Observatório Alviverde

25/04/2016

COLOQUEM A DESCLASSIFICAÇÃO DO VERDÃO NAS CONTAS DE MATTOS E DE CUCA !


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Creiam, não estou tirando proveito da situação negativa que abraça o Palmeiras nesta hora, mas, coincidentemente, só falando após ela.

No futebol as crises (a perda de um semestre é uma imensa crise) revelam radiologicamente, isto é, interiormente o que fotograficamente isto é, exteriormente, não se consegue enxergar ou constatar das mazelas e deficiências de um elenco numeroso e heterogêneo. 

A desclassificação honrosa expõe as vísceras do Palmeiras e de um certo modo pode, até, ajudar o clube a solucionar o rosário de problemas que de há muito o acompanha!

Que se diga, antes de tudo, que Mattos, perdido no tempo e no espaço, sem lenço e sem documento, é o maior culpado da situação. 

Antecipei há tempos que ele não entende bulhufas, ou, se quiserem, patavina de futebol e está provado que tenho plena e completa razão. 

No entanto, por ter a coragem de afirmar isso, fui censurado por muitos blogueiros, justamente aqueles que não passam de críticos de resultado, para os quais "ganhou é o maior e o melhor, mas, perdeu, é sempre o menor e o pior, ainda que não seja". 

Embora eu não esteja (repito pela "enésima" vez) pedindo a cabeça de Mattos, obrigo-me a reconhecer que o Palmeiras merece um diretor de futebol mais rodado, mais vivido, mais enfronhado no meio, mais bem preparado e qualificado.

Se Nobre queria adquirir o "know-how" do Cruzeiro bi-campeão brasileiro, por que não contratou o diretor de futebol de fato, Benecy Queiroz que é do ramo? 

Ou, sem ser radical, mas racional, talvez os dois, (ele e Mattos) cada qual em sua área, haja vista que de um ponto de vista prático, Mattos é corretor, Benecy, diretor e ambos se completam?

Em relação a Mattos é preciso que se diga que ele sempre exorbitou de suas funções no Palmeiras.

Desde que assumiu a função (inexplicavelmente) teve sempre "carta-branca" a prova cabal, a um só tempo, da confiança e da ingenuidade do presidente Paulo Nobre.

Foram várias dezenas de contratações da iniciativa e da lavra exclusiva de Mattos, sem a devida indicação ou o respaldo dos treinadores. Via de consequência, foi  muito dinheiro jogado fora. 

De Oswaldo, passando por Marcelo até chegar a Cuca ocorreu, sempre, assim! Pode? Mas é claro que "ene a o til", não, não e não!

Por falar em não, não tenho lembranças (exceção feita ao Cruzeiro sob o próprio Mattos) de outro clube brasileiro que tenha exorbitado tanto nos gastos e contratado tantos jogadores (a maioria sem nenhuma lógica, planejamento ou cabimento) quanto o Palmeiras.

Sem medo de errar, Cruzeiro e Palmeiras (leia-se Mattos) foram os clubes que nos últimos cinco anos mais investiram ou, rasgando o véu diáfano da fantasia tanto e quanto da alegoria das figuras de palavras, os mais gastadores e perdulários. Na parte que toca ao Palmeiras, isso é um despropósito!

Em sua vã filosofia Mattos delira e imagina que campeonatos se ganham com quantidade de elenco, não com qualidade. É um monumental e indesculpável equívoco!

Oitenta por cento (80%) dos jogadores da imensa leva que ele contratou nos últimos dois anos, resultaram em investimentos inócuos. 

Só serviram mesmo para inchar desnecessariamente o grupo e aumentar drasticamente aquela que deve ser a maior folha de pagamento entre todos os clubes do país. Ou não falamos a esse respeito tantas vezes?

Em sua desmesurada ânsia por contratar, o corretor, digo, o diretor remunerado do Palmeiras parece desconhecer os parametros e os aspectos primários a serem observados na armação de um time.

A começar pela segurança que tem de ser proporcionada a muitos jogadores tímidos mas talentosos de um grupo díspar marcado pelo tamanho exagerado e, consequentemente, pela  heterogeneidade. 

Querem exemplo recente e perfeito? Kelvin, hoje batendo um bolão com a camisa dos bambis! Como poderia render o mesmo no Palmeiras se não o colocavam para jogar? Se não o colocavam para jogar, por que o contrataram?

Como proporcionar segurança aos mais fracos, tanto e quanto aos imaturos jovens jogadores da base em um elenco numeroso no qual prevalecem sempre as personalidades pessoais, não as técnicas?  

Outras perguntas que têm de ser feitas a Mattos:

Por que entre todos os grandes o Palmeiras é o time de estatura média mais baixa? Até quando vamos continuar dando preferência a baixotes? Baixote, no futebol de hoje de muito contato físico e jogo aéreo, só mesmo aquele que desequilibra. Se não desequilibrar que migre para outro time.

Por que o Palmeiras não contrata canhotos habilidosos, reconhecidamente os jogadores do drible, da finta e, enfim, do improviso que desequilibram, têm poder de improviso, faro de gol e fazem os resultados ? 

Por que um clube da grandeza e da responsabilidade do Palmeiras tem no elenco um jogador de 42 anos, lento e sem capacidade para aguentar fisicamente o repuxo de um jogo de exigência (quanto mais um campeonato), cujo salário alcança a exagerada cifra de 400 mil reais por mês, isto é, a renda de um jogo?

Por que o Palmeiras ainda não contratou um armador desde a dispensa sumária de Valdívia, estupidamente liberado a mais de sessenta dias do final de seu contrato? 

Desconhecia Mattos que esse é o período em que qualquer jogador mais joga, mais rende e produz, de olho na renovação? 

Se mal pergunto, por que colocaram Valdívia (declaradamente palmeirense e que recusou propostas de todos os clubes, até dos bambis) contra o presidente Nobre? Quem teria feito isso? Não fui eu!

A equação para a solução dos problemas do Palmeiras é de fácil armação e de elementar solução. A primeira medida a ser tomada tem de ser aquela de enxugar o elenco e reduzir drasticamente o número de jogadores. Tudo começa por aí!

Em seguida será preciso estratificar o grupo e hierarquizá-lo a partir da definição dos titulares, a fim de que no intra muros cada qual saiba quem é quem e que fique demarcada a posição de cada um. 

Como disse João Saldanha ao convocar a melhor Seleção já montada no Brasil para a Copa do México em 1970,  "só a definição é capaz de proporcionar a normalidade e a estabilidade do grupo".

Os melhores componentes para a formação de um time de futebol são o estabelecimento de uma hierarquia técnica, a definição de quem joga  e, principalmente, o bom ambiente a partir do entrosamento fora do campo, aspectos impossíveis de ser estabelecidos em elencos tão numerosos quanto o atual do Palmeiras.

Não sei qual o compromisso de Nobre em relação a esse "diretor" cujas asas são por demais longas em flagrante contraste com suas ideias, por demais curtas, para estar à frente do futebol de um clube do nível, do jaez, da importância e da tradição da SE Palmeiras.

Em relação a Cuca, o novo técnico cometeu um erro monumental, descomunal em relação à escalação da equipe ao fazer entrar, de cara, um jogador que sequer deve saber ainda o nome de todos os companheiros de elenco, Róger Guedes!

Assim como ocorreu com Eric (não tapemos o sol com a peneira) ele foi visivelmente boicotado em campo por alguns de seus companheiros. O Santos e Palmeiras de ontem não era um jogo propício a experiências!

A escalação desse jogador (individualmente ele não esteve mal), de vocação essencialmente ofensiva mas obrigado sempre a recuar para marcar transformando-se às vezes em volante e outras em zagueiro, comprometeu taticamente o time do Palmeiras tirando-lhe a força ofensiva e facilitou o trabalho do time santista. 

Lembram-se do que eu disse sábado em relação ao jogo? a escalação que este bloguista sugeriu ontem?  

(sic)

... Cuca definirá a tática e o modo de atuar de sua equipe a partir da escolha do armador que começa o jogo, única indefinição, aliás, da escalação do Verdão. 

... Se Cuca optar por jogar a semifinal do Paulistão com um armador que não arma, lento, previsível, centralizador de jogo, que só toca para os lados e, além de tudo, incapaz de acompanhar o ritmo de atletas mais jovens, entrará com Zé Roberto.

... Se Cuca optar por um armador improvisado, esforçado, lutador, bom técnica e individualmente, embora irregular, que alterna atuações geniais (poucas) com atuações discretas (a maioria), com o dom e o poder de arrebentar o jogo nos dias em que está inspirado, manterá Robinho.

Nessa alternativa (a mais provável para começar o jogo) o Palmeiras ficará na dependência de que desabroche o talento do atleta, tanto e quanto perderá a vantagem de qualquer surpresa de ordem tática pelo tempo de clube que Robinho já ostenta.


...  Entretanto, na eventualidade de começar o clássico com Cleiton Xavier, ainda em processo de recuperação dos sete longos meses de molho e inatividade, Cuca terá um meio de campo muito mais ativo, versátil e com elevado poder criativo.


Lembram-se do time que eu afirmei que escalaria?

Prass, Jean, Thiago Martins, Victor Hugo e Egídio. Gabriel, Thiago Santos, Matheus Sales e Cleiton Xavier. Alecsandro e Gabriel Jesus.


Em meu critério de análise, se era para marcar forte que o time o fizesse com especialistas e não com jogadores de linha improvisados na função que voltavam tanto para marcar ao ponto de perder a noção de seus reais objetivos ofensivos. 

Detalhe comprobatório: foi um jogo linha (Santos) contra defesa (Palmeiras) até 25 minutos do primeiro tempo quando Róger Guedes (um grande jogador) deu o primeiro chute a gol, às nuvens de Vanderley, após a submissão total da equipe em campo e sem a mínima capacidade de reação.

Thiago Santos (poderia até ser Arouca) tinha de ter entrado de cara, o mesmo acontecendo com Cleiton Xavier, embora não se tivesse uma dimensão da real condição física deste jogador.

O Palmeiras sem um armador de ofício e cadenciador de jogo tinha de ter tido a humildade de se encolher na defesa espontaneamente, porém com opções de contra-atacar forçando o time peixeiro que jogava em casa, à frente de sua torcida e tinha a obrigação de vencer, a ir pra cima e atacar a fim de, o Palmeiras, isto sim, fazer uso da tática do contra-ataque.

Menos mal que o jogo tenha terminado empatado e que o Santos tenha sentido na pele o peso da força e da tradição de um Palmeiras que não se entregou nunca e que se tornou um time diferente a partir da entrada tardia de CX10, um armador de razoável qualidade, mas muito longe da exigência de um clube da dimensão e grandeza do Verdão. 

Definição do elenco já, com racionalização e método que prevejam a dispensa do excedente e a contratação de jogadores da confiança de Cuca e por ele indicados para o preenchimento das lacunas existentes, hoje, agora, já...

Sem esses retoques a caminhada do Palmeiras no Brasileiro será, uma vez mais, sofrida, penosa e irritante.

Em todo caso, se vale como consolo, registre-se que antes de Paulo Nobre a gente não chegava nem perto das decisões e de uns tempos a esta parte, apesar de Mattos, estamos chegando.

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 NA TV


Acompanhei pelo pay-per-view com Jota Júnior, Noriega, Thiago Maranhão e Joana de Assis.

Relato de boa qualidade, boas reportagens, mas os comentários...

Eu que, habitualmente, concordo com as análises técnicas de Noriega, divergi do comentarista praticamente durante todo o jogo, na maioria de suas intervenções.

Concordei (inteiramente) com ele quando disse afirmativamente e fora de seu estilo habitual que o Santos tem um time melhor do que o Palmeiras.

Tem mesmo! E sem gastar tanto dinheiro porque lá tem gente que entende e que é do ramo, tocando o departamento de futebol.

Sua análise do suposto pênalti contra o Palmeiras foi equivocada. Nem Chico Lang, Flávio Prado, Godoy, Simon, Gaciba ou qualquer outro consegue ver e descobrir tanto pênalti contra o Palmeiras quanto ele vê e descobre.

Ele acertou ao mencionar que houve pênalti de Vitor Hugo em Gustavo Henrique que, de fato, aconteceu, embora se possa interpretar também a jogada como se o atacante do Santos saltasse propositadamente em direção ao pé no alto do jogador palmeirense a fim de provocar o penalti.

Mas errou grotescamente ao afirmar que Roger Guedes cometeu pênalti aos 3 minutos, após receber uma violentíssima bolada no ombro. Percebam que o jogador palmeirense com o braço colado ao corpo virou para diminuir a extensão corporal sem a menor intenção de tocar na bola, mas, pelo contrário, de desviar de sua trajetória.

 

Noriega, como sempre, diz ambiguamente que não concorda com esse tipo de marcação, mas que tem de ser marcado por uma questão de isonomia e coerência dos árbitros.

Em vez de combater a prática com veemência e usar a sua força de cronista esportivo para dizer que está errado e que um pênalti nessas situações não deve nunca, jamais e em tempo algum ser marcado, ele sucumbe ao sistema e afirma exatamente o que rejeita a sua consciência.

É impressionante como ele só enxerga os erros de arbitragem em detrimento do Palmeiras.

Fiz questão de acompanhar e anotar erros de arbitragem (a maioria dos quais registrados por Jota Jr) e Noriega só disse algo favorável ao Palmeiras após 90 minutos.

Ele disse que o preparador físico do Palmeiras, expulso do jogo tanto e quanto o do Santos, por questão de isonomia teria de ter acesso ao campo de jogo, ele que estava confinado, ao lado de Cuca, no vestiário. O preparador do Santos, teve. Erro duplo de Noriega: nenhum dos dois deveria ter se adentrado ao campo de jogo.

Aos 37 do primeiro tempo Gabriel Jesus foi agarrado. O jogo seguiu e ele não disse nada.

No início do segundo tempo Zeca chutou Guedes. A falta não foi marcada e ele não disse nada.

Para que não se alongue mais, nenhuma menção da parte dele à exagerada expulsão de Cuca, criticada, segundo meu irmão, pelo santista Kléber Machado e até por Gaciba na Globo matriz.

Noriega, excelente profissional, correto, honesto, com quem comungo em tantas filosofias e idéias sobre futebol, sempre muito preciso quando trabalha nos jogos de todos os outros clubes, definitivamente, tem de pedir para ficar fora dos jogos do Palmeiras pois ainda não encontrou o limite exato, a fronteira entre a razão e o coração. Será que vai, algum dia, encontrar?(AD)