Observatório Alviverde

13/03/2015

ESTA NÃO É A HORA DA CAÇA ÀS BRUXAS!


Image result for vou gritar para o mundo inteiro ouvir

Vou tomar emprestado ao Grupo Roupa Nova um verso da canção "Volte Pra Mim", e, com ele, abrir postagem: - vou gritar pra todo mundo ouvir!

Eu já estou gritando, pra todo mundo ouvir, que ainda não desisti de ganhar este Paulistão e nem vou abrir mão dessa possibilidade, muito real.

Não serão alguns tropeços contra os nossos maiores adversários, ainda que doídos, suficientes para retirar-me o ânimo e a esperança de contrariar a lógica ilógica das expectativas reinantes e levantar o caneco.

Compreendo o ambiente de tristeza e pessimismo que toma conta dos meus irmãos palmeirenses, e, até, de uma certa frustração. É natural! Temos de reagir! Vamos reagir!

Se vale como consolo e como fator de recuperação e de realinhamento mental e moral aos torcedores do Verdão, quero adiantar que o Palmeiras perdeu, em momento e contexto nos quais poderia perder. Menos mal que tenha sido assim! Ainda bem que foi assim!

Pensem, pois, todos, que estamos com um time novo, ainda em formação, que, sequer, completou três meses, se entrosando a cada jogo e em visível e sensível crescimento. Só não enxerga isso quem analisa resultados ou quem não queira enxergar!

Uma pena que Oswaldo e Mattos tenham interrompido o processo de formação da equipe, poupando, estupidamente, o time titular contra o Braga. Foi, efetivamente, um tiro no pé!

Muito pior foi que o estímulo e a motivação para a adoção de semelhante bobagem, partiu de alguns setores da mídia. 

Oswaldo e Mattos, infelizmente, caíram como patinhos, deram ouvidos e serviram de massa de manobra à deletéria mídia antipalmeirense, que nunca cessa a sua tarefa de promover sugestões absurdas e descabidas, visando a influenciar nas decisões e desestabilizar o time, de uma forma ou de outra. 

A satisfação da mídia, de noventa por cento dela, nos programas de TV, ao comentar a vitória santista, era notória, após ter conseguido o seu intento de tirar a sequencia de trabalho e de desestabilizar tática e tecnicamente o time que vinha tão bem e com tão boa sequência.

O time do Palmeiras, que continua em busca da definição dos onze titulares e, sobretudo, de entrosamento, jamais poderia ter abdicado de colocar em campo seu time principal, contra o Bragantino. 

Aliás, em que pesem os comentários contrários de tantos palmeirenses, eu considero o time base muito bem escolhido por Oswaldo de Oliveira, no universo dos jogadores que ele têm a disposição, salvo uma ou outra situação pontual. 

Apesar das críticas, o trabalho de Oswaldo é bom, mas só vai convencer, plenamente, a partir de quando ele começar a vencer os clássicos. 

Os dez clássicos sem vencer, do Palmeiras, não podem, todos, serem colocados na conta de Oswaldo que disputou, apenas, dois e ainda tem créditos porque os clássicos que perdeu não eram decisivos. O próximo clássico contra os bambis, também não será!

A derrota de quarta-feira para as sereias da Vila, detonou a ira de muitos torcedores que, fora de hora e com muita antecedência, iniciaram, como de hábito e tradição, uma desnecessária "caça as bruxas". 

O momento para atitudes drásticas e radicalizações não é este. É preciso ter calma, muita calma, esperar o tempo passar e aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

Sei que alguns aspectos negativos começam a saltar aos olhos da torcida que começa a ver defeito em tudo e em todos, e isso é muito perigoso. 

O hiato decorrente do jogo contra o Braga, aparentemente de somenos importância, por incrível que pareça, vem sendo o elemento detonador e antecipante de revolta da torcida que pode passar ao time uma certa instabilidade emocional.

Entretanto, advirto aos palmeirenses, é preciso muita cautela, muito cuidado com as radicalizações, sobretudo em relação às análises precipitadas do potencial dos jogadores.

Fique claro que muitos deles, que não rendem tanto num contexto tático, podem, perfeitamente, explodir sob outras circunstâncias e vice versa. 

O futebol, acima de tudo é adaptação ao grupo e casar características. Objetivamente, é a adaptação de um indivíduo que sabe jogar a um sistema de jogo adredemente preparado.

Repito que, nas circunstâncias atuais,  a escolha do time titular por parte de Oswaldo foi correta, mas o que me preocupa é a pequena evolução tática da equipe, ao menos até agora.

Conquanto eu discorde dele em alguns pequenos detalhes, da mesma forma que todos os que escrevem neste OAV creio que, com o passar do tempo e os jogos ele vai chegar ao seu objetivo de montar um grande time. Se Roma não feita em um dia, menos ainda o time do Palmeiras. Temos de esperar e acreditar.

É natural que ocorram as discordâncias em relação ao trabalho do técnico! O que não pode é existir, neste momento de transição e espera,  são os comentários pessimistas, venenosos e destrutivos. 

Declino, então, as minhas considerações, dúvidas, discordâncias e preferências.

Prass é absoluto no gol, mas João Pedro é craque na posição e, como craque, tinha de ser o titular. Ainda mais depois do baile que Lucas levou ontem na Vila, mostrando que também como marcador é inferior a João Pedro.

O que não pode é o torcedor palmeirense arrasar Lucas, colocando-o como "cocô do cavalo do bandido" e incapaz de vestir a camisa palmeirense. 

A preferência de Oswaldo por Lucas, tem tudo a ver com a confiança do treinador nesse corretíssimo e dedicado profissional (lembrem-se de que ele jogou muitos jogos com a costela fraturada) com quem trabalhou tanto tempo no Botafogo. Eu não concordo, mas respeito. Entendo as razões pelas quais o ex-botafoguense é titular.

Não comungo com as críticas fortes dirigidas ao argentino Tôbio, também um jogador sério e dedicado, de muito empenho e raça. Mas exigir que ele seja um Klebão, ou qualquer outro zagueiro categorizado do passado é demais. Se merecemos jogador melhor e que inspire mais confiança? É óbvio que sim!

Discordo das críticas radicais sobre Vitor Hugo que falhou em dois lances cruciais em dois clássicos, e, por isso, está sendo crucificado, com os torcedores se esquecendo de tudo de bom que ele vinha realizando até o clássico.

Muitos, irresponsavelmente,  já pedem a cabeça desse jogador,  o que, convenhamos, é um despropósito, e uma grande injustiça. 

No início eu era favorável a que o o garoto Nathan fosse o dono da posição, até que as boas atuações de Vitor Hugo me convenceram de que ele tinha condições de exercer a titularidade.

Diante das circunstâncias de haver falhando em dois clássicos, o que, na certa, deve lhe ter causado algum problema psicológico, eu aproveitaria o ensejo e entraria com Natham, que seria o meu titular, nas atuais circunstâncias do elenco. 

Por tudo o que vi, até agora, não creio que Zé Roberto, pela idade, aguente o repuxo de uma função que exige, a um só tempo, força, velocidade e resistência.

João Paulo contra quem a torcida já manifestou prevenção e rejeição, é uma boa alternativa e ele provou isso, anteontem, contra o Santos. Não entendo porque estão criticando tanto esse jogador, se ele foi um dos poucos que, literalmente, não morreu na praia! 

Infelizmente, como eu disse outro dia, ele é um forte candidato a se transformar, injustamente, em um novo Rivaldo, o genérico.

Agora vejam como eu tinha razão, há três meses,  quando disse que Mattos havia exagerado nas contratações e que seu trabalho deveria ter sido realizado aos poucos, pontualmente, em cima do elenco do ano passado.

O Palmeiras já tinha (e tem) , uma defesa pronta, jovem e de boa qualidade, completamente pronta, mesmo antes de Oswaldo assumir: Prass, João Pedro, Tóbio,  Nathan e Vitor Luís. Pelo entrosamento que o quinteto possuia, já não teríamos a defesa formada? 

Sei que Oswaldo jamais faria isso, mas se ele tivesse a humildade de colocar em campo essa defesa, já teríamos mais da metade do caminho do entrosamento devidamente percorrido.

No meio de campo, pelo que vi ontem, no clássico, acho pouco provável que Gabriel, apesar do fôlego e do empenho, segure a titularidade. Entendo que o sacrificado seja ele, a partir do momento em que o Palmeiras estiver com Cleyton Xavier apto a jogar e em hipótese mais remota, Valdívia.

São infinitas as alternativas com as quais o Palmeiras conta nesse setor e não seria exagero afirmar que Mattos (e Oswaldo) usaram o método Licor de Cacaú Xavier para contratar meio-campistas e atacantes.

De acordo com a propaganda que esse produto fazia na TV,  o número um servia para excesso e o  número dois, escassez. Por analogia, temos excesso de meiocampistas e escassez de atacantes.

Mesmo com o excesso de atletas tecnicamente mais credenciados, Amaral, jogador forte, vocacionado à marcação, daqueles que sobem pouco ao ataque, mas realiza com perfeição o trabalho de cobertura dos avanços dos laterais, tem tudo para ganhar a titularidade. 

Os outros jogadores, dois ou três, dependendo do esquema, serão escolhidos de acordo com as necessidades, premências e preferências de Oswaldo. Ao que tudo indica, a posição terá Valdívia, Robinho e os complementos. Se Valdívia renovar e, principalmente, jogar, estaremos bem no filme.

No ataque, eu iniciaria um novo ciclo com Dudu e Leandro Pereira, hoje, agora, já. Mas tenho restrições em relação a Dudu.

Velocíssimo, driblador, ótimo atacante, Dudu cai como uma luva  para esquemas de contra-ataque. Ele jogava assim, com Felipão, como um autêntico peladeiro, sem observar, tanto, o posicionamento. É assim que ele rende muito mais. 

Para jogar, esquematicamente, como atacante de construção Dudu de ser um pouco mais corporativo, menos individualista e jogar mais, coletivamente, sem prender tanto a bola. Que, apesar das restrições, é um jogador de qualidade, ninguém pode negar.

Leandro Pereira, contra o Braga, deu um toque magistral de calcanhar, daqueles de improviso, desconcertantes, que matou a inexpugnável retranca do time do interior e proporcionou a Rafael Mendes o gol que levou o Verdão ao triunfo.

Estou citando o lance para mostrar que o garoto sabe jogar e que se tivesse mais oportunidades, "em meu entendimento, em meu entendimento, em meu entendimento", digo três vezes para deixar bem claro, seria o titular. Ele é muito melhor e tem muito mais bola do que o limitadíssimo pedestrianista Cristaldo!

Em suma, meus amigos, este não é o momento de abandonarmos a nossa nau. Fomos bombardeados, terrivelmente, pelos nossos inimigos, mas suportamos as baixas e, o que é mais importante, não estamos à deriva.


Eis a relação dos jogos que o Palmeiras ainda tem a cumprir:

15/03, domingo, às 11 H, contra o XV de Piracicaba, na Allianz Arena.
22/03, domingo, às 19,30H, contra o São Bernardo, no Estádio 1º de Maio.
25/03, 4ª Feira, às 22,00 H, contra os Bambis, na Allianz Arena.
29/03, domingo, às 18,30 H, contra o Red Bull, no Moisés Lucarelli em Campinas
05/04, domingo, sem horário marcado, contra o Mogi, na Allianz Arena.

São cinco jogos entre os quais um clássico, tempo suficiente para que, em não fazendo outra bobagem de poupar jogadores, o Palmeiras volte, novamente, à sua rota de ascenção.

A minha fé no titulo reside no fato de o Palmeiras subir de produção e chegar ao topo da curva de ascendência, justamente quando os nossos adversários, que cresceram antes, nesta temporada, já estiverem na descendente. É bem possível que venha a ocorrer.

VOCÊ ACREDITA NO VERDÃO?

OU ACHA QUE JÁ RODAMOS NESTE PAULISTÃO?

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