Observatório Alviverde

25/01/2020

LUXA ESTÁ CERTO: EDILSON CAPETA NUNCA FOI CRAQUE. APENAS UM JOGADOR HABILIDOSO!



Li uma declaração de Luxemburgo na qual ele afirmava que "o fato de um jogador ser muito habilidoso não significa, necessariamente, que ele seja um craque".

Eu nunca havia parado para pensar em declarações proferidas em profusão por técnicos, jogadores e pela própria mídia, mas um fato levou-me a pensar no assunto.

Luxa ilustrou sua tese citando o exemplo de um jogador que eu admirava em campo, mas que acabou se tornando para mim como FHC e Lula: não os tolero e não os quero ver nem em fotografia".

Refiro-me a Edilson, aquele meia baiano que jogou no Vitória, um ilustre desconhecido para quem o Palmeiras e a torcida estenderam o tapete vermelho revelando-o para o futebol brasileiro ajudando o Palmeiras a ganhar os títulos de 93 e 94.

Vida profissional que seguiu e ele, que o Palmeiras descobriu no Tanabi,  foi defender o Curica. 

Longe de ser um exemplo, sua irreverência, irresponsabilidade  e falta de reconhecimento ao clube que o descobriu, promoveu e projetou, levaran-no a realizar covardemente em campo aquelas embaixadinhas num jogo em que o Curica batia o Palmeiras por 2 x 0 e o jogo se aproximava do final dando o título ao time protegido pela FPF.

Se quem faz o mal paga aqui na terra mesmo, "de lá a esta parte" nada mais deu certo na vida desse atleta que, no como costumam agir os mal agradecidos, não apenas cuspiu mas defecou no prato em que comeu.

Tudo começou com o seu afastamento imediato da Seleção (ele era um dos convocados da Seleção de Luxa) cobrada com força e em pleno ar por Galvão Bueno e a turma global, numa das raríssimas vezes que essa  famigerada rede televisiva apoiou o Palmeiras.

O fato é que a média com a torcida do Curica acabou custando muito caro a esse atleta, que saiu de campo correndo dos jogadores em atitude indigna e covarde. 

Da mesma forma,  pouco tempo depois, ele foi escorraçado e expulso do Parque São Jorge ameaçado pela mesma torcida com a qual ele fez média.

Outra vez ele teve de correr desta vez protegido pelos seguranças, fugindo do ambiente para não ser agredido pela torcida do time que ele jurava amar eternamente. 

Pode-se dizer então que o castigo de Edilson não veio a cavalo, mas de foguete! Bem feito!

Pois não é que ele estes dias ele levou  a mal o pronunciamento e o exemplo citado por Luxa que disse que "Edilson era extremamente habilidoso, driblador capaz de demolir uma defesa, mas não era um craque"!

Disse mais, que não vai mudar o time do Palmeiras retirando os craques que jogam simples para substituí-los por jogadores habilidosos.

Vivendo e aprendendo, embora em tese isto estivesse guardado em meu subconsciente quando  eu dizia que jogador A ou B era apenas um enfeitador e que não servia para o time, o fato é que a figura do jogador individualista não pode ser elevada à condição de craque.

Craque é aquele que:
1) não segura a bola além do tempo necessário e dá segmento rápido aos lances...
2) que toca sempre que pode, de primeira, no máximo de segunda 
3) sabe "ler" o jogo
4) não perde a posse de bola,
5) lança, corre, e se apresenta sempre livre na hora do passe
6) que alonga, se necessário, o passe, para o jogo de bola comprida...
7) que realiza instintivamente o trabalho de cobertura...
8) exerce liderança em campo e facilita a vida dos companheiros...
9) corre via de regra, menos do que os outros, mas rende muito mais...
10) não apenas vê, mas tem sempre a antevisão das jogadas...

Muito mais características poderiam ser acrescentadas para que se definisse bem o jogador diferenciado ao qual chamamos craque, mas vamos ficar por aqui.

Nos início dos anos 70s tive a oportunidade de conviver com Silvio Pirilo (moramos no mesmo hotel) grande atacante dos primórdios do futebol brasileiro, que treinou o Palmeiras em 63 e 64

Naquela época ele já me falava da figura do driblador que, muitas vezes, muito mais prejudica do que, propriamente, ajuda.

Lembro-me que ele dizia que se podia estabelecer a diferença entre os craques mediante o número  de qualidades e características de cada um;

Não me esqueci, jamais, do que ele dizia acerca de Pelé, exatamente isto: 

"Não sei quantas qualidades são necessárias para que se diga que um jogador seja um craque, mas quem tem o maior número delas é, sem duvida, o "negão!"

Luxemburgo, que recusou Michael do Goiás e que não tem mostrado interesse em jogadores apenas dribladores e individualistas parece focado primeiramente na construção de um time

Em 93 o time do Palmeiras era este:

Sérgio; Mazinho, Antônio Carlos, Tonhão e Roberto Carlos; César Sampaio, Zinho e Daniel Frasson; Edilson, Edmundo e Evair.

Em 94 o time jogava assim:
 
Sérgio (Velloso); Mazinho, Antonio Carlos, Cléber (Tonhão) e Roberto Carlos (Cláudio); Daniel Frasson (Flávio Conceição), César Sampaio e Zinho; Edmundo, Evair e Edílson (Rivaldo).


Sem querer tirar os méritos de Edilson, minimizados pela torcida na história do Palmeiras, mas que jogador bom de drible deixaria de fazer o nome em um time desse jaez e categoria? 

A tese de Luxa é  correta, perfeita: "nem sempre o habilidoso consegue ser craque"

 Edilson não foi craque. Nem dentro e  nem fora de campo!

PS- as opiniões dos participantes não refletem necessariamente o pensamento do blog e são da total responsabilidade de quem as escreve! (AD)

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