Observatório Alviverde

20/07/2015

ONTEM, CONTRA O SANTOS, O PALMEIRAS NÃO CORRESPONDEU. SÓ CORRESPONDEU, MESMO, O RESULTADO!


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Barrios jogou contra o Santos, mas ainda não estreou!


Eu sabia que seria difícil, não tão difícil, derrotar o jovem time do Santos.

Apesar da péssima posição na tabela, o Peixe mostrou-se um time aguerrido, disposto, bem preparado fisicamente, dono de uma garra incrível e difícil de ser batido.

Francamente, imaginei (até publiquei) que o Palmeiras, se  jogasse o que sabe, teria condições de construir a vitória, se não facilmente, mas com uma certa folga. Não rolou!

O Verdão esteve longe de jogar bem e minha previsão não se materializou.

O Santos, em contrapartida, resolveu jogar tudo o que não houvera jogado até ontem no Brasileirão!

O jogo, então, transcendeu todas as expectativas e tornou-se muito mais difícil e problemático do que se supunha.

O próprio técnico palmeirense, na coletiva concedida ao final do jogo, revelou a dureza e a dificuldade que enfrentou ao declarar: 

"quando você não consegue ser brilhante, precisa ser eficiente para vencer o jogo. Foi o que fizemos. É uma vitória importante, mas um pouco mais sofrida do que deveria ser"

Então -menos mal-, concluo, que, sem produzir o bom futebol de outros jogos, o mais importante é que o Palmeiras conquistou os três pontos e ingressou, definitivamente, no bloco dos clubes posicionados no roteiro do título.

Aliás, se me permitem um desabafo, cansei de ver tantos jogos em que o Palmeiras dominava, completamente, o adversário e acabava empatando ou perdendo. 

Neste Brasileiro/2015 esses eventos ocorreram duas vezes, contra o Inter e contra o Goiás.

Jogando mais e melhor que os gaúchos, o Palmeiras permitiu um empate sobre a hora. 

Em seguida perdeu para o Goiás em pleno Allianz, embora impondo a esse adversário uma verdadeira aula de bola e dominando de 80 a 90% das ações. 

Se não houvesse perdido esses cinco pontos, o Verdão estaria, hoje, em primeiro lugar na tabela, com 30 pontos, justamente com um a mais do que o líder atual, o Galo mineiro que tem 29.

O Palmeiras, ontem, contra o peixe, foi um time muito precavido. 

Pode-se dizer, até, exageradamente precavido, porque abriu o marcador logo aos 14 minutos, e, a partir daí, objetivou,  priorizou e lutou, estoicamente, apenas pela manutenção da agenda positiva.

Arriscou-se pouco no ataque e na maioria das vezes em que tentou contra-atacar não soube fazê-lo, chegando, por isto, com pouca frequência ao gol de Vanderlei.

É bem verdade que, nas vezes em que chegou, chegou forte e mandou bem. Esteve a pique de ampliar o placar, muito mais do que o Santos, de empatar.

A partir dos 30 do segundo tempo, aquele Palmeiras de ontem, desfigurado e irreconhecível, além do vareio de bola que levou, foi muito atacado e exigido pelo Santos.

Dominado na maior parte das ações, incompetente, até, para manter a posse de bola, o Verdão conseguiu a proeza de preocupar e emudecer por largo tempo os seus 40 mil torcedores que estiveram no Allianz Parque. Foi este, o alto custo da vitória de ontem.

Tudo porque o time recuou completamente, e, teoricamente, imaginava poder matar o jogo em contra-ataques.

Entretanto, sequer conseguia o meio de campo conseguia ultrapassar para as ações de recarga, justamente pela falta de um armador à altura de suas reais necessidades.

Em razão disso, o Palmeiras esteve exposto e, pode-se dizer, a mercê de um adversário que, para a felicidade do Verdão, esteve poucas vezes a pique de marcar.

Ainda assim o Santos teve uma chance de gol claríssima aos 32 do segundo tempo com Beto Berola que fintou Lucas e fechando em diagonal pelo lado esquerdo, chutou por cima.

Teve outra, também, com Gabriel que arrematou muito forte da entrada da área, pela direita, ensejando a Prass a melhor defesa do jogo, aos 34 minutos do segundo tempo!

Perceberam agora porque, antes do jogo, escalando aquele que eu julgava o time ideal para o clássico, incluí Cleyton Xavier? 

No momento atual, na função de meia de ligação e criação, o Palmeiras não tem em seu elenco ninguém melhor do que Cleyton, embora a torcida e o time, mereçam alguém melhor !

No início da análise individual de cada jogador, quero fazer uma pergunta: 

Existe, ainda, quem tenha moral para reivindicar a saída de Prass? Torcerão, agora, os que emitiram os equivocados pontos de vista acerca do goleiro, para que ele se dê mal?

Aliás, tomei conhecimento de que Mattos tem outros planos para o gol, tanto quanto os teve em relação à dispensa de Valdívia. A desculpa em relação ao goleiro já estaria até engatilhada: "não aceitou a produtividade!" E se ele aceitar?

Lucas e Egídio, obedientes táticos, jogaram fixos e pouco apoiaram, visando garantir o resultado. 

Em razão da falta de apoio pelos lados do campo, a jogada mais forte e importante do Verdão, o time ficou acuado procurando garantir o 1 x 0.

Leandro Almeida e Vitor Ramos foram bem na destruição, mas estiveram fracos na entrega e na saída de bola, abusando da chamada "ligação direta", especialmente Leandro.

Gabriel foi o melhor palmeirense em campo embora sem o brilho de partidas anteriores. Perdeu um gol feito aos 30 do segundo tempo, chutando em cima do goleiro Vanderley.

Arouca, nervoso por enfrentar seu ex-clube e marcar ex-companheiros, rendeu abaixo do que sabe e pode. 

A entrada de Amaral, que se revela a cada jogo um jogador de grupo, proporcionou mais eficiência na marcação, mais compactação à frente da área, maior cobertura no jogo aéreo e mais calma ao setor. 

Rafael Marques, o que mais jogou e o que mais correu, cumpriu tarefas táticas muito mais de marcação e cobertura do que de apoio e de ataque, sem aparecer para a torcida. Foi o principal administrador do resultado!

Em relação a Robinho, entendi como equivoca a sua escalação. Ele não é funcionalmente, um meia armador mas um meia de aproximação.

Muitos dirão que no lance do gol ele foi o responsável pela armação da jogada, o que, reconheço, mas nos estritos limites de sua função de homem que chega, à frente do meia e atrás (ou ao lado) do centroavante.

Dudu, jogador que abusa, às vezes do jogo pessoal, a exemplo de Marques correu e se desdobrou dentro de campo. 

Quando o jogo iria ficar à feição de sua característica de puxador de contra-ataque, foi sacado para a entrada de Gabriel de Jesus. 

Jesus não entrou bem no jogo, talvez pelo fato de ter sido obrigado a acompanhar a subida dos zagueiros, tanto e quanto por sua insistência em firulas e no jogo individualizado. 

Leandro Pereira, pelas características do gol que marcou, mostrou aos precipitados que já começavam a pedir-lhe a cabeça, que é um jogador que tem qualidades individuais indesmentíveis e que está crescendo com o time. 

Fez um belíssimo gol, digno de quem conhece os segredos da função de um camisa nove e quase repetiu a dose no segundo tempo ao cabecear uma bola alçada por Robinho.

Lucas Barrios entrou aos 30 do segundo tempo, justamente no lugar de Leandro Pereira, mas sem exercer a função de centro avante, preferindo  permanecer aberto e sem função pelo lado direito do campo, esperando que lhe passassem a bola.

Desperdiçou uma boa chance de contra-ataque por falta de velocidade e de ritmo de jogo. 

A entrada do argentino naturalizado paraguaio foi, reconheça-se, um dos fatores determinantes da prevalência do Santos nos momentos finais do jogo.

O imobilismo de Barrios e seu pouco (nenhum) interesse em exercer a marcação, também contribuiu para que o Palmeiras fosse dominado e pressionado em campo.  

É óbvio que damos o devido desconto por se tratar de uma estreia, embora, de um ponto de vista prático, consideramos que ele, ainda não estreou.

Em relação a Marcelo entendo que ele acertou no atacado e errou no varejo, o que ele próprio reconheceu nas entrevistas de após jogo ao afirmar: 

"Quando a gente conseguia tocar a bola no ataque, nós éramos perigosos, mas o Santos nos envolvia muito. O Palmeiras mostrou espírito de luta, foi competitivo, mas jogou menos do que poderia".

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NA TV
Excelente a transmissão de Jota Júnior. Um perfeito audiovisual. 

Só não entendo como a Globo, a matriz continua preferindo os comentaristas-narradores ou narradores-comentaristas, que tanto lotam a paciência de todos nós, pobres telespectadores.

Jota e Linhares são (tecnicamente) melhores do que qualquer dos narradores globais, de Galvão a Kleber, a Luís Roberto ou outros de outras praças que, de vez em quando, aparecem por lá.

Muito bem, também, o comentarista Maurício Noriega, do ramo e superior aos ex-jogadores ditos comentaristas (?) que a Globo cisma em manter sob contrato imaginando que agradam o grande público.

Todos, sem isenção e fracos de português e de improviso, não passam de vergonhosos porta-vozes de seus ex-clube (AD)