Observatório Alviverde

02/11/2018

O DESÃNIMO NÃO PODE TOMAR CONTA DE UM TIME QUE ESTÁ QUASE CAMPEÃO!



Vida que segue, o Palmeiras enfrenta o Santos neste final de semana.

Ah, antes que eu aborde os temas do clássico, permitam-me que eu volte a falar da bobagem, da asneira, da besteira e, (por que não dizer?) da vaidade de Felipão ao colocar dois times nas diferentes competições disputadas pelo Palmeiras.

Lembram-se do que eu disse, que, nos mais de 50 anos de acompanhamento do futebol, eu não tinha conhecimento de uma única experiência sequer dessa natureza que houvesse dado certo?

A mídia sabia (sabe) e exagerou nos adjetivos para elogiar o sistema, acabando por inflar o ego de Felipão que acreditou - é incrível- na próprio erro que perpetrava, em detrimento do Palmeiras.

Não, não adianta ninguém me dizer que ele estava bem intencionado, pois como dizia meu grande amigo e recém falecido Willy Gonser, um dos maiores nomes do rádio esportivo do Brasil em todos os tempos: "de boas intenções e de bem-intencionados o inferno está cheio".

E, se me permitem a grosseria, estou levantando -sem ofensa ou agressão- o dedo médio da mão direita e baixando todos os outros para dizer: "aqui, oh, que Felipão não acompanha os programas esportivos de rádio e tv , que não lê jornal e nem acompanha as redes sociais". Conte outra, Big Phill.

Além dos 7 x 1, coube agora a Felipão passar a régua, fechar o assunto time duplo e confirmar o "óbvio ululante" (royalties para o escritor Nelson Rodrigues) do prejuízo que se tem com essa estupidez a que a crônica esportiva atual, dita moderna mas incrivelmente demodê, chama, impropriamente, de modernidade, modernismo, atualização ou coisa assim. 

Lembram-se, agora, de tudo o que falei a-n-t-e-c-i-p-a-d-a-m-e-n-t-e a respeito de entrosamento?

Um clube que tem dois times distintos disputando campeonatos iguais em importância e prestígio, sempre terá jogadores se destacando ou se perdendo em cada time que entra em campo e a tendência natural é substituir esses jogadores de acordo com as suas variações de atuação.

Exemplifico.

O Palmeiras tinha uma defesa firme, forte, consistente e bem constituída que sempre esteve entre as melhores de todas as competições disputadas pelo Verdão com Weverton (só é titular porque quando Felipão chegou ele já estava no time) Mayke, Antonio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa.

Por que essa defesa não seguiu sendo a titular? 

Vou responder: simplesmente porque o paraguaio Gomez arrebentou no time B, e conseguiu um ótimo entrosamento com Luan, gerando um grande conflito na cabeça de Felipão.

Aí é que entra o que eu digo, de o técnico achar que, pelo fato do cara ter ido bem no time B, ele tem de  substituir o cara do time A, no caso o Dracena.

Creiam, meus amigos, Dracena  é muito melhor zagueiro do que Gomez, que enterrou o time no  jogo contra o Fla por não ter velocidade suficiente para ao menos acompanhar o ponta que marcava, o colombiano Marlos Moreno. Foi o duelo de uma tartaruga com um puma.

Contra o Boca foi batido algumas vezes em jogadas que requeriam velocidade porque ele consegue ser mais lento do que o veterano jogador que ele próprio colocou no banco, Edu Dracena.

Vocês vão perceber em breve, que Gomez é excelente no desarme e na marcação em espaço de campo reduzido sendo, fundamentalmente, um rebatedor.

Nem de longe sabe sair jogando como Dracena e, da mesma forma, ofensivamente, tem uma presença na área de ataque muito menor do que o veterano que, em meu entendimento, foi o jogador que mais fez falta ao time palmeirense, em razão de sua categoria, experiência e, sobretudo, liderança.


O mesmo caso pode-se afirmar em relação Antonio Carlos que, de fato, falhou no gol de empate do Flamengo por não ter dado cobertura a Gomez, sua obrigação, aliás.

Ocorre porém que todos os que o julgam pelo lance infeliz  se esquecem (até Felipão)dos tantos jogos em que ele cumpriu grandes apresentações e, em muitos casos, fazendo gols.

Ou o Luan tem mais presença ofensiva do que Antonio Carlos no chamado jogo aéreo?

Há outros fatos semelhantes no elenco em outras posições, mas eu creio que exprimi o meu ponto de vista com clareza e exemplifiquei a situação. 

Creio que deu para que todos absorvessem a tese que sempre defendi, mesmo quando tudo dava certo para o Palmeiras, justamente esta:

"quando você tem dois times se alternando, um A e outro B, a tendência do treinador é a de sacar e  substituir quem esteve mal no jogo anterior".

Com isso o entrosamento, principal ingrediente do chamado futebol moderno, mecânico e previsível, verdadeiro "samba de uma nota só" (royalties para Tom Jobim) dos times de hoje em dia, o entrosamento, repito, vai para o espaço e com ele, os resultados. Aconteceu com o Palmeiras!

Um outro aspecto importantíssimo é o psicológico, pois, jogadores existem que quando se sentem inseguros em relação à titularidade, não rendem o que sabem e podem.

Tudo isso fica agravado pela competição crescente no intra-grupo, deteriorando muitíssimo o ambiente, retirando a segurança de atletas que só conseguem render tudo o que sabem e podem quando não se sentem ameaçados de perder a posição.   

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No que respeita ao jogo contra o Santos o primeiro jogador que eu afastaria seria Weverton. Todo o grande time tem de começar por um grande goleiro, e, sem qualquer dúvida, eu optaria entre Prass ou Jailson, muito melhores.

Na lateral direita manteria Mayke, mas ele está suspenso, tanto e quanto o seu substituto imediato Marcos Rocha. Deve jogar Jean ou, em pior hipótese, Thiago Santos.

No miolo de zaga trocaria Luan por Antonio Carlos ou por Dracena, e, de preferência, usaria a dupla com a qual ganhamos a esmagadora maioria dos jogos.  A tendência é a utilização da velha dupla e eu aprovo integralmente.

Não me oporia, porém, à escalação de Gomes formando dupla com qualquer deles.

Na lateral esquerda voltaria com Vitor Luís ainda que Diogo Barbosa não houvesse sido suspenso.

Na "volância" exploraria Felipe Melo pelo tempo que ele aguentasse (hoje sei porque na Inter de Milão ele jogava só pelo lado esquerdo da defesa e não passava do meio de campo) e depois o substituiria. 

Ainda não se sabe se Melo enfrentará o Santos e, nessa hipótese, pode ser substituído por Thiago Santos

Nas meias, se Hyoran e Guerra não entrarem em campo já me darei por satisfeito. Já chega de falta de força no setor. 

Chega agora a informação que o "morto" Hyoran está fora do jogo. Ótima notícia.

Diante da impossibilidade do aproveitamento de Hyoran o caminho fica aberto para que Scarpa (jogador acima da média) volte ao time.

Na ausência de jogadores mais categorizados para um rodízio, eu funcionaria com Moisés e Bruno Henrique e com o único craque de que dispomos, Dudu.

Ocorre, também, que Moisés (confirmado) está fora do jogo, o que praticamente confirma a entrada de Thiago Santos na equipe ou, em última instância, com a entrada de Lucas Lima que pode sentir-se, de repente, motivado a enfrentar o seu ex-clube.

No ataque colocaria, simplesmente, Gustavo Scarpa no lugar do contundido William, ao lado de  qualquer dos dois centroavantes, Deyverson ou Borja, que, espero, qualquer que seja o escalado, entre com motivação e faça o melhor.

O mais provável time, em meu entendimento, seria este

Prass ou Jailson, mas sei que Felipão manterá Weverton.

Jean na lateral direita ou Thiago Santos. Marcos Rocha está contundido e Mayke suspenso, sabendo-se que ele não jogará, também, contra o Galo Mineiro.

Antonio Carlos e Dracena jamais deveriam ter saído do time, mas é possível que Felipão opte apenas por um dos dois para formar a dupla Gomes. 

Na lateral esquerda Vitor Luís será o titular e, ainda que Diogo Barbosa pudesse jogar, neste momento, optaria por ele. Suspenso, ele também não enfrentará o Galo em BH.

Felipe Melo não esta confirmado mas ele não é de fugir da raia.  Se não jogar, o substituto natural é Thiago Santos, mas também pode ser Jean.

Moisés, contundido, está fora do jogo e seu substituto dependerá dos critérios de escalação de Felipão. 

Bruno Henrique continuará como primeiro volante de transição e o segundo será Scarpa

À frente jogam Dudu mais Borja ou Deyverson.

O importante é que independentemente do time escalado, é que quem entre em campo jogue com raça e compreenda que a vantagem de quatro pontos estabelecida na tábua de classificação tem de ser encarada, não como um fator de risco, como vem colocando a imprensa, mas como elemento motivador que conduza o Verdão ao título.

AVANTI, PALESTRA!

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