Observatório Alviverde

19/11/2018

BOTAFOGO DERROTA O INTER E SALVA O PALMEIRAS MAS O NOVO CONCORRENTE DO VERDÃO É MUITO MAIS PERIGOSO!


 Felipão estava certo quando disse na coletiva, não entender porquê, na hora do "toss", o experiente Dracena, que ganhara o sorteio, optou por jogar o 1º tempo contra o vento.

Não, meus amigos, Dracena não pode dizer -jamais- que foi apanhado de surpresa. Não aceito! Não há como aceitar! Foi descuido, foi vacilo, foi engano, para não se dizer burrice!

O veterano zagueiro tem de ter humildade suficiente para reconhecer que errou ao calcular mal as consequências que poderiam advir de seu erro infantil de escolha por avaliação climática.

Até eu, cá na longínqua BH e que assistia ao jogo na TV, já sabia que um fortíssimo vento, daqueles que prenunciam as tempestades, soprava contra lado do campo que ele, de uma forma  primária e irracional, escolheu para o seu time. 

Em razão disto o Palmeiras ficou exposto aos caprichos da natureza cerca de 50  minutos sem conseguir atacar com constância e agressividade e, ao mesmo tempo, vendo o gol de Weverton sob a ameaça iminente de gols.

Dava pra perceber -a TV mostrava a todo o instante- o céu carrancudo e ameaçador que pairava e ameaçava desabar sobre Londrina na hora do sorteio dos lados. 

Só Dracema não viu, e, se viu, não percebeu, ou, se percebeu, não teve discernimento para prever que a intempérie se transformaria em uma arma letal contra o Palmeiras. Aconteceu!

O vento, que zunia fortemente, estava longe de ser normal, e, menos ainda o romântico Zéfiro, dos namorados que supôs Edu. Na prática, foi o prenúncio de um verdadeiro ciclone que soprou insistentemente por quase 50 minutos contra o gol palmeirense.

A equivocada escolha de Dracena, em minha avaliação, foi um autêntico tiro no pé e a razão determinante do empate que o Palmeiras só conseguiu arrancar (à fórceps) no segundo tempo, e, ainda assim em cobrança de pênalti! 

A força descomunal da natureza, propiciou ao Paranazinho a vantagem de jogar em contra-ataques (era tudo o que o Paraná Clube queria) contra o time palmeirense e não se trata de nenhum exagero afirmar que o seu melhor jogador foi, inquestionavelmente, o vento.

Àqueles que, inconformados com o resultado, estão criticando exacerbadamente Felipão e o time eu gostaria de chamar-lhes a atenção para o fato de o jogo de ontem ter sido atípico.

Todos conhecem a minha opinião acerca dessa bobagem de Scolari de times A,B e outros, (nunca vi, dentro ou fora do Brasil isso dar certo) que, em meu entendimento, além de roubar o entrosamento dos melhores jogadores, tira-lhes o ritmo e impede o time de entrar em campo  sempre representado por sua força máxima.

Admito, sim, outras observações feitas a Scolari como aquela dele escalar Lucas Lima e Moisés, embora, dos dois, só Lucas Lima tenha comprometido, ontem, por sua falta de energia, de suor, de sangue e empenho em campo. A demora em substituir o nulo Lucas Lima foi outro erro do treinador.

Admito haver sido pertinente a escalação de Deyverson que vinha jogando mais que Borja

No entanto, a partir do momento em que ficou provado que ele somente figurava em campo, menos ruim teria sido a entrada de Borja que incomodaria mais e seguraria dois zagueiros.

Admito também que se diga, houve soberba da parte do técnico palmeirense que parecia atônito e surpreso em face da velocidade dos jovens jogadores paranistas escalados para o jogo e que, além de atuarem contra uma zaga lenta, contaram com a força do vento a impeli-los em direção à bola. Foi assim que fizeram o gol e criaram situações, até, para liquidar o confronto.

Mas, meus amigos, raciocinem comigo.

O jogo no primeiro tempo foi ilógico, fora de esquadro, atípico e totalmente fora dos padrões.  

No Fantástico, a Globo exibiu a filmagem de, entre dezenas, ao menos duas bolas chutadas em cobranças de tiros-de-meta por Weverton.

As bolas viajam com força até um determinado ponto em que, retidas no alto pela ação do vento acabava, sem que ninguém as tocasse, voltando perigosamente contra o próprio campo do Palmeiras. 

Como pode um time jogar e render nessas circunstâncias? Em minha avaliação, o jogo deveria ter sido suspenso até que amainasse a tempestade"

Como tomar as iniciativas do jogo, como impor a maior categoria, como ir pra cima de um adversário fraco, porém retrancado e saindo sempre, com o auxílio do vento, em velocidade supersônica nos contra-ataques?

Apesar de tudo, o Palmeiras bem que tentou se impor e, no primeiro tempo, deteve cerca de 70% da posse de bola no primeiro tempo.

Entretanto, do ponto de vista ofensivo, o Verdão pouco ou nada fez e, na prática criou raríssimas  jogadas que ameaçassem o gol do Paraná, só melhorando nesse quesito na etapa complementar quando o vento, de repente, diminuiu bastante a sua força e deixou de influenciar em relação ao jogo..

Lembro-me, em minha longa carreira de locutor esportivo, de poucas situações análogas a de hoje, em que a chamada "chuva de vento" interveio diretamente em um jogo e influenciou, decisivamente, no resultado. Ontem, aconteceu!

Em condições normais eu não tenho a menor dúvida de que o Palmeiras não apenas envolveria totalmente mas  esmagaria o  time paranista.

No entanto, as circunstâncias de um fenômeno natural indomável e incontrolável que se abateram sobre o Estádio do Café não apenas prejudicaram o "modus operandi" do Palmeiras, como levaram o time, prematuramente, ao desgaste e à exaustão. Essa foi a razão precípua do empate!


O interessante da história foi que os times se recolheram aos vestiários no intervalo sob inclementes vento e tempestade que, se esperava, pudessem vir a prejudicar os paranistas, na etapa complementar.

Não sei se foi fato ou apenas impressão de minha parte (Tia Ester Abea e Ney Verde que estiveram no estádio podem nos contar) , mas, ao menos à distância, pareceu-me que o vento e a chuva amainaram e diminuíram nos dez ou quinze minutos de intervalo.

Quando os times retornaram para o complemento do jogo, o Paraná não se viu obrigado a ter de jogar contra a tempestade como ocorrera com o Palmeiras. Daí decoreu o fator que decidiu o jogo!

Como o Paranazinho não se desgastara tanto na primeira fase, voltou, fisicamente melhor e mais bem preparado do que o Palmeiras, que não tinha outra alternativa senão a de atacar mirando o empate e, se possível, a vitória. 

O feitiço, então, virou-se contra o feiticeiro Felipão, acostumado a jogar assim. 

Encastelado na defesa o time araucariano tentava roubar a bola e em lançamentos longos, colocava seus atacantes velocistas para partir pra cima da defesa palmeirense. Àquela altura o vento já permitia esse tipo de lance, diferentemente de quando o Palmeiras jogou contra a natureza.

À base da correria o Paraná teve alguns momentos de imposição no jogo que assustaram a sofrida torcida palmeirense contra quem até o vento acaba jogando. 

O interessante é que, conversando com meu irmão após o jogo, fomos concordes num aspecto: "quando o árbitro resolveu acrescer mais um minuto em razão da cera do Paraná, torcemos para que o jogo terminasse ali, temendo por um acidente de maiores proporções que tornasse um resultado útil em catástrofe. 

Detalhe: naquele momento, finalzinho do jogo, no Rio, o Botafogo derrotava o Inter por 1 x 0.

UM ASPECTO MUITÍSSIMO IMPORTANTE

Toda a mídia (ao menos entre tudo o que vi, li e ouvi ontem em TV, Rádio e Internet) desconsiderou e não atribuiu qualquer peso ou valor à  influência decisiva do temporal no resultado do jogo.
 

Tanto é verdade que outros "jornalistas" que opinaram hoje -sequer abordaram o tema preferindo falar em incompetência do Palmeiras, como se a intempérie climática e não houvesse existido e tido a menor influência no resultado.

A escolha equivocada de tempo (imperdoável) de Dracena foi o fator determinante da surpresa que o  Paraná Clube acabou impondo o Palmeiras.

Obrigado a atuar durante todo o primeiro tempo peitando o temporal e, da mesma forma, forçado a ter de ir roda a hora de encontro ao vendaval para poder atacar e tentar o gol, o Palmeiras não pôde impor sua categoria, seu ritmo de jogo, seu modo de jogar e, principalmente, as suas individualidades.

Impedido de fazer uso do importante recurso da bola comprida, sua jogada mais letal, assim como  dos lançamentos e das viradas de jogo que o vento teimava em cortar e desviar o jogo tendia, implacavelmente, a dar no que deu...

Limitado aos passes curtos e à necessidade do jogo curto e miúdo, jogando sempre agrupado, para ser possível tocar a bola, o Palmeiras, que deteve 70% da posse de bola e das ações, nada criou de prático na primeira fase, em termos ofensivos. 

Com as alterações processadas, melhorou um pouco, mas de maneira insuficientemente para uma virada, na etapa complementar. O pênalti, indiscutível, muito bem batido por Scarpa, salvou o time do pior e o manteve altaneiro na liderança exclusiva (ainda inalcançável  em uma única rodada) deste Brasileiro.

Há um outro aspecto importante que justifica, plenamente, o resultado de ontem e, ao menos em parte, atenua possíveis culpas de Felipão.

Refiro-me ao estado lamentável do gramado encharcado, a bola molhada e pesada que o vento impedia fosse direcionada conscientemente...

Muitos alegarão que estava assim também para o adversário, mas não foi bem assim. O Paraná contou com o auxílio do vento no primeiro tempo, vento esse que não soprou com as mesmas força, intensidade e letalidade na etapa complementar, quando o Palmeiras seria favorecido. 


Sem medo de errar, ouso afirmar que o Paraná construiu um empate com sabor de vitória, exclusivamente pelo que apresentou na etapa inicial. Na etapa complementar tratou de sobreviver e garantir o resultado, de olho nas malas de todas as cores que haverão de chegar.

De qualquer forma, eu faço questão de deixar claro que, ao menos em minha opinião, não há como negar o esforço sobre humano do time palmeirense  em busca do resultado. Isto é muito positivo!

Quem pode alegar que os jogadores se omitiram, malgrado as pífias atuações de Lucas Lima e de Deyverson? 

É honesto colocar que o time lutou com garra e denodo, esforçou-se o tempo todo, mas acabou derrotado por fatores materiais e subjetivos.

Não seria exagero afirmar que a falta de condições para o jogar o jogo, sem que as bolas endereçadas nos passes, contidas ou desviadas pelo vento, chegassem ao destino, tudo isso minou, completamente, as resistências físicas e psicológicas dos jogadores palmeirenses. 

Infelizmente, o  time que saiu para o jogo (era necessário), acabou esbarrando na inesperada e surpreendente intempérie, razão primacial de um empate que por muito pouco não acabou se transformando em uma derrota dolorosa e sofrida..

Do ponto de vista material, a tempestade exigiu dos jogadores palmeirenses um esforço potencializado e, em meu entendimento, foi a razão efetiva do desgaste físico apresentado pelo time no segundo tempo.

Subjetivamente há de se ressaltar que as dificuldades do jogo apequenaram psicologicamente muitos jogadores além dos citados Deyverson e Lucas Lima. Vou aproveitar e dar nota aos jogadores.

NOTAS:

Weverton - Meus amigos, Weverton não nos passa confiança tanto e quanto Prass e Jailson... Em condições normais, nem Prass nem Jailson, mais rápidos do que ele sofreriam aquele gol. NOTA 5.

Mayke - Pode-se dizer que Mayke sentiu muito o gramado, a chuva e o vento sem render o que costuma. Se não jogou mal, esteve longe do que sabe e pode. NOTA 6.

Antonio Carlos -  Culpado pelo gol, mas salvou outro e lutou. Em relação a Antonio Carlos,  (finalmente dou a mão à palmatória) e admito, que se trata de um zagueiro lento e com reduzidíssimas noções de cobertura - NOTA 5. .

Dracena - Apesar da bobeada e do  primarismo na escolha de campo foi discreto e fez o que pôde usando muito a sua experiência e. NOTA 5.

Diogo Barbosa - Diogo Barbosa é um lateral apenas razoável e  merecemos alguém melhor. Melhor do que ele é Vitor Luís, mais ofensivo. NOTA 5.

Moisés - Ainda não está cem por cento curado. Foi erro sua escalação. Melhor teria sido se houvesse ficado no banco, embora discorde das teses que pedem-lhe a dispensa NOTA 4,5.

Lucas Lima - Ele ao menos entrou em campo?  A cigana me enganou em relação a esse jogador sem sangue e sem alma para jogar no Verdão. Por isso ele fica SEM NOTA.

(Willian) - Entrou e melhorou o ataque, NOTA 6.

Scarpa - Salvou-se e não devia ter sido substituído. Pelo pênalti batido, NOTA 6,5

Bruno Henrique - Por que não entrou de cara? Esforçado, NOTA 6.

Deyverson - Muita pantomima e pouca bola. NOTA 2

Borja - Sempre se espera que ele entre e resolva, mas, debalde! Pelo esforço, NOTA 4.

Felipe Melo -  Hoje não destacarei o craque do jogo, mas Felipe Melo, uma vez mais, conseguiu ser o jogador mais lúcido do time jogando com dedicação e afinco. NOTA 6.

TÉCNICO
Luis Felipe Scolari.

Conquanto eu tenha discordâncias filosóficas em relação à ele pelas mudanças constantes dos times que vão pra campo, impedindo a definição e  o entrosamento do time principal...

Apesar de, pontualmente, ter discordado das ausências iniciais de Bruno Henrique e William, não me coloco em posição de afirmar  que ele tenha fracassado ou coisa assim.

Há que se considerar, inicialmente, a situação atípica do jogo e as falhas individuais que Felipão viu e procurou, na medida do possível, consertar.

Em razão disso, atribuo-lhe uma NOTA 6 e digo que acredito numa mudança radical do time no jogo decisivo da próxima quarta-feira contra o América Mineiro. (AD)
  

FICHA TÉCNICA
PARANÁ 1 X 1 PALMEIRAS
Local: Estádio do Café, Londrina (PR) em 18/11/18
 
Árbitro: Bruno de Araujo (RJ)
Assistentes: Rodrigo Correa (RJ) e Luiz Claudio Regazone (RJ)
NOTA 8 para o sexteto de arbitragem.

Público:25.076 pagantes
Renda: R$ 1.953,570,00

Cartões amarelos:
Borja e Gustavo Scarpa (PALMEIRAS)
Johnny, Igor, René e Keslley (PARANÁ); 

OS GOLS
PARANÁ: Kessley, aos 34 minutos do primeiro tempo
PALMEIRAS: Gustavo Scarpa, aos oito minutos da etapa final

OS TIMES 
Paraná: Thiago Rodrigues; Wesley Dias, Jesiel, René e Igor; Leandro Vilela e Johnny; Alesson (Jean Lucas), Keslley e Juninho (Torito González); Rafael Grampola (Felipe Augusto)
Técnico: Dado Cavalcanti

Palmeiras: Weverton; Mayke, Edu Dracena e Antônio Carlos e Diogo Barbosa; 
Felipe Melo, Moisés e Lucas Lima (Willian); 
Gustavo Scarpa (Bruno Henrique), Dudu e Deyverson (Borja)
Técnico: Luiz Felipe Scolari

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