apoio dos alas. No primeiro tempo jogou mais com Vitor e no segundo, mais com Pablo Armero.
O VITÓRIA, TATICAMENTE
O Vitória armou um time bem defensivo. Montou duas linhas de quatro e só teve à frente Júnior e Élson, que também recuavam para marcar. Foi uma tática idêntica a usada pelo Palmeiras contra o Atlético em Goiânia e o vitória também perdeu por 1 x 0.
SITUAÇÕES DE GOL DO VITÓRIA
O Vitória criou, apenas, duas ou tres situações ofensivas de perigo, apenas no primeiro tempo. A principal delas foi uma cabeçada de Júnior magnificamente defendida por Marcos. Além desse lance, Júnior fez duas tabelas com Elkeson mas em ambas as oportunidades arrematou para fora.
SITUAÇÕES DE GOL DO PALMEIRAS
O Palmeiras teve chances aos 8 do primeiro tempo, cabeçada de Lincoln para fora, aos 20 numa cabeçada de Léo que passou raspando. Depois disso só voltou a apertar o adversário no segundo tempo quando Robert perdeu um gol incrível por volta dos 10 minutos que o abalou pelo resto do jogo, obrigando Zago a substituí-lo. Aos 15 Ewerthon sofreu penalti e Zago pediu para Robert cobrar a fim de recuperá-lo psicologicamente. Ele o fez corretamente e bateu muito forte, mas Viáfara defendeu espetacularmente. O gol salvador só foi marcado aos 33 minutos quando Cleiton Xavier lançou Lincoln que invadiu pela meia esquerda e arrematou de primeira quase que na pequena área, na antecipação, batendo fraco, mas o suficiente para tirar a bola do alcance de Viáfara e manda-la para as redes. O Vitória teve o seu zagueiro Wallace expulso no lance do penalti e passou a jogar com dez.
NO FIM DO JOGO, VERDÃO SÓ TOCOU BOLA
Com o final do jogo se aproximando e com o placar favorável, o Palmeiras, como sempre acontece, passou a tocar a bola para os lados, não atacou mais e abdicou de jogar, embora com um homem a mais. O velho filme se repetiu, embora desta vez até se justificasse pela necessidade da manutenção do 1 x 0 contra um time muito perigoso e difícil de ser batido.
O PONTO ALTO DO TIME
A defesa, hoje, de longe, é o ponto alto do time do Palmeiras. Talvez pelo fato de ter sido um grande zagueiro, se há um setor que Zago conseguiu encaixar é a defesa. Muito bem postada, muito bem posicionada, com um bom senso de cobertura, a defesa tem cumprido bem o seu papel no decorrer dos últimos jogos e tomado pouquíssimos gols. Ontem pela primeira vez jogávamos sem Danilo e, ainda assim, o time portou-se muito bem mesmo com a ausência daquele que era o principal jogador do setor. Se há um setor pronto no Palmeiras, certamente é a defesa.
INDIVIDUALMENTE
Marcos foi o São Marcos de sempre e quando foi exigido, salvou o time. Vitor, o estreante, mostrou qualidades ofensivas mas está sem ritmo de jogo. Léo, ótimo. Edinho, ótimo. Armero o melhor da defesa e um dos melhores em campo.
O MEIO-CAMPO
O setor, como um todo, funcionou muito bem, sobretudo do ponto de vista defensivo. Pierre, no ritmo de sempre, foi bom, no desarme. Desta vez maneirou nas faltas e não levou cartão-amarelo. Márcio Araújo ótimo, não errou passes. Cadenciou o jogo e foi sempre um homem de desafogo em seu setor. Cleiton Xavier, bem, embora longe de ser o grande jogador que conhecemos. Ainda assim criou as nossas melhores jogadas ofensivas e lançou a bola para Lincoln fazer o gol. Lincoln é craque, mas não aguenta correr o tempo inteiro. Tem de ser usado mais em função da inteligência do que da força. É assim que ele, devagarinho, jogo a jogo, vai se recondicionando. Mais uma vez, foi decisivo. Com Lincoln em campo. ninguém lembrou de Diego Souza.
O ATAQUE
Ewerthon esteve apagado no primeiro tempo e foi brilhante no segundo, tabelando constantemente, penetrando e se deslocando pelo flanco direito para abrir a zaga baiana. Robert esteve mal, sem auto-confiança. Perdeu um gol incrível embaixo das traves livres e como consequencia psicológica perdeu um penalti em que bateu bem na bola, porém telegrafando o lado. Não deveria ter cobrado a penalidade.
OS QUE ENTRARAM
Paulo Henrique entrou aos 24 do segundo tempo no lugar de Robert. Embora não tenha sido brilhante, sua entrada fez Ewerthon subir muito de produção. Paulo Henrique ficou mais dentro da área e Ewerthon pode então procurar jogadas e tabelas vindo de trás, como é a sua característica. Vinicius entrou aos 31 do 2º tempo e, como sempre, pouco ou nada fez. Melhor que ele, sem qualquer dúvida, é Bruno Paulo, que, não se sabe porquê, sequer é relacionado para os jogos. Vinicius, prata da casa, muito novo, tem de ser aproveitado aos poucos no time principal, mas há outros jogadores que também merecem oportunidades. Marcos Assunção entrou aos 43 para ganhar o bicho integral e para permitir que Lincoln fosse aplaudido em sua saída de campo. Não teve tempo para aparecer.
ARBITRAGEM
O árbitro Péricles Bassols, carioca, da Fifa, esteve bem na condução do jogo, incorrendo em alguns erros de inversões de faltas, sendo excessivamente rigoroso na aplicação do cartão amarelo a Edinho. O bandeirinha Ediney Mascarenhas que correu em frente a arquibancada coberta, assinalou dois impedimentos inexistentes do ataque do Palmeiras que poderiam ter redundado em gol e foi o destaque negativo do jogo.
MORAL DO JOGO O Palmeiras dominou, territorialmente, e foi melhor do que o Vitória. Criou muito mais situações de gol, perdeu um penalti, mas sofreu muito para conquistar a vitória magra por 1 X 0, porque não tem atacantes decisivos e nem grandes chutadores. Se não melhorarmos a nossa produtividade ofensiva ou encontrarmos atacantes que façam a diferença vamos cumprir, apenas, uma campanha mediana neste Brasileirão.