Observatório Alviverde

25/10/2014

AINDA NÃO É HORA DE AFROUXAR O NÓ DA GRAVATA! PRIMEIRO É PRECISO VENCER O CU-RINTIA!


 

Sou de um tempo em que os torcedores sabiam, de cor, a escalação do Palmeiras. Os adversários, também. Ainda assim, preocupavam-se, muito mais, eles, com o Verdão, do que o Verdão, com eles.

Qualquer menino palmeirense, sabia, então, o time que iria jogar. Não havia indefinições ou dúvidas quanto às titularidades. Apenas as pontuais, decorrentes das contusões ou suspensões, mas todos, também, sabiam, também, quem eram os reservas imediatos!

Inexistia essa loucura de um time diferente a cada jogo, uma das razões mais importantes e, pode-se dizer, determinantes, de nossos últimos fracassos. 

Foi assim com quase todos os treinadores que passaram pelo Palmeiras há mais de uma década. Está sendo assim, também, com Dorival.

Fiel à filosofia do "dividir para reinar", o técnico palmeirense parece galinha em hora de "bota" à véspera de cada jogo, colocando, invariavelmente, um time diferente em campo a cada compromisso palmeirense no Brasileirão, em detrimento do entrosamento da equipe.

Hoje contra o Cu-rintia ele anuncia três alterações, entre as quais só concordo, mesmo, com a volta de Valdívia! 

Não, apenas, por sua condição de titular que volta ao posto, mas, sobretudo, por ser ele o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro da atualidade.

Discordo, frontalmente, do retorno de Lúcio, ainda que admitindo que, com uma semana de descanso, o veterano e experiente zagueiro possa ter reunido melhores condições físicas para enfrentar o rigor do jogo mais importante que o Palmeiras faz a cada ano, independentemente de posicionamento na tabela ou de qualquer outro fator.

Por que e para que mexer numa zaga -Nathan e Tóbi- que foi tão bem contra o melhor ataque do brasileiro, de boa altura, rápida, com grande poder de antecipação? Simplesmente por ser jovem? 

Ou, se esquece Dorival que seu time só melhorou e se encontrou a partir do momento em que ele começou (não que projetasse fazê-lo, mas o fez por absoluta necessidade) a aproveitar a base? 

Interessante é que Dorival só recorreu à base para solver os problemas da defesa e do meio de campo. Por que não garimpou atacantes? 

Temos carência de homens-gol, e, no comando do ataque, estamos restritos, exclusivamente, a Henrique. 

Ressalvado o mediano artilheiro atual do Brasileiro, é muita pobreza individual! Como fazer boa figuração no Brasileiro, um time restrito a um único e solitário atacante?

Creio que, do mesmo modo com que a base abasteceu o time principal em relação a zagueiros de área, laterais e meio campistas, na certa, o abasteceria, também, de bons atacantes!

Por outro lado, esta não é a hora mais propícia para o retorno direto de Diogo, que, com Dorival, joga, mais, como jogador tático de marcação e de destruição, e, menos como jogador de construção e ataque, em consonância com as suas melhores características, em flagrante desperdício de talento.

Quem ficou tanto tempo fora quanto Diogo, retorna, via de regra, sem ritmo de jogo, justamente o que não vai faltar, caso Dorival opte pela escalação de Mazinho, canhoto, driblador, muito mais rápido do que Diogo e que esteve muito bem contra o Cruzeiro.

Taticamente, não creio que o Palmeiras jogue aberto, daqui a pouco, contra a gambazada.

Do mesmo modo, tampouco acredito que o time atue, como ocorreu em BH, tão concentrado e obstinado a se defender, a ponto de abdicar de atacar. 

No primeiro turno, no Itaquerão, com Gareca,  ocorreu isso e o Palmeiras, além de perder de 0 x 2, levou um baile do Cu-ríntia!

Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, sou partidário, sim, de que o Palmeiras mantenha uma eficiente postura defensiva contra o Cu-rintia, cujo time, reconheça-se, no momento é melhor que o nosso, ainda que o jogue sem seu principal atacante, o peruano Guerrero!

O que não pode é ocorrer o que ocorreu no primeiro turno no Itaquerão e quarta-feira passada, no Mineirão, contra o Cruzeiro, em que o time só se preocupou em não tomar gols, abdicando, totalmente, de atacar.

Além de se defender com eficácia, o Palmeiras tem, também, a obrigação de partir pra cima do Cu-rintia, molestar, perturbar, incomodar e agredir, taticamente, o adversário, a fim de que o "derby" não se transforme, também, em outro jogo tipo linha contra defesa, a exemplo do que ocorreu em BH.

Palmeiras x Curintia, com o mando do Verdão, será jogado no Pacaembu, com a arbitragem de Flávio Guerra, aquele que teve coragem de marcar dois pênaltis em um mesmo jogo do Palmeiras contra os Bambis, há alguns anos, e que, depois disso, andou trancado em uma geladeira por uma sugestão, com força de ordem, da diretoria do SP. É uma ótima indicação!

Já chegam a 25 mil os ingressos vendidos para o jogo de hoje, mas, pelo movimento, até agora, não creio que o público ultrapasse, muito, a casa dos 30 mil.

Antes de fechar este post, há que se colocar um derradeiro aspecto, muito importante, referente ao Palmeiras.

Com o ponto obtido em BH e os resultados paralelos, Dorival, a diretoria, o elenco e a torcida do Palmeiras, parecem ter afrouxado o nó da gravata que comprime o nosso pescoço, mas é muito cedo para que se pense assim.

Na verdade, o Palmeiras ainda não está livre da perspectiva de rebaixamento e uma derrota para a curicada, esta tarde, agrava, e muito, a situação do Verdão.

Os adversários diretos do Palmeiras no rebolo para a fuga do descenso, vão, todos, jogar em casa, exceção feita ao Bahia, 31 pontos, que joga em Porto Alegre contra o Inter.

Na hipótese do Palmeiras perder, marca passo nos 35 pontos, o que é, perfeitamente, possível porque enfrentamos o nosso maior adversário, vejam o perigo que corremos.

A Chapecoense, empatada em 35 pontos com o Verdão, nesse caso, precisaria, apenas, de um empate contra o Santos, no Indio Condá, para ultrapassá-lo.

O Coritiba, 32 pontos, se vencer o Grêmio no Couto Pereira alcança o Verdão nesse quesito, embora perdendo em número de vitórias, transformando-se em um concorrente ainda mais incômodo.

Já o Vitória, 31 pontos, recebe, no Barradão, o lanterna, o Criciuma. Se o Palmeiras não fizer a lição de casa, contra o Cu-rintia, qualquer resultado nesse jogo será prejudicial ao Verdão. 

Um triunfo do Vitória o colocaria nos calcanhares do Palmeiras com 34 pontos. Uma vitória do Criciúma eleva o time catarinense a 32 pontos, isto é, muito próximo do Verdão, enquanto um empate, o resultado menos ruim, aproxima as duas equipes em relação ao Palmeiras.

O Botafogo, 30 pontos, faz o clássico contra o Fla. Se vencer, encosta, perigosamente, no verdão.

DEU PRA SENTIR O TAMANHO DA "RESPONSA" QUE PESARÁ ESTA TARDE SOBRE O TIME DO PALMEIRAS?