Observatório Alviverde

15/03/2012

PALMEIRAS 1 X 0 CORURIPE. O JOGO DE UM LANCE SÓ!

 

Os produtores de TV nunca tiveram tanto trabalho para escolher os melhores momentos de um jogo.

O Palmeiras X Coruripe, jogado no “Rei Pelé” em Maceió, foi de uma pobreza de jó. Até rima!

Ah, eu ia esquecendo, perdido na mediocridade do espetáculo, que o Coruripe quase empatou o jogo. Tomamos sufoco de novo!

Foi em um chute â meia altura que poderia ter entrado rente o poste esquerdo, mas Henrique salvou, sobre a linha. São Henrique!

Foi um daqueles lances em que o zagueiro está no lugar certo, na hora certa. E, melhor, acerta!

A turma da TV garantiu que Deola não chegaria a tempo de deter ou desviar  a trajetória a bola e evitar o gol. Penso diferente!

Difícil mensurar, mas Deola estava atento, solerte, ligado e saltou no tempo da bola! Henrique o antecipou.

Méritos e homenagens a Henrique, sem qualquer favor ou proteção, a expressão superlativa do jogo em Maceió.

De uma de suas arrancadas como elemento surpresa, surgiu o primeiro e único gol do Palmeiras, logo no início do jogo.

Em meu entendimento foi a única jogada decente e correta do time do Palmeiras em 90 minutos de um futebol lento, arrastado, amarrado em que a boleirada parecia jogar com o freio de mão puxado. Um horror!

O início do Palmeiras foi animador. Com o gol marcado logo e cara,   esperava-se, se não a goleada de seis sobre o Botafogo em Ribeirão, mas um jogo que fosse resolvido rapidamente com, no mínimo, a diferença regulamentar que evitasse o segundo jogo marcado para Jundiaí dia 22.

Mas a velha mania de sentar sobre a vantagem manifestou-se mais uma vez e deu no que deu. Foi visível a acomodação do time após o primeiro gol,

Sem jogar pelos flancos, sem jogadas de linha de fundo, sem projetar os laterais, jogando muito pelo miolo, o Palmeiras fazia o já conhecido jogo do caranguejo.

Tocava a bola sempre para trás ou para os lados sem qualquer objetivo ofensivo ou qualquer resultado prático.

Isso favorecia o sistema de marcação e a retranca do time alagoano que teve pouco trabalho e poucas vezes viu-se ameaçado.

Maicon Leite fez ontem uma de suas piores partidas com a camisa do Palmeiras.

Começou aberto pelo lado esquerdo mas, depois, imaginou-se um centro avante e perdeu-se, completamente, no meio da zaga do Coruripe.

Daniel Carvalho, em que pesem sua categoria, seu talento e experiência, bem como a sua  participação efetiva e categorizada no lance do gol que definiu a vitória, atuou em uma faixa restrita de campo e só jogou com a bola nos pés.

Barcos, apesar do golaço que assinalou, teve a sua atuação prejudicada pela falta de espaço, pois o Palmeiras congestionou o miolo e embolou o ataque. O setor foi dominado, completamente, pela defesa do Coruripe.

No Palmeiras, todo mundo parecia querer jogar de centro-avante. Barcos, inteligente, procurou sair da área para procurar o jogo, mas poucas vezes recebeu a bola em condições de realizar boas jogadas ou de arrematar.

Barcos que ao lado de Henrique foi dos poucos que queriam jogar com aplicação e seriedade, teve a sua atuação prejudicada pela postura de acomodação de quase todo o time que, visivelmente, se poupava,  em razão do forte calor de Maceió.

Em resumo, eu salvo da mediocridade geral Deola, Araújo, Barcos, Amaro e Henrique, este, com todos os louvores, o homem que levou o Palmeiras à sofrida vitória sobre o modestíssimo Coruripe.

Henrique, o dono do jogo, por muito pouco, deixou de impedir o jogo da volta, dia 22, ao avançar em apoio ao ataque e fazer o que o ataque não conseguia, o segundo gol,

Ele recebeu um passe de Juninho e chutou no poste esquerdo do gol do Coruripe, com o goleiro batido, Consolidava-se a necessidade do jogo número dois. Pior para o Palmeiras!

Rescaldo final:

Perdemos uma grande oportunidade de ganhar com folga e proporcionar espetáculo em uma praça onde, ficou provado, o Palmeiras tem um número enorme de torcedores, aficcionados e simpatizantes.

É como eu digo sempre. Precisamos soltar as amarras dessa cultura estúpida e fora de moda que ainda prevalece no Palmeiras, a cultura da soberba, a que eu chamo de “complexo de academia”.

Precisamos colocar o gol como objetivo supremo de nossa equipe e não o famigerado toque de bola lateralizado ou para trás, irritante, exaustivo.

Já chega de jogar em marcha-a-ré.

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