Observatório Alviverde

04/05/2016

CREFISA X PALMEIRAS. AS DIFERENÇAS ENTRE AS PARTES PODEM TERMINAR NESTA QUARTA-FEIRA, 04 DE MAIO!

 
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 Que as partes possam, ENFIM, se entender!

Por sugestão do amigo blogueiro Adriano Freire da Silva, falo da tumultuada relação do Palmeiras (leia-se, Paulo Nobre) com seu principal patrocinador e parceiro, Crefisa (leia-se José Lamacchia e esposa, grandes palmeirenses).

Abordei pouco esse tema por não dispor de elementos e argumentos concretos que me levassem à uma análise técnica, real e justa de uma situação que a princípio me parece um pouco mais do que uma renhida batalha de egos e de vaidades. 

A verdade é que Crefisa e Palmeiras enquanto empresas, apresentam -reciprocamente- queixas do parceiro, numa relação absurdamente tumultuada, que foge completamente às normas que deveriam nortear o acerto. Parafraseando a música de Nelson Motta cantada por Guilherme Arantes, são "Coisas do Verdão"!

Por tudo isso abordo o assunto à luz de minha experiência e por aquilo que ditam a razão, o bom-senso e a própria sequência dos fatos que vou obtendo através de minhas observações e por tudo o que é publicado pela mídia.

Segundo a imprensa são vários os motivos decorrentes da situação, todos causados e motivados pelo clube, ocasionando a suspensão dos pagamentos já por três meses, tanto e quanto a exigência do patrocinador na elaboração imediata de um aditivo ao contrato existente entre as partes:

Queixa-se a Crefisa que tudo começou quando o Palmeiras ganhou a Copa do Brasil. 

Após derrotar o Santos, a equipe deu a volta olímpica e posou para as fotos de campeão da Copa do Brasil ostentando uma camiseta de ocasião (vestida sobre a camisa usada no jogo) que apresentava a marca Crefisa em dimensão reduzida, quase invisível a quem a olhasse de longe ou visse pela televisão.

Quando, em fevereiro, o Palmeiras jogou contra a Ferroviária, outra vez fez uso de camiseta sobreposta, desta vez ao entrar em campo, a fim de divulgar o programa de sócio-torcedor Avanti, em detrimento da marca do patrocinador.

Sou convicto, porém, de que os problemas tem várias causas, indo muito além da simples birra entre as partes ou da incomensurável vaidade de todos protagonistas, vaidade essa, aliás, que parece não caber em seus respectivos egos. Mas essa é, apenas, uma das razões dos conflitos!

Na verdade, ninguém quer ceder um milímetro que seja nessa encarniçada batalha de personalidades ainda que todos saibam que o grande prejudicado seja, afinal, o próprio Palmeiras.

Sem querer ampliar o leque dos inúmeros motivos causadores da situação, quero acrescentar um, apenas um, justamente aquele que em meu modo de entender, prepondera sobre os demais: o problema político decorrente da sucessão de Nobre.

Sem estabelecer qualquer paralelo entre a riqueza de Paulo Nobre e dos proprietários da Crefisa, creio que a influência, a importância e, sobretudo, a abastança do parceiro patrocinador deve tê-lo conduzido aos braços da oposição palmeirense que tem como objetivo apear do comando o atual presidente. 

Só isso, em sã consciência, tem o condão de explicar as atitudes do clube em relação ao patrocinador, que parecem ilógicas irracionais e desprovidas de senso.

Por tudo o que -administrativamente- realizou Nobre até agora em sua gestão, qualquer chapa de oposição, sem o apoio de alguém ou de algum grupo abastado, dificilmente vencerá qualquer chapa encabeçada por Nobre ou por ele apoiada. 

As vetustas mas ladinas lideranças palmeirenses sabem, perfeitamente, dessa verdade e para mim não será surpresa se já houverem cooptado politicamente o maior patrocinador do Verdão, ocorrendo daí as retaliações, mas essa é, apenas, uma teoria

O sinal mais evidente e revelador do que estamos dizendo foi o fato de ninguém da Crefisa (segundo noticiou a mídia) ter sido convidado ou ter marcado presença na festa da conquista da Copa do Brasil, ano passado! 

Por acaso faria, Nobre, gratuitamente uma desfeita dessa magnitude a quem tanto o ajuda e contribui para sustentar o futebol? É óbvio que não!

Tanto é verdadeira a motivação política que vem separando o Palmeiras de seu maior patrocinador que a Crefisa (se é que são fundados os tantos motivos que a empresa tem a reclamar) só faz protestar e atrasar os pagamentos do patrocínio sob esta, essa ou aquela razão, mas não passa, jamais, disto. 

Cadê que a Crefisa fala em denunciar o contrato e deixar de patrocinar o Palmeiras?

Pelo contrário, a Crefisa segue firme com o seu nome e logomarca gravados na "maglia verde" mais famosa do planeta.

Por outro lado, não houvesse -como desconfiamos- o componente político, cometeria a diretoria palmeirense tantos equívocos em série ou promoveria tantos erros e desrespeitos em sua relação com o patrocinador-master?

Reciprocamente pode-se dizer que não estivesse a Crefisa alinhada à oposição, de há muito já teria cortado relações e rescindido o seu contrato publicitário diante de tantos abusos, sempre anunciados publicamente com críticas muitas vezes fortes ao presidente, como aquela da máxima mandatária da empresa que falou até em levar o patrocínio para o Flamengo.

E, no entanto, a Crefisa não rescinde, mas, ao contrário, continua, persiste e vai em frente sem cortar o cordão publicitário que a prende ao clube, pois parece ser de seu interesse a continuidade desse vínculo, visando às próximas eleições.

Nobre, de sua parte, mantém a compostura presidencial e a dignidade do cargo. Nada diz, nada reclama e nada comenta, posicionamento aliás corretíssimo e merecedor de encômios e aplausos. 

"Al di la", o presidente vai além, muito além, pois lança mão de seu próprio capital e efetua a cobertura do montante que a Crefisa teria a obrigação de depositar na conta do Verdão, impedindo, assim, que o clube passe por necessidades.

Nobre já garantiu que não será candidato nas próximas eleições. Nem sei se os estatutos preveem essa condição, parece-me que não! De uma forma ou de outra, presidente ele não será!

Porém parece claro que Paulo Nobre participará da chapa da situação objetivando obter um cargo que o permita estar sempre perto da dinheirama que investiu na S.E.Palmeiras e que será reincorporada ao seu patrimônio paulatinamente, em suaves prestações e a juros muito mais módicos do que aqueles praticados pelo mercado.

Não quero, ao dizer isso, acreditar que ele coloque um laranja à frente da chapa que vai lançar, que, certamente, concorrerá na qualidade de favorita, mas que vai colocar alguém de seu estreito relacionamento e confiança, certamente, irá. 

Que ninguém o censure por isso em face de tudo o que realizou em sua administração, tirando o clube do buraco negro da insolvência financeira e (quem sabe) da falência!

Apesar de tantos erros palmares, sobretudo no futebol profissional, independentemente de quaisquer resultados passados, presentes e futuros, Nobre tem de ser inserido com todas as honras, no patamar dos melhores presidentes do Palmeiras.

Da mesma forma, ostentará o título de "maior mecenas" da saga alviverde ao menos desde que conheço o Verdão, da década de 50 do século passado aos dias de hoje!

Creiam, porém, há um forte componente político permeando essas tumultuadas relações entre Crefisa e Palmeiras. 

É impossível que a incompetência chegue ao ponto de o Verdão cometer as intermináveis besteiras que tem cometido, tanto e quanto também é impossível que um patrocinador torne públicas tantas broncas e demandas contra o clube que patrocina, ou como se diz na gíria, "atire caca no ventilador".

Menos mal que as demandas desta semana tiveram um transcurso ameno e sem tantas especulações com tudo levando a crer que a crise seja resolvida incontinenti, isto é, prontamente e sem maiores delongas ou filigranas.

Dizem que hoje, quarta-feira, 04 de maio, o Palmeiras assinará o aditivo contratual proposto pela Crefisa no qual haverá a inclusão e melhor especificação dos casos omissos do contrato original, a bem do bom relacionamento que tem de existir entre contratante e contratado e vice-versa.

Esperamos, sinceramente, que as partes cheguem a um consenso e que o Palmeiras possa receber imediatamente os seus três meses de cotas retidas!

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