Observatório Alviverde

20/03/2012

FALANDO DE FELIPÃO E A RESPEITO DE FELIPÃO!

 

Acusem Felipão de mau técnico, de gagá, de superado, de ganhar mais do que deveria e de tudo mais que queiram. Isso tem sido recorrente!

Na verdade ele, às vezes, dá motivos para que se estabeleça esse tipo de juízo e de crítica acerca de suas ações e reações à frente do Palmeiras.

Eu preferia, de toda a adjetivação negativa colocada acima, chamá-lo, simplesmente, de conservador, turrão e grosseiro. Isto é o que ele é!

Como chamá-lo de mau técnico se Felipão é um dos maiores vencedores da atual geração de treinadores brasileiros?

Como caracteriza-lo como superado se ele mantem, neste instante, um time mediano no topo da tabela do Paulistão, com uma série invicta invejável?

E, no entanto, acho pertinentes muitas críticas a ele dirigidas que vão além dos três defeitos que apontei. Concordo com umas, discordo de outras.

Os erros embutidos no trabalho de Felipão foram todos cometidos por soberba.

Quando chegou ao Palmeiras, percebendo o mais alto salário do futebol brasileiro e respaldado pelo melhor currículo entre todos os treinadores atuais, Scolari foi excessivamente gabola, confiante em si e em seu trabalho.

Talvez para justificar os altos proventos salariais, não solicitou os reforços necessários para fazer do Palmeiras um time de primeira linha e este foi o seu maior erro.

Por outro lado, ressalte-se que Felipão chegou ao Palmeiras pelas mãos  de Belluzzo e de Cipullo. Só não foi demitido pela nova diretoria que assumiu, em razão da multa vultosa que existia em seu contrato.

A demissão estava prevista mas Tirone e Frizzo recuaram  em decorrência, da multa contratual, altíssima e também pelo fato de Mustafá Contursi haver desaconselhado a demissão.

Os ajustes políticos que levaram Tirone ao poder previam baixar os gastos e a folha de pagamentos, a fim de tapar o grande rombo financeiro deixado pela administração anterior.

Bem que a diretoria, num certo momento, tentou desestabilizar o trabalho de Felipão. Quem sabe ler nas entrelinhas notou isso.Quem não se lembra da queda de braço entre Scolari e Frizzo?

Com certeza, a atitude e a maneira de agir de nosso diretor de futebol parecia ter como objetivo forçar uma situação insustentável de relacionamento que viesse a provocar o pedido de demissão do treinador .

A briga de egos foi danosa e prejudicial ao Palmeiras, propiciando a criação de um ambiente negativo que prosperou e culminou com o evento Kléber, no qual tanto Felipão como Frizzo e o próprio clube foram muito prejudicados.

A longa série de intrigas minou, completamente, o ambiente, influindo negativamente no rendimento da equipe. O lado positivo foi o de ter, em parte, reaproximado o técnico e o dirigente.

Este ano, Felipão caiu na real e abriu mão do rompante que o fazia crer que, simplesmente, ele, mesmo com um grupo desqualificado de jogadores poderia chegar aos títulos e, então, exigiu contratações de peso às quais nominou de camarões.

Na verdade, camarão mesmo, dos grandes, só Barcos e, se vier a ser contratado, Wesley.

As contratações recomendadas por Felipão não foram tantas, apenas pontuais, mas suficientes para proporcionar ao treinador um material humano mais compatível com as necessidades e com a grandeza do clube.

Os erros de Scolari, além da rudeza de comportamento e da auto-suficiência, passaram, sempre, por seu conservadorismo tático incorrigível e a sua teimosia em insistir com uma e exclusiva única forma de jogar.

Além disso, sempre trocou seis por meia dúzia nas substituições, dando preferência a jogadores toscos que cumpriam fielmente seu esquema e suas determinações, a jogadores de habilidade que ousassem improvisar. 

Essa sua maneira de agir, minimizada este ano, ainda bem, o levava a colocar o Palmeiras em campo para jogar sempre na retranca, como time pequeno, sem nenhuma imaginação, criatividade e ousadia, com pouca volúpia ofensiva e nenhuma fome de gol.

Seu retranquismo crônico nos levou a derrotas doloridíssimas como aquela para o Goiás na Sul-Americana, o que me leva a afirmar que, ultimamente, temos tido, muito mais do que vitórias, derrotas inesquecíveis.

Essa, para o Goiás, não dá para esquecer e nem para engolir, até hoje.

Mesmo com a vantagem do 1 x 0  fora de casa, com o jogo nas mãos ao abrir o marcador logo de cara e jogando em casa, Felipão abriu mão de atacar e colocou o time todinho na defesa.

Isso atraiu o adversário, fraquíssimo, então rebaixado à segunda divisão do Brasileiro, que, primeiro, empatou e. depois, partiu para cima acuando-nos completamente no campo de defesa até fazer o gol da vitória em cima da hora.

No Brasileiro do ano passado empatamos e perdemos muitos jogos atuando assim, sentando em cima de resultados magros, sem força para atacar, limitados à bola para de Assunção, sem um grama de ousadia!

O único “campeonato” que ganhamos no Brasileirão 2011, mesmo com a segunda defesa menos vazada, (grande coisa!) e com um ataque pouco ou nada efetivo, foi o “dos empates”.

No frigir dos ovos, de tanto empatar, tivemos de brigar nas últimas rodadas para não cair. Parecíamos time pequeno!

Em que pesem todos esses erros, Felipão tem, também, os seus acertos. Quem não vê, por exemplo, que ele gosta, muito, do Palmeiras!

Ele teria mercado, facilmente, se se dispusesse a sair. Entretanto, apesar de todas as turbulências e adversidades que enfrentou. permaneceu no clube.

Suas ações fora do campo foram extremamente benéficas ao Palmeiras.

Primeiro porque estancou as intrigas e os vazamentos de informações com as dispensas de Kléber, do gerente de futebol e de outros funcionários.

Em segundo, porque alinhou-se, perfeitamente, à política do inexperiente presidente Tirone a quem passou “know-how” e muitos ensinamentos, recebendo a contrapartida que o ajudou a poder comprar e a vencer tantas brigas dentro do clube até chegar ao ambiente atual, devidamente saneado.

Que ninguém o chame de mercenário posto que ele, publicamente, disse, num determinado momento, que abriria mão da multa se o Palmeiras o dispensasse. A diretoria, naquele momento indecisa, se calou.

Quem, senão Felipão, peita a imprensa e exige respeito ao clube, sem medo de retaliações? Nem Frizzo nem Tirone ousam fazer isso!

Quem, senão Scolari, protesta abertamente contra as arbitragens facciosas e tendenciosas com a ênfase que se faz necessária e até vai, pessoalmente, à FPF lavrar o seu protesto?

Quem, senão ele, sai em defesa de Valdívia de forma tão forte, veemente, e intensa, sem se importar com as reações da mídia gambambi, do coronel bambi que manda e desmanda na arbitragem paulista, da FPF comandada pelo quinta-coluna e do próprio tribunal ameaçador?

A perfeição não existe neste mundo. Felipão está longe de ser perfeito!

Mas, num momento em que ele me parece mais flexível e parece estar alterando um pouco os seus atávicos conceitos defensivistas de futebol, eu quero pedir um tempo e uma trégua para o nosso treinador e por extensão para o nosso time que se prepara para brigar pelo título.

Tudo, como sempre, conspira contra, trabalha contra, da mídia às arbitragens, do tribunal ao presidente da Federação.

Por isso, nós, palmeirenses, não podemos e não devemos ficar contra, por mais que qualquer um odeie Felipão, Murtosa e toda a comissão técnica!

Este é um instante de união, porque só a união faz a força e ajuda a ganhar os títulos!

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