Observatório Alviverde

24/05/2016

DA DISCUSSÃO NASCE A LUZ!


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Considerando as acaloradas discussões -ontem- sobre os objetivos do OAV, eu, na qualidade de fundador e mantenedor deste espaço, quero  deixar claro que este blog só passou a existir em face das constantes injustiças perpetradas pela mídia e pelo mundo do futebol contra a SE Palmeiras, contras as quais me insurgi.

Eu, após haver exercido a função de cronista esportivo (a maioria das vezes, modéstia à parte, de destaque e nomeada) em muitas cidades importantes do país, nas década de 60, 70 até à de 80, em meados de 80 passei a integrar (modestamente) a crônica esportiva paulistana, trabalhando em rádio, jornal, televisão, revista, empresas de marketing esportivo e outras, afins. 

Natural de Pederneiras, entusiasmado por minha cidade, por meu estado e apaixonado pelo Palmeiras, meu time de infância, trabalhar na "pauliceia desvairada" e em grandes meios de comunicação, era, para mim, a realização de um sonho juvenil que, imaginava, iria "curtir adoidado"!

Mas a minha decepção com o meio e mercado diferentes que encontrei nos anos 80(s), àquela altura já desfalcado de seus nomes mais representativos como Pedro Luiz, Mário Morais, Mauro Pinheiro, Geraldo José de Almeida, Haroldo Fernandes, Milton Peruzzi, Carlos Aymard, embora ainda com Fiori Gigliotti, Orlando Duarte, Luciano Do Valle, Loureiro Júnior, Wilson de Freitas, Marco Antonio Mattos, Sérgio Cunha, Luís Noriega e outros, foi total.

O rádio e a TV daquele tempo estavam completamente dominados (eu diria que poluídos) pelo gongórico e festivo estilo de narração de Osmar Santos e de seus múltiplos e incontáveis imitadores, verdadeira febre.

Osmar, ele, em si, excelente narrador, precursor de um estilo concebido metade inspirado em Joseval Peixoto e a outra metade em Haroldo Fernandes, com muita criatividade, muita gíria, expressões diferentes e pouco usuais, tinha o defeito de que, em matéria de opinião era um zero à esquerda, fraquíssimo e só tinha palavras para enaltecer, fazer média e elogiar o Cu-rintia.

Àquela época sua influência na mídia era de tal monta que muitos ouvintes nem sabiam distinguir os nomes narradores de rádio e TV porque todo mundo o imitava e narrava igual, em relatos de termos e entonações vocais parecidas, nos quais os locutores só privilegiavam mesmo a forma e os jogos de palavras, com desprezo completo pela opinião que, segundo os "jeniais" produtores de jornada (eles mandavam mais que os locutores) não interessavam!

E eu, que imaginava poder aprender cada vez mais na profissão, tanto e quanto desenvolver outras habilidades no convívio com profissionais mais experientes, mais virtuosos e mais bem preparados, imaginem os tamanhos de minhas frustração e decepção, pela triste constatação de que me metera em um segmento de crônica predominantemente atrasada, imatura e subdesenvolvida, embora com muitas ilhas de exceção e várias pencas de profissionais notáveis e brilhantes.

Nada, porém, me foi mais frustrante do que perceber que, além da falta de conteúdo da maior parte da mídia paulistana, a linha opinativa, nas raras vezes em que aflorava, servia, simplesmente, para atender os interesses e as demandas do Curica, das sereias e dos bambis, principalmente os dos bambis, que sempre foi o time da mídia.

O Palmeiras era considerado, (sempre foi) exclusivamente, como um mero figurante das competições e dos programas esportivos. Se algum noticiário precisasse ou tivesse de ser cancelado ou suspenso, o escolhido para deixar os programas era sempre o do Verdão. 

Já acontecera com a Portuguesa de Desportos na virada da década de 60 e o Verdão trilhava pelo mesmo caminho!

A maior alegria da crônica paulistana a que tive a oportunidade de constatar "in loco" foi a perda do Campeonato Paulista de 1986 em pleno Morumbi para a Inter de Limeira. Jamais vi alegria maior que aquela! 

Outra constatação: o Palmeiras, ao menos nos anos em que trabalhei em Sampa, teve sempre alterados os horários de seus jogos. Só entrava em campo fora das datas e dos horários nobres ou tradicionais. 

Nessas datas, isto é, aos domingos e às quartas-feiras, o alviverde só jogava nos horários consagrados se enfrentasse o Curica, o Bambi ou as Sereias ou quando esses três times estivessem jogando longe de São Paulo. Em caso contrário o Verdão só jogava mesmo na quinta ou no sábado. Até hoje é assim!

Nenhum time entre todos os grandes do futebol paulista esfriou tanto o sol, da década de 80 a estes dias, isto é, se apresentou às 11 horas de domingo e às vezes até de sábado, tanto e quanto o Palmeiras.

Reparem que não há, nunca, nenhuma contestação da mídia que parece aprovar os horários deletérios, impróprios e criminosos destinados ao Verdão, em noventa por cento das vezes incompatíveis com a sua grandeza e com o tamanho de sua torcida

Da mesma forma tudo acontece sem que se veja, ouça ou leia qualquer protesto oficial por parte da diretoria e nem manifestações isoladas ou oficiosas por parte dos dirigentes, isoladamente, em críticas pessoais.

Parece gozação ou brincadeira, mas o fato é que há quase quarenta anos que o Palmeiras se cala em relação ao problema e finge que não há nada a respeito.  Como adverte o ditado, "quem cala, consente!" 


Querem outro ditado para caracterizar essa injustíssima ignomínia? Ei-lo: "Quem se abaixa demais, a bunda aparece"! 

Assim têm sido as atitudes do Palmeiras em face das situações que o futebol vem lhe impondo ano a ano, sempre cedendo, concedendo e se rebaixando! 

É preciso que o clube mude -radicalmente- a sua forma de ser, de agir e de enfrentar o mercado, assumindo um comportamento compatível e condizente com suas altura e grandeza.

Já passou da hora de o Palmeiras peitar a Rede Globo como fizeram recentemente Inter e Santos. 

Nobre está perdendo a oportunidade de fazê-lo, justamente num momento de fragilidade da rede colonialista e injusta em que, repito, Inter, Santos e outros times já deram "um chega pra lá" na emissora que vem monopolizando e direcionando o futebol brasileiro a serviço de outros clubes de sua preferência.

Por tudo o que dissemos até agora, mas sobretudo pela atitude passiva (muitas vezes amadora) que o Palmeiras assume em face das situações de conflito que o futebol lhe apresenta, este blog existe, apoia, elogia, adverte, critica e aconselha, sem querer, porém, jamais e em tempo algum se arvorar em dono do clube ou da verdade!

Sabemos, perfeitamente, que não há nada que um clube da grandeza do Palmeiras "per si", não possa, a princípio, enfrentar, combater, vencer e sobrepujar, o que, na maioria das vezes, somente não ocorre em face do amadorismo que, infelizmente, caracteriza a maior parte daqueles que são eleitos em suas sucessivas diretorias e permeia-lhes as ações.

Este blog, naquilo que entender estar certo ou errado e ser útil ou inútil, continuará elogiando, criticando, aconselhando e sugerindo caminhos e soluções aos nossos dirigentes, ciente e consciente de que fornece ao clube, pela multiplicidade das opiniões e pela qualidade da maioria dos QI(s) que trafegam por este espaço, nem que seja uma importante fonte de consultoria.

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