Observatório Alviverde

04/03/2017

O QUE TEM ATRAPALHADO EDUARDO BATISTA É A SUA NECESSIDADE DE ENCONTRAR UMA FORMA DE ESCALAR ZÉ ROBERTO!



Ontem, no estádio da Ponte em Campinas, o Palmeiras somou mais três pontos no Paulistão ao derrotar o bom time do Red Bull, por 3 x 1.

Foi um placar enganador e imerecido em um jogo duríssimo para o Verdão, uma autêntica pedreira de granito.

Quem não assistiu ao jogo e só tomou conhecimento do resultado final, na certa vai imaginar que o Palmeiras passeou em campo, esbanjou categoria, exorbitou de jogar, deu show e liquidou, completamente, um adversário de muito menor gabarito e expressão, mas, na prática, não foi isso o que aconteceu.

O que se viu foi um Palmeiras tecnicamente muito aquém de sua capacidade de rendimento, ainda indefinido e desfigurado do ponto de vista tático, jogando com compartimentos estanques sem o menor elo ou vaso comunicante que os unisse, ligasse ou harmonizasse.

Em síntese, já vamos entrando no terceiro mês do ano e o (a-i-n-d-a) indefinido e irresolvido time de Eduardo Batista (pode?), não passou ontem em Campinas, de um aglomerado heterogêneo e confuso de jogadores correndo atrás da bola e  sem a menor organização tática, como se fosse um time de peladas.

Tudo isso, confesso-lhes, me deixa de cabelo em pé, completamente arrepiado e muito desconfiado em relação ao futuro do atual time Palmeiras...

Ainda mais quando o treinador deixa transparecer tibiez em seus procedimentos e só falta declarar publicamente que está inseguro e sem condições de decidir qual o time que colocará em campo na Libertadores e nos clássicos das próximas semanas, tanto e quanto definir a forma de jogar de seu time.

Se, como ele próprio afirmou categoricamente inúmeras vezes, "é necessário escalar e repetir sempre o time principal para que adquira entrosamento", por que, então, lançou dois times diferentes no primeiro e no segundo tempo, considerando-se as características de quem entrou (Michel Bastos) em de quem saiu, Guerra?

Uma alteração desse naipe altera completamente o modo de jogar de um time e, se é fato mesmo o que disseram os jornalistas da Sportv que o time titular da preferência de EB era aquele que jogou no segundo tempo contra os Bulls, sem Guerra e sem Willian e sem Keno, com Bastos, Borja e Keno, por que não começou o jogo com a escalação que terminou? Não seria mais lógico, mais correto, e mais sensato?

O que eu noto de uma forma muito clara e explícita é que EB, a exemplo dos treinadores anteriores, também  parece ter se tornado refém de Zé Roberto.

Notem que ele não se atreve a retirar das escalações o veterano jogador e nem o saca de campo, mesmo que não esteja jogando bem ou se encontre cansado, esfalfado, exaurido e entregue .

Aconteceu, ontem, novamente, ainda que se tenha de considerar o lançamento fenomenal de Zé a Róger Guedes que originou o segundo gol do Verdão, comprovando a tese de que os grandes jogadores, numa jogada isolada e inesperada ou mesmo num lampejo decidem os jogos!

E, no entanto eu lhes digo que nem sempre é possível esperar por isso pois corre-se o risco de perder os jogos!

Lembram-se da postagem que fiz esta semana a propósito do aproveitamento de Zé no meio de campo, citando o exemplo de Jair da Rosa Pinto, também canhoto, que quase não corria e que foi  o armador que "fez" Pelé e outra "pá" de jogadores?

Em minha avaliação ZR só pode vir a ser aproveitado como titular no meio de campo com muito treino e, exclusivamente, como um segundo volante de contenção.

Na condição de armador, definitivamente, não!  Como um segundo volante marcador, talvez, desde que ele se dispusesse ser um  lançador e viesse a aprimorar esse fundamento! 

Não, não estou aqui para pedir a cabeça de ZR do time principal, mas estou convencido de que ele seria muito mais útil ao time da forma como vem ocorrendo há tanto tempo, simples e rotineiramente na lateral esquerda!

Na ausência de outra opção melhor mais nova e efetiva para o setor, isto é, um atleta jovem que marcasse bem e apoiasse veloz e verticalmente toda a vez que fosse possível e necessário, que conseguisse voltar a tempo após essas subidas ao ataque sem exigir tanta cobertura.

Para encerrar esse dilema que aflige o noviço treinador palmeirense e para que ele não tenha mais nenhuma dúvida a respeito da inocuidade do aproveitamento de ZR como um meio campista ofensivo de primeira linha, basta que ele se informe a respeito de todas as experiências frustradas nesse sentido perpetradas por Osvaldo, Marcelo e até pelo próprio Cuca.

O lugar de Zé, salvo as emergências, é na lateral esquerda, ponto!

Para encerrar:

Levantem -palmeirenses- as mãos em direção aos céus e agradeçam penhoradamente o gol de Willian fruto mais de um bate-rebate do que propriamente de um trabalho exemplar do ataque palmeirense e marcado logo aos 7 minutos.

Não fosse esse gol relâmpago e talvez a esta hora muitos já estariam cornetando Eduardo Batista e a sua cabeça já estaria a prêmio!

QUE VENHAM, AGORA, OS ARGENTINOS!

O time de minha preferência para começar jogando contra o Tucuman:

Prass, Jean, Dracena, Vitor Hugo e Zé Roberto (Egídio). Felipe Melo, Tchê, Dudu e Michel Bastos.
Róger Guedes e Borja.

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