Observatório Alviverde

17/08/2010

ABRA O OLHO, CIPULLO!

Quem leu os comentários de nossa última postagem, verificou o recado de nosso amigo Marcelo, de Santa Catarina, a propósito da viagem do presidente do Corinthians àquele estado. André Sanchez foi buscar os dois excelentes atacantes que o Avaí revelou para este brasileirão, ao menos até agora: Roberto e Vandinho.

Se Cipullo disser que já esteve lá e trouxe Rivaldo eu vou ficar muito irritado. Responderei que Rivaldo veio emergencialmente, a pedido de Felipão que tinha pressa em acertar o time na meia-cancha e valeu-se do primeiro jogador razoável que apareceu.

Rivaldo não é diferenciado e, muito menos, um craque. É um jogador, apenas e tão somente, dentro da média que pode ser útil no contexto do grupo. Não tem bola, classe presença ou inteligência  para ser protagonista, apenas coadjuvante.

Fosse Rivaldo um diferenciado ou com potencial para craque estaria até hoje no clube que o revelou, o Santos FC. Os dirigentes do Peixe entendem de futebol e sabem contratar.

Além disso, tem uma torcida que sabe manter-se em seu lugar respeitando as ações e decisões emanadas da diretoria. Por isso o Santos pode promover à vontade a garotada da base, formar equipe de jovens e contratar  atletas sem nome e sem marketing, isto é,exercer o salutar "bom e barato", inaplicável ao Palmeiras que já se acostumou ao "ruim, caro e velho".

Rivaldo está no Palmeiras em decorrência da falta total de planejamento do clube (leia-se incompetência do departamento de futebol). É outra aposta do Palmeiras feita em momento de aperto e desespero.

Como há poucos jogadores disponíveis nesta época do ano, o clube, compulsoriamente, vê-se obrigado a arcar com um preço acima do mercado para ter um meia "boca", em face da circunstância da contratação, flagrantemente intempestiva.

O "inteligente e atualizado" diretor de futebol palmeirense, nem com muito dinheiro em mãos para gastar,(nunca se gastou tanto no Palmeiras) soube contratar jogadores à altura para compor um elenco digno de nossas tradições. Rivaldo foi um custo adicional a pagar por sua incúria e total desconhecimento da matéria.

Continuamos, em pleno século XXI, trilhando pelo mesmo caminho da contratação de jogadores ditos experientes mas superados fisicamente, com data de validade profissional vencendo, já com a vida financeira consolidada, viciados... Preferencialmente os contratamos se vêm da Europa ou se custam caro aos cofres do clube. Jogador barato e promissor, como esses do Avaí, nunca servem. Fossem zagueiros ou meio campistas, teriam uma pequena chance.

O Palmeiras de Belluzzo e Cipullo não gosta de contratar atacantes. Kléber e Valdívia só vieram por extrema necessidade. Nossos diretores acreditam, piamente, que, pelo vulto dos investimentos em Kléber e Valdívia o Palmeiras resolveu todos os seus problemas ofensivos. A lição de 2009 parece que de nada lhes valeu. Eles continuam se esquecendo que ganha-se campeonatos com elencos, não, apenas, com dois craques, embora eu não considere Kléber um craque. E os cartões e as contusões?

Agora, alguém sabe explicar por que o Palmeiras só se envolve em negócios e contratações caros, acima dos preços do mercado? Por que só quer gente do exterior, sobretudo da Europa? É estranho que isso continue ocorrendo se temos uma categoria de base formidável e o Brasil é o maior mercado futebolístico do planeta e tem o melhor futebol do mundo. Seria burrice? Ou sabedoria demais? Alguém sabe e pode me responder?

Roberto, o atacante mais veloz do atual futebol brasileiro, um tipo Euler de antigamente não serve para o Palmeiras. Vandinho, arisco, driblador, finalizador, um capeta dentro da área, também não serve.

Vamos ter de colocar os nossos beques para correr atrás deles também no ano que vem.  E quem vai levar vantagem? Em Floripa, mesmo com dez em campo eles infernizaram a nossa defesa, como vêm fazendo com os demais times, e não nos restou alternativa senão a de cair de quatro. Abra o olho, Cipullo!