Observatório Alviverde

03/12/2010

PARA MONTAR UM TIME COMPETITIVO O PALMEIRAS SÓ TEM UMA SAÍDA: AS REVELAÇÕES DOS CLUBES DE MENOR EXPRESSÃO E AS SUAS CATEGORIAS DE BASE. EM OUTRAS PALAVRAS, O BOM E BARATO! NÃO EXISTEM OUTRAS ALTERNATIVAS A NÃO SER QUE SE TENHA O QUE O PALMEIRAS NÃO TEM, MUITO DINHEIRO! ATÉ QUANDO AS NOSSAS DIRETORIAS VÃO CONTINUAR DANDO OUVIDOS À TORCIDA IGNARA E A GENTE DA IMPRENSA QUE APLAUDE E INCENTIVA O BOM E BARATO DESDE QUE SEJA INICIATIVA DE NOSSOS ADVERSÁRIOS? CHEGA DE TIME DE VETERANOS, DE ENFEITADORES E DA REBORRÉIA DA EUROPA. PORQUE SÓ NÓS BUSCAMOS JOGADORES DESSE TIPO?

Em meu modo de pensar, não deveria bastar a um jogador classe e categoria, para ter lugar em um time da importância do Palmeiras.

Querem um exemplo?

Lincoln!

 

Jogador que enfeita muito e corre pouco, de baixa ou nenhuma produtividade, tinha de ficar longe do Verdão.

Mas isso não acontece por incompetência e miopia de nossos dirigentes e por um grande equívoco de nossa torcida.

 

Senão, vejamos!

Há quantos anos adotamos essa filosofia de contratar meio-campistas fracos e baixotes, desde que joguem bonito?

Quantos títulos temos conseguido com essa filosofia de contratação?

E,  o que é pior, a  italianada, até alguns anos atrás, só queria jogador branco. Nem mulato ou moreno mais escuro, servia.

Certa vez ouviram falar de um jogador no interior de São Paulo.

Telefonaram para o clube e perguntaram ao diretor, muito meu amigo: "ele é macaqui"?

Ao saber que sim, não voltaram a telefonar.

Sei que hoje as coisas mudaram, ainda bem!

Mas, as vezes, penso que essa é uma das razões de nosso terrível e interminável "carma".

 

Sejam sinceros ao responder as minhas perguntas:

Quem é melhor, o Elias, dos gambás, ou Lincoln?

Bruno César ou o Lincoln?

É isso que eu falo há anos e que a nossa torcida continua  sem entender.

Tecnicamente,  quem não sabe que o Lincoln é melhor do que os dois, mas:

Lincoln chuta bem? Arremata bem? Faz gols? Tem chute forte?

Bate bem as faltas? Sabe cobrar os tiros de esquina? 

Tem fôlego para 90 minutos? Corre o campo todo? Ajuda a marcar?

Qualquer palmeirense que queira Lincoln no time, quer a continuidade dos jogadores (só) técnicos, sem força física para a dinâmica do futebol de hoje.

Em outras palavras, quer o Palmeiras como sempre tem sido, fraco, sem pegada, sem corpo, sem alma, sem palma, sem Palmeiras!

Tudo em nome de um ou dois toques de calcanhar, de um chapéu, de uma caneta, de uma jogada de efeito, absolutamente improdutivos.

Ou, de uma boa enfiada de bola mais vistosa, um gol mais bonito.

 

Permitam-me, agora, perguntar:

Não tínhamos (e temos) um time, individualmente, melhor, mais bem armado e muito mais técnico do que o Goiás?

É evidente que tínhamos (temos)!

Então, porque perdemos?

 

Fomos derrotados dentro de casa, caindo para um time fraco, rebaixado e desmoralizado, mesmo saindo na frente do marcador.

Tudo por culpa da anemia de nosso time que perdeu, completamente, a condição e a força física no segundo tempo do jogo.

Faltaram-nos jogadores de raça, sangue, disposição e saúde no meio de campo.

Principalmente, faltou-nos força de ataque, conseqüência da falta de força do time para impor o jogo no meio de campo.

Muito mais que técnica, foi uma derrota física, na confrontação entre a nossa veteranice e a juventude do Goiás.

 

Há quantos anos sofremos da síndrome de Ademir da Guia?

Há quanto tempo aplaudimos quem jogue bonito, preferencialmente na chamada zona de raciocínio, ainda que corra pouco e não renda?

O que jogadores tipo Lincoln e outros tantos que vestiram a nossa camisa, nas mesmas condições, têm nos proporcionado?

 

Os gambás, os bambis e até o Santos, são diferentes:

Querem jogadores fortes e de muito preparo físico para a defesa e meio de campo.

Mas não abrem mão de jogadores rápidos, hábeis, ariscos, agudos, dribladores e artilheiros no ataque.

Enquanto isso, ficamos elogiando a nossa inútil "escola de goleiros";

Nossa mentalidade, infelizmente, restringe-se ao defensivismo.

Quantos artilheiros fizemos em campeonatos regionais e nacionais?

Pouquíssimos!

Tudo por culpa dessa mentalidade defensivista, sem a menor ousadia, de um time sem a volúpia do gol, que tem piedade de golear.

De uma torcida que não grita "mais um", e se preocupa apenas gritar a perfumaria "olé"!

 

Se o Palmeiras contratasse  Jorge Henrique,(quando estava no Botafogo) Ralph e Paulinho o que faria a nossa torcida?

Protestaria em altos brados e crucificaria a diretoria.

Não houve protestos quando tentamos contratar Val Baiano?

Temos alguém melhor do que ele?

Fernandinho pode ir para os bambis, mas se o Palmeiras contratá-lo é vergonhoso?

Os bambis podem contratar quase de graça Xandão, Carlinhos Paraiba, Marlos e outros.

Por que o Palmeiras não pode?

 

Tínhamos o melhor camisa 9 do Brasil, Obina.

A torcida o chamava de "grosso" e não o tolerava.

Temos, hoje, alguém melhor do que ele?

E depois ficamos reclamando que não ganhamos nada.

Elias e Bruno César eram nossos, mas não lhes deram (diretoria e torcida) o menor valor ou uma única oportunidade.

 

A nossa torcida, política e cricri,  fica "cricriticando" o bom e barato, instigada por cronistas que não querem o bem do Palmeiras.

Só critica, vaia, brada contra, mas não apresenta quaisquer soluções ou alternativas.

O bom e barato criterioso implementado por gente que conheça o futebol e o mercado, é o primeiro passo a ser dado por um time na situação do Palmeiras.

Junte-se a isso as revelações da base e a contratação de um ou dois jogadores de nome e marketing, sob o comando de um técnico que tenha liderança e espírito de grupo.

Essa é a fórmula ideal, quase mágica, para formar-se times campeões.

 

Nós (O Palmeiras) continuamos caminhando na contramão da realidade do futebol brasileiro, mais preocupados com o status do futebol, com a forma do futebol, com a aparência do futebol, do que com a essência do futebol.

Faz tempo que passou a hora de mudar.

A continuarmos com essa visão caolha,  caminharemos, a passos largos, para o endividamento, para a insolvência e para a inviabilização do futebol profissional, correndo o risco do vexame da terceirização.

Exatamente o que ocorreu com a Portuguesa.

 

Querem que eu diga outra coisa que não agrada à maioria?

Eu não ficaria,também, com o Assunção!

Vocês dirão: "ele ganhou muitos jogos com grandes cobranças de faltas", ao que eu respondo:

Mas quantos jogos perdemos quantos gols sofremos em razão de sua lentidão, falta de fôlego e mobilidade?

Todos já se esqueceram da virada que tomamos do Cruzeiro pelo cansaço e pela falta de combatividade de nossa meia-cancha?

Por que ninguém se interessou por ele em sua volta ao Brasil?

Por que trouxas somos sempre nós que queremos formar os melhores times sem contratar os melhores jogadores?

Assunção vai fazer 35 anos em 2011, já defasado sob o aspecto físico.

Sua escalação requer a escalação de dois jogadores com fôlego e preparação física de um felino para compensar a sua ausência no jogo corrido.

Se ele aceitasse o banco eu estudaria a possibilidade dele ser aproveitado em meu time. Só assim compensaria!

A exemplo de Lincoln, jogar ele sabe, mas em nível competitivo só consegue atuar bem cerca de 1/3 do jogo. 

Depois disso só faz número, compromete a tática e os companheiros, tira a mobilidade da equipe e só é útil para a "bola parada".

Ninguém disse que ele se arrastava em campo no jogo contra o Goiás.

Ninguém ressaltou que jogávamos com oito jogadores pelas ausências físicas de Lincoln, de Kléber (sim, de Kléber, semi-estático e fixo do meio do ataque para o lado esquerdo) e o próprio Assunção.

Creio que ganhei novos contestadores ao criticar Kléber que correu contra o Goiás só quando teve a bola nos pés.

 

Meus amigos, precisamos mudar a nossa mentalidade.

Times de fracos, de veteranos, enfeitadores e de pouca condição física não ganham, absolutamente, nada.

É o nosso caso!

Falta-nos o fundamental no futebol moderno, força e juventude!

 

Ademais, não temos planejamento e nenhuma continuidade administrativa  no futebol.

A cada dois anos muda a nossa diretoria e quem entra altera completamente o cronograma do futebol.

A cada ano mandamos um time embora e contratamos outro.

Tudo por conta de uma torcida que ama, verdadeiramente, o clube, mas que é impaciente,  intolerante e cobradora.

Nossa torcida paulistana, principalmente a uniformizada, precisa mudar suas atitudes, tanto e quanto os nossos dirigentes.

Chega da lenda da camisa que pesa, da falácia da base que não revela e da estupidez da exigência da contratação de  jogadores de nome e marketing, aos quais chamamos de figurinhas carimbadas.

Já imaginaram se o Palmeiras tivesse mantido Paulo Bayer, Martinez e outros bons jogadores que vestiram a nossa camisa com dignidade e competência nos últimos anos?

Infelizmente, não pode aparecer nenhum destaque em nossa equipe que a italianada quer logo vender, ainda que a preço de chuchu.

Viram o que fizeram com o Love, com o Edmilson, com o próprio Valdívia?

Já imaginaram o nosso time com esses jogadores adaptados ao bom elenco de hoje?

 

A tudo que eu disse acrescento, mais,  o seguinte:

Não podemos prescindir de duas ou três contratações de impacto.

Não de Lincolns ou Ewerthons, naturalmente, jogadores muito abaixo das exigências de um clube da grandeza do Palmeiras.

Em nosso grupo já temos um jogador de impacto, Valdívia!

Agora, anunciam que Adriano e Alex Cabeção podem vir.

Seria ótimo!

São outros dois jogadores muito acima da média e, em razão disso, chegarão para resolver.

Se é que vão chegar, evidentemente!

De minha parte, duvido!

Alex tem contrato na Turquia até o meados de 2011.

Adriano está preso contratualmente na Itália até 2.012.

Esses anúncios poderiam ser a "cortina de fumaça" para alguma outra bomba, prestes a explodir, tipo Ronaldinho Gaúcho?

Acho que sim, espero que sim! (AD)

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PS: Estou viajando. Assim que puder renovo a postagem!