NÃO CREIO QUE JOGAR NO CANINDÉ SERIA A MELHOR ALTERNATIVA PARA O PALMEIRAS!
O presidente Tirone e sua diretoria torceram muito pela realização do segundo jogo contra o Comercial do Piauí em São Paulo.
Como o Palmeiras anda descapitalizado, imaginaram que um jogo de volta, em pleno Pacaembu, valendo a seqüência na Copa do Brasil, teria a presença de um grande público e proporcionaria uma receita apreciável.
Em post anterior eu alertava para a aventura do segundo jogo, haja vista que seu sucesso comercial estaria vinculado a um bom resultado diante dos bambis, justamente o clube brasileiro que, historicamente, mais temos dificuldades em vencer.
A vitória no “choque-rei”, enfim, não aconteceu, apesar do empate quase ao final do jogo, das chances perdidas, do domínio avassalador imposto pelo Palmeiras no segundo tempo e do sabor de triunfo que a igualdade de resultado nos trouxe.
Certamente que uma vitória sobre os famigerados bambis, minimamente, dobraria os 3.509 pagantes que se aventuraram a comparecer ao Pacaembu quarta-feira, em noite de frio e chuva, no jogo contra o Comercial.
Entretanto, ainda que o público dobrasse, o lucro do Palmeiras não seria significativo como imaginavam o presidente e seus pares de diretoria. Façamos as contas:
Com público dobrado, ou sete mil pagantes, a renda atingiria cerca de 290 mil reais.
As despesas completas do Palmeiras no jogo foram de 135 mil, correspondentes à renda total, mais 90 mil que a diretoria alega ter sido o prejuízo, ou, 225 mil reais..
Sublinho: para, simplesmente, abrir o Pacaembu e colocar o time em campo, o Palmeiras teve de desembolsar 225 mil.
Em caso de público dobrado, o Palmeiras ficaria com 75 mil, o que, convenhamos, é uma ninharia em face de nossas prementes necessidades.
Em decorrência da crônica falta de quorum da torcida em nossos jogos e dos constantes prejuízos decorrentes do aluguel do chamado “próprio da municipalidade”, o Palmeiras, agora, quer fugir do Pacaembu.
Concordo com a diretoria em gênero, número, gráu, caso e tudo mais que queiram, porque abrir o Pacaembu para três mil testemunhas, mais do que um constante prejuízo, é uma insensatez, uma irresponsabilidade.
Levar os jogos para o Canindé, como imagina a diretoria, é, apenas, minimizar um pouco os gastos, mas conviver com o desprezo contumaz que o segmento paulistano de nossa torcida devota ao clube, há anos, certamente ressentido por tantas decepções..
O Canindé, eu meu modo de entender, é, apenas, um paleativo. Tanto lá quanto no Pacaembu as nossas rendas serão igualmente, ridículas e a diferença de preço no aluguel dos estádios, no fechamento do caixa, pouco ou quase nada vai representar, a não ser que se tenha um improvável aumento de público.
Fora do aspecto financeiro, a grande vantagem, sem qualquer dúvida, seria a da ilusão de ótica como fator determinante de marketing e projeção de imagem e da imposição de nosso ambiente sobre os adversários e sobre as arbitragens mal intencionadas,.
Por quê?
Simplesmente porque um público razoável não parece nada em um estadio do tamanho do Pacaembu, mas lota um estádio de menores dimensões como o Canindé.
Cá entre nós, o Palmeiras não é clube para jogar em estádios com apenas tres mil pessoas, mas essa tem sido a nossa perturbadora realidade paulistana. É preciso mudar e só o interior paulista tem o poder de fazer isso.
Pagar vexame por jogar com pouco público, além de ser vergonhoso, alimenta as ondas junto à opinião pública de que os bambis estão nos ultrapassando em tamanho de torcida e prestigio.
Essa saída estratégica do Pacaembu é muito boa para o Palmeiras, mas entendo que o Canindé não represente a nossa melhor solução.
Não sei o que ocorreu em relação à Arena Barueri onde obtivemos ótimas receitas, bons públicos, grandes resultados e onde ainda estamos invictos. Aquele jogo contra o Fluminense em que desejávamos perder e, visivelmente, entregamos o jogo aos cariocas, não conta.
Após tudo o que disse, concluo que a grande saída para o Palmeiras estaria em jogar as partidas restantes da fase classificatória do Paulistão, cujos mandos são nossos, no interior bandeirante. Quando chegar o octogonal, estuda-se a melhor alternativa, se a capital ou o interior.
Muitas cidades sempre colocaram os seus estádios à disposição do Palmeiras, para que mandasse os seus jogos lá.
Além disso, se propõem a pagar todas as despesas de viagem e hospedagem do Verdão. Não seria desta vez que fariam diferente.
Com todo o respeito ao torcedor paulistano do Palmeiras, a paixão pelo clube no interior de São Paulo e do Brasil, neste momento, parece ser muito maior do que na capital.
É óbvio que jogar em cidades cujos times disputam o Paulistão, não é uma decisão intelogente.
Entretanto, armar o nosso espetáculo em cidades como Rio Preto, Jaú, Araraquara, Piracicaba, Sorocaba, Araçatuba e outras é garantia de casa cheia, de apoio, de festa e de muita vibração;
O que as sucessivas diretorias do Palmeiras não compreendem é que, hoje, o segmento maior e mais entusiasmado de nossa torcida, é o enorme contingente de palmeirenses do interior de São Paulo e do Brasil.
Essa gente, fanaticíssima e com devotado amor pelo nosso pavilhão, não só apreciaria muito, mas se realizaria plenamente, caso pudesse assistir ao vivo os jogos do Verdão.
Muito melhor do que o acanhado Canindé, do que o azíago Pacaembu, ou do que a rejeitada Arena Barueri, qualquer dessas cidades o é.
A vantagem maior é que, além da promoção natural do clube nas cidades em que se apresentar, a loja móvel presente à porta dos estádios, poderá vender camisas, material esportivo e tudo o que tiver no estoque, e faturar uma renda paralela àquelas dos próprios jogos.
Daí em diante, se houver êxito na empreitada, que o Palmeiras siga com os jogos no interior também no Brasileirão, esperando a conclusão das obras da nova Arena Palestra Itália.
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