Observatório Alviverde

17/04/2011

OS EQUÍVOCOS DE FELIPÃO!

 

Muitos não vão concordar com o que penso e até dirão que me comporto como um comentarista de resultado pelas críticas que farei a Felipão.

Não, não é por aí.

Eu seria, sim, um incoerente, se elogiasse, hoje, a filosofia de nosso treinador, absolutamente equivocada, ao mudar a posição marcada no sábado e colocar um time misto para o jogo decisivo contra a Ponte.

Começo dizendo que Felipão imitou Luxemburgo, que foi quem introduziu essa artimanha inútil, essa estratégia idiota, essa estúpida frescura de poupar não apenas jogadores, mas times inteiros em determinadas circunstâncias de jogos e de torneios, desnecessariamente.

Após anunciar a presença de quase todos os titulares, Felipão mandou a campo um time misto, cometendo suicídio, um verdadeiro harakiri à brasileira, pois ele conhece, perfeitamente, a extrema limitação de seus reservas, como também conhece a tradição e o potencial da “macaca” campineira

Consequência 1: o Palmeiras perdeu o jogo para a Ponte e a liderança para os bambis. Lamentável!

Consequência 2: o Palmeiras interrompeu a série invicta de 15 jogos e perde a possibilidade de superar o recorde do time de 1999. Uma pena!

Consequência 3: o Palmeiras se desgasta moralmente, fiel ao roteiro costumeiro de fracassos e ao rotineiro rótulo de amarelar nas decisões. Chega disso!

Consequência 4: o Palmeiras deu motivos para que a imprensa voltassse a campanha de desgaste e solapamento. (leim as manchetes da Gazeta Esportiva Net) e concluam. Era preciso?

Consequência 5: a torcida segue a sua sina de frustrações e começa a perder novamente a confiança no sucesso da equipe neste Paulistão. Até quando?

Até quando, meus amigos, continuaremos sofrendo tantas decepções?

Não, não me venham dourar a pílula com essa conversa de que Felipão, estrategicamente, optou pela derrota para não enfrentar a Portuguesa.

A lusa esteve sempre longe da classificação e só conseguiu chegar ao octogonal ao final de seu jogo contra o São Bernardo. Isso é lenda!

A perda desse jogo para a Ponte, alegue Felipão o que alegar, foi uma ducha de água fria no entusiasmo da “Leal” torcida verde.

Deixa marcas na torcida e em boa parte do elenco, principalmente entre os menos experientes.

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HÁ MALES QUE VÊM PRA BEM!

Apesar da falta de visão e da insensibilidade de nosso treinador, o segundo lugar acabou se encaixando até melhor do que se fossemos os campeões da fase classificatória.

Em um primeiro momento, está tudo ótimo. Senão, vejamos!

Ficamos livres dos perigos de uma confrontação com a Portuguesa, um jogo que, apesar da nova órdem e das circunstâncias atuais do futebol paulista, segue sendo um clássico e os clássicos são sempre muito mais difíceis.

Fosse o São Caetano ou o Paulista o time classificado, o gráu de dificuldade não dimuiria, mas quem ficou na pior foram os bambis.

Eles terão muito trabalho, com apito amigo, pressão e todo o arsenal de maldades e irregularidade que utilizam normalmente em decisões, para derrotar a Lusa de Jorginho!

De todas as equipes ditas menores, todas difíceis, bem armadas e bem estruturadas, parece-me que o Palmeiras acabou ficando com o adversário mais ao feitio de seu modo de jogar, o Mirassol.

Embora um adversário difícil e complicado, entre todos não poderia haver nenhum mais favorável, considerando-se que o jogo será fora de Mirassol em estádio indicado pelo Palmeiras.

Ademais, nossa sequência fará com que enfrentemos, se a lógica prevalecer, possivelmente, os gambás na semifinal.

Com o time que têm, será, teoricamente, menos difícil derrotá-los do que o Santos ou os bambis, que disputam o outro chaveamento e que, possivelmente, também vão se enfrentar nas semifinais, um matando o outro.

Até aí, tudo bem! Temos todas as condições de vencer.

Tudo isso, como eu disse nos primeiros parágrafos, em um primeiro momento.

Nossas chances crescem um pouco por causa do mando de campo, que significa a escolha do estádio em que serão disputados os dois primeiros jogos pressupondo-se a presença maior da LEAL torcida do que a dos adversários, já que o Palmeiras é o mandante.

Mas, eu pergunto, e se formos a uma final com as bibas e tivermos de jogar no Panetone enfrentando as pressões, as armadilhas, as safadezas e as arbitragens?

Aí é que entra o segundo momento, decisivo e fatal!

Espero que a entrega de hoje não nos tire o almejado título!

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TÓPICOS:

* Tinga vai revelando a cada jogo, a cada nova oportunidade que recebe de Felipão que seu lugar no time está no banco de reservas. Chega de maus dribladores, de enfeitadores e de condutores de bola.

**O grupo de jogadores do Palmeiras parece que não gosta de Pardalzinho. O que me leva a esse raciocínio é o fato de ninguém passar-lhe  a bola. Quando passam, nenhuma chega redonda, só caixa de sapato. Devagarinho estão queimando o jovem e promissor atacante que veio de Goiás que é um ponta à antiga que encara os beques, dribla e cruza muito bem.                                                                                           Anotem aí: os jogadores que mandam no time, Kléber e outros, tá mais na cara do que bigode, não querem deixar o goiano aparecer. Parece que o têm como um concorrente perigoso por sua enorme habilidade. Pardalzinho, se Felipão não tomar uma providência, será queimado e esturricado no Palmeiras.

***Chico, hoje, não passou de um chico. É sempre assim: os bambis vão ao Paraná, buscam Borges e nós trazemos Cristian. Os bambis contratam Rodolfo e nós contramos Chico. Até quando?

****E os críticos de Márcio Araújo, idiotas que pululam em nossa torcida?  Viram o que vira o time sem ele? Fica sem força defensiva, desarticulado, vulnerável pelo lado direito do campo, sem saída de bola e apoio ao ataque pelo meio. Araújo, disparadamente, é, hoje, o melhor volante do futebol brasileiro. Só os imbecis que querem grandes nomes não o aceitam e nem querem entender isso.                                        Anotem de novo: Pierre e Araújo vão compor a nova dupla de volantes titulares do Palmeiras tão logo Pierre esteja em condições de jogo.

*****Falam maravilhas de Vinicius, mas, até hoje, o jovem não decolou. É claro que tenho paciência de sobra para esperar que esse jovem desabroche e deslanche. Entretanto, pelas amostras colhidas de seu repertório, hoje, inclusive, parece-me um jogador óbvio, sem ginga, sem drible, sem criatividade, pouco ousado para ser um centro-avante, sem imaginação e absolutamente burocrático. Como os nossos dirigentes se encantam com esse tipo de jogador! Em todo o caso, vou esperar mais um pouco, torcendo para que eu esteja errado. Mas é decepcionante ver Gilsinho e toda aquela equipe da Copa São Paulo do ano retrasado, todos de um potencial superior ao de Vinicius, irem mofando, encostados no Palmeiras B assim como ocorreu com Elias, Bruno César e tantos outros jovens promissores e muito bons de bola que o Palmeiras não sabe aproveitar.(AD)

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FELIPÃO VAI COM TUDO PRA CIMA DA PONTE!

 

Felipão agiu com sensatez ao anunciar força máxima para o jogo que vale a liderança contra a Ponte, hoje, às 4 da tarde em Campinas.

O Palmeiras não pode dar-se ao luxo de entrar em campo com um time reservas pois esse tipo de atitude poderia custar-lhe o título.

É óbvio que, ao dizer isso, não estamos,  como os blogs dos bambis, anunciando irresponsavelmente que o campeonato já é nosso e coisa e tal.

Estamos, apenas, salientando que a perda da liderança pode precipitar, na sequência, uma decisão contra o São Paulo no Morumbi.

Com dissemos na postagem de ontem, nossas chances de vencer os bambis naquele estádio seriam reduzidas.

Não quero dizer com isso, que não temos um time suficientemente capaz para a empreitada, mas, tradicionalmente, os bambis transformam o Panetoni em um alçapão, na verdadeira acepção da palavra.

As pressões fora de campo são insuportáveis não apenas contra os adversários do time da ditadura, mas, sobretudo contra os árbitros.

Macaco velho que é, Scolari não quer segurar essa cumbuca e a melhor maneira de fazê-lo, é evitar a perspectiva de um jogo decisivo nesse estádio ou em qualquer outro que não interesse ao Palmeiras.

Mas, além disso, eu, particularmente, só vejo vantagens na escalação dos jogadores que compõem o time principal.

A maior delas é a conservação da integridade e homogeneidade da equipe, que vem não apenas de um bom resultado, mas de uma longa série de bons resultados, sustentando uma invencibilidade de 16 jogos.

A melhor forma de manutenção de tudo isso é colocar o time A pra jogar, visando a aprimorar o jogo de conjunto, aliás, a nossa maior arma em relação aos principais adversários.

Sou do tempo em que o Santos de Pelé e a nossa Academia realizavam sucessivos jogos sem essa de poupar o time.

Lembro-me de que o Santos era um time globetrotter, isto é, que girava pelo mundo jogando em todos os continentes. Lembro-me que se dizia, à época, que o Santos treinava no avião.

Nenhum time na história do futebol mundial, em todos os tempos, jogou um número maior de partidas/ano do que o Santos de Gilmar, Zito, Pelé e companhia em suas diferentes fases e formações do final da década de 50 ao início da década de 70. Anos houve em que superou, de longe, a marca recorde dos 100 jogos.

Mas, quem for para os arquivos poderá verificar que o Santos dificilmente jogava com times reservas. Era muito comum o time descer do avião, descansar por doze horas e voltar a entrar em campo pelo Paulistão, pelo Rio São Paulo ou pela Copa Brasil, completinho da silva.

Às vezes, é claro, poupa-se um jogador ou outro em razão de problemas como cartões, contusões, tempo para recuperação física ou para armar estratégias.

Há outro caso quando um jogador força o terceiro amarelo. Ele o faz, invariavelmente, para poupar-se, abdicando de um jogo menor, a fim de poder atuar em um jogo maior. È a poupança forçada!

Valdívia, nosso melhor jogador, só está sendo poupado em razão da necessidade de recuperar-se de um pisão que o deixou de unha preta.

Felipão sabe que Valdívia precisa estar inteiro na hora em que os jogos do Paulistão começarem a valer a disputa do título.

A folga dada a Márcio Araújo é mais do que merecida, haja vista que ele atuou como titular e curinga em todos os jogos deste ano. Felipão, mais do que ninguém, também sabe da importância tática desse atleta no contexto do elenco.

Entretanto, se alguém perguntar a Araújo se ele está satisfeito por ficar fora da equipe, sou convicto de que ele responderá que não, embora respeite a decisão, que não é dele, mas do próprio treinador.

Jamais conheci em tantos anos de militância no futebol um único jogador disciplinado, sério, lúcido e responsável que gostasse de ficar fora de qualquer jogo. Nem do “rachão” após o treino, ninguém quer se ausentar!

A exceção fica por conta de alguns malandros, absolutamente irresponsáveis que colocam os prazeres da vida acima das obrigações profissionais que só jogam quando querem. Só que esses têm a carreira bem curta.

Fico muito feliz que Felipão tenha tomado essa atitude, na contramão da frescura de poupar atletas, uma bobagem lançada, aliás, há tempos, por Wanderlei Luxemburgo.

Como a iniciativa partiu de um técnico de estatus e referência, acabou virando moda e referência no futebol brasileiro por mera questão de imitação.

Não, não venham com essa preocupação de que o time pode sofrer contusões porque elas ocorrem sem prévio aviso nos próprios treinamentos ou em qualquer lugar.

Sei de casos de jogadores que se contundiram ao pisar em falso caminhando pela rua, dos que se machucaram em acidentes domésticos em suas casas ou na concentração e, até, de dois ou três casos de atletas que ficaram fora dos jogos quando, no aquecimento, dentro do vestiário, cairam de mau jeito ou chutaram a parede.

Com força quase integral, eu, que já acreditava na perspectiva de uma vitória consagradora sobre a Ponte, reforço, ainda mais, o meu ânimo e a minha confiança em um triunfo consagrador que nos mantenha na ponta da tabela.

Foram 18 os convocados por Felipão para o jogo desta tarde. A relação é esta:

Goleiros: Deola e Bruno 
Laterais: Luis Felipe e Cicinho
Zagueiros: Thiago Heleno, Danilo, Maurício e Leandro Amaro
Volantes: João Vítor, Chico, Rivaldo e Marcos Assunção
Meias: Tinga e Luan
Atacantes: Kleber, Adriano, Vinícius e Max Santos

Não acredito que Scolari processe alterações radicais no time do Palmeiras, Ele não é disso.

Assim, arrisco a seguinte formação:                  

Deola, Cicinho, Danilo e Rivaldo.                                                         João Vitor, Assunção, Chico e Tinga.                                                Kléber e Luan.

Sem o Mago e sem Araújo, você acha que ainda estamos sobrando?  Ou só vai dar para o gasto?

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REGISTRO, CONSTERNADAMENTE, O FALECIMENTO DE SIDNEY COLONIA CUNHA, O INESQUECÍVEL CHINEZINHO, UM DOS JOGADORES MAIS TÉCNICOS ENTRE TODOS OS QUE VESTIRAM A NOSSA CAMISA!.

Contratado junto com Enio Andrade junto ao futebol gaúcho, Chinesinho veio como ponta esquerda, mas foi como meia esquerda que ele mostrou a plenitude de seu futebol com a “maglia” verde e branca.

Nossa segunda arrancada, no final da década de 50, deveu-se muito à categoria desse jogador que serviu à Seleção Brasileira e que foi um expoente em seu tempo.

Assisti a muitos jogos de Chinesinho e posso dizer que ele, com a bola no pé, foi, talvez, o meiocampista mais técnico que vi jogar com a nossa camisa.

Tive um único contato pessoal com Chines em Módena, na Itália, no final da década de 70 quando ele, já aposentado,  exercia função diretiva nessa equipe e eu cobria a excursão de um grande clube brasileiro, narrando os jogos pelo rádio!.

Vocês não avaliam a minha tristeza neste momento em que desaparece um de meus ídolos de infância e um dos maiores jogadores que eu vi jogar em toda a minha vida.

Lembro-me de um 3 x 0 do Palmeiras sobre a Ferroviária no início da década de 60 em Araraquara, em que ele arrebentou com o jogo e até fez gol.

Não, ele não jogava contra um time galinha morta. Do outro lado tinha um meio de campo formado por Dudu (que contramos depois) e Bazani, até hoje um dos melhores de todos os tempos entre as equipes formadas do interior de São Paulo.

DESCANSE EM PAZ, CHINEZINHO, HONRA, GLÓRIA E ORGULHO DA LEAL TORCIDA VERDE E BRANCO.